É hora de chutar o balde: agora ou nunca!
Já que sobrevivemos no Brasil da impunidade ampla, geral e irrestrita, sob governança do crime institucionalizado, vamos nos permitir alguns segundos de delinquência intelectual no melhor estilo Hobin Hood. Roubemos o raciocínio inteligente de um leitor, claro, devolvendo aos pobres carentes de polêmicas pertinentes. E, para alegrar o craque $talinácio, apelemos para a metáfora futebolística.
O leitor Luiz Fernando marcou um golaço de placa em comentário a este Alerta Total: "O que se pode esperar de um país em que o povo idolatra o futebol enquanto os políticos estão fazendo negociatas e roubando a nação? Onde se compra o voto com a bolsa esmola? Onde o analfabeto tem direito a votar igual a uma pessoa esclarecida politicamente? Onde o governo nomeia os juízes que irão julgá-los? Onde os rentistas é que mandam, tantos os de dentro quanto os de fora? Onde a corrupção está enraizada nas três esferas do poder? Nada, absolutamente nada".
Luiz Fernando foi além na goleada do argumento: "Protestar nas redes sociais, ridicularizar os detentores do poder, ficar de mau humor, não adianta. O governo desarmou a população para que ela não tivesse uma forma de reagir e não o podendo, lamenta-se da inflação, diz que político não presta e na próxima eleição faz tudo errado novamente. Depois vão torcer por um time de futebol qualquer que é o único direito que tem. Pão e circo para todos vocês, analfabetos políticos".
O Luiz Fernando marcou 7 - e não tomou 1. O cidadão-eleitor-contribuinte no Brasil mais parece um fanático torcedor de futebol. A situação é tão grave que nem aquela derrota para Alemanha, que fez aniversário de um aninho outro dia, conseguiu servir de lição. Continuamos não entendendo nada, mas reclamando de tudo, principalmente do governo, ou do nosso time de futebol toda vez que perde.
Por isso, é hora de chutar o balde! Cultural e civilizatoriamente, estamos abaixo de qualquer volume morto. Devemos aproveitar nossas inúmeras qualidades e exorcizar nossos gigantescos defeitos. Precisamos renascer como brasileiros. E temos de nos reinventar como Nação Soberana. Se não for assim, melhor assumir que somos uma vagabunda colônia de exploração e escolher a qual metrópole-cafetã queremos servir. Como está não dá mais! Temos de romper com o Brasil Capimunista.
O princípio de ação estratégica é bem simples e fácil. Só o exemplo correto educa. Assim, devemos nos espelhar em conceitos objetivamente corretos. Só soluções concretas resolvem. Uma boa tática é não reinventar a roda. Devemos aproveitar o que o resto do mundo tem de bom, combinando com o que conseguimos, por milagre, ter de melhor por aqui. Eis o caminho para mudar nossa estrutura. Nossa crise (permanente) é mais estrutural que política, econômica ou moral.
O Brasil precisa ser refundado como República Federativa de verdade, transparente, que valorize o poder local, a partir dos bairros, distritos, cidades, estados e regiões, até chegar à União (que deve operar pela lógica do poder descentralizado, e não a ditadura formal que temos desde 1889). Temos de instituir um poder central controlável pelos cidadãos-eleitores-contribuintes. Fiscalização, com pressão democrática legítima, é a base de gestão de qualquer coisa, de um condomínio ao governo.
Não tem outro caminho prático. O atalho para a mudança é outorgar uma Constituição enxuta, autoaplicável, sem necessidade de milhares de emendas regulatórias. Junto com ela, é urgente instaurar um novo sistema Judiciário, que valorize arbitragens, e julgue questões que a lei não consiga pacificar e que puna, com rigor claro e objetivo, previsto em códigos simplificados, qualquer um que cometer o crime de descumprir a lei.
Outro ponto chave é simplificar a cobrança de tributos, através de uma espécie de imposto justo. Isto também reduziria, de imediato, a corrupção gerada pela estrutura voraz de arrecadação da máquina estatal. A sonegação se tornaria inviável e desnecessária. Receitas e despesas, com suas respectivas previsões e autorizações de gastos ou investimentos, têm de ser expostos publicamente.
