quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Estatais elétricas agora admitem que a culpa não é da chuva mas do governo

Estatais elétricas agora admitem que a culpa não é da chuva mas do governo

POR MÍRIAM LEITÃO
As estatais estão culpando as decisões do governo por prejuízos das hidrelétricas. Matéria da “Folha de S. Paulo” revelou documentos enviados pelas empresas à Aneel, que decidirá quem vai pagar o rombo de R$ 20 bi das geradoras. Elas reclamam que o problema não se deve meramente a falta de chuvas, mas a decisões dos gestores do sistema. As empresas estão certas. A política energética do governo provocou muitos desequilíbrios no setor.  
Eletrobrás, Furnas e Eletronorte seguiram a mesma linha, de acordo com a apuração dos repórteres Dimmi Amora e Julia Borba.
A reclamação é justa, mas veio tarde. O governo espalhou desequilíbrio por todo o sistema, desde a MP 579 de 2012. O rombo das distribuidoras está sendo pago pelos consumidores. Mas o prejuízo das geradoras ainda não tem uma solução.
Por intervenção do governo, elas tiveram que reduzir os preços em época de seca. O consumo aumentou, a produção diminuiu e as geradoras tiveram que comprar energia no mercado para cumprir os contratos de fornecimento. O governo decidiu o oposto do que deveria ter feito, e os documentos revelados pela “Folha” deixam isso claro.
A Eletronorte ressalta que o governo não tomou medidas para equilibrar financeiramente o setor, especialmente em 2014, no período eleitoral. Na opinião de Furnas, a atuação do governo teve efeitos nefastos.
Os documentos confirmam tudo o que disseram os críticos dessa política energética do governo. Equivocada, ela foi feita para manipular os eleitores e gerou enormes prejuízos. Toda essa conta pesa agora sobre as famílias e as empresas.


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