sexta-feira, 12 de julho de 2013

Nunca na história deste país...

Nunca na história deste país...

13.07.2013
 
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Acordei hoje com a nítida sensação que o Brasil é um país melhor. Aliás de três semanas para cá, ele amadureceu como nação, no momento em que seu povo descobriu definitivamente sua força e seus dirigentes, chegaram a inevitável conclusão, que bater de frente, contra a ânsia popular seria o início do fim.

Por Renato Gameiro Alvares
Imaginem, ontem mais de 400 deputados em Brasília, agilizando a queda do PEC 37. Sim, aquela mesma injunção imposta pelo governo, como forma de retaliar a ação de independência demonstrada pelo supremo tribunal federal, quando no julgamento do Mensalão.

Não existe no dicionário algo que se chame Mensalão. Afinal, esta foi uma invenção do PT - com total desconhecimento do presidente Lula, que até agora nega que este tal de Mensalão sequer tenha existido - para tornar viável o controle de seu governo sobre grande parte do poder legislativo, talvez para enriquecimento próprio ilícito, e certamente para canalizar em um "valerioduto", o maior roubo do erário público de nossa história.

Nunca na história deste país, a corrupção foi tão ordeira e organizada.
Não existe também no dicionário da língua portuguesa, algo chamado valerioduto. Mas passou a existir, quando o marqueteiro, deixou de ser apenas um elemento à prestar serviços, e no Brasil institucionalizou-se como ele sendo a peça fundamental na eleição deste ou daquele partido. Ganha hoje eleição no Brasil, aquele que tiver o melhor marqueteiro e mais tempo disponível na televisão.

Inversão de valores? Certamente que sim. Porém não seria também uma inversão de valores o atual presidente, no meio de instaurada a crise, abandonar seu palácio de governo e com seu marqueteiro a tiracolo, ir a São Paulo se consultar com o antigo presidente, para decidir o que fazer? Nos Estados Unidos, o Clinton, vai ao Obama. Não é o Obama que vai ao Clinton. Todavia, naquela nação o atual não é um moleque de recado anterior. Não sei se no Brasil, podemos afirmar a mesma coisa.
Nunca na história deste país, houve tantas inversões de valores.
Muita gente defende a ação dos marqueteiros tentando aceitar a ideia que o candidato é um "produto". Eu penso ao contrário. Produto é pasta de dente. O candidato é alguém - preferivelmente humano - que teoricamente tem a obrigação de defender os seus direitos. Para isto eles são chamados de os representantes do povo em um sistema como o nosso, pseudo-democrático. O problema é que eles depois que assumem, só defendem os próprios.

Pode parecer precisiosismo de minha parte, mas eu gostaria de eleger aquele que tivesse a melhor tese, não o melhor marqueteiro. Talvez eu esteja sendo muito centrado em meu próprio umbigo. Ou quem sabe, talvez eu não quero entregar o produto de meu trabalho, em forma de impostos, para um "produto" que fará com ele o que quer e bem lhe entender. Eu acho que o país na verdade é uma empresa, que tem que ser gerenciado por alguém que o saiba fazê-lo. Querer dar o Brasil ao Lula e a sua turma, de mão beijada, é o direito de qualquer cidadão, mas não vejo nenhum cidadão querendo dar a ele o controle de seus negócios. Este é o problema de se eleger "produtos" e não dirigentes. E parece que o povo quer também dar um BASTA a isto.

Nunca na história deste país, ele foi governado por tantos "produtos".
O que aconteceu estas últimas semanas no Brasil, foi algo sem precedentes em todos os sentidos. Não foi apenas mais uma manifestação popular, como os governantes entenderam em seu inicio por um aumento no preço da passagem, dos transportes públicos. Foi um grito de BASTA. Houve antes outras grandes manifestações populares. Mas, convenhamos, todas tinham um sentido, que fosse a reinstauração do voto direto ou o impeachment de um presidente. Desta feita, não. Começou com a gota de água, repudiando o aumento do transporte público, passou a seara dos gastos exorbitantes da Copa, enveredou pela corrupção e pela impunidade e chegou finalmente onde deveria ter tido seu inicio, a conclusão que nossa saúde, educação e segurança, simplesmente não existem. Morávamos na m... e não sabíamos. Tudo somado, em minutos se transformou, em um imenso e sonoro, BASTA. Sim, um BASTA como tem que ser bramido, com letras maiúsculas. Dona Dilma, acredite, agora não tem volta. As pessoas foram a janela vaia-la, enquanto a senhora dava um pronunciamento pela televisão. Fato inédito. O povo vaiando um ser inanimado.

