Snowden acusa Reino Unido de espionar comunicações com fibra óticaSnowden recebeu o apoio do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que disse: "Edward Snowden é um dos nossos"
Publicação: 22/06/2013 16:14 Atualização: 22/06/2013 17:26
Londres - Os serviços britânicos de inteligência tiveram acesso aos cabos com fibra ótica e desempenharam um papel importante na vigilância das comunicações mundiais, segundo documentos vazados por Edward Snowden ao Guardian que indignaram os defensores das liberdades individuais. Segundo o ex-consultor, acusado de espionagem nos Estados Unidos por ter divulgado programas norte-americanos de vigilância das comunicações, este fenômeno não é "só um problema norte-americano".
"O Reino Unido desempenha um papel predominante", declarou Snowden, citado sábado pelo jornal britânico The Guardian. "São piores que os norte-americanos", acrescentou, em relação ao Quartel Geral de Comunicação do Governo (GCHQ), serviço britânico de escutas. Uma porta-voz da agência britânica afirmou que a GCHQ respeita "escrupulosamente" a lei. "Não comentamos questões relacionadas à inteligência. Nossas agências de inteligência continuam a agir respeitando a lei", se limitou a declarar.
Em um sinal de crescente tensão internacional pelo caso, a Alemanha disse, neste sábado, que a Europa precisa que o Reino Unido esclareça estas últimas revelações. A ministra da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, acrescentou que certamente as acusações seriam uma "catástrofe".
Em um sinal de crescente tensão internacional pelo caso, a Alemanha disse, neste sábado, que a Europa precisa que o Reino Unido esclareça estas últimas revelações. A ministra da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, acrescentou que certamente as acusações seriam uma "catástrofe".
Segundo o jornal britânico, o GCHQ teve acesso aos cabos transatlânticos com fibra ótica que permitem o tráfego na Internet e nas ligações telefônicas, por "acordos secretos" com empresas privadas, e compartilha dados obtidos com a Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA). O GCHQ pode armazenar, por um período de até 30 dias, os dados obtidos por meio de redes de cabos de fibra ótica, a fim de analisá-los no âmbito de uma operação chamada "Tempora", que começou há 18 meses, indicou o jornal neste sábado.
O diretor da comissão parlamentar britânica encarregada da informação e da segurança, Malcolm Rifkind, disse esperar ter uma resposta por parte do GCHQ sobre este caso nos próximo dias. "A pergunta chave não é tanto saber a quantidade de dados que (o GCHQ) pode coletar em teoria, mas sim ao que pode ter acesso, se é uma intromissão na vida privada dos cidadãos", resumiu na BBC, acrescentando que a comissão poderia decidir perguntar diretamente ao diretor do GCHQ e se deter, sobre "todo documento que permita esclarecer a situação".
A oposição trabalhista informou que as informações do Guardian destacavam a "urgência e a importância do trabalho sobre este tema por parte da comissão sobre a inteligência e a segurança", enquanto os militantes para a proteção da vida privada expressaram sua preocupação. "Se o GCHQ interceptou um grande número de comunicações de pessoas inocentes no marco de uma operação de grande envergadura, não vejo como isso pode cumprir com o procedimento que prevê uma autorização (governamental) para cada interceptação de comunicação individual. Este tema deve ser tratado urgentemente no Parlamento", declarou o diretor da associação Big Brother Watch, Nick Pickes.
Shami Chakrabarti, diretora de Liberty, outra associação de proteção das liberdades individuais, se mostrou "escandalizada, mas não surpresa" pelas informações do Guardian e acusou o GCHQ de realizar "uma interpretação muito generosa da lei". "Exploram o fato de que a internet é internacional por natureza", disse na BBC.
Segundo o Guardian, os dados obtidos incluem gravações de conversas telefônicas, o conteúdo de e-mails, mensagens do Facebook e o histórico da atividade online de um internauta. Os documentos consultados pelo Guardian mostram que, em 2012, a agência britânica tinha acesso a mais de 200 cabos com fibra ótica e poderia tratar 600 milhões de comunicações telefônicas diárias. Os dois principais componentes do programa de vigilância de GCHQ são "Dominar Internet" ("Mastering the Internet") e a "Exploração das telecomunicações mundiais" ("Global Telecoms Exploitation") e são, indica o Guardian, realizadas sem "que o público tenha o menor conhecimento".
