domingo, 15 de dezembro de 2013

Após prisão, conselheiro envolvido em fraude continua no CONASP

Após prisão, conselheiro envolvido em fraude continua no CONASP

14.12.2013
 
Após prisão, conselheiro envolvido em fraude continua no CONASP. 19394.jpeg
A prisão de Clóvis Nunes, conselheiro do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP), não foi suficiente para afastá-lo do colegiado. Preso na operação Vulcano, deflagrada pela Polícia Federal, o coordenador da ONG MovPaz no município de Feira de Santana (BA), continua no órgão que é ligado diretamente ao Ministério da Justiça.
A Assessoria de Comunicação da pasta informou que Clóvis Nunes foi indicado como representante da Rede Desarma Brasil e que esta não realizou nenhum pedido de substituição. Afirmou ainda que a existência de investigação sobre fato relacionado a um Conselheiro, sem relação com sua atuação no CONASP, não possui o condão de afastar o representante da instituição.
Para Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil e opositor declarado das políticas de desarmamento, a manutenção de Clóvis simboliza uma incoerência. "Se alguém responde um processo desses jamais poderia adquirir uma arma, mas pode continuar como conselheiro para definir políticas de segurança pública? Não faz o menor sentido", assevera.
Bene afirma ainda que o nível de relacionamento entre Governo e ONGs beira a promiscuidade. "Isso mostra o nível de ingerência que ocorre, onde essas organizações possuem mais poder que o próprio Ministro da Justiça. Que autoridade elas têm para se arvorarem à condição de parceira de tão relevante pasta governamental brasileira?", indaga.
Clóvis Nunes foi preso no último dia 28 de novembro, sob a acusação de, através da ONG MovPaz, chefiar um esquema de fraude na campanha de desarmamento, autorizando o pagamento de indenizações indevidas. O esquema foi descoberto pela Polícia Federal ao apurar que, através da MovPaz, Feira de Santana, município no interior da Bahia com apenas 730 mil habitantes, respondia por mais de 14% de todas as armas recolhidas no país.
Durante as investigações, foi apurado que, na verdade, o recolhimento de armas era fictício. De 8.800 armas pesquisadas, apenas 400 não estavam ligadas à fraude.
O esquema funcionava através da informação de dados falsos sobre recolhimento, pagando-se indenizações por armas que não existiam, e através da fabricação caseira de armas apenas para que fossem entregues em postos de coleta vinculados à MovPaz.
Com o esquema, o prejuízo aos cofres públicos supera a cifra de 1,3 milhões de reais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário