sábado, 28 de fevereiro de 2015

Ameaça de usar “exército de Stédile” mostra total desespero de Lula

/ Blogs e Colunistas
Coluna
Rodrigo Constantino
Análises de um liberal sem medo da polêmica


25/02/2015 às 15:45 \ Corrupção, Democracia, Lei e ordem, Política
Ameaça de usar “exército de Stédile” mostra total desespero de Lula

Lula, diante de “intelectuais”, usa Stédile para fazer ameaças. Fonte: GLOBO
O ex-presidente Lula, que andava um tanto sumido, resolveu fazer ameaças “veladas” e incitar até mesmo o que poderia ser uma guerra civil no país. Em ato supostamente a favor da Petrobras, e na prática a favor da quadrilha instalada na estatal, Lula atacou a imprensa, repetiu que estão tentando “criminalizar” o PT, voltou a mencionar que a elite não suportaria a ascensão social dos mais pobres, e ainda citou o MST como braço armado pronto para enfrentar esses “inimigos”:

Nossa querida Dilma tem que levantar a cabeça e dizer: eu ganhei as eleições. E governar o país. Não pode ficar dando trela senão ficamos paralisados – disse Lula, queixando-se principalmente do que ele chamou de condenação antecipada da imprensa e da oposição. – Nós ganhamos a eleição e parecemos envergonhados. Eles perderam e andam por aí, pomposos.

Minutos depois de ouvir um apelo do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, para que Lula volte às ruas para liderar manifestações em defesa da Petrobras, o ex-presidente cobrou dos militantes do PT e dos sindicatos uma reação.

– Em vez de ficarmos chorando, vamos defender o que é nosso. Defender a Petrobras é defender a democracia e defender a democracia é defender a continuidade do desenvolvimento social nesse país – afirmou, aplaudido. – Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas.

Que exército é esse de Stédile? A que ponto chegamos? Um ex-presidente da República chama de exército um grupo de invasores criminosos liderados por um sujeito que, em qualquer país sério do mundo, estaria cumprindo pena atrás das grades por todos os seus crimes. O escárnio com as leis do país, vindo de um ex-presidente, é uma afronta ao estado de direito. Então quer dizer que Lula assume o que todos já sabiam, que o MST é uma espécie de exército paralelo? E fica por isso mesmo? Eis o vídeo:




Há anos que os críticos do MST apontam a localização estratégica dos “assentamentos” e a convocação de um “exército” de bandidos prontos a atuar em prol da “revolução marxista” dos piratas disfarçados de “movimento social”. Agora, aquilo que era sabido, mas falado por poucos, vem à tona dito de forma direta e escancarada pelo próprio líder do motim. Lula enxerga no MST um exército pronto para lutar por seus interesses, ou seja, pela perpetuação no poder ainda que de forma ilegítima e ilegal.

É o discurso de um trombadinha, de um delinquente, de um marginal. Mas de alguém bastante desesperado também. E essa tem sido a marca dos petistas. Estão com medo, com muito medo de perderem suas tetas estatais e de pararem na cadeia. Os “soldados” da CUT, outro exército informal do PT, também parecem prontos para lutar, não em defesa da Petrobras, pois isso exigiria cobrar mais investigações e tirar os bandidos da estatal, tudo o que querem evitar, mas sim pela manutenção da camarilha no poder.

Os “militantes” se transformam cada vez mais em milicianos, como na admirada Venezuela, que agora mata até adolescentes nos protestos contra o governo. Os encrenqueiros do PT e da CUT resolveram partir para a grosseria e a violência contra aqueles que gritavam “Fora Dilma” e pediam o impeachment da presidente. É a linguagem do PT, não de hoje, mas de sempre. O uso ou a ameaça do uso de violência para substituir a falta de argumentos.



“Militantes” do PT partem para a agressão física. Fonte: GLOBO
“A tentativa de intimidação é uma confissão de impotência intelectual”, disse Ayn Rand. O PT é impotente do ponto de vista intelectual. Restava-lhe o populismo e a demagogia, e agora que o custo de tanta incompetência, trapalhada e roubalheira está aparecendo, a reação do partido é o pânico que leva a tais ameaças.

Enquanto os petistas e os sindicalistas violentos faziam ato “em defesa da Petrobras”, a estatal sofria o rebaixamento da nota de investimento pela agência de risco Moody’s. Que irônico! A presidente Dilma, sem ter o que dizer, preferiu culpar o mensageiro e alegar que há desconhecimento por parte da agência. Sem dúvida. Se houvesse mais conhecimento, a empresa já teria sido rebaixada faz tempo! A Operação Lava-Jato tem trazido parte da sujeira à luz, mas ainda é pouco perto do que os petistas fizeram com a estatal, e ainda existem várias outras estatais por aí…

Os governistas estão perdendo as estribeiras. Estão acuados, e ratos acuados se tornam perigosos, violentos. Temem o império das leis, as investigações dos órgãos estatais, a insatisfação crescente da população, cansada do pior índice de inflação dos últimos 12 anos, da recessão, da bagunça nas contas públicas, do caos no transporte, na saúde, na educação. Os caminhoneiros resolveram parar várias cidades, reclamando do aumento do combustível e da queda no frete. O clima é de desencanto, que pode rapidamente levar ao desespero.

Cientes disso, os petistas sabem que não será possível contar com os truques do marqueteiro João Santana para sempre. O estelionato eleitoral está claro para todos. O discurso da presidente Dilma, de tentar culpar FHC pelo que se passa na Petrobras, pegou muito mal, e nem os “intelectuais” endossaram tamanha baboseira. O PT já ensaia até uma nova tentativa de reaproximação do PMDB, como medida preventiva.

Por qualquer ângulo que observamos, o que podemos notar é o desespero dos petistas. E não é para menos! Eles destruíram o Brasil nos últimos anos, e a conta apenas começou a chegar. A fala de Lula sobre o “exército de Stédile” talvez seja o mais claro sintoma desse medo. É um apelo baixo, uma jogada de quem se vê cada vez mais contra a parede. Mas o Brasil não vai temer esse “exército” de criminosos. O Brasil não é a Venezuela de Maduro, e isso aqui não é a casa da mãe Joana. Se o MST tomar as ruas, o legítimo Exército Nacional estará lá para impor a ordem e a lei. Disso não tenho dúvidas…

PS: O senador Ronaldo Caiado não deixou o ato de Lula passar em branco, e respondeu à altura, com a coragem que falta ao ex-presidente:



Rodrigo Constantino

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

1.967 - 8ª CONFERÊNCIA MUNDIAL PENTECOSTAL no Rio de Janeiro.

Blog do Lobbo homenageia a todos os evangélicos
Gente! Não é por eu não professar nenhuma religião, que eu não as respeite e adimire. Acabei de me lembrar que em 1.967 houve o maior movimento EVANGÉLICO PENTENCOSTAL no Brasil, que foi a 8ª CONFERÊNCIA MUNDIAL PENTECOSTAL no Rio de Janeiro.
Fui honrado com este acontecimento, pois o Pastor Luiz Israel de Souza, participou deste grandioso evento representando muitos fieis do Estado de Goiás. Quero aqui homenagear a todos com o HINO DE ABERTURA DESTE HISTÓRICO EVENTO!


Por que o Estado Islâmico utiliza técnicas tão brutais?

Por que o Estado Islâmico utiliza técnicas tão brutais?




Decapitações, crucificações e apedrejamentos estão entre as práticas recorrentes que aterrorizam o mundo.

A terceira decapitação divulgada em vídeo nas últimas semanas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), no sábado, trouxe mais uma vez à tona a pergunta: por que os militantes são tão cruéis?
Nos últimos meses, foram divulgados relatos e até vídeos de decapitações, crucificações, apedrejamentos, genocídios e sepultamento de vítimas vivas nas regiões que dominam no Iraque e na Síria.

