Pedido de intervenção militar por depoente provoca bate-boca em CPI
Editado por Silmara Schupel.
Os membros da CPI tem real interesse no depoimento de Auro, e com ele esperam obter mais informações sobre a construção do monopólio do setor petroquímico brasileiro pelo grupo Odebrecht, usando uma empresa de seu grupo a Braskem, e fortalecer o pensamento de alguns membros da comissão, de que esse monopólio só foi possível, com a intervenção e o financiamento pela Petrobras, que usou recursos do tesouro da empresa para financiar a construção desse monopólio, usando de todos os artifícios possíveis, como a eliminação de concorrentes, preços subsidiados de produtos derivados do petróleo para a Braskem, apropriação indébita de empresas do setor petroquímico.
O empresário Auro, já dando uma demonstração de como será a tonica de seu depoimento na CPI fez a seguinte postagem no seu perfil na rede social facebook
” Foi montado uma blindagem na Petrobras pela família Odebrecht, com intuito de dominar o monopólio da indústria petroquímica brasileira, sendo a Petrobras fornecedora exclusiva da família, que manipula os preços dos insumos básicos fornecidos à Braskem de sua propriedade.”
O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, confirmou em depoimento à CPI da Petrobras declaração feita à imprensa por ele em que pede uma intervenção militar no País.
“O senhor confirma a declaração?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “O que eu disse é que, do jeito que as coisas estão, é caso de uma intervenção militar imediata e com pedido de eleição o mais rápido possível”, disse o empresário.
Bate-boca
A declaração provocou bate-boca na CPI, com troca de ofensas entre deputados do PT e da oposição.
A declaração provocou bate-boca na CPI, com troca de ofensas entre deputados do PT e da oposição.
“Ele falou isso por causa dos índices de popularidade da presidente Lula”, ironizou o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO).
“Não vamos admitir a defesa do regime militar nesta Casa”, rebateu o deputado Leo de Brito (PT-AC).
“Estão querendo intimidar o depoente e desviar a atenção”, reclamou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), autora do requerimento de convocação.
Denúncias
Auro Gorentzvaig está respondendo perguntas do relator a respeito das denúncias que fez contra o governo Lula no episódio em que sua família perdeu o controle da Triunfo em benefício do grupo Odebrecht.
Auro Gorentzvaig está respondendo perguntas do relator a respeito das denúncias que fez contra o governo Lula no episódio em que sua família perdeu o controle da Triunfo em benefício do grupo Odebrecht.
O empresário enviou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República em que acusa a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por valores acima do valor de mercado e repassado depois o controle das empresas à Braskem, subsidiária da Odebrecht.
Na denúncia, ele afirma que havia um acordo pelo qual a Petrobras iria receber R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo, mas recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117 milhões.
Luiz Sérgio questionou a credibilidade da denúncia e chegou a afirmar que a família Gorentzvaig é parte de disputas judiciais “contra tudo e contra todos há mais de 20 anos”. O deputado também declarou que há uma tendência de concentração no setor petroquímico.
O empresário respondeu que a tendência de concentração não pode servir de justificativa para a operação que resultou na perda de controle da Triunfo. “Isso não pode ser desculpa para permitir o monopólio”, sustentou.
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