Em declarações ao South China Morning Post, Snowden afirmou também que o governo norte-americano está hackeando companhias de celulares chineses para obter dados de milhões de mensagens de texto. Espiões dos EUA também teriam hackeado a famosa universidade de Tsinghua em Pequim e a operadora de redes de fibra ótica asiática Pacnet, disse o jornal nesta edição deste sábado.
Neste sábado, Snowden recebeu o apoio do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que solicitou a um "país corajoso" a ser voluntário para conceder asilo ao norte-americano. "Que país corajoso o apoiará e reconhecerá o serviço que presta à humanidade? Edward Snowden é um dos nossos. Bradley Manning é um dos nossos. São jovens dotados para a tecnologia, que pertencem à geração que foi traída por Barack Obama", questionou Assange.
O diretor da comissão parlamentar britânica encarregada da informação e da segurança, Malcolm Rifkind, disse esperar ter uma resposta por parte do GCHQ sobre este caso nos próximo dias. "A pergunta chave não é tanto saber a quantidade de dados que (o GCHQ) pode coletar em teoria, mas sim ao que pode ter acesso, se é uma intromissão na vida privada dos cidadãos", resumiu na BBC, acrescentando que a comissão poderia decidir perguntar diretamente ao diretor do GCHQ e se deter, sobre "todo documento que permita esclarecer a situação".
A oposição trabalhista informou que as informações do Guardian destacavam a "urgência e a importância do trabalho sobre este tema por parte da comissão sobre a inteligência e a segurança", enquanto os militantes para a proteção da vida privada expressaram sua preocupação. "Se o GCHQ interceptou um grande número de comunicações de pessoas inocentes no marco de uma operação de grande envergadura, não vejo como isso pode cumprir com o procedimento que prevê uma autorização (governamental) para cada interceptação de comunicação individual. Este tema deve ser tratado urgentemente no Parlamento", declarou o diretor da associação Big Brother Watch, Nick Pickes.
Shami Chakrabarti, diretora de Liberty, outra associação de proteção das liberdades individuais, se mostrou "escandalizada, mas não surpresa" pelas informações do Guardian e acusou o GCHQ de realizar "uma interpretação muito generosa da lei". "Exploram o fato de que a internet é internacional por natureza", disse na BBC.
Segundo o Guardian, os dados obtidos incluem gravações de conversas telefônicas, o conteúdo de e-mails, mensagens do Facebook e o histórico da atividade online de um internauta. Os documentos consultados pelo Guardian mostram que, em 2012, a agência britânica tinha acesso a mais de 200 cabos com fibra ótica e poderia tratar 600 milhões de comunicações telefônicas diárias. Os dois principais componentes do programa de vigilância de GCHQ são "Dominar Internet" ("Mastering the Internet") e a "Exploração das telecomunicações mundiais" ("Global Telecoms Exploitation") e são, indica o Guardian, realizadas sem "que o público tenha o menor conhecimento".
Em declarações ao South China Morning Post, Snowden afirmou também que o governo norte-americano está hackeando companhias de celulares chineses para obter dados de milhões de mensagens de texto. Espiões dos EUA também teriam hackeado a famosa universidade de Tsinghua em Pequim e a operadora de redes de fibra ótica asiática Pacnet, disse o jornal nesta edição deste sábado.
Neste sábado, Snowden recebeu o apoio do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que solicitou a um "país corajoso" a ser voluntário para conceder asilo ao norte-americano. "Que país corajoso o apoiará e reconhecerá o serviço que presta à humanidade? Edward Snowden é um dos nossos. Bradley Manning é um dos nossos. São jovens dotados para a tecnologia, que pertencem à geração que foi traída por Barack Obama", questionou Assange.
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