Enquanto forças de quase 40 países se preparam para lançar uma ofensiva militar contra o EI, liderada pelos Estados Unidos, muitos tentam entender o que está por trás da selvageria dos jihadistas.
Para os militantes, a violência extrema é uma decisão consciente aterrorizar os inimigos, além de impressionar e cooptar seus jovens recrutas.
O Estado Islâmico é adepto da doutrina de guerra total sem limites e restrições – não há, por exemplo, arbitragem ou transigência quando se trata de solucionar disputas mesmo com rivais sunitas.
E, ao contrário da organização que lhe deu origem, a Al-Qaeda, o EI não recorre à teologia para justificar os crimes.
A violência tem suas raízes no que pode ser identificado como "duas vertentes", segundo a escala e a intensidade da brutalidade.
A primeira, liderada por discípulos de Sayyid Qutb – um islamita egípcio radical considerado o teórico supremo do jihadismo moderno -, tinha como alvo regimes árabes seculares pró-Ocidente ou o que chamavam de "inimigo próximo", e, no geral, demonstrava moderação no uso da violência política.
Após o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat, em 1980, essa insurgência islamita se dissolveu até o final dos anos 90 ao custo de 2 mil vidas. Muitos dos militantes haviam seguido para o Afeganistão nos anos 80 para combater um novo inimigo global – a União Soviética.
'Máquina mortífera'
A jihad ("guerra santa") afegã contra os soviéticos deu origem à segunda vertente que, mais tarde, ganhou um alvo específico – o "inimigo distante": os Estados Unidos, e em menor grau, a Europa.
Essa segunda onda foi encabeçada por um multimilionário saudita que virou revolucionário, Osama Bin Laden.
Bin Laden fez um grande esforço para racionalizar o ataque da Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, chamando-o de "jihad defensiva", ou retaliação contra a dominação americana das sociedades muçulmanas.
Consciente da importância de arrebanhar corações e mentes, Bin Laden enviou sua mensagem aos muçulmanos e até a americanos como uma espécie de auto-defesa, e não agressão.
Esse tipo de justificativa, no entanto, não tem relevância para o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, que não parece se importar com o que o mundo pensa da sanguinolência dos ataques do grupo.
Em contraste às duas primeiras vertentes, o EI professa ação violenta sem qualquer preceito teórico ou teológico e em nenhum momento demonstrou ter um repertório de ideias que sustente e nutra a sua base social. Trata-se de uma máquina de matar alimentada por sangue e armas.
Indo além da doutrina de Bin Laden de que "quando as pessoas veem um cavalo forte e um cavalo fraco, por natureza vão escolher o mais forte", a vitória por meio do terrorismo de al-Baghdadi indica a amigos e inimigos que este é um "cavalo vencedor".
"Saia do caminho ou você será esmagado; junte-se a nós e faça história" parece ser o lema do EI.
Evidências cada vez mais fortes mostram que, nos últimos meses, centenas senão milhares de antigos e obstinados inimigos do EI, como a Frente al-Nusra e a Frente Islâmica, responderam ao chamado de al-Baghdadi.
'Choque e pavor'
A propaganda sofisticada do EI mira jovens sunitas desiludidos e descontentes em todo o mundo porque o grupo é visto como uma vanguarda poderosa que oferece a vitória e a salvação.
Longe de abominarem a brutalidade do grupo, os jovens recrutas são atraídos pelas táticas de choque e pavor contra os inimigos do Islã.
Suas façanhas no campo de batalha – especialmente o controle de enormes partes do território na Síria e Iraque e o estabelecimento do califado – repercutem perto e longe da região. Nada é melhor do que o sucesso, e as vitórias militares recentes do EI têm resultado em um boom no recrutamento.
Homens muçulmanos que vivem em países ocidentais se juntam ao EI e outros grupos extremistas porque eles se sentem parte de uma missão maior – ressuscitar um tipo idealizado perdido de califado e ser parte de uma comunidade unida com uma identidade forte.
Inicialmente, muitos jovens de Londres, Berlim e Paris e de outros lugares migram para as terras da jihad para defender correligionários perseguidos, mas acabam nas garras do EI, praticando atos de extrema crueldade, como a decapitação de civis inocentes.
As origens do extremismo selvagem do EI podem ser traçadas até a al-Qaeda no Iraque, liderada por Abu Musab al-Zarqawi, que foi morto pelos americanos em 2006.
Tal como o grupo que lhe deu origem, o EI é alimentado pelo ódio aos xiitas e às minorias em geral, retratando-se como a ponta da lança de árabes sunitas na luta contra os regimes sectários de Bagdá e de Damasco.
Al-Zarqawi e al-Baghdadi veem xiitas como infiéis, uma quinta coluna no coração do Islã que deve ser exterminada.
Seguindo os passos de al-Zarqawi, al-Baghdadi ignora constantes apelos de seu mentor, Ayman al-Zawahiri, líder da al-Qaeda, para evitar a matança indiscriminada de xiiitas e, em vez disso, atacar os regimes xiitas e alauítas no Iraque e na Síria, respectivamente.
Estados Unidos
Ao explorar a brecha entre sunitas e xiitas no Iraque e o aprofundamento da guerra civil sectária na Síria, al-Baghdadi construiu uma poderosa base de apoio entre sunitas rebeldes e fundiu seu grupo nas comunidades locais.
Ele também reestruturou a sua rede militar e cooptou militares experientes do antigo Exército de Saddam Hussein que acabaram por transformar o EI em uma força de combate sectária profissional.
Até agora, o EI vem focando nos xiitas e não no "inimigo distante". A luta contra os EUA e a Europa está distante e não é uma prioridade: é preciso, primeiro, aguardar a libertação em casa.
No auge de bombardeios israelenses de Gaza em agosto, militantes criticaram o EI nas redes sociais por matar muçulmanos enquanto não faziam nada para ajudar os palestinos.
O EI reagiu dizendo que a luta contra os xiitas têm prioridade sobre todo o resto.
Agora que os EUA e a Europa uniram forças contra o EI, o grupo vai usar todos os seus ativos em retaliação, decapitando mais reféns. Há também uma probabilidade crescente de que o grupo ataque alvos diplomáticos no Oriente Médio.
Embora possa querer encenar uma operação de grandes proporções no território americano ou europeu, restam dúvidas se o EI tem a capacidade de realizar ataques complexos como os de 11 de setembro de 2001.
Há alguns meses, em resposta à ebulição de seus seguidores, al-Baghdadi reconheceu que sua organização não estava preparada para atacar os americanos em casa.
Ele disse, porém, que desejava que os EUA fizessem uma ofensiva terrestre para que o EI pudesse se envolver diretamente com os americanos - e matá-los.

Ano da Cabra, Século do Dragão?

Ano da Cabra, Século do Dragão?
26.02.2015





Novas Rotas da Seda e a visão chinesa de um Bravo (Comercial) Novo Mundo

PEQUIM - Se se assiste da capital chinesa o início do Novo Ano da Cabra, o mal-estar que afeta o ocidente parece miragem numa galáxia muito, muito distante. Por sua vez, a China que cerca você parece aqui tão sólida, em nada assemelhada à nação atormentada da qual fala a imprensa-empresa ocidental, com seus empresários milionários que caem em desgraça, sua verdadeira bolha imobiliária, os muitos desastres ambientais sempre pendentes. Exceto pelas profecias de que o fim do mundo está próximo, com os cães da austeridade [arrocho] e da guerra a latir enlouquecidamente à distância, a caravana chinesa passa, no que o presidente Xi Jinping chama seu modo "novo normal".

22/2/2015, Pepe Escobar, TomDispatch
http://www.tomdispatch.com/post/175959/tomgram%3A_pepe_escobar%2C_inside_china%27s_%22/

Atividade econômica "mais lenta" significa, mesmo assim, impressionante crescimento anual de 7%, na que é hoje a primeira e maior economia do mundo. Internamente, uma restruturação econômica imensamente complexa está em curso, com o consumo superando o investimento como principal motor do desenvolvimento econômico. O setor de serviços, 46,7% do PIB chinês, já superou a manufatura, com 44%.

Geopoliticamente, Rússia, Índia e China acabam de emitir mensagem poderosa dirigida ao ocidente: estão ocupadíssimos cuidando da sintonia fina de uma complexa estratégia trilateral para instalar uma rede de corredores econômicos que os chineses chamam de "novas rotas da seda" pela Eurásia. Pequim está também organizando uma versão marítima da mesma rede, modelada sobre os feitos do almirante Zheng He, o qual, na dinastia Ming, velejou sete vezes pelos "mares ocidentais", comandando frotas de mais de 200 navios.

Entrementes, Moscou e Pequim trabalham planejando uma nova linha de trens de alta velocidade, versão remix da fabulosa ferrovia Trans-Siberiana. E Pequim está ocupada cuidando de traduzirsua crescente parceria estratégica com a Rússia em ajuda financeira e econômica que pode vir a ser crucialmente necessária, se uma Moscou acossada por sanções, enfrentando desastrosa guerra de preços do petróleo, pedir.

Para o sul da China, o Afeganistão, apesar de ainda prosseguir por ali a guerra norte-americana que se arrasta por 13 anos, está caminhando rapidamente para a órbita econômica da China, enquanto um planejado oleoduto China-Myanmar é visto como reconfiguração capaz de mudar o jogo do fluxo da energia eurasiana no que eu, há muito tempo, chamo de Oleogasodutostão [orig.Pipelineistan].

E isso é só parte da ação frenética que vai modelando o que líderes chineses definem como o Cinturão Econômico da Nova Rota da Seda [orig. New Silk Road Economic Belt] e Rota Marítima da Seda do século 21. Estamos falando sobre uma visão de criar uma infraestrutura potencialmente de enlouquecer, grande parte da qual a partir de rascunhos, que conectará a China à Ásia Central, Oriente Médio e Europa Ocidental. Esse desenvolvimento incluirá projetos que vão desde atualizar a antiga rota da seda pela Ásia Central até desenvolver um corredor econômico Bangladesh-China-Índia-Myanmar; um corredor a China-Paquistão através da Caxemira; e uma nova rota marítima da seda que se estenderá do sul da China até Veneza, uma espécie de Marco Polo na direção inversa.

Que ninguém pense nisso como um equivalente chinês do Plano Mashall dos EUA no pós-guerra para a Europa, mas como projeto muito mais ambicioso e com alcance potencialmente mais vasto.

A China como uma megacidade

Se você acompanha de Pequim esse frenesi de planejamento econômico, você acaba tendo um ponto de vista não disponível na Europa ou nos EUA. Aqui, tudo promove, em cartazes e luzes vermelho-e-ouro, a nova frase, incansavelmente repetida, do presidente Xi Jinping, para o país e para o século, "o Sonho Chinês" (que trás à mente o "Sonho Americano" de outros tempos). Não há parede de metrô onde não se vejam os cartazes e letreiros luminosos. Ajudam a não esquecer por que 40 mil milhas de ferrovias novinhas em folha são consideradas tão essenciais para o futuro do país. Afinal, não menos de 300 milhões de chineses, nas últimas três décadas, completaram uma migração sem precedentes no planeta, do interior para as áreas urbanas, em busca daquele sonho.

Outros 350 milhões são esperados pela mesma trilha, segundo estudo do McKinsey Global Institute. De 1980 a 2010, a população urbana da China aumentou em 400 milhões, deixando o país com pelo menos 700 milhões de moradores urbanos. Esse número deve crescer e atingir 1 bilhão à altura de 2030, o que significa terrível estresse sobre as cidades, a infraestrutura, os recursos e a economia como um todo, e empurrará os níveis de poluição do ar a níveis pré-apocalípticos em algumas das maiores cidades.

Já são 160 cidades chinesas com população superior a um milhão. (Na Europa, são só 35.) Não menos de 250 cidades chinesas triplicaram o PIB per capita desde 1990, enquanto a renda disponível per capita aumentou 300%.

Atualmente, já não se deve pensar na China em termos de cidades individuais, mas como aglomerados urbanos [orig. urban clusters] - grupamentos de cidades com mais de 60 milhões de pessoas. A área de Pequim-Tianjin, por exemplo, é hoje um aglomerado de 28 cidades. Shenzhen, o ápice da megacidade de migrantes, na província sulista de Guangdong, é agora também um conglomerado-chave, em conglomerado maior. Há na China, de fato, mais de 20 desses conglomerados, cada um deles do tamanho de um país europeu. Em pouco tempo, os principais conglomerados gerarão 80% do PIB chinês e ali viverá 60% da população chinesa. O frenesi de construir ferrovias de alta velocidade e os alucinantes projetos de infraestrutura em construção - parte de um investimento de $1,1 trilhão em 300 obras públicas - tudo isso tem a ver com gerenciar esses conglomerados.