Nunca na história deste país, um BASTA foi tão bem pronunciado e ouvido.
Conquistamos nosso país? Evidentemente que ainda não. Estamos a caminho de seu resgate. Ele que está lá encima da escada. Sempre esteve, sempre foi ansiado, mas nunca foi tocado. E todos nós sabemos que para se subir uma escada, tem que se vencer o primeiro degrau. Este foi vencido. Agora é continuar subindo, pois, o governo se vergou e a atual gerência, quer se manter a qualquer custo no poder. Lembrem-se, eles são gerados por sobreviventes. Sobreviventes das hordas de sindicância, de terroristas, de reacionárias, de gente que rouba e desvia para proveito pessoal.

Os dois débeis pronunciamentos que dona Dilma foi obrigada a ler, publicamente, provam isto. Ela não disse absolutamente nada. Mas declamou com perfeição. Falou-se em plebiscito, constituinte, pacto nacional, transformação do crime de corrupção - que até ali não era crime, em algo da categoria de hediondo, enfim, qualquer solução pode vir a ser acatada, desde que o status quo permaneça. Só faltou no final de seu pronunciamento, dona Dilma, pedir, Pôxa, deixa eu ficar, tá tão bão!

Nunca na história deste pas, o poder teve um custo tão alto!
Hoje os números da Copa, estão na casa dos 33 bilhões. Pois é, falava-se em 20 bilhões, o que já era um absurdo. Depois em 28 milhões, o que passou a ser um acinte aos ouvidos humanos e agora que o gato já subiu no telhado e a tempestade chegou até a pobre palhoça, os números se tornam ainda maiores, gigantescos, inimagináveis. E como diria a propaganda do coelhinho da Duracel, "and still going".

E para sanar a ira popular, tentaram primeiro mandar o Ronaldo Fenômeno, servir como boi de piranha. E ele nem terminou a frase, e já fora devorado. Veio a seguir o Pelé, que teve o mesmo destino e agora a história é aquela, se o estupro é inevitável, que tal gozar. Vamos receber bem, vamos torcer e a turma de tio Lula e prima Dilma, está rezando, para ganharmos, e aí então, quem sabe, o povo esquece, cai no samba e tudo volta a ser como antes. Pão e circo para o povo, e nós se esbaldando no banquete, né cumpanheira?
E a companheira não faz por menos. GASTA MESMO! Ela bota para quebrar. Segundo Diego Casagrande ...Dilma Rousseff foi a Roma beijar a mão do Papa e utilizou 53 quartos de hotel e 17 carros alugados, pagos com dinheiro do povo de um país onde não há leitos nos hospitais, não há segurança pública, não há educação... É o mesmo governo que no ano passado gastou R$ 59 milhões no cartão corporativo, sendo quase metade gastos sigilosos que não sabemos...

Outrossim, imagino quanto deve ser difícil conter-se quando o dinheiro é dos outros. A coisa sai muito fácil. Para mim, o problema maior é a forma como dona Dilma aparece em seus pronunciamentos e entrevistas. Ela não consegue esconder seu escárnio sobre aqueles que ela considera seus subalternos. Suas expressões faciais, fariam a Rainha da Inglaterra corar. Ela faz aquele gênero de mulher que foi a vida toda rejeitada e hoje produto de botox, se acha linda. Olha para a câmera e transmite pelos olhos algo como: Eu estou aqui, e vocês que não gostam de mim, aí. Tendo que me ouvir.

Nunca na história deste país, o povo foi visto como tão otário!
Somos ainda um país de incongruências. Pessoas são julgadas, condenadas e se recusam a querer ir para a prisão. E a coisa fica simplesmente assim: o dito pelo não dito. E no caso de deputados como - desculpem o baixo calão destes nomes - João Paulo Cunha e José Jesuíno, - coincidentemente do PT - são ainda escalados para fazer parte e presidir a Comissão de Constituição da Justiça da Câmera dos deputados. Não seria isto um a´cinte a inteligência do povo e ao poder do Supremo Tribunal Federal, cuja independência está deixando o ex-presidente Lula, louco de raiva? O senhor José Dirceu - nosso Richelieu tupiniquim - continua a ser visto em Búzios, como nada tivesse acontecido com ele. O problema é que o povo agora o quer atrás das grades. De uma hora para outra deixamos de ser árvores solitárias. Agora fazemos parte de toda uma floresta, que exige que a justiça seja cumprida.
Continuando o noncense, presidente de nosso senado, Renan Calheiros, - aquele grande criador de bois virtuais e que é acusado de pagar pensões alimentícias a enumeras famílias, utilizando-se do erário público - afastou-se para não perder seus direitos políticos e volta ao mesmo cargo, como que nada houvesse acontecido. E volta dizendo que está aberto a conversar com as lideranças populares para a implantação de um regime contra a corrupção. Primeiro, qual a liderança popular que quer falar com o senador Renan Calheiros? Segundo como ele quer trazer para si a responsabilidade de gerenciar um processo sobre a corrupção, se ele é um dos acusados de mais usufruir da mesma?

