terça-feira, 29 de setembro de 2015

Petelândia teme "golpe militar" do Temer?

Petelândia teme "golpe militar" do Temer?


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Já imaginou se os militares resolverem apoiar a saída de Dilma Rousseff, preferencialmente por renúncia justificada por alguma desculpa esfarrapada, dando toda sustentação para o sucessor Michel Temer implantar a "Novíssima República"? Pois a cúpula petista já trabalha com o altíssimo risco de ocorrer uma espécie de reedição do golpe militar de 1985, quando o General Leônidas deu sustentação para que José Sarney assumisse a Presidência da República (vaga com a morte de Tancredo Neves), para implantar a tal "Nova República" que agora agoniza.

A "morte" política de Dilma já é dada como fava contada por alguns segmentos do PT. Até o estrategista-mor Lula da Silva, já trabalha com a hipótese de Temer assumir. O Presidentro só não tem condições de admitir, publicamente, um golpe contra Dilma. Enquanto isso, Michel Temer faz costuras inimagináveis nos bastidores. Já estaria fazendo consultas informais e até reuniões secretas com alguns Generais (que insistem em uma suposta saída constitucional, dentro das regras atuais do jogo perdido, para evitar que a crise institucional se agrave.

O problema maior de um golpe do Temer contra Dilma é que a "tese" é exageradamente "temerária" (com ou sem trocadilho infame). Uma parte grande do PT, ainda aliada da Presidenta, mesmo que discorde de várias atitudes isoladas que ela toma, prefere que tudo fique como está a experimentar o arriscado dissabor de uma hegemonia completa do PMDB no poder. Nos bastidores, a cúpula da petelândia fala, claramente, que os peemedebistas, em quase maioria esmagadora, são "aliados oportunistas, pragmáticos e absolutamente inconfiáveis", para uma nova repartição de poder na máquina federal até então aparelhadíssima pelo PT.

Da mesma forma que desagrada a petelândia, a "solução Temer" (defendida, escancaradamente, pela ex-petista Marta Suplicy, que odeia Dilma pessoalmente) também não é vista com bons olhos pela maioria dos generais. A crise política e econômica será um dos temas picantes da reunião dos 15 Generais do Alto do Comando do Exército, marcada para esta segunda-feira, no famoso "Forte Apache", em Brasília.

O "cacique" Temer, de comandante-em-chefe, divide a opinião dos militares. A maioria deles, mesmo que não deseje uma solução mais radical para a crise atual, avalia que Temer "seria mais do mesmo". Quem costura, nos bastidores da caserna, em favor de Michel Temer é o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. O plano é criar um consenso entre os Generais de quatro estrelas para que, se a estrela do PT cair, tolere-se que Temer cumpra o resto do mandato e promova uma reconciliação. Foi a mesma tese que Ulisses Guimarães vendeu em 1985, e o General Leônidas comprou, para permitir a posse de José Sarney - considerado um "traidor" do regime militar.

O que alguns militares avaliam é que, uma eventual tomada de poder em favor de Temer, tende a desencadear uma reação de setores mais radicais do PT, ligados à Presidenta Dilma. Já os aliados de Temer tentam vender a hipótese de que a eterna brizolista Dilma já estaria tão isolada dentro do PT que nem os radicalóides a defenderiam, partindo para uma espécie de conflito político (e até armado) aberto nos moldes de uma "Cadeia da Legalidade" (ação midiático-militar de Leonel Brizola, durante 14 dias, em 1962, para garantir que o vice João Goulart assumisse a Presidência da República, vaga com a renúncia de Jânio Quadros).  

Temer conspira abertamente. Dilma, até quando e onde der, suspira... O desfecho dependerá muito menos de conchavos de gabinetes ou quartéis e muito mais do agravamento da crise econômica, que afeta demais o humor e a sobrevivência da imensa classe média (54% da população economicamente ativa). Conspirações nem sempre derrubam desgovernos desgastados. Já as consequências das crises econômicas fora de controle costumam servir de pá de cal para dirigentes políticos moribundos, como é o caso da Dilma, uma morta-viva que nem chegou a um ano de segundo mandato... Ela é uma sobrevivente do naufrágio do PTitanic à procura de uma boia salvadora.

O cenário nunca foi tão incerto e inconfiável. O consenso é que a velha Nova República se esclerosou. A Constituição Cidadã de 1988, muito emendada e cheia de pontos sem regulamentação, também caducou. O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser o fiel da balança legal, pende, claramente, para o lado do desgoverno. STF não pode ser Advocacia Geral da União... Os militares continuam naquela famosa "observação cuidadosa do cenário", só admitindo tomar alguma providência se a ordem constitucional (que já foi para o saco) for conspurcada...

Enquanto isso, ocorre aquela nem tão silenciosa "revolução brasileira", na qual setores organizados da sociedade, junto com a classe média meio sem noção do que deseja efetivamente reivindicar, exigem mudanças imediatas. Vencerá quem souber exercer, de forma mais eficaz, o poder de pressão. O Modelo Capimunista de Bruzundanga se esgotou... O Brasil tem solução... Mas ela passa longe da temerária posse do Temer no lugar da Dilma... Sinceramente, só quem relaxa e goza com esta hipótese é a experiente sexóloga Marta Suplicy, agora uma neopeemedebista...

Lugar de cada um


Dilma demitida

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