Não surpreendentemente, esse processo está intimamente conectado ao que no ocidente é visto como notória "bolha imobiliária", e que não poderia nem ter existido em 1998. Até ali, todas as moradias era propriedade do estado. Depois de liberalizado, aquele mercado de moradias pôs uma nascente classe média chinesa em paroxismos de investimento. Mas, com raras exceções, os chineses de classe média ainda podem pagar suas hipotecas, porque ambas, a renda rural e a renda urbana, também aumentaram.

O Partido Comunista Chinês (PCC) está, sim, prestando extrema atenção a esse processo, permitindo que fazendeiros hipotequem ou façam leasing sobre as próprias terras, dentre outras coisas, e assim financiem a própria mudança para as cidades e a casa nova. Uma vez que estamos falando de centenas de milhões de pessoas, sempre é possível que haja distorções no mercado imobiliário, até mesma a criação de desastrosas cidades fantasmas, com prédios vazios, ditos mal-assombrados.

O frenesi chinês de infraestrutura está sendo financiado por um pool de investimentos de fontes dos governos central e local, empresas estatais e setor privado. O negócio da construção, dos maiores empregadores na China, envolve mais de 100 milhões de pessoas, direta ou indiretamente. A propriedade imobiliária responde por 22% do total investimento nacional em ativos fixos e tudo isso está ligado à venda de produtos de consumo, mobiliário, e um aumento anual de 25% na produção chinesa de aço, 70% na de cimento, 70% na de vidros planos e 25% na produção de plásticos.

Portanto não surpreende que em minha recente estadia em Pequim, comerciantes insistissem que a ameaça iminente de a 'bolha imobiliária' rebentar é, na verdade, mais um mito num país onde, para o cidadão médio, o melhor investimento possível é a propriedade. Além disso, o intenso impulso para a urbanização garante, como o premiê Li Keqiang destacou no recente Fórum Econômico Mundial em Davos, uma "demanda de longo prazo por moradias".

Mercados, mercados, mercados

A China está também modificando sua base manufatureira, que aumentou para valor 18 vezes superior nas últimas três décadas. O país ainda produz 80% dos aparelhos de ar condicionado do mundo; 90% de seus computadores pessoais, 75% dos painéis solares, 70% dos telefones celulares e 63% dos sapatos. A manufatura responde por 44% do PIB chinês, empregando diretamente mais de 130 milhões de pessoas. Além disso, o país já responde por 12,8% da pesquisa e desenvolvimento global, muito à frente da Inglaterra e de quase toda a Europa Ocidental.

Mas a ênfase agora está mudando para um mercado doméstico em rápido crescimento, o que significa investimento ainda maior em infraestrutura, a necessidade de um influxo de mais talentos de engenharia e base de suprimento em rápido desenvolvimento. Globalmente, com a China começando a enfrentar novos desafios - aumento dos custos do trabalho, cadeia de suprimento global cada vez mais complexa, e volatilidade do mercado -, ela está ao mesmo tempo empenhada num impulso agressivo para passar, da montagem de baixa tecnologia, para a manufatura de alta tecnologia. Já agora a maioria das exportações chinesas são smartphones, sistemas de motores e carros (com aviões já na fila de espera). No processo, está em andamento uma mudança geográfica na manufatura, do litoral sul para a China Central e Ocidental. A cidade de Chengdu na província de Sichuan, no sudoeste, por exemplo, já se vai convertendo em conglomerado urbanohigh-tech, crescendo em torno de empresas como Intel e HP.

A China empenha-se portanto aplicadamente em ampliar a manufatura em termos internos e globais ao mesmo tempo. No passado, empresas chinesas lideraram no fornecimento de itens básicos da vida a preços baixos e níveis aceitáveis de qualidade. Agora, muitas empresas estão rapidamente atualizando as respectivas tecnologias e mudando-se para cidades de primeiro e segundo planos, enquanto empresas estrangeiras, tentando baixar os custos, estão-se mudando para cidades de segundo e terceiro planos. Os altos executivos chineses, em termos globais, querem que suas empresas tornem-se verdadeiramente multinacionais na próxima década. O país já tem 73 empresas na lista Fortune Global 500, deixando num segundo lugar bem distante os EUA.

Em termos das vantagens chinesas, tenham em mente que o futuro da economia global está claramente na Ásia, com seu crescimento recorde nos números da classe média. Em 2009, apenas 18% da classe média mundial vivia na região do Pacífico Asiático; hoje, o Centro de Desenvolvimento da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento [orig.Development Center of the Organization for Economic Cooperation and Development, OECD] prevê que, em 2030, essa proporção crescerá para espantosos 66%. Em 2009, viviam na América do Norte e Europa 54% da classe média global; em 2030 serão apenas 21%.

Siga o dinheiro e, também, o valor que você ganha por aquele dinheiro. Por exemplo, nada menos que 200 mil trabalhadores chineses estão envolvidos na produção do primeiro iPhone, supervisionados por 8.700 engenheiros industriais chineses. Foram recrutados em apenas duas semanas. Nos EUA, o mesmo processo poderia demorar mais de nove meses. O ecossistema manufatureiro chinês é realmente rápido, flexível e esperto - e se apoia sobre um sistema educacional cada dia mais impressionante. Desde 1998, a porcentagem do PIB aplicada na educação quase triplicou; o número de universidades dobrou; e apenas numa década, a China construiu o maior sistema de educação universitária do mundo.

Forças e fraquezas

A China tem mais de $15 trilhões em depósitos bancários, volume que cresce ao ritmo de $2 trilhões por ano. As reservas em moeda estrangeira aproximam-se de $4 trilhões. Ainda não há estudo definitivo de como essa torrente de fundos circula dentro da China entre projetos, companhias, instituições financeiras e o estado. Ninguém sabe realmente, por exemplo, quantos empréstimos o Banco Agrícola da China realmente faz. Alta finança, capitalismo de estado e governo de partido único tudo se mistura e se mescla no reino dos serviços financeiros chineses, onde realpolitik encontra real dinheiro grosso.

Os quatro grandes bancos estatais - o Banco da China, o Banco Industrial e Comercial da China, o Banco Chinês da Construção e o Banco Agrícola da China - todos eles evoluíram de organizações governamentais, para entidades mistas, sob controle meio-estatal meio-privado. Beneficiam-se consideravelmente dos dois lados: do dinheiro e das conexões com o governo, ou guanxi, que opera tendo em mente um misto de objetivos comerciais e governamentais. Essas são as alavancas que não se deve perder de vista para tudo que tenha a ver com o formidável processo de remodelar o modelo econômico chinês.

Quanto à proporção dívida chinesa/PIB, ainda não é grande coisa. Numa lista de 17 países, essa proporção aparece abaixo da do Japão e da dos EUA, segundo o Standard Chartered Bank, e diferente do ocidente, o crédito ao consumidor é apenas uma pequena fração da dívida total. É verdade, o Ocidente manifesta especial fascinação pela indústria chinesa de shadow banking: produtos para gerenciamento de riqueza, finança subterrânea, empréstimos 'por fora' do balanço. Mas essas operações mal chegam a 28% do PIB. Segundo o Fundo Monetário Internacional, nos EUA essa porcentagem é muito mais alta.

É possível que os problemas da China surjam de áreas não econômicas, onde a liderança em Pequim tem-se mostrado bem mais propensa a movimentos errados. Está, por exemplo, em movimento de ofensiva em três frentes, cada uma das quais pode reservar seu específico tipo de revide: está apertando o controle ideológico sobre o país, sob a rubrica de trabalhar para alijar "valores ocidentais"; está apertando o controle sobre a informação online e mídias e redes sociais, inclusive reforçando a "Grande Muralha de Fogo [firewall] da China, para policiar a Internet; e está apertando ainda mais o controle sobre minorias étnicas agitadas, especialmente sobre os uigures na província chave, ocidental, de Xinjiang.

Em dois desses fronts - na controvérsia sobre "valores ocidentais" e no controle sobre a Internet -, a liderança em Pequim pode obter benefícios muito mais significativos, especialmente entre os cidadãos mais jovens e bem educados, globalmente conectados, se promover o debate, mas não é assim que opera a maquinaria hipercentralizada do Partido Comunista Chinês.

No que tenha a ver com aquelas minorias em Xinjiang, o problema essencial pode nada ter a ver com os novos princípios orientadores da política étnica do presidente Xi. Segundo a analista Gabriele Battaglia, que vive em Pequim, Xi planeja gerir o conflito étnico aplicando "os trêsJs": jiaowang, jiaoliu, jiaorong ("contato interétnico", "troca" e "mestiçagem"). Mas isso, que pode significar disposição de Pequim para assimilar os hans/uigures, vale bem pouco na prática quando a política do dia-a-dia em Xinjiang é conduzida por quadros hans mal preparados, que tendem a ver os uigures como "terroristas".

Se Pequim erra a mão na operação de seu Extremo Oriente, Xinjiang não chegará a ser, como se espera, um entroncamento pacífico, estável de uma parte crucial da estratégia da rota da seda. Mas já é considerada elo comunicacional essencial na visão de Xi da integração eurasiana, além de conduíte crucial para o massivo fluxo de suprimento de energia que vem da Ásia Central e da Rússia. O gasoduto Ásia Central-China, por exemplo, que traz gás natural da fronteira turcomena-uzbeque através do Uzbequistão e sul do Cazaquistão, já está acrescentando uma quarta linha para Xinjiang. E um dos dois novos gasodutos que acabam de ser acertados entre Rússia-China também chegará até Xinjiang.

O livro de Xi

A extensão e a complexidade da miríade de transformações pelas quais passa a China praticamente não chegam até a imprensa-empresa norte-americana. As matérias, nos EUA tendem a enfatizar o "encolhimento" da economia chinesa e o nervosismo, por lá, quanto ao futuro papel global do país, o modo como a China "burlou" os EUA sobre seus objetivos, e a "ameaça" que a China seria para Washington e o mundo.

