quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Obama recebe executivos da internet preocupados com vigilância da NSA

Obama recebe executivos da internet preocupados com vigilância da NSA

Governo ressaltou que reunião abordaria questões de segurança nacional.
Obama e os executivos não falaram nada ao término do encontro.

Da AFP
Presidente dos EUA, Barack Obama, e o vice-presidente, Joe Biden, se reúnem com executivos de empresas líderes de tecnologia nesta terça (17) (Foto: Jim Watson/ AFP)Presidente dos EUA, Barack Obama, e o vice-presidente, Joe Biden, se reúnem com executivos de empresas líderes de tecnologia nesta terça (17) (Foto: Jim Watson/ AFP)
O presidente Barack Obama recebeu nesta terça-feira (17) executivos das principais empresas de internet e de telecomunicações dos Estados Unidos, alarmadas com a vigilância exercida pelas agências de inteligência, no momento em que a constitucionalidade dessas operações se vê questionada pela Justiça.
Google, Microsoft, Yahoo, Facebook, Twitter, Netflix, LinkedIn, Comcast e AT&T: a elite do setor compareceu à reunião desta terça de manhã na Casa Branca.
O encontro foi descrito pelo governo como uma "oportunidade para abordar questões de segurança nacional e as consequências econômicas da difusão de dados das operações de inteligência sem autorização".
A Presidência se referiu dessa forma às revelações feitas meses atrás pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden sobre o alcance da espionagem realizada pelo governo americano por intermédio da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).
Há uma semana, as gigantes da internet - sete delas presentes na reunião com Obama - publicaram uma carta aberta ao presidente, reivindicando a regulação dessas práticas. Para as empresas, os últimos episódios comprometeram a confiança dos usuários.
"Compreendemos que os governos têm o dever de proteger os cidadãos. Mas as revelações deste verão (no hemisfério norte) expuseram a necessidade urgente de se reformar as práticas governamentais de vigilância no mundo", escreveram.
Obama e os executivos não divulgaram qualquer declaração ao término do encontro, que aconteceu no sala Roosevelt da Casa Branca. Fotógrafos foram autorizados apenas por alguns segundos.
De acordo com o material vazado por Snowden, a NSA consegue invadir programas encriptados, em um procedimento normalmente adotado nos protocolos de segurança on-line. Além disso, as empresas americanas teriam "cooperado" com a NSA, dando à agência "pontos de entrada" em seus softwares, ou fornecendo ao governo informações sobre seus usuários.
Revés judicial 
A reunião desta terça coincidiu com um golpe na Justiça sofrido pela NSA, depois que um juiz de Washington considerou que a coleta de metadados das comunicações por telefone de um cidadão representava um "atentado à vida privada" e era, sem dúvida, inconstitucional. No texto, o magistrado também alega que o procedimento de vigilância do governo é "quase orwelliano".
Saudada pelos defensores das liberdades individuais, a resolução foi transmitida a um tribunal de apelações, que deverá se pronunciar em breve sobre o assunto.
Obama já havia pedido a um grupo de trabalho para corrigir e até reformar os programas da NSA. As conclusões dos especialistas foram levadas à Presidência na última sexta-feira, mas a Casa Branca ainda não reagiu ao relatório.
Em uma carta, Edward Snowden explicou que está disposto a "contribuir" com as investigações do Senado brasileiro sobre a espionagem de políticos em Brasília, entre eles, a presidente Dilma Rousseff.
A Casa Branca já descartou a ideia de conversar com Snowden como contrapartida para a entrega dos documentos secretos sobre as operações de vigilância divulgadas a conta-gotas este ano. Snowden "deve retornar para os Estados Unidos o quanto antes" para responder às acusações que pesam contra ele, afirmou o porta-voz de Obama, Jay Carney, na segunda-feira, acrescentando que "contará com todas as proteções necessárias".

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