E o que falar do Maluf, que não sai do Brasil, não por que esteja sobre prisão domiciliar, mas por que não existem muitos países afora o nosso, que o deixariam fora das grades. E nosso senador - como dona Dilma se refere - quando abraça ao ex-presidente, que abandonou o cargo a ele ortogado pelo voto popular, justamente pela porta da cozinha, Fernando Collor de Mello? Não seria hora de parar de elegê-lo?
Nunca na história deste país, a impunidade foi tão grande!
O abraço de dona Dilma foi intenso, ao encontrar em Alagoas com o ex-presidente Collor. Ela o chamou de o nosso senador. Mas no momento que o mentor afirma que para o Roberto Jefferson ele assinaria um cheque em branco, nada mais justo que a pupila obediente, receba o ex-desafeto do patrão, com respeito, orgulho e quase lágrimas nos olhos.

Outrossim há de se convir que ela estava lá, inaugurando um canal de mais de 50 quilômetros, sem uma gota de água sequer. Que canal? Aquele que pertence a uma obra de mais de 100 bilhões, que um dia poderá se tornar realidade: a transposição das águas do velho Chico. Mas, como as chances de se tornar viável, não são grandes, e o canal não tinha uma gota sequer de água, entende-se a emoção pela qual esta senhora passou naquele exato momento.
Nunca na história deste país, o cinismo foi tão hediondo!

Muitos dos jovens presentes nas ruas, não sentiram na carne, o verdadeiro sentido do que é uma inflação. Como aquelas dos últimos meses do governo Sarney - Ah o Sarney... - de mais de 84% ao mês. Recorde mundial, que nem o Senegal ainda conseguiu bater. Ai, anos depois, alguém melhor preparado implanta um programa, chamado Plano Real, imensamente criticado pelo PT, com pronunciamentos efusivos de tratar-se de manobra eleitoral, tanto pelo sindicalista Lula, como o atual ministro Mercadante. Pois bem, a coisa funciona e a inflação passa pela primeira vez na história deste país, a ser controlada. E quando o PT assume o governo, qual é a primeira coisa que faz. Manter a política financeira e este talvez tenha sido o seu único ato lúcido, em todos estes mais de 10 anos.
E o que o excesso de gastos de obras faraônicas, projetos caça votos, corrupção deslavada e uma política de endividamento do povo com um crédito oferecido a juros exorbitantes, em prol do enriquecimento dos bancos e a revitalização de uma industria que necessitava de um mercado interno para sobreviver, trazem para o Brasil? Novamente a inflação.

E dona Dilma, que como Maria Antonieta se sentia em Versailles e não em Brasília, completamente distanciada do que acontecia nas ruas, descobriu, de uma hora para outra, que aquele povo que lhe dá 75% de aprovação popular, era de papel. Fabricado. O real povo, aquele de carne em osso, estava sim nas ruas a bramir um BASTA com letras maiúsculas.

Agora ela aceita discutir sobre corte de número de ministérios. Diminuição drásticas dos mais de 22.000 chamados cargas de confiança. Possível enxugamento do volume de vereadores e deputados. E outras coisas, que até três semanas atrás ela daria risada se alguém aventasse a idéia. Coisas mudam, dona Dilma, principalmente quando a chapa está quente. E a sua, acredite, está fervendo.
O tal do Marcos Danadan foi preso no aeroporto de Rondônia e foi dada voz de prisão a seu irmão Natan Donadan, deputado, por ter sido condenado pelo desvio de mais de 08 milhões do governo de Rondônia. A inquisição teve o seu inicio. Estes foram os primeiros. E muita gente a ela ligada, está na lista.
Ademais só agora ele tomou ciência que nunca na história deste país, alguém foi tão manipulado como ela a não ser aquele povo, que tomou vergonha na cara, e que agora a vaia incessantemente.
E, assim nem todos viveram felizes para sempre...

Publicado no planetachamadoterra.blogspot.com
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