A imprensa nos EUA está acometida de uma febre que resulta em matérias sempre febris sobre a China, que nada informam sobre o país ou o líder chinês. Nesse frenesi, muito se perde. Boa prescrição para eles seria ler The Governance of China, compilação dos principais discursos, palestras, entrevistas e da correspondência do presidente Xi. Já é bestseller de três milhões de cópias vendidas da edição em mandarim e oferece visão extraordinariamente digerível de o que o "Sonho Chinês", proclamado em tom tão alto por Xi, significará no novo século chinês.

Xi Dada ("Xi Big Bang", como é apelidado aqui) não é divindade pós-Mao. Está mais para fenômeno pop, o que não é de surpreender. Nesse remix de "enriquecer é glorioso", não se poderia pensar em lançar a tarefa sobre-humana de remodelar o modelo chinês, se se tem no comando um burocrata-cara-de-pepino. Xi tocou num nervo vivo da coletividade, quando insistiu em que o governo do país seja baseado em competência, não em negociações e arranjos corruptos com o Partido; e espertamente embalou a transformação que tem em mente num "sonho" estilo EUA.

Por trás do pop star claramente há um homem de substância, do qual a imprensa-empresa ocidental já deveria estar procurando dar conta. Ninguém, afinal de contas, administra por acaso uma história de tamanho sucesso. Pode ser particularmente importante ver com quem se está lidando, porque Xi já tomou providências para ver com quem teria de lidar em Washington e no ocidente; viu e decidiu que o destino e a fortuna da China não estão por ali.

Resultado, em novembro passado Xi promoveu uma virada geopolítica de chacoalhar placas tectônicas. Daqui em diante, Pequim pararia de tratar os EUA ou a União Europeia como principal prioridade estratégica; em vez disso, voltaria a focar-se nos vizinhos asiáticos da China e demais países BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, com foco especial na Rússia). Os BRICS são conhecidos na China como "as grandes potências em desenvolvimento" (kuoda fazhanzhong de guojia). E, para que conste nos anais, a China já não mais se considera "país em desenvolvimento".

Não surpreende que tenha havido recentemente tal blitz de meganegócios e mega-acordos chinesespor todo o Oleogasodutostão. Sob a presidência de Xi, Pequim está rapidamente concentrando seu poder de fogo intelectual e econômico contra Washington, embora sua ofensiva de investimento global tenha apenas começado, as novas rotas da seda inclusive.


George Yeo, ex-ministro de Relações Exteriores de Cingapura vê a nova ordem mundial que está emergindo como um sistema solar com dois sóis: EUA e China. A nova Estratégia de Segurança Nacional do governo Obama afirma que "os EUA foram e permanecerão como potência do Pacífico" e afirma que "embora haja competição, rejeitamos a inevitabilidade do confronto" com Pequim. As "grandes potências em desenvolvimento", intrigadas como estão pelo extraordinário salto infraestrutural da China, tanto internamente como para fora, pelas Novas Rotas da Seda, perguntam-se se esse sistema solar com dois sóis não acabará por levar a nada. A questão portanto é: Que "sol" brilhará sobre o Planeta Terra? Será esse, talvez, afinal, o século do dragão? *****

O grito da Selva ao Planalto: povos indígenas de Rondônia estão em Brasília

O grito da Selva ao Planalto: povos indígenas de Rondônia estão em Brasília
26.02.2015


Reverberando o movimento indígena, os Kayapó, em audiência com o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disseram que caso os parlamentares insistissem na aprovação da PEC 2015, semanalmente povos de todo o Brasil se fariam presentes em Brasília para protestar e dizer não ao projeto.

Por Egon Heck, Secretariado Nacional - Cimi

Nesta semana, os povos Suruí, Cinta Larga, Arara, Puruburá, Wajonô, Karitiana, Guarassungue, Oro Waram Xijein, Oro Mon e Oro Waram farão ouvir o seu grito contra a PEC 215 e todas as iniciativas anti-indígenas tramitando no Congresso, no Executivo e no Judiciário. São os povos indígenas de Rondônia mobilizados. Os problemas e desafios contra os quais estão lutando são múltiplos. Porém, a "questão que envolve tudo é a terra, a demarcação e proteção", afirma Agenor Karitiana.

Durante essa semana terão audiências e contatos com diversos órgãos e instituições dos Três Poderes. Conforme Agenor Karitiana "já lutamos muito. Enfrentamos inimigos perigosos.  Fomos aos poucos construindo nosso movimento e organização. Vimos que o inimigo nosso está muitas vezes dentro do governo. Os que deviam proteger nossos direitos são os que tentam impedir a demarcação de nossas terras".

Para o indígena, a postura do governo federal faz o jogo do fazendeiro. "Hoje temos novas lutas contra as PECs, contra os projetos de REDD, captura de carbono, que vem ameaçando o território Suruí, provocando conflitos internos. Mas nós vamos falar duro na defesa dos nossos direitos e denunciar o que ameaça nossos povos", afirma.

Agenor luta pelos direitos de seu povo e dos povos indígenas desde o período da Constituinte, na década de 1980, e ressalta a importância desse momento e a grande participação dos jovens e das mulheres. "Olha aí, esse é meu filho e aquele é filho de Eva Kanoé e Piau, lá de Sagarana". E avisa: "No início de abril vamos fazer uma grande Assembleia dos povos indígenas de Rondônia. Vamos fazer ouvir o nosso grito e cobrar do governo nossos direitos".

Terra, o problema número um

Dentre os principais problemas, ressaltam os indígenas a paralisação do processo de demarcação das terras dos povos Cujubim, Miguelem, Wajoro, Puruburá, Cassupá, Kaririana, Kaxarari, além da extrusão da Terra Indígena Rio Negro Ocaia.

É grave a situação de invasão dos territórios indígenas em Rondônia, por madeireiros, empreendimentos do governo federal, incluindo pequenas centrais hidrelétricas.

Outro grande problema que enfrentam os "povos resistentes" (aqueles que saem do silêncio imposto pela colonização) de Rondônia é a morosidade no reconhecimento étnico, caso dos povos Guarasugwe e Chiquitano, além da documentação dos povos Cujubim, Miguelem, Warojo, Puruburá e Cassupá. Eles vêm cobrar do governo, por intermédio do Ministério da Justiça e Funai, agilidade nesses processos e a garantia dos direitos coletivos, especialmente à terra, mas também saúde e educação, entre outros.

Vítimas da borracha, dos garimpos, dos madeireiros e da colonização

A partir da década de 1960 e principalmente de 1970, houve a invasão massiva e sistemática dos territórios indígenas em Rondônia por projetos de colonização, pela expansão da frente agropecuária e garimpeira. O grande estímulo a essas invasões se deu a partir da construção da BR 364, que cortou as terras de vários povos e forçou a rápida e irresponsável "pacificação" de vários povos. Basta lembrar a terrível chacina dos Cinta Larga, do Paralelo 11, a mortandade dos Pacaás Novos - Oro Wari, da região de Guajará a Mirim.

Um relato da época menciona que no início da década de 60 o contato precipitado com os Pakaa Nova - Oro Wari fez com que o povo fosse reduzido de 3 mil para menos de 500 indivíduos (Folha do Acre 17/07/1963). "Confirmando reportagens por nós divulgadas, a fome, a doença e aventureiros inescrupulosos estão dizimando os índios Pacaás Novos, que habitam as selvas de Rondônia. De um grupo de 400 selvícolas restam apenas 91, em estado precário. Essas foram informações prestadas à imprensa pele Dr. Noel Nutels" (Alto Madeira, Porto Velho, 16-03-1962).

Poderíamos elencar inúmeros casos de violência e extermínio dos povos indígenas de Rondônia. Mas eles sobreviveram a todas as formas de violência, e hoje estão em Brasília, trazendo seu grito da selva e do massacre aos responsáveis pelo Estado brasileiro.

Obama falha o seu golpe de Estado na Venezuela

Obama falha o seu golpe de Estado na Venezuela
25.02.2015



Mais uma vez, a administração Obama tentou mudar pela força um regime político que lhe resiste. A 12 de fevereiro, um avião da Academi (ex-Blackwater), disfarçado como aeronave do exército venezuelano, devia bombardear o palácio presidencial e matar o presidente Nicolas Maduro. Os conspiradores tinham previsto colocar no poder a antiga deputada Maria Corina Machado e fazê-la aclamar, de imediato, por antigos presidentes latino-americanos.

Thierry Meyssan

REDE VOLTAIRE | DAMASCO (SÍRIA) | 23 DE FEVEREIRO DE 2015

O presidente Obama tinha prevenido. Na sua nova doutrina de Defesa (National Security Strategy), ele escreveu : «Nós ficaremos do lado dos cidadãos cujo exercício pleno dos direitos democráticos está em perigo, tal como é o caso dos Venezuelanos». Ora, sendo a Venezuela, desde a adopção da constituição de 1999, um dos mais democráticos Estados do mundo, esta frase deixava pressagiar o pior, no sentido de a impedir de prosseguir na sua via de independência e de redistribuição de riqueza.

Foi a 6 de fevereiro de 2015. Washington tinha acabado de terminar os preparativos para o derrube das instituições democráticas da Venezuela. O golpe de Estado tinha sido planificado (planejado-br) para 12 de fevereiro.

A «Operação Jericó» foi supervisionada pelo Conselho Nacional de Segurança (NSC), sob a autoridade de Ricardo Zuñiga. Este «diplomata» é o neto do presidente homónimo do Partido Nacional das Honduras, que organizou os "putschs" de 1963 e de 1972 a favor do general López Arellano. Ele dirigiu a antena da CIA em Havana, (2009-11) onde recrutou agentes, e os financiou, para formar a oposição a Fidel Castro, ao mesmo tempo que negociava a retomada das relações diplomáticas com Cuba (finalmente concluída em 2014).

