quarta-feira, 10 de julho de 2013

O que nos dizem as pesquisas? O que fazem os políticos?

O que nos dizem as pesquisas? O que fazem os políticos?

10.07.2013
 
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As pesquisas divulgadas, do Datafolha e do Ibope, pós início das manifestações nos dizem que o quadro eleitoral para 2014, presidente e governadores, está aberto. Não há favoritos neste momento. Mesmo aqueles candidatos a governador que lideram as pesquisas com alguma folga sabem disso. Em geral, seus adversários não são conhecidos. Apenas isso.
As pesquisas dizem também que todos os governantes, sem exceção, entraram no liquidificador do desgaste. Uns mais e outros menos. Com eleições em 2014, um ano apenas antes das convenções partidárias, passaram a decidir de forma reativa, impulsiva, intuitiva, improvisada, açodada.
Sequer esperaram alguma sedimentação que os pudesse orientar. Em geral, não aprofundaram suas análises para que as novas pesquisas fossem além do óbvio: intenção de voto, avaliação dos governos e principais problemas. Os resultados de pesquisas assim só fazem deprimi-los mais. E saíram chutando para qualquer lado.
Reduziram tarifas de ônibus, passaram a xingar a "máfia dos ônibus" com quem conviviam tão bem antes, aproveitaram os projetos de lei em condição de votação e saíram aprovando aqueles que sinalizavam preocupação ética e institucional.
A mais aflita é a presidente Dilma. Já que o desgaste dos políticos é enorme, passou a soprar nesta direção. Mas será que reforma política -sistema eleitoral- é percebida pelo eleitor como a presidente imagina? Ela acha que plebiscito, dando a palavra ao povo, ela ficaria fora do jogo.
Mas e a frustração quando o eleitor descobrir que essa reforma nada tem a ver com o que ele imaginava? Façam uma pesquisa e, ao lado das perguntas sobre sistema eleitoral, coloquem o processo de recall dos eleitos (extinção de mandatos por decisão popular), a redução do número de deputados, a redução da remuneração dos parlamentares, da presidente e dos ministros, corte de mordomias, término de ajudinha a tantas empresas, por aí vai, e descobrirão que são essas alternativas que estão na cabeça do eleitor.
Mais de um mês depois do início das manifestações, nenhum partido mergulhou no que há de novo nelas, o que significam, qual a sua dinâmica, de que forma interagir com elas, etc. Nada. O que fizeram foi parlamentarizá-las. Em nada se avançou. Nada entenderam. Especialmente a presidente Dilma, que está aflita, improvisando, nervosa, plastificando o sorriso e a indignação.
Desse jeito, a crise não terá prazo para ser superada e tudo irá ficando pior.
*César Epitácio Maia nasceu em 18 de junho de 1945, é economista e professor universitário, foi exilado político e é um dos políticos brasileiros mais atuantes no momento, tendo ocupado diversos cargos públicos, dentre eles o de Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro.

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