Intervenção militar já?
Por Paulo Chagas
Caros amigos: Não é errado incluir a Intervenção Militar no rol dos recursos disponíveis para a reversão do caos político, econômico, social e moral que se tem alastrado pelo Brasil, principalmente, a partir da chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder.
No entanto, é um grave equívoco incluir como primeiro o que deve ser o último dos recursos da Nação. No jargão da Artilharia, “a ultima ratio regis” , ou seja, o último recurso dos reis, ou, ainda, a “reserva” da sociedade.
É erro tático e estratégico atuar sem reserva ou empregá-la prematuramente! Qualquer operação militar ou empreendimento deve ser planejado de forma a ser concluído com sucesso sem a necessidade de empregar a reserva, ou seja, com sobra de recursos ou de poder de combate.
Manter uma reserva é tão importante nas operações que a sua existência e capacidade devem ser guardadas no mais absoluto sigilo, porquanto a sua neutralização é objetivo fundamental do planejamento do inimigo.
Induzir ao emprego prematuro da reserva faz parte das intenções de qualquer planejador, pois retira do adversário a capacidade de manobrar e de reagir, aumentando a probabilidade de sucesso do seu plano original.
É, portanto, equivocada a postura de quem só enxerga no emprego imediato do último recurso a solução para a crise e para a ameaça, assim como também é erro grave desconsiderar no planejamento a existência de uma reserva em condições de contribuir, no mínimo, para a manutenção da conquista dos objetivos.
Na Venezuela, o “comandante” Chavez iniciou seu movimento pela cooptação das Forças Armadas para o seu projeto bolivariano, tirando da sociedade o que seria, naturalmente, o seu derradeiro recurso. O mesmo, aparentemente, aconteceu no Equador.
Os Kirchner, na Argentina, sabendo da inviabilidade de cooptar as FFAA, trataram de demonizá-las e desmoralizá-las até que perdessem seu poder de combate e, principalmente, a confiança e o respeito da sociedade.
No Brasil, desde o fim do Regime Militar, a esquerda vem tentando implementar, em vão, uma estratégia do tipo “kirchneriana”, conseguindo nada mais do que aumentar o prestígio das FFAA perante a sociedade e a confiança desta na capacidade dos militares para intervir, quando e se for necessário, e assegurar o respeito à sua vontade, à soberania e à inviolabilidade do território nacional.
O próprio governo petista, que tudo fez para deslustrar a imagem dos militares, tornou-se dependente do seu apoio para fazer as poucas coias que deram certo em seu governo, tais como: projetar o poder militar do Brasil em Operações de Paz no exterior; mostrar ao crime organizado que não há lugar neste País em que o Estado não possa impor sua soberania; assegurar a segurança necessária aos grande eventos internacionais ocorridos no Brasil; fazer chegar água , sem politicagem e roubalheira, aos brasileiros atingidos pela seca e pela inépcia dos governos em todos os níveis; e, para não alongar mais, a "Transposição do Rio São Francisco", pois, como se sabe, o Exército Brasileiro (não o do Stédile) foi o único a cumprir sua missão.
A Sociedade brasileira tem, portanto, em sua composição de meios, uma reserva preservada, comprometida com os interesses do Estado, não contaminada pelo bolivarianismo e suficientemente forte para cumprir sua missão constitucional e seu compromisso com a democracia.
Essa mesma Sociedade, diferentemente do partido corruPTo, tem seu Plano B nas suas Forças Armadas, é a contingência que os atuais donos do poder jamais contarão para se perpetuar no poder.
Empregá-la prematura ou desnecessariamente é um erro estratégico tão grave quanto ignorar a sua capacidade, desconsiderar o seu comprometimento constitucional com a lei e a ordem e desacreditar da sua subordinação ao interesse nacional.
= Nenhuma ditadura serve para o Brasil =
Paulo Chagas é General de Brigada, na reserva.
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