Os problemas psicológicos de Dilma Rousseff e a crise no Brasil
Dilma Roussef, com seus pais e seu irmão (foto exibida pela FSP)
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Mtnos Calil
1. Um dos principais fatores psicológicos do impeachment é a confusão da D. Dilma, que por mais esforço que faça para superar sua “necessidade de auto-afirmação” que não foi atendida no primeiro mandato, encontra-se agora num beco sem saída porque está sendo pressionada em direções opostas e não sabe a quem atender prioritariamente.
Uma coisa é óbvia: ela tem que fazer os cortes no orçamento, com o que até o Papa Francisco concordaria, como sendo um mal absolutamente necessário. Mas a grande dificuldade é definir que cortes fazer na própria carne. Por exemplo, cortar as verbas destinadas aos benefícios sociais, como o bolsa família, seria cortar na própria carne?
Mas uma parte do açougue é constituída pela carne dos aliados, exigindo uma habilidade de açougueiro profissional, sendo que a Dilma, nunca exerceu este oficio. No caso ela teria que deixar os aliados escolherem a carne de sua preferência, como fazem os consumidores em qualquer açougue.Porém se os próprios aliados têm divergência no processo seletivo das carnes, como fazer?
2. Lula – que abandonou seu velho companheiro Dirceu às traças da Lava Jato – já está convencido há tempos que a Dilma não serve para sustentar a estratégia de permanência do PT no Poder. Pelo contrário: ela só atrapalha! Então porque, Lula, conhecendo a teimosia da sua companheira a fez Presidente da República?
- No Brasil ainda existem políticos que conseguem convencer o povo a eleger o candidato de sua preferência – aqui também há um transtorno psicológico bem evidente: os eleitores de Dilma achavam que votar nela seria o mesmo que votar em Lula.
Será que Lula, influenciado por seu narcisismo, achava que a Dilma iria se curvar diante de suas ordens estratégicas e maquiavelanas?
Dizem que “O Principe” de Maquiavel foi o livro de cabeceira de FHC. Pode ter realmente sido, como revela a sua aliança até com a madame inglesa Thatcher, a do ferro. Porém, Lula superou o mestre FHC e soube agradar o povo como ninguém conseguiu até hoje na história do Brasil, porque ao mesmo tempo que agradou o povo, (como muito bem planejou o General Golbery, um dos principais arquitetos da carreira do ex-lider sindical), Lula conseguiu se ajeitar com os banqueiros, mantendo Henrique Meirelles a seu lado, e dando-lhe, naturalmente a autonomia que os banqueiros queriam.
O Brasil, meus amigos, a exemplo do que ocorre com outros países, os banqueiros atuam como “sócio oculto” dos governos. Mais do que isso: eles determinam qual deve ser a política econômica do governo, mas o povo não deve saber disso, pois a estratégia maquiavelana tem na desinformação um dos seus pontos chaves. Agradar o povo, não implica, é claro, deixá-lo bem informado. Pelo contrário. O principio básico dessa estratégia política, adotada antes, durante e depois de Maquiavel, é não revelar ao povo o que ele não deve saber, pois isso o tornaria mas rebelde do que já é.
E também por isso a mídia incomoda muito os donos do poder com o seu “jornalismo de denúncia”, que é um dos caprichos da democracia que mais atrapalha a vida dos políticos. Mas para eles essa democracia ( que na verdade é apenas uma “meia democracia” ou se preferirem, um “simulacro de democracia”, é necessária para aquietar a rebeldia popular, não lhes restando outra alternativa do que aceitar o chamado “Estado democrático de direito”, cuja designação mais correta seria “Estado democrático dos direitos políticos”, os quais, como o próprio nome sugere, acabam sendo prioridade sim, mas para os políticos.
Como o poder político não sobrevive sem o poder econômico, os nossos políticos se renderam aos donos do poder econômico, atuando, na maioria dos casos, como subordinados da chamada “oligarquia”, um termo elegante para designar as poucas pessoas que concentram uma parcela fabulosa do dinheiro que circula no mundo.
3. Todavia, as razões que levaram Lula a escolher a Dilma como sua sucessora, não estão esclarecidas. No discurso que fez em setembro de 2014 em defesa da Petrobrás, Lula disse, referindo-se a ele próprio:
"Alguém pode perguntar porque Lula escolheu a Dilma e não alguém ligado a ele historicamente. É porque eu não via a presidência da República como clube de amigos, mas como uma coisa muito séria que tem que ser governada por alguém que tem pulso firme".
Será que foi este mesmo o motivo? O próprio Lula tem insistentemente recomendado à Dilma que seja flexível no seu relacionamento com os aliados.
Será que Lula cometeu o erro (gravíssimo por sinal) de não ter combinado com a Dilma que ela não se candidataria à reeleição?
O “pulso” (que alguns chamam de personalidade) forte da Dilma ele já conhecia. Não previu os efeitos colaterais desta “personalidade forte?”
