Capital do Tibete é palco de suas primeiras imolações
iG São Paulo |
Um monge morreu enquanto outro ficou ferido ao atearem fogo ao próprio em Lhasa; houve 35 imolações contra China desde 2011
Um homem morreu e outro ficou seriamente ferido quando atearam fogo nos próprios corpos no domingo do lado de fora do templo mais sagrado do budismo tibetano no centro de Lhasa, capital da região autônoma do Tibete, de acordo com a Xinhua (Nova China), agência de notícias estatal chinesa.
Essa foi a primeira vez que esse tipo de protesto, que vem sendo visto em outros lugares, aconteceu nessa cidade. Manifestações se tornaram raras no remoto Tibete, e particularmente em Lhasa, por causa do forte esquema de segurança imposto sobre a área desde tumultos antigoverno na capital tibetana em 2008.
Houve ao menos 34 imolações desde março do ano passado, que chamaram atenção para as restrições impostas pelo governo chinês sobre o budismo e foram feitas para reivindicar o retorno do exílio do líder espiritual tibetano, o dalai-lama. A maioria das imolações aconteceu em áreas tibetanas na China sob forte esquema de segurança, mas apenas uma ocorreu no próprio Tibete e, até agora, nenhuma havia acontecido na capital.
De acordo com a Rádio Free Asia, da Alemanha, dois monges realizavam nesta segunda-feira um protesto contra o governo chinês em frente ao templo Jokhang, local de peregrinação dos tibetanos.
Segundo as testemunhas citadas pela emissora, "o fogo foi apagado em 15 minutos pelas forças de segurança que isolaram a zona". "Lhasa está agora cheia de policiais e paramilitares, a situação é muito tensa", relatou outro cidadão. As zonas perto do Palácio de Potala (residência do dalai-lama antes de seu exílio para a Índia) estão fortemente vigiadas.
Os monges protestavam contra as prisões de tibetanos por parte das forças de segurança chinesas, que intensificaram sua presença na região autônoma nas vésperas da celebração do mês de Saka Dawa, que lembra o nascimento, vida e morte de Buda.
As autoridades chinesas acusam o dalai-lama, exilado em Dharamsala, na Índia, e outras forças tibetanas de incitar os suicídios. O líder espiritual nega as acusações.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pediu aos jovens tibetanos que interrompam os protestos e as imolações em sua única coletiva do ano, realizada em março e que será a última antes de ele deixar o cargo no final de 2012.
A China afirma que o Tibete é há séculos parte inseparável de seu território, enquanto os tibetanos dizem que durante muito tempo foram independentes, até que as tropas comunistas ocuparam a região, em 1951.
*Com AP e EFE
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