Como sempre, neste tipo de operação, Washington vela para não parecer implicado nos acontecimentos que orquestra. A CIA agiu através de organizações pretensamente não-governamentais para dirigir os golpistas : a National Endowment for Democracy (Contribuição Nacional para a Democracia- ndT) e as suas duas extensões, de direita (International Republican Institute) e de esquerda (National Democratic Institute),Freedom House (Casa da Liberdade), e o International Center for Non-Profit Law (Centro Internacional para Assistência Jurídica Gratuita- ndT). Por outro lado, os Estados Unidos solicitam sempre os seus aliados para sub-contratar certas partes dos golpes, neste caso, pelo menos, a Alemanha (encarregada da protecção dos cidadãos da Otan durante o golpe), o Canadá (encarregue de controlar o aeroporto internacional civil de Caracas), Israel (encarregue dos assassínios de personalidades chavistas) e o Reino Unido (encarregue da propaganda dos "putschistas"). Por fim, mobilizam as suas redes políticas a estarem prontas ao reconhecimento dos golpistas : em Washington o senador Marco Rubio, no Chile o antigo presidente Sebastián Piñera, na Colômbia os antigos presidentes Álvaro Uribe Vélez e Andrés Pastrana, no México os antigos presidentes Felipe Calderón e Vicente Fox, em Espanha o antigo presidente do governo José María Aznar.

Para justificar o "putsch", a Casa Branca tinha encorajado grandes companhias venezuelanas a açambarcar, mais do que a distribuir, as mercadorias de primeira necessidade. A ideia era a de provocar filas de espera diante das lojas, depois infiltrar agentes nas multidões para provocar tumultos. Na realidade se existiram, de facto, problemas de aprovisionamento, em janeiro-fevereiro, e filas de espera diante das lojas, jamais os Venezuelanos atacaram os comércios.

Para reforçar a sua actuação económica o presidente Obama havia assinado, a 18 de dezembro de 2014, uma lei impondo novas sanções contra a Venezuela e vários dos seus dirigentes. Oficialmente, tratava-se de sancionar as personalidades que teriam reprimido os protestos estudantis. Na realidade, desde o princípio do ano, Washington pagava uma importância -quatro vezes superior ao ordenado médio- a gangues para que eles atacassem as forças da ordem. Os pseudo-estudantes mataram, assim, 43 pessoas em alguns meses, e semearam o terror nas ruas da capital.

Antigo número 2 da ISAF no Afeganistão, o general Thomas W. Geary é hoje em dia o encarregado de Inteligência no SouthCom.

A acção militar era supervisionada pelo general Thomas W. Geary, a partir do SouthCom em Miami, e Rebecca Chavez, a partir do Pentágono, e sub-contratada ao exército privado da Academi (antiga Blackwater) ; uma sociedade actualmente administrada pelo almirante Bobby R. Inman (antigo patrão da NSA) e por John Ashcroft (antigo Attorney General-Procurador Geral- da administração Bush). Um avião Super Tucano, de matricula N314TG, comprado pela firma da Virgínia, em 2008, para o assassínio de Raul Reyes, o n°2 das Farc da Colômbia, devia ser caracterizado com um avião do exército venezuelano. Ele deveria bombardear o palácio presidencial de Miraflores e outros alvos, entre uma dezena deles pré- determinados, compreendendo o ministério da Defesa, a direcção da Inteligência e a cadeia de televisão da ALBA, a TeleSur. Dado o avião estar estacionado na Colômbia, o Q.G. operacional da «Jericó» tinha sido instalado na embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, com a participação directa do embaixador Kevin Whitaker e do seu adjunto Benjamin Ziff.

Alguns oficiais superiores, no activo ou na reforma(aposentação-br), haviam registado, com antecedência, uma mensagem à Nação, na qual anunciavam ter tomado o poder a fim de restabelecer a ordem. Estava previsto que eles subscreveriam um plano de transição, publicado, a 12 de fevereiro, de manhã, pelo El Nacional e redigido pelo Departamento de Estado dos EUA. Um novo governo teria sido formado, dirigido pela antiga deputada Maria Corina Machado.

O golpe de Estado devia colocar no poder Maria Corina Machado. A 26 de janeiro, ela recebia, em Caracas, os seus principais cúmplices estrangeiros.

Maria Corina Machado foi a presidente da "Súmate", a associação que organizou e perdeu o referendo revogatório contra Hugo Chávez Frias, em 2004, já com o financiamento daNational Endowment for Democracy (NED) e os serviços do publicitário francês Jacques Séguéla. Apesar da sua derrota, foi recebida com toda a pompa pelo presidente George W. Bush, no Salão oval, a 31 de maio de 2005. Eleita como representante pelo Estado de Miranda, em 2011, ela tinha aparecido de súbito, a 21 de março de 2014, como chefe da delegação do Panamá na reunião da Organização dos Estados Americanos (O.E.A). Ela fora, de imediato, demitida do seu lugar de deputada por violação dos artigos 149 e 191 da Constituição (da Venezuela- ndT).

Para facilitar a coordenação do golpe, Maria Corina Machado organizou, em Caracas, a 26 de janeiro, um colóquio, « O Poder da cidadania e a Democracia actual», no qual participaram a maior parte das personalidades venezuelanas e estrangeiras implicadas.

Pouca sorte! A Inteligência Militar venezuelana vigiava as personalidades suspeitas de ter fomentado um complô, anterior, visando assassinar o presidente Maduro. Em maio último, o Procurador de Caracas acusava Maria Corina Machado, o governador Henrique Salas Römer, o ex-diplomata Diego Arria, o advogado Gustavo Tarre Birceño, o banqueiro Eligio Cedeño e o empresário Pedro M. Burelli, mas, eles negaram a autoria dos "e-mails" alegando que tinham sido falsificados pela Inteligência Militar. Ora é claro, eles estavam todos conluiados.

Ao rastrear estes conspiradores a Inteligência Militar descobriu a «Operação Jericó». Na noite de 11 de fevereiro, os principais líderes do complô, e um agente da Mossad, foram presos e a segurança aérea reforçada. Outros, foram apanhados a 12. No dia 20, as confissões obtidas permitiram deter um cúmplice, o presidente da câmara (prefeito-br) de Caracas, Antonio Ledezma.



O presidente Nicolas Maduro interveio imediatamente, na televisão, para denunciar os conspiradores. Enquanto, em Washington, a porta-voz do departamento de Estado fazia rir os jornalistas, que se recordavam do golpe organizado por Obama nas Honduras, em 2009 -quanto à América Latina-, ou mais recentemente da tentativa de golpe na Macedónia, em janeiro de 2015 -quanto ao resto do mundo-, declarando a propósito: «Estas acusações, como todas as precedentes, são ridículas. É uma prática política estabelecida de longa data, os Estados Unidos não apoiam mudanças políticas por meios não constitucionais. As mudanças políticas devem ser realizadas por meios democráticos, constitucionais, pacíficos e legais. Nós temos verificado, em várias ocasiões, que o governo venezuelano tenta desviar a atenção das suas próprias acções, acusando para isso os Estados Unidos, ou outros membros da comunidade internacional, por causa de acontecimentos no interior da Venezuela. Estes esforços, reflectem uma falta de seriedade por parte do governo da Venezuela, em fazer face à grave situação com a qual está confrontado».

Para os venezuelanos este golpe, falhado, coloca uma questão séria: como manter viva a sua democracia se os principais líderes da oposição estão na prisão, pelos crimes que se aprestavam a cometer contra a própria democracia? Para aqueles que pensam, erradamente, que os Estados Unidos mudaram, que não são mais uma potência imperialista, e, que agora defendem a democracia no mundo inteiro a «Operação Jericó» é um tema de reflexão inesgotável.

Os Estados Unidos contra a Venezuela
 Em 2002, os Estados Unidos organizaram um golpe de Estado contra o presidente eleito, Hugo Chávez Frias [1], depois, eles assassinaram o juiz encarregado da investigação, Danilo Anderson [2].
 Em 2007, eles tentaram mudar o regime organizando, para tal, uma «revolução colorida» com grupos trotzkistas [3].
 Em 2014, deram a impressão de renunciar ao seu objectivo, mas apoiaram grupos anarquistas afim de vandalizar, e desestabilizar, o país. Foi a Guarimba [4].

 http://www.voltairenet.org/article186839.html

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

É MUITA CARA DE PAU PRESIDANTA DILMA

É MUITA CARA DE PAU PRESIDANTA DILMA



"É muita cara de pau, presidenta. Quer dizer que a corrupção na Petrobras é culpa do Fernando Henrique", indaga o poeta Álvaro Alves de Faria.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

aluno universitário nos mostra a verdade sobre o governo PT.

Anjus Carton Em uma simples carta ao professor, aluno universitário nos mostra a verdade sobre o governo PT.

https://www.facebookcorewwwi.onion/.../628420330597505/...

Cruzada Pela Liberdade
Universitário se recusa a fazer trabalho sobre Marx e escreve carta ao seu Professor.
Em uma simples carta ao professor,aluno universitário nos mostra a verdade sobre o governo PT.
https://www.facebookcorewwwi.onion/.../628420330597505/...

Um estudante universitário de Santa Catarina se recusou a fazer
um trabalho sobre cientista político e economista alemão Karl Marx e resolveu escrever uma carta ao professor do curso
de Relações Internacionais e divulgar o conteúdo na internet.

A carta, segundo João Victor Gasparino da Silva, de 22 anos, foi
uma forma de protestar. "Queria uma universidade com o mesmo
espaço para todas as ideias e ideologias, sem proselitismo, sem doutrinação", explicou.

A Universidade do Vale do Itajaí (Univali), na qual o jovem
estuda, disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Segundo João Victor, que estuda Relações Internacionais, o pedido do professor foi para que os estudantes respondessem três questões sobre a teoria de Marx. Ele contou que chegou a pensar em responder de forma neutra, mas mudou de ideia. "Algo me segurava, nem cheguei a considerar dar a minha opinião no trabalho. Até que veio a ideia da carta", disse.

Conforme o estudante, o protesto não foi contra o professor, mas
foi uma forma de demonstrar descontentamento em relação à academia.

"Faz tempo que estou indignado com o que vem acontecendo em nosso país.