Será mesmo que a personalidade da Dilma é forte? Ou a força que ela revela no seu relacionamento com os outros seria, pelo contrário um sinal de “fragilidade psicológica” adquirida na sua infância?
O que é evidente é que o comportamento de Dilma ao longo da vida revela uma clara falta de “maturidade emocional”. Essa imaturidade ficou comprovada (cientificamente) quando ela participava de “assaltos à mão armada”. Mais do que “imaturidade” é uma prova concreta de falta de equilíbrio emocional. Ocorre que Lula não se baseou em nenhum diagnóstico psicológico para eleger a Dilma, até mesmo porque ele é também é vitima de alguns transtornos emocionais, o que diga-se de passagem, é comum na política.
A política, ao contrário do que pensa a nossa juventude idealista, é uma atividade que exerce uma forte atração sobre pessoas que têm alguns traços “comportamentais” específicos, como por exemplo a necessidade de conquistar a fama (narcisismo) combinada com a necessidade de exercer o poder de uma forma mandatória, quando se trata de políticos com personalidade autoritária.
Seja qual for a razão pela qual Lula escolheu Dilma como o seu “poste” preferido, uma coisa eu posso GARANTIR: Dilma não passaria num processo seletivo conduzido criteriosamente nem para um cargo de secretária. Imagine uma secretária que sofra deste transtorno: dislexia – com essa grave dificuldade na fala, uma moça ou senhora não pode exercer com eficácia a função de secretária.
A Dilma não tem culpa nenhuma de ter sido vitima da dislexia. É bem provável que este problema tenha surgido na sua infância. Será que os pais providenciaram o tratamento deste transtorno, que infelizmente é muito complexo e exige a participação de uma equipe multidisciplinar com pelos menos 3 especialistas?:
Psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista. Mas a par da dislexia, será que os pais de Dilma deram a ela uma educação fundamentada nos conceitos e métodos da psicopedagogia, que já estavam bem desenvolvidos à época? É provável que não. O que terá acontecido? Jamais saberemos, mas a própria Dilma, ingenuamente, ou mal assessorada por seu marketeiro, chegou a nos dar algumas pistas. Por exemplo, ela descreveu assim uma cena da infância, num programa eleitoral de 2010:
"Apareceu um menino na porta da minha casa querendo comida. Falou para mim que não tinha nada, e eu tinha uma nota de dinheiro. Peguei a nota, rasguei, dei metade para ele e fiquei com a outra." Será normal uma criança fazer isso? Que idade ela tinha?
Dilma estudou numa escola católica só para meninas e de procedimentos rígidos, o que por si só, revela um descompasso com os princípios mais elementares da psicopedagogia, sendo um deles fundamental: dar limites com amor. Está aí uma boa coisa que o Papa Revolucionário Francisco poderia fazer: rever os métodos de ensino das escolas católicas, se é que elas já não abandonaram esta metodologia retrógrada.
No mesmo programa, uma amiga sua de infância relatou que a Dilma tinha nesta escola esse comportamento rebele:
"Deixar a professora na sala, sair e não fazer a prova. Matar a missa e as freiras descobrirem... E a gente ficava um pouquinho de castigo", contou Márcia Fontes
Não teria o pai também revelado esse autoritarismo? É o que sugere essa declaração de Dilma:
"A única coisa que meu pai falava era o seguinte: tem de estudar! Tem de estudar, tem de ler livro, muito livro."
O comportamento que a Dilma tem revelado hoje está claramente associado aos problemas emocionais da infância (e da adolescência) não resolvidos. Além da dislexia que, por si só é um problema psicológico (e não apenas fonoaudiológico) ela tem manifestado, através de aparições na mídia, ou segundo relatos feitos por jornalistas confiáveis, atitudes de arrogância e inflexibilidade. E quanto ao seu relacionamento com os Ministros, quantas vezes já não lemos noticias informando sobre a sua forma truculenta de falar, além do “pavio curto”?
Se Lula foi sincero quando elogiou o “pulso forte” da Dilma, cometeu o erro de não associar essa suposta qualidade aos transtornos emocionais de sua sucessora. Assim está a política no Brasil (e no mundo): o povo elege como Presidentes da República candidatos sem levar em conta MINIMAMENTE, o seu perfil psicológico. Portanto, a tão vangloriada “democracia” não passa de um sistema político doentio, o que por si só, é suficiente para colocar em risco o futuro da humanidade.
AGORA, PREZADOS ANTI-PETISTAS GENÉTICOS: a história de vida da Dilma revela duas coisas: que ela não foi feliz e que não conseguiu fazer uma terapia para resolver seus problemas emocionais instalados na infância e que se expandiram na sua adolescência. Portanto, existe sim a possibilidade de ela ser uma pessoa de BOM CARÁTER, como algumas pessoas que não são suas amigas da velha guarda têm dito. O que ela precisaria fazer hoje, é encontrar o melhor analista do Brasil, de formação freudiana não ortodoxa – e portanto multidisciplinar, e que adote alguns conceitos e métodos da psicologia cognitiva- para retomar a análise que ela abandonou. A prioridade da Dilma hoje é uma assessoria psicológica – e não política.
