sexta-feira, 27 de abril de 2012

Carlinhos Cachoeira diz que elegeu Perillo


Carlinhos Cachoeira diz que elegeu Perillo
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
27/04/2012 | 07h53 | Gravação

 

Conversas gravadas mostram que o bicheiro Carlos Augusto Ramos cobrou do ex-presidente do Detran de Goiás fatura pelo apoio à eleição do governador Marconi Perillo (PSDB). Imagem: José Varella/CB/D.A Press/Arquivo
José Varella/CB/D.A Press/Arquivo

Conversas gravadas pela Polícia Federal mostram que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, cobrou do ex-presidente do Detran de Goiás Edivaldo Cardoso a fatura pelo apoio à eleição do governador Marconi Perillo (PSDB). No diálogo, o bicheiro e o ex-auxiliar do governador discutem a partilha da verba publicitária do Detran, segundo Edivaldo, no valor total de R$ 1,6 milhão. Cachoeira lembra da participação que teve na campanha de Perillo e exige a maior fatia do bolo.
"Quem lutou e pôs o Marconi lá fomos nós", diz Cachoeira.
A conversa foi interceptada pela Polícia Federal em 2 de março do ano passado, logo no início do governo do tucano. Cachoeira descobriu que um jornal de Anápolis, de oposição ao governador, receberia uma verba mais expressiva que o jornal dele, que, segundo a Operação Monte Carlo, está em nome de um laranja do bicheiro. Contrariado, Cachoeira diz que a partilha não está correta e deve ser revisada.
"Aquele jornal foi contra o Marconi”, diz Cachoeira
Em um dos trechos, Cachoeira fala especificamente do Canal 5 de Anápolis, contratado para transmitir as sessões da Câmara Municipal e que tem como diretor Carlos Nogueira, o Butina, que ao GLOBO assegurou ser o dono da emissora. O mesmo grupo é dono do jornal “Estado de Goiás”. O contraventor vai direto ao ponto:
"O jornal “O Anápolis” vai ganhar do Detran? Aquele jornal foi contra o Marconi o tempo inteiro. O Butina falou que viu (o documento) na mão do cara (do governo)", contesta Cachoeira.
O ex-presidente do Detran nega a veracidade da informação:
"Não viu, não. Eu fechei isso ontem. Tinha televisões (e outros jornais) — disse Edivaldo, antes de complementar, dizendo que deu atenção especial ao jornal de Carlinhos".
"Eu pedi para incluir o seu (jornal) lá", disse Edivaldo.
A partir desse momento, em um diálogo de três minutos e quinze segundos, o contraventor interpela o ex-dirigente do Detran sobre a partilha de valores e compara a fatia abocanhada por concorrentes e pelos veículos ligados ao grupo.
"O nosso tem que ser muito mais. Quem lutou e pôs o Marconi lá fomos nós!", diz Cachoeira.
Presidente do Detran foi demitido, após escândalo
Pressionado, Edivaldo chega a concordar com Cachoeira que a verba aos jornais que fazem oposição ao governo de Marconi Perillo “não se justifica”. Cachoeira então volta a cobrar a suposta parceria com o governo goiano.
"Parceiro só para conversa, não tem jeito. Você tem que nos mostrar em números", conclui o contraventor.
Edivaldo foi demitido no começo de abril deste ano, após o surgimento de outras gravações nas quais aparece em conversas com Cachoeira. O tema da conversa era um possível encontro a ser agendado entre o governador e Cachoeira.
Butina sustentou que ele é o dono do jornal “Estado de Goiás” e da Canal 5. O advogado do governador Marconi Perillo, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, informou que não comenta trechos pinçados e descontextualizados do relatório da Operação Monte Carlo.

Da Agência O Globo

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