Os meios acadêmicos e culturais cada vez mais fechados,
os intelectuais de direita cada vez mais lançados ao ostracismo.

Resolvi ser a voz de brasileiros que não encontravam espaço para
se manifestar, seja por falta de meios, seja pelo próprio medo", disse.

Ao escrever a carta, o estudante disse que já sabia que iria divulgar na internet, não seria apenas destinada ao professor da disciplina.

"Uma amiga blogueira do Maranhão sugeriu divulgar na internet, ela se encarregou disso.

Se nosso país realmente tivesse um meio acadêmico e cultural
ideologicamente equilibrado, não seria tão necessária esta carta", argumentou.

Confira abaixo a íntegra da carta

Caro professor,

Como o senhor deve saber, eu repudio o filósofo Karl Marx e tudo o que ele representa e representou na história da humanidade, sendo um profundo exercício de resistência estomacal falar ou ouvir sobre ele por mais de meia hora.

Aproveito através deste trabalho, não para seguir as questões que o senhor estipulou para a turma, mas para expor de forma livre minha crítica ao marxismo, e suas ramificações e influências mundo afora.

Quero começar falando sobre a pressão psicológica que é, para uma pessoa defensora dos ideais liberais e democráticos, ter que falar sobre o teórico em questão de uma forma imparcial, sem fazer justiça com as próprias palavras.

Me é uma pressão terrível, escrever sobre Marx e sua ideologia nefasta, enquanto em nosso país o marxismo cultural, de Antonio Gramsci, encontra seu estágio mais avançado no mundo ocidental, vendo a cada dia, um governo comunista e autoritário rasgar a Constituição e destruir a democracia, sendo que foram estes os meios que chegaram ao poder, e até hoje se declararem como defensores supremos dos mesmos ideais, no Brasil.

Outros reflexos disso, a criminalidade descontrolada, a epidemia das drogas cujo consumo só cresce (São aliados das FARCs), a crise de valores morais, destruição do belo como alicerce da arte (funk e outras coisas), desrespeito aos mais velhos, etc. Tudo isso, sintomas da revolução gramscista em curso no Brasil.

A revolução leninista está para o estupro, assim como a gramscista está para a sedução, ou seja, se no passado o comunismo chegou ao poder através de uma revolução armada, hoje ele busca chegar por dentro da sociedade, moldando os cidadãos para pensarem como socialistas, e assim tomar o poder.

Fazem isso através da educação, o velho e ‘’bom’’ Paulo Freire, que chamam de ‘’educação libertadora’’ ou ‘’pedagogia do oprimido’’, aplicando ao ensino, desde o infantil, a questão da luta de classes, sendo assim os brasileiros sofrem lavagem cerebral marxista desde os primeiros anos de vida.

Em nosso país, os meios culturais, acadêmicos, midiáticos e artísticos são monopolizados pela esquerda há meio século, na universidade é quase uma luta pela sobrevivência ser de direita.

Agora gostaria de falar sobre as consequências físicas da ideologia marxista no mundo, as nações que sofreram sob regimes comunistas, todos eles genocidas, que apenas trouxeram miséria e morte para os seus povos.

O professor já sabe do ocorrido em países como URSS, China, Coréia do Norte, Romênia e Cuba, dentre outros, mas gostaria de falar sobre um caso específico, o Camboja, que tive o prazer de visitar em 2010. Esta pequena nação do Sudeste Asiático talvez tenha testemunhado o maior terror que os psicopatas comunistas já foram capazes de infligir sobre a humanidade, primeiro esvaziaram os centros urbanos e transferiram toda a população para as zonas rurais. As estatísticas apontam para uma porcentagem de entre 21% a 25% da população morta por fome, doenças, cansaço, maus-tratos, desidratação e assassinadas compulsoriamente em campos de concentração no interior. Crianças também não escaparam, separadas dos pais, foram treinadas para serem "vigias da Revolução’’, denunciando os próprios familiares, quando estes cometiam "crimes contra a Revolução’’. Quais eram os crimes? Desde roubar uma saca de arroz para não morrer de fome, ou um pouco de água potável, até o fato de ser alfabetizado, ou usar óculos, suposto sinal de uma instrução elevada. Os castigos e formas de extermínio, mais uma vez preciso de uma resistência estomacal, incluíam lançar bebês recém-nascidos para o alto, e apanhá-los no ar, utilizando a baioneta do rifle, sim, isso mesmo, a baioneta contra um recém-nascido indefeso.

Bem, com isto, acho que meu manifesto é suficiente, para expor meu repúdio ao simples citar de Marx e tudo o que ele representa. Diante de um mundo, e particularmente o Brasil, em que comunistas são ovacionados como os verdadeiros defensores dos pobres e da liberdade, me sinto obrigado a me manifestar dessa maneira, pois ele está aí ainda, assombrando este mundo sofrido.

Para concluir gostaria de citar o decálogo de Lenin:

1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação em massa;
3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;

4. Destrua a confiança do povo em seus líderes;

5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo.

6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no Exterior e provoque o pânico e o desassossego na população;

7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;

8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;

9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa;

10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.

Obrigado, caro professor, pela compreensão.

Ass.: João Victor Gasparino da Silva

30/09/2013

Brasil volta ao 'banco dos réus' das nações, agora por crime contra a liberdade de imprensa

Brasil volta ao 'banco dos réus' das nações, agora por crime contra a liberdade de imprensa
11.11.2013

Por ANTONIO CARLOS LACERDA


WASHINGTON/ESTADOS UNIDOS - Depois de ser envergonhado diante do mundo por estar sentado no 'banco do réus' dos direitos humanos de organismos internacionais por violência contra presidiários e seus familiares e por privação de liberdade de adolescentes no Estado do Espírito Santo, o Brasil está sentado, mais uma vez, no 'banco dos réus" dos direitos humanos internacionais ao ser formalmente acusado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), de violar tratados internacionais sobre a liberdade de expressão.

A denúncia partiu da ONG internacional Article 19 (Artigo 19), que atua em defesa à liberdade de informação e de imprensa em todo mundo, durante audiência realizada pela Comissão no último dia 29/10, em Washington, nos Estados Unidos.

O Brasil foi acusado formalmente de violar tratados internacionais sobre a liberdade de expressão por abrigar leis que criminalizam, como casos de calúnia, injúria e difamação, críticas e denúncias da mídia envolvendo ocupantes de cargos públicos.

Caso não haja adequação da legislação brasileira aos tratados internacionais, a ONG pretende pedir a abertura de um processo contra o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos, que funciona em San José, na Costa Rica.

Segundo a ONG, os chamados "crimes contra a honra" são usados como um "instrumento político de intimidação" e cerceiam a liberdade de expressão. Eles são, também, a nova e rentável 'indústria do dano moral", um expediente usado por corruptos e ladrões do dinheiro público para intimidar jornalistas e se enriquecerem às custas de processos judiciais.

Previstos na legislação atual do País, os delitos podem receber punição ainda mais grave se for aprovado sem alterações o projeto de reforma do Código Penal em discussão no Senado. O projeto de reforma do código não só mantém os crimes como duplica a pena caso a vítima seja ocupante de cargo público - na legislação atual, em tais casos a punição é elevada em um terço.

A iniciativa que pode levar à adequação da lei aos tratados internacionais é a eliminação do crime de desacato, que é "incompatível" com as convenções da OEA, segundo a relatora especial da CIDH CatalinaBotero Marino.

O caso do jornalista Fábio Pannunzio, da Rede Bandeirantes, foi um dos apresentados pelo Artigo 19 como exemplo do impacto negativo dos "crimes contra a honra" sobre a liberdade de expressão. Em 2012, Pannunzio anunciou o fim de seu blog em razão de processos movidos contra ele por políticos.

Existem também o caso de jornal, impressos e virtuais, que respondem a processos judiciais, vivem sob censura, impedidos de comentar determinados assuntos ou, no caso dos virtuais, são invadidos pelos famosos e temidos hackers, que detonam toda a estrutura do jornal, que fica dias fora o ar.

Além desses, há casos em que as pessoas que se sentem ofendidas com os escritos jornalísticos não ingressam na Justiça nem usam de ataques virtuais. Elas, simplesmente, mandam matar os jornalistas que imaginam te-lasofendido.

O Brasil solicitou à Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da OEA uma "nota técnica" sobre a jurisprudência e a doutrina da organização aplicada ao assunto. O objetivo é enviar o texto ao Senado como subsídio às discussões em torno da reforma do Código Penal.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos proferiu seis decisões sobre o tema entre 2004 e 2009. Em todas determinou que os países deixassem de criminalizar os casos de injúria, calúnia e difamação contra funcionários públicos.

Por causa da covarde omissão dos legisladores brasileiros sobre a selvageria e violência contra o mais sagrado dos direitos do Homem, a livre liberdade de expressão, o Poder Judiciário e o Ministério Público do Brasil tornam-se os únicos e derradeiros escudos da Imprensa contra esse crime que se pratica contra a cidadania brasileira e que lesa até a pátria, já ultrajada pelos vergonhosos crimes que se engendra dia e noite nos gabinetes palacianos, ministeriais e governamentais contra o erário público.

Cabe, pois, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público a tomada imediata de medidas enérgicas que liquidem, de uma vez por todas, com as investidas judiciais dessas camarilhas de bandidos do colarinho branco, travestidos de moralistas da pátria. Caso o Judiciário e o Ministério Público não personifiquem a plena, total e absoluta proteção da Imprensa Brasileira e seus profissionais, o Brasil terá mergulhado no mais brutal regime de exceção político-social.

HSBC é acusado de ajudar ocultar na Suiça US$ 7 bilhões de corrupção no Brasil

HSBC é acusado de ajudar ocultar na Suiça US$ 7 bilhões de corrupção no Brasil
20.02.2015 | Fonte de informações: Pravda.ru

CURITIBA/BRASIL - O até então famoso, sério e respeitado HSBC, segundo maior banco do mundo, é acusado de ter ajudado 8,7 mil clientes brasileiros a depositar cerca de U$$ 7 bilhões em sua filial na Suiça, sem que a origem do dinheiro fosse declarada è Receita Federal.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA


No centro de uma polêmica global por ajudar corruptos e evasores de divisas de todo o mundo, o HSBC de Genebra, na Suiça, abriu conta e recebeu o depósito de dinheiro em sua sede suíça proveniente de propinas no caso do escândalo de roubo na Petrobrás.

