sábado, 27 de junho de 2015

O Estado afrontado e policia esculachada

O Estado afrontado e policia esculachada

Editado por Silmara Schupel.
Para quem achava estarmos numa guerra, estamos sim, mas um lado sem combatentes experientes, que apesar das aulas do dia a dia, não aprendem a lição.

Ontem a noite postei em meu Facebook o quão fácil é matar um policial militar, eles ficam dentro da viatura para em local perigoso, com vidros fechados e ar condicionado ligado. Só não são exterminados em lotes por falta de vontade dos bandidos, não é esta a intenção. A intenção é desmoralizar, mais do que já está, o projeto UPP. Tomar uma Unidade desta não é difícil, é notório para qualquer leigo que as queira observar.


"Tá aberta a temporada de tiro ao alvo, o alvo é o policial militar. Já matou seu policial hoje? Eles estão por ai, dando mole pra quem quiser. Parados em locais perigosos, com constantes disparos de arma de fogo, dentro da viatura e com ar condicionado ligado. É "molin" "molin" e não dá nada, é certeza de praticar tiro ao alvo com objetivo parado e indefeso. O melhor é que não dá nada".
Se me desmentir eu ilustro com fotos. Acorda PM!


Libertação de PMs rendidos no Fallet partiu de lideranças do tráfico
Criminosos mandaram policiais sentarem no chão e recolheram as armas dos agentes
FLAVIO ARAÚJO E GUILHERME SANTOS

Rio - Seis traficantes armados com fuzis renderam sete policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Fallet, no Catumbi, no fim da tarde desta sexta-feira. A informação foi passada por policiais e moradores da comunidade. Os bandidos teriam mandado os PMs sentarem no chão e xingado os agentes, que tiveram as pistolas recolhidas pelo bando. Segundo policiais, os criminosos só devolveram as armas, sem munição, após receberem ordens dos líderes da facção Comando Vermelho (CV) que, de dentro de uma unidade prisional do estado, mandaram que nenhum PM fosse morto e que as pistolas fossem entregues.
Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que o comando das UPPs determinou a abertura imediata de uma averiguação para apurar denúncia de invasão a uma das bases de apoio da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro. O comunicado confirmou a ação do Bope na favela e ressaltou que nenhum armamento foi roubado e que não houve ataque à base da UPP. Os traficantes do Fallet são investigados em um inquérito da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) há um ano. 


A comunidade do Fallet tem Unidade de Polícia Pacificadora, que faz patrulhamento rotineiro nas ruas
Foto:  Severino Silva / Arquivo Agência O Dia

Segundo testemunhas, os traficantes subiram pela mata até a base avançada Campo do Capitão. A ação criminosa mobilizou moradores e outros policiais militares que, em mensagens pelo WhatsApp do DIA (98762-8248) , relataram que houve tentativa de resistência dos PMs da UPP. “Muitos tiros agora no Fallet, policiais encurralados”, escreveu um morador.
“Prioridade, toda a polícia no Fallet”, enviou um PM em mensagem de voz pedindo ajuda para os colegas. Moradores também relataram que aulas foram suspensas e crianças liberadas e que, depois da ação de bandidos, houve confronto no local.
Após devolverem as armas dos policiais, os traficantes teriam mandado um recado pelos policiais rendidos ao comando da unidade: “Nós é que mandamos aqui”. O Fallet foi ocupado no fim de 2010 e recebeu UPP no início de 2011. Em resposta ao ataque, a PM enviou o Bope, que ocupou o morro. Até o fechamento desta edição, não havia relatos de prisões ou apreensões. O policiamento na comunidade foi reforçado também com homens do Grupamento de Intervenções Táticas da UPP, além de agentes de outras unidades.
Homens do 5º BPM (Praça da Harmonia) realizaram, já no início da noite de ontem, um cerco na Avenida Almirante Alexandrino para que os suspeitos não conseguissem escapar da ação no morro pela mata e chegassem à Zona Sul.


Ação de criminosos deixa moradores assustados
Em maio, quatro pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas em tiroteios na região dos morros do Fallet, Fogueteiro e Coroa. Nos quatro primeiros anos depois da chegada da UPP nas localidades, apenas três homicídios foram registrados nas comunidades. A mudança de cenário assusta os moradores.
“A violência tem aumentado muito, com relatos da guerra por disputas de pontos de (venda de) drogas e ataques aos policiais. Está difícil viver aqui”, desabafou uma moradora, de 58 anos, que pediu anonimato.
Em um dos casos de maio, Diego Luniére, de 22 anos, foi vítima de bala perdida no confronto entre traficantes de facções rivais. Diego foi baleado no pescoço na comunidade do Fallet, onde morava com o pai, no domingo do Dia das Mães. Na ocasião, desolada, a mãe do rapaz, Nilce Rodrigues, garatiu que o filho não tinha envolvimento com a criminalidade.

Enquanto isso, as UPPs de lata continuam lá, a espera que alguem as faça de peneira. Nem na sede do Comando das UPPs há segurança, dois soldados sentados à espera do ataque numa guarda inexistente, que nada poderá fazer diante de um ataque surpresa.

Mas, vá lá, vá na sede do comando das UPPs e procure um oficial, um oficial superior. Ou não o encontrará ou dirão que não está.

Enquanto isso, a mãe da soldado Alda ainda aguarda seu direito ser cumprido pelo Estado. Ela e outras centenas de filhos, mães e esposas de policiais mortos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário