sábado, 18 de julho de 2015

Alvo do Leão da Receita e da Lava Jato, Cunha vira oposição, lança CPIs e acelera impedimento de Dilma

Alvo do Leão da Receita e da Lava Jato, Cunha vira oposição, lança CPIs e acelera impedimento de Dilma


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Rousseff já pode fazer a contagem regressiva para deixar a Presidência da República, depois que Eduardo Cunha anunciou seu rompimento com o governo? A resposta parece ser positiva. Revoltado depois que sofreu uma devassa fiscal promovida pelo Núcleo de Inteligência da Receita Federal e injuriado por ter sido denunciado em delações premiadas da Lava Jato, o presidente da Câmara garante ter maioria folgada, de mais de 300 parlamentares, para votar e aprovar um pedido de impeachment de Dilma, por crime de responsabilidade, seja em função das pedaladas fiscais ou por qualquer outro motivo.

Na onda de "oposicionista", Eduardo Cunha resolveu partir para um confronto final com a petelândia. Mandou criar a CPIs do BNDES - que vai atingir o até agora intocável Luciano Coutinho (presidente do banco e membro do conselho de administração da Petrobras). Em agosto, Cunha já dá como certa outra bomba: a instalação da CPI dos Fundos de Pensão. Cunha avalia que acaba com Dilma e Lula, acendendo a fogueira destas duas comissões parlamentares de inquérito.

O grande perigo do movimento oposicionista, aparentemente sem retorno, de Eduardo Cunha é que o governo ficará definitivamente paralisado. Tal inércia compulsória, combinada com as besteiras que agravaram a maior crise estrutural, política, econômica e moral nunca antes vista em nossa história, tende a parar o Brasil, se não houver uma solução imediata para o impasse institucional que tem tudo para se prolongar.   

Cunha já avisou ontem que, em 30 dias, terá um parecer sobre 11 pedidos de impedimento da Presidenta apresentados na Câmara. Cunha já soltou seus pit-buls contra Dilma. Mandou ontem um ofício ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), dando um prazo de dez dias para ele justificar o pedido de impeachment feito em 12 de março deste ano. O de Bolsonaro é o único pedido feito e assinado por um parlamentar - o que tem peso jurídico. Militantes do Movimento Brasil Livre também pediram o afastamento de Dilma. Cunha quer esgotar a pauta de pedidos com votação no plenário que ele domina.

A revolta de Eduardo Cunha fará com que a Câmara comece a cumprir uma obrigação: a análise das contas dos governos. Isto nunca foi feito na gestão dos petistas. A última apreciação e aprovação ocorreu em 2002, com Fernando Henrique Cardoso. As contas de todas as administrações de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2010) e de Dilma Rousseff (2010 até agora) nunca foram analisadas pelo Congresso Nacional.

Atualiza, Bolsonaro


Bolsonaro defende a tese de que Dilma foi beneficiada pelos desvios de dinheiro na Petrobras e cometeu crime contra a administração pública ao não atuar contra os desmandos: "Mais do que despreparo, mostra-se evidente a omissão da denunciada ao deixar de adotar medidas preventivas e repressivas para combater o câncer da corrupção em seu governo, mantendo, perto de si e em funções de alta relevância da administração federal, pessoas com fortes indícios de comprometimento ético e desvios de conduta. Deixou de agir em defesa da sociedade da qual é responsável máxima na administração pública".

Resumindo toda essa opereta da hecatombe tupinuquim: Quem puder menos vai se ferrar mais...




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 18 de Julho de 2015.

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