Isso é pelo menos o que revela em sua delação premiada o ex-gerente executivo de engenharia da Petrobrás Pedro Barusco, que abriu um total de 19 contas em nove bancos na Suíça para receber propinas.

A informação faz parte do "Termo de Colaboração Premiada" entre Barusco e o Ministério Público Federal.

O documento aponta que o ex-gerente da Petrobrás "reconhece ter também recebido o valor aproximado de US$ 6 milhões em nome da Offshore Vanna Hill, em nome de sua esposa Luciana Adriano Franco em conta bancária no Banco HSBC, Genebra, Suiça, os quais reconhece como sendo produto ou proveito de crimes por ele praticado".

O texto indica que Barusco renunciou "a todo e qualquer direito sobre eles e comprometendo-se a prontamente praticar qualquer ato necessário à repatriação desses valores em benefício do país". Sua esposa, no mesmo documento, "reconhece o depósito mencionado" e "igualmente renuncia a todo e qualquer direito sobre eles".

Na delação, a data da abertura da conta não é indicada. Mas entre os detalhes colhidos pelo MP está o registro de uma transferência no dia 12 de novembro de 2011 do HSBC para a empresa criada por Barusco no Panamá, a Rhea Comercial. O valor seria de US$ 980 mil.

Para realizar seus depósitos no HSBC, Barusco afirma ter se utilizado dos serviços do Bernardo Friburghaus, operador que também aparece na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás.

Lavagem. Na semana passada, uma revelação feita por uma rede de jornais de todo o mundo apontou como o HSBC funcionou como um instrumento para lavar dinheiro, gerando uma polêmica internacional sobre o papel dos bancos e da Suíça no combate à corrupção.

Segundo os dados, o banco HSBC ajudou a mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça. No mundo, o banco auxiliou a mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países. A lista desses clientes é um exemplo de como o sistema bancário do país alpino lucrou ao manter contas de criminosos, traficantes, ditadores e milionários que optaram por não pagar impostos ou pilharam seus países.

No Brasil, a Receita Federal se limitou a indicar que abriu investigações para apurar "hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações" prestadas ao Fisco Brasileiro por brasileiros correntistas do Banco HSBC.

No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 6,6 mil contas.

Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie, Tina Turner ou o Rei Abdallah, da Jordânia.

Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo e revelam a frequência pela qual personalidades viajavam para a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas.

Bloqueio. Em março de 2014, Barusco tentou fazer transferências e retirar seu dinheiro da Suíça. Mas indicou em sua delação que suas contas foram congeladas naquele mês pelas autoridades suíças, que já investigavam o caso. A Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobrás foi deflagrada justamente em março do ano passado.

A Justiça suíça confirmou a informação e indicou que o sistema criado por Barusco de abertura de diversas contas e a criação de empresas offshore refletem um esforço de "camuflar" a origem do dinheiro. Os suíços, porém, evitam dar detalhes sobre o volume de dinheiro bloqueado.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

GOLPE JURÍDICO DE JOAQUIM BARBOSA – De novo, presenteia o Brasil com a verdade! Por Carlos Chagas…

GOLPE JURÍDICO DE JOAQUIM BARBOSA – De novo, presenteia o Brasil com a verdade! Por Carlos Chagas…



 Do portal Diário do Poder, uma luz trtazida aos brasileiros por Carlos Chagas…

CARLOS CHAGAS

OS EMPREITEIROS PODERÃO SER LIBERTADOS EM MASSA

No Judiciário, mais do que no Executivo  e no Legislativo, age-se por metáforas. Não raro  por mensagens cifradas. Sinais costumam ser enviados nas entrelinhas, que só os iluminados percebem.

Acaba de se verificar uma dessas situações. Sem maiores explicações,  o ex-ministro Joaquim Barbosa veio a público pregando a demissão do ministro da Justiça. Quis atingir  que objetivo, além da pessoa do próprio?

Nos corredores do Supremo Tribunal Federal, decifra-se o enigma.  O polêmico ex-presidente da casa dirigia-se a seus pares, alertando-os para as conseqüências de gravíssima decisão capaz de ser tomada nos próximos dias: a libertação de todos os empreiteiros presos desde novembro em Curitiba!

É o que se trama na mais alta corte nacional, com a participação do ministro da Justiça. A maioria dos doutos juristas estaria inclinada a conceder habeas-corpus para os presos, sob o argumento de  que não representam perigo para a ordem pública e dificilmente fugiriam para o estrangeiro, dado o confisco de seus passaportes.  Pesa na singular determinação o fato de estarem submetidos a regime carcerário bastante precário, com muitos dormindo no chão, em colchonetes, por falta de instalações mais convenientes na Polícia Federal da capital paranaense.  Além, é claro, de disporem de recursos ilimitados para pagamento dos melhores advogados do país. Some-se, também, o estado psicológico de muitos deles.

Caso se concretize a hipótese engendrada em surdina, ficará demonstrado que a Justiça, no Brasil, não é a mesma para pobres e ricos. Os empreiteiros voltariam ao luxo de suas residências para enfrentar longos processos na primeira instância federal e depois nos tribunais correspondentes. Apesar da inflexibilidade do juiz Sérgio Moro,  estariam vitoriosos, mais ou menos como estão, hoje, muitos  condenados no processo do  mensalão.

Joaquim Barbosa, apesar de retirado, percebeu a trama e dispôs-se a denunciá-la, mas por via transversa. Mirou no ministro da Justiça certo de atingir   seus antigos companheiros. Presta mais um serviço, ainda que  sem certeza de obter sucesso. No caso,  a permanência dos bandidos na cadeia pelo menos  até seu julgamento.

Resta aguardar os próximos capítulos  dessa novela de horror, capaz de desmoralizar a confiança que se vinha tendo na Justiça, porque os ladrões de galinha continuam submetidos a maus tratos e sem esperança de receber as benesses da lei. O escândalo na Petrobras poderá reverter em benefício de seus mentores.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Notícias do Brasil? Vá ler lá na China…

Notícias do Brasil? Vá ler lá na China…
17 de fevereiro de 2015 | 10:44 Autor: Fernando Brito


Enquanto os jornais brasileiros se ocupam de destruir o único setor da economia onde ainda imperava o capital nacional, a construção pesada,  é no China Daily que você fica sabendo que estão avançando as tratativas para por em prática o acordo assinado em julho passado entre o Brasil e a China (e, depois, o Peru) para a construção de uma ferrovia de 5 mil quilômetros (40% já existentes) ligando o Atlântico e o Pacífico.
Valdemar Leão, o embaixador do Brasil para a China, em entrevista ao Diário do Povo, anunciou que, nos próximos dias, começam as reuniões técnicas para a execução do projeto. Coisa pequena, de mais de  US$ 30 bilhões, financiados pelos chineses à base de “project finance”, ou pagamento com a própria operação da ferrovia.
Claro que não é porque os chineses são “bonzinhos”, mas porque pensam estrategicamente em suas necessidades de grãos e de minérios, tanto que já se lançaram às obras do Canal da Nicarágua, que tira do Panamá (e do controle dos EUA) a ligação entre o Atlântico e o Pacífico. Alás, não apenas aqui, na América Latina, mas em todas as partes do mundo.
Há, ainda, um problema a ser superado, que é a reivindicação da Bolívia de que o trajeto inclua seu território, com uma ligação com La Paz. Mas, como a solução provável para isso deve ser um ramal ligando a Bolívia ao trajeto principal, este pode começar a ser detalhado antes.
Porque um projeto destes, para chegar ao ponto de execução, consome anos e, a rigor, esta é uma ideia que tem décadas, já.
Quando chegarmos ao ponto de realizar obras – com o projeto encarecido ao extremo por exigências ambientais, como as que acabaram por inviabilizar o trem-bala entre o Rio e São Paulo –  que empresas irão realizá-lo?
A José Manoel Reformas e Pinturas? A Fulaninho Engenharia Ltda.? Ou, quem sabe, uma chinesa, já que os amigos de olhinhos repuxados não vão entregar de bandeja para a Halliburton?
Nunca é demais relembrar a velha piada sobre a ponte que Deus e o Diabo resolveram construir entre Céu e Inferno, para facilitar o trânsito das almas decaídas e das redimidas, de um lado para o outro.
Combinaram que cada um faria metade e, dali a um ano, as duas partes se reuniriam num ponto intermediário, bem no meio do Purgatório, onde haveria um trevo de acesso em ambos os sentidos.
Passou o ano e, como combinado, lá estava o Diabo de pé, orgulhoso e cheirando a enxofre, na ponta de sua metade da obra.
Mas a parte que vinha do Céu não estava lá.
Chega então Deus, constrangido, a bordo de sua nuvem e leva logo uma cobrança do Capeta: “francamente, depois eu é que sou o Príncipe da Mentira? Cadê a sua parte na ponte, Senhor?
E Deus, meio sem jeito: sabe o que é? É que procurei, procurei, mas no Céu não tem um empreiteiro que seja…
Pelo visto, o Brasil vai virar o Céu. Mas um Céu bem atrasadinho, um verdadeiro Inferno.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

PROPINODUTO José Dirceu, vulgo BOB

Dirceu era registrado como Bob na contabilidade da propina, diz Youssef

 postado em 12/02/2015 15:13 / atualizado em 12/02/2015 17:21
 Amanda Almeida
O doleiro Alberto Youssef destacou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF) os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci como os contatos do lobista Julio Camargo no PT. Em trecho da delação premiada, o doleiro diz ainda que Dirceu, ex-chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Lula, era citado como “Bob” nos registros de contabilidade da propina paga por Camargo.
Youssef diz que Dirceu e Julio Camargo eram amigos. Segundo o doleiro, o ex-ministro usou um jato de Camargo em “diversas oportunidades”, depois de ter deixado o governo Lula. “Não sabe dizer quantas vezes o avião foi utilizado por José Dirceu e nem a razão do uso. Mas pode afirmar que Julio Camargo e José Dirceu são amigos”, registra a transcrição da delação premiada.

