Especialistas consideram insuficiente plano climático de ObamaA peça central da estratégia envolve usinas de geração de energia, que são responsáveis por 40% das emissões de carbono, mas não têm limites impostos pelo governo federal sobre quanto carbono devem emitir
Publicação: 25/06/2013 18:46 Atualização:
WASHINGTON - Ambientalistas americanos afirmaram nesta terça-feira que o plano lançado pelo presidente Barack Obama para combater as mudanças climáticas chegou tarde e será insuficiente para reverter um problema global que avança mais rápido do que as soluções.
Para alguns especialistas, será uma batalha penosa implementar as políticas que Obama anunciou utilizando seus poderes executivos, uma vez que os legisladores americanos têm sido incapazes de chegar a um acordo sobre como preservar a economia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões. Segundo alguns, um obstáculo importante será estabelecer padrões de emissões para usinas elétricas antes que Obama deixe o poder, em três anos, e a peça que falta neste quebra-cabelas é um imposto sobre o carbono que puna os poluidores e recompense os empreendedores de energia limpa.
O Centro da Diversidade Biológica descreveu o plano de Obama como "modesto" e alertou que é insuficiente por não estabelecer um limite nacional de emissões de dióxido de carbono que se limitem a 350 partes por milhão.
Para alguns especialistas, será uma batalha penosa implementar as políticas que Obama anunciou utilizando seus poderes executivos, uma vez que os legisladores americanos têm sido incapazes de chegar a um acordo sobre como preservar a economia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões. Segundo alguns, um obstáculo importante será estabelecer padrões de emissões para usinas elétricas antes que Obama deixe o poder, em três anos, e a peça que falta neste quebra-cabelas é um imposto sobre o carbono que puna os poluidores e recompense os empreendedores de energia limpa.
O Centro da Diversidade Biológica descreveu o plano de Obama como "modesto" e alertou que é insuficiente por não estabelecer um limite nacional de emissões de dióxido de carbono que se limitem a 350 partes por milhão.
"Estamos felizes em ver o presidente finalmente se voltar para as mudanças climáticas, mas a verdade é que o que ele está propondo não é grande nem rápido o suficiente para responder à assustadora proporção da crise climática", disse o conselheiro sênior da instituição, Bill Snape. "A Casa Branca não pode se arriscar em questões climáticas rígidas", acrescentou, destacando que o plano ignora os riscos representados pela prospecção no Ártico, pela fratura hidráulica para exploração de gás natural e pelo controverso projeto do oleoduto Keystone entre o Canadá e os Estados Unidos.
Snape também disse que o plano visa a colocar os Estados Unidos no caminho de uma redução de 4% até 2020 nas emissões de gases estufa com base nos níveis de 1990, embora esta diminuição "não seja suficiente para evitar a elevação das temperaturas, segundo cientistas climáticos".
A peça central da estratégia envolve usinas de geração de energia, que são responsáveis por 40% das emissões de carbono, mas não têm limites impostos pelo governo federal sobre quanto carbono devem emitir.
O presidente convocou a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) para criar uma proposta em 2014 com o objetivo de regular o dióxido de carbono gerado em usinas existentes e concluí-la em 2015, mas não foram dados detalhes sobre o que exigiria ou quanto custaria.
"Estabelecer padrões para as usinas de carvão será a prioridade e ele vai precisar assegurar que serão respeitados bem antes do fim de seu governo", afirmou Alden Meyer, diretor de estratégia e política da União de Cientistas Preocupados (UCS, na sigla em inglês). "Por fim, também vamos precisar 'precificar' as emissões de carbono de forma a refletir os custos crescentes das mudanças climáticas. O Congresso terá que entrar em cena", disse Meyers.
A UCS e o Instituto de Recursos Mundiais (WRI) concordaram que é possível cumprir a meta de Obama, anunciada em 2009, de reduzir até 2020 as emissões de gases estufa em 17% com base nos níveis de 2005.
"O governo Obama tem as ferramentas para alcançar a meta do país de 17% e avançar para reduções maiores mais adiante. Pelo bem das gerações futuras, não podemos esperar", afirmou Andrew Steer, presidente do WRI. "Combater a poluição de carbono gerada por usinas elétricas é a maior oportunidade e deve estar no centro de qualquer abordagem séria para reduzir as emissões americanas. Pela primeira vez um presidente americano está assumindo esta ação", acrescentou.