4. A ambiguidade é um dos elementos chaves da estratégia maquiavelana, como revela a política romana do “pão e circo” que pode ser atualizada em nossos dias com a expressão “pão e TV” ( É Fantástico...hoje na TV como ontem nas arenas onde os degladiadores despertavam na platéia grande emoções, ao se matarem. Nós não precisamos mais nos dar ao trabalho de sair de casa para satisfazer nossa sede insaciável de emoções negativas. A ambiguidade é inerente à natureza humana onde moram o bem e o mal. Aliás se o mal não existisse, o bem também não existiria, da mesma forma que não existe a vida sem a morte. Isso explica porque os programas de TV que exibem cenas de violência têm tanta audiência. O nosso cérebro foi configurado geneticamente para prestarmos máximo de atenção às imagens que denotam perigo e assim acabamos nos condicionando a dedicar nossa atenção às cenas onde aparece o “espetáculo” da violência.
No caso da relação de Dilma com Lula a ambiguidade está bem revelada, pois no mesmo discurso ele consegue, ora vangloriá-la ora expor seus (dela) defeitos.
A melhor coisa para Lula seria ela cair fora e entrar no lugar dela alguém da oposição do PT, pois certamente a economia do país não vai se recuperar durante este mandato da Dilma. Assim, Lula poderá se candidatar de novo , mostrando as diferenças entre o governo dele e de seus sucessores. Mais do que isso, depois de reduzidos os efeitos colaterais do (des) “Ajuste Fiscal” ele poderá atualizar a política assistencialista que o conduziu ao poder (assistencialismo não é sinônimo de populismo, pois a filantropia também tem caráter assistencialista). Como todo o mundo vai culpar a Dilma pela desastrosa crise em que nós entramos, isso por imposição do bode expiatório que mora no nosso inconsciente e que tem a função de saciar a nossa vontade de sempre encontrar UM culpado para tudo, Lula poderá dizer algo o tipo:
“Dilma como até seus opositores reconhecem, é uma mulher correta. Apenas não estava preparada para enfrentar as feras do nosso mundo político. O pulso firme, como eu dizia, é realmente necessário, mas precisa ser combinado com a suavidade: o estadista precisa em alguns momentos ser muito firme e outros momentos ser gentil e suave. Essa flexibilidade é fundamental para o bom desempenho de um governante”. (espero que ele não leia este artigo, pois do contrário corremos o risco de ele fazer uso desta falácia marketeira).
Quer dizer então que Lula pode voltar a ser Presidente do Brasil? Bem... acho isso um bocado difícil, mas tendo como concorrente um Aécio Neves, o povo pode achar que o Lula é “menos pior”. Eleger o menos pior já faz parte da cultura de resignação de nosso povo. Ou o menos pior seria o Alckmin?
5. E para o Brasil, o que seria melhor hoje?
Para acalmar uma grande parte de nossa população, que envolve agora não apenas a classe média, mas também uma parcela dos pobres, é claro que o melhor seria a Dilma pedir demissão, evitando assim o agravamento da crise política (e social) que o processo de impeachment vai provocar, durante a sua prolongada gestação.
Essa atitude acalmaria também o “Sagrado Mercado” que despertaria seu “instinto animal” voltando a investir no Brasil, cuja credibilidade já chegou no fundo do poço. Se o povo brasileiro tivesse um ímpeto revolucionário e uma liderança capaz de capitalizar este ímpeto para colocar o país nas verdadeiras trilhas do desenvolvimento, através de reformas radicais, começando pela reforma do estado e pela reforma política (que são coisas diferentes) e baseando essas reforma nestes 3 princípios – ética, humanismo e transparência – poderíamos dar um salto e pela primeira vez em nossa história viabilizar a realização das imensas potencialidades desta Nação.
Mas infelizmente o DNA do Brasil foi configurado de tal modo, que seu destino é NÃO REALIZAR SUAS POTENCIALIDADES. Uma das provas deste transtorno genético foi a nossa Independência que teve a “colaboração” da Inglaterra que tinha grandes interesses comerciais na então colônia de Portugal. A outra evidência do transtorno se revelou na (des) qualificação do país como sendo “essencialmente agrícola”.
Como o desenvolvimento depende essencialmente da industria e da tecnologia, esse espírito agrícola se coadunou muito bem com o espírito colonial, transformando o Brasil, em pleno século XXI num exportador de commodities e num importador dos produtos que são industrializados lá fora com essas commodities.
O resultado desta trama espiritual é que continuaremos economicamente dependentes. Infelizmente a historia não deu o devido valor à Independência Econômica, e sem ela, a outra Independência, a de 7 de setembro de1822 , no caso do Brasil, não passa de um simulacro.
Ps. As informações sobre a infância de Dilma Roussef foram extraídas desta matéria da FSP:
Mtnos Calil, Psicanalista, é coordenador do grupo Mãos Limpas Brasil.
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