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O doleiro nega saber os valores repassados a Dirceu. “Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci”, afirmou Youssef, acrescentando que Camargo era responsável por repassar a agentes públicos a propina paga por construtoras.

Em seu blog, Dirceu divulgou nota em que nega o conteúdo das declarações de Youssef. Ele diz que "repudia, com veemência, as declarações do doleiro Alberto Youssef de que teria recebido recursos ilícitos do empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal, ou de qualquer outra empresa investigada pela Operação Lava-Jato".

"O ex-ministro também afirma que nunca representou o PT em negociações com Júlio Camargo ou com qualquer outra construtora. As declarações são mentirosas. O próprio conteúdo da delação premiada confirma que Youssef não apresenta qualquer prova nem sabe explicar qual seria a suposta participação de Dirceu. O ex-ministro também esclarece que, depois que deixou a chefia da Casa Civil, em 2005, sempre viajou em aviões de carreira ou por empresas de táxi aéreo", completa a nota.

Até a publicação desta notícia, os advogados de Palocci não haviam sido localizados.

Dispositivo criado na Unicamp indica a concentração de chumbo na água

Dispositivo criado na Unicamp indica a concentração de chumbo na água

O novo aparelho chama atenção pelo tamanho e pela praticidade

Reuters


A preocupação com a água que assola o país inquieta cientistas há tempos. Nos laboratórios, buscam soluções que variam do controle do desperdício à despoluição. É o caso de um dispositivo criado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante o mestrado, Rodrigo Reigota César desenvolveu um aparelho portátil capaz de identificar a quantidade de chumbo na água, um dos grandes problemas ambientais da modernidade e um risco à saúde humana.

“O chumbo foi amplamente utilizado na construção de canos de esgoto, para a fabricação de baterias, cabos elétricos e blindagem na indústria nuclear. Com o passar dos anos, esse metal pesado foi substituído e descartado; muitas vezes, de maneira incorreta, contaminando o solo, e, consequentemente, lagos e rios”, explica Reigota.

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O cientista chama atenção para o fato de o equipamento poder ser usado em lugares distantes, facilitando a identificação de impurezas da água mesmo em regiões de acesso dificultado. “A grande vantagem desse dispositivo é que ele poderá ir a campo, na área da possível contaminação, lago, mar, rio ou solo. Dessa maneira, teríamos um resultado imediato”, completa Reigota, que, agora, no doutorado, trabalho no aperfeiçoamento desse transistor de efeito de campo sensível a íon (Isfet, pela sigla em inglês)

Os Isfet são usados nas áreas química e biológica para, por exemplo, a realização de diagnósticos médicos. A partir de um Isfet capaz de identificar cátions e ânions em água, Reigota criou uma versão seletiva para chumbo. “Realizei um estudo do estado da arte e do funcionamento desse dispositivo, detalhando todo o processo de fabricação, bem como a caracterização estrutural e elétrica. Ele pode ser aplicado para detecção de pH (indicador de acidez, neutralidade ou alcalinidade) e concentrações de chumbo na água”, detalhou, em entrevista ao Jornal da Unicamp. 

Brasil-União Europeia: um ano decisivo

Brasil-União Europeia: um ano decisivo

10.02.2015
 
Brasil-União Europeia: um ano decisivo. 21610.jpeg
SÃO PAULO - A exemplo do que ocorreu em relação a outros tradicionais mercados, a corrente de comércio do Brasil com a União Europeia em 2014 apresentou queda em comparação com 2013. Nas exportações, a variação negativa foi de 11,98%, pois em 2013 o Brasil vendeu mercadorias no total US$ 47,7 bilhões, enquanto em 2014 o montante chegou a US$ 42 bilhões. É de se destacar que essa queda só confirmou uma tendência que vem desde 2011, ano em que o Brasil mais exportou para aquele bloco (US$ 53,1 bilhões), tendo registrado US$ 49,1 bilhões em 2012.
Mauro Lourenço Dias (*)
Não se pode deixar também de ressaltar que, conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a União Europeia é um parceiro extremamente importante para a indústria brasileira, pois, em 2014, do total de US$ 42 bilhões de vendas, US$ 19,9 bilhões foram de produtos industrializados (US$ 5,8 bilhões de semimanufaturados e US$ 14,1 bilhões de manufaturados).
Em produtos básicos, foram vendidos para a União Europeia US$ 21,7 bilhões. Destes números, constata-se que 51,6% das exportações brasileiras para o bloco foram de commodities, o que denota uma tendência de crescimento, já que em 2013 o segmento havia alcançado 49,7% do total exportado.
Nas importações, também houve queda: depois de importar US$ 50,7 bilhões em 2013, o Brasil comprou em 2014 US$ 46,7 bilhões, com uma variação negativa de 7,96%. Em 2014, da União Europeia, o Brasil importou US$ 45,9 bilhões em produtos industrializados (US$ 1,2 bilhão em semimanufaturados e US$ 44,6 bilhões em manufaturados) e US$ 754 milhões em produtos básicos. Ou seja, 98% dos produtos importados foram industrializados (semimanufaturados e manufaturados), porcentagem igual à de 2013, quando, de um total de US$ 50,7 bilhões, US$ 50 bilhões foram de industrializados (US$ 1,4 bilhão de semimanufaturados e US$ 48,5 bilhões de manufaturados) contra US$ 727 milhões de produtos básicos.
Como se vê, enquanto a União Europeia vende praticamente produtos industrializados, o Brasil começa a vender cada vez mais produtos básicos para aquele bloco. Mesmo assim, o País passou com os 28 países da União Europeia de um superávit comercial, com as exportações superando as importações, de US$ 1,4 bilhão em 2012, para um déficit de US$ 3 bilhões em 2013 e de US$ 4,7 bilhões em 2014.
Esse fraco desempenho não pode ser explicado por uma retração no consumo do mercado europeu, mas por uma substituição crescente dos produtos industrializados brasileiros por asiáticos, que oferecem preços mais atraentes, já que o governo brasileiro não conseguiu avançar as negociações para a criação de um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que reduziria as tarifas cobradas dos produtos brasileiros naquele mercado.
Iniciadas em 1999, essas negociações estão empacadas desde 2004 mais por força de obstáculos levantados pela Argentina e suas dificuldades com uma crônica falta de divisas. Como o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, já anunciou a intenção do governo de assinar um tratado com o Canadá e renovar o acordo com o México, se a diplomacia brasileira conseguir destravar as negociações com a União Europeia em 2015, este poderá vir a ser um ano decisivo para o comércio exterior do Brasil.
____________________________
(*) Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

No Brasil, a Vale já perdeu mais de R$ 200 bilhões do seu valor de mercado

No Brasil, a Vale já perdeu mais de R$ 200 bilhões do seu valor de mercado

04.02.2015
 
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RIO DE JANEIRO/BRASIL - No Brasil, em seis anos, a mineradora Vale viu sua capitalização passar de R$ 322 bilhões para R$ 106 bilhões. A Vale, que já foi a maior mineradora do mundo e a segunda maior empresa brasileira, despencou e está atrás de Ambev, Itaú, Bradesco e Petrobras, essa última naufragada em um 'mar de lamas' por conta de uma quadrilha de diretores e empresários que praticaram um assalto aos cofres da empresa da ordem de R$10 bilhões.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

Não é só a Petrobras, envolvida em um esquema de desvios de recursos "absurdo", segundo palavras da própria presidente Dilma Rousseff, que se desvalorizou bastante nos últimos anos.
A mineradora Vale, comandada pelo executivo mineiro Murilo Ferreira, não passa também por um bom momento na bolsa de valores.
Desde 16 de maio de 2008, quando valia R$ 322,9 bilhões, seu recorde, a companhia perdeu mais de R$ 200 bilhões. Atualmente, seu valor de mercado está na casa dos R$ 106 bilhões.
Em 2013, suas ações preferências (VALE5) acumulam queda de 38,3%. Em 2013, caíram 15,2%. Seu valor de mercado equivale a 0,6 do valor patrimonial. Isso significa que se a Vale fosse fechada e seus bens vendidos, os acionistas ganhariam mais dinheiro do que mantê-la operando.
De forma simplificada, é um indicativo de que a ação está barata (atenção: outros indicadores devem ser analisados para se chegar a essa conclusão).
Há seis anos, a Vale era a segunda maior empresa do Brasil em valor de mercado, atrás apenas da Petrobras. Hoje é a quinta. Estão à sua frente a cervejaria Ambev, os bancos Itaú e Bradesco e a combalida Petrobras.
O que explica a desvalorização da Vale, que, ao contrário da Petrobras, não está envolvida em nenhum esquema de corrupção?
A companhia sofre, de certa medida, de um mal que também aflige a Petrobras: o fim do supercíclo de commodities. O petróleo, por exemplo, está cotado abaixo dos US$ 60 dólares.
O minério de ferro, principal matéria-prima da Vale, por sua vez, está cotado abaixo dos US$ 70. No auge, chegou perto de US$ 200. A desaceleração da China, seu principal mercado, também seu quinhão na queda de valor da Vale.
"Temos de estar focados em disciplina, alocação de capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação", disse recentemente Ferreira.
O executivo tem dito que a empresa se preparou nos últimos anos para enfrentar o que ele chama de "momento menos exuberante" na mineração.
Uma das estratégias, desde que Ferreira assumiu, tem sido cortar custos.
Os gastos gerais administrativos, por exemplo, passaram de US$ 2,3 bilhões, em 2011, para US$ 900 milhões, estimados para o fim de 2014. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento também tiveram uma queda: de US$ 1,7 bilhão para US$ 800 milhões, no mesmo período.
Os investimentos da mineradora brasileira também serão menores ao longo dos anos. Em 2011, por exemplo, a Vale investiu US$ 16,3 bilhões. Neste ano, a estimativa é de US$ 12 bilhões. Em 2010, cairá para US$ 10,2 bilhões. Em 2019, a estimativa é de investir US$ 4,9 bilhões.
ANTONIO CARLOS LACERDA