Embora muitos especialistas tenham aplaudido Obama por finalmente anunciar alguma iniciativa neste sentido, eles também alertaram que o problema do aquecimento global está piorando e exige mais.
"O problema se tornou muito maior enquanto os Estados Unidos o ignoravam", afirmou Saleemul Huq, associado sênior do grupo de mudanças climáticas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. "Consequentemente, o mundo agora está no caminho de um cenário de elevação da temperatura de 4 graus (Celsius) até 2100, a menos que ações muito mais drásticas sejam adotadas no campo da mitigação por todos os países, inclusive os Estados Unidos", alertou. "O presidente Obama diz querer que os Estados Unidos liderem este esforço globalmente. Sua promessa é bem-vinda, mas suas ações ainda são insuficientes diante daquilo que é exigido", acrescentou.
Segundo Eileen Claussen, presidente do Centro de Soluções para o Clima e a Energia, Obama tem um longo caminho pela frente. "Implementar o plano do presidente será extremamente desafiador. Mas a grande maioria do público americano é favorável a uma ação climática mais forte, e com um plano no lugar, o governo agora precisa avançar com um real senso de urgência", disse Claussen
Snape também disse que o plano visa a colocar os Estados Unidos no caminho de uma redução de 4% até 2020 nas emissões de gases estufa com base nos níveis de 1990, embora esta diminuição "não seja suficiente para evitar a elevação das temperaturas, segundo cientistas climáticos".
A peça central da estratégia envolve usinas de geração de energia, que são responsáveis por 40% das emissões de carbono, mas não têm limites impostos pelo governo federal sobre quanto carbono devem emitir.
O presidente convocou a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) para criar uma proposta em 2014 com o objetivo de regular o dióxido de carbono gerado em usinas existentes e concluí-la em 2015, mas não foram dados detalhes sobre o que exigiria ou quanto custaria.
"Estabelecer padrões para as usinas de carvão será a prioridade e ele vai precisar assegurar que serão respeitados bem antes do fim de seu governo", afirmou Alden Meyer, diretor de estratégia e política da União de Cientistas Preocupados (UCS, na sigla em inglês). "Por fim, também vamos precisar 'precificar' as emissões de carbono de forma a refletir os custos crescentes das mudanças climáticas. O Congresso terá que entrar em cena", disse Meyers.
A UCS e o Instituto de Recursos Mundiais (WRI) concordaram que é possível cumprir a meta de Obama, anunciada em 2009, de reduzir até 2020 as emissões de gases estufa em 17% com base nos níveis de 2005.
"O governo Obama tem as ferramentas para alcançar a meta do país de 17% e avançar para reduções maiores mais adiante. Pelo bem das gerações futuras, não podemos esperar", afirmou Andrew Steer, presidente do WRI. "Combater a poluição de carbono gerada por usinas elétricas é a maior oportunidade e deve estar no centro de qualquer abordagem séria para reduzir as emissões americanas. Pela primeira vez um presidente americano está assumindo esta ação", acrescentou.
Embora muitos especialistas tenham aplaudido Obama por finalmente anunciar alguma iniciativa neste sentido, eles também alertaram que o problema do aquecimento global está piorando e exige mais.
"O problema se tornou muito maior enquanto os Estados Unidos o ignoravam", afirmou Saleemul Huq, associado sênior do grupo de mudanças climáticas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. "Consequentemente, o mundo agora está no caminho de um cenário de elevação da temperatura de 4 graus (Celsius) até 2100, a menos que ações muito mais drásticas sejam adotadas no campo da mitigação por todos os países, inclusive os Estados Unidos", alertou. "O presidente Obama diz querer que os Estados Unidos liderem este esforço globalmente. Sua promessa é bem-vinda, mas suas ações ainda são insuficientes diante daquilo que é exigido", acrescentou.
Segundo Eileen Claussen, presidente do Centro de Soluções para o Clima e a Energia, Obama tem um longo caminho pela frente. "Implementar o plano do presidente será extremamente desafiador. Mas a grande maioria do público americano é favorável a uma ação climática mais forte, e com um plano no lugar, o governo agora precisa avançar com um real senso de urgência", disse Claussen
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