Com a evolução da informática, é moleza fazer isso. Basta vontade política. Não tem mais sentido o cartorialismo burocrático que encarece produtos e serviços. Muito menos o empreguismo estatal. O servidor público tem de ser bem remunerado nas funções que forem eleitas como essenciais. O resto é terceirizável. E tudo pago conforme um orçamento público cuja execução financeira tem funcionar on line, em rede social.
Este modelo transparente de gestão da coisa pública tem consequências imediatas. Vai obrigar uma repactuação da dívida pública. Provocará, naturalmente, uma queda de juros. Uma nação soberana, onde o cidadão tem de estudar, trabalhar e empreender, não pode ficar refém do rentismo. O sistema confiável e transparente, socialmente fiscalizável, das cooperativas de crédito deverá substituir os tradicionais bancos - que hoje vivem da usura, da cobrança abusiva de taxas e do cafetizante processo de rolagem da dívida impagável de governos sem qualquer responsabilidade - fiscal, inclusive.
O leitor mais cético ou incrédulo já deve estar perguntando e torcendo para o texto acabar logo... Como, na prática, podemos promover tais mudanças básicas no Brasil? A resposta é: os cidadãos, unidos, precisam exercer seu Poder Instituinte. Este é o poder real que cria todas as coisas públicas. O resto é ilusão de poder - que só sacaneia e explora o povo. Para isso, cada indivíduo deve assumir a postura de Elite Moral - que consegue pensar mais no bem comum que egoisticamente em si próprio.
Novamente, temos de retornar ao grande impasse tupiniquim. Historicamente, não fomos criados para agir assim, de forma verdadeiramente republicana. Temos o defeito originário, que temos de superar. Somos uma nação que foi inventada por um Estado autoritário (e não um povo que institui uma nação soberana e democrática, com segurança do Direito).
A grande novidade do Brasil interligado em rede social é que as pessoas comuns começam a perceber a necessidade de nos tornarmos uma nação de verdade, com um sistema estatal que respeite e beneficie o cidadão-eleitor-contribuinte. A partir de tal entendimento básico, onde cada um que tem direito também precisa cumprir seu dever, são criadas as pré-condições históricas para as transformações (nem tão simples, porém muito objetivas que este pequeno texto conseguiu resumir).
Por isso, voltando ao provocativo raciocínio do leitor Luiz Fernando, vamos parar de perder tempo com briga de torcida - que é uma discussão ideológica inútil que leva a lugar algum. Vamos parar apenas de "torcer pelo Brasil" e vamos jogar o jogo necessário para mudá-lo. Não temos mais alternativa. É vencer ou vencer!
O lance inicial é simplório. Basta chutar o balde! E correr para limpar a sujeira. Depois da faxina, exerça pressão legítima para não deixar ninguém sujar. Mas, se o sujismundo insistir na delinquência, vamos exigir que seja punido com o rigor da lei. Democracia é Segurança do Direito. Exerça o seu e as coisas começam a mudar para melhor na sua vida.
Como diria meu amado professor Joel Santana: Let´s Kick de bald! And go to gol!
Significado do crucifixo dado por Evo Morales ao Papa Francisco
Católicos já arrumaram uma excelente explicação simbólica para o Cristo colocado em foice e martelo pelos ideólogos bolivarianos do Foro de São Paulo...
Aliás, se a Dilma gostou do presentinho dado ao papa, antes de pedir um igual para ela, deve dar uma lida no longo artigão, abaixo, do kamarada Carlos I.S. Azambuja: Terrorismo Nunca Mais: Para Dilma ler, de novo, na cama...
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O filme "Dawn of Justice" (título que bem lembra a realidade brasileira), com a guerra entre os dois super-heróis, tem estreia prevista em 25 de março de 2016, nos cinemas dos EUA.
Refazendo as contas
Troca-troca?
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