domingo, 13 de novembro de 2016

"Esquerda brasileira fala para si mesma, sem uma real conexão com a sociedade"

"Esquerda brasileira fala para si mesma, sem uma real conexão com a sociedade"

13.11.2016 01:34
"Esquerda brasileira fala para si mesma, sem uma real conexão com a sociedade"
O antropólogo Argentino Salvador Schavelzon discute os caminhos da esquerda na América Latina.
Por Patricia Fachin                                                                                                     
Do Ihu-Online 
                                                                                                                                 
A esquerda brasileira parece estar numa "bolha" e, em geral, suas discussões "giram em torno" de saber quem estará no comando nos próximos anos, "se haverá uma renovação dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), se será criado um novo partido, ou se o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) vai crescer. Mas todas essas discussões dão a impressão de serem cada vez mais marginalizadas, (...) sem conexão com a classe trabalhadora", "sem uma real conexão com a sociedade", constata o antropólogo argentino Salvador Andrés Schavelzon.
Na entrevista a seguir, concedida pessoalmente à IHU On-Line, quando esteve no Instituto Humanitas Unisinos - (IHU), participando do Ciclos de Estudos Metrópoles, Políticas Públicas e Tecnologias de Governo. Territórios, governamento da vida e o comum, Schavelzon comentou o resultado das eleições municipais no país. Na avaliação dele, "o fenômeno importante dessas eleições" é o fato de que "as maiorias e as classes populares subalternas ou votam na direita ou não votam", o que confirma a tese de que a esquerda, cada vez mais, "é uma expressão da classe média progressista".
Segundo Schavelzon, apesar de todas as críticas que podem ser dirigidas ao governo Temer, especialmente por conta da PEC 241, "infelizmente não conseguimos falar de 2015 como um momento totalmente diferente do que o momento que estamos vivendo agora". E adverte: "Para entender as políticas conservadoras atuais, não podemos começar a discutir 2016 como a chegada de um momento totalmente novo. É interessante nos perguntarmos por que a esquerda fez as escolhas que fez e chegou a esse momento". E dispara: "Se a esquerda pensa que não existem mais possibilidades, ela pode voltar para casa".
A proposta da Reforma da Previdência, que sugere o aumento da idade mínima para a aposentadoria, diz, "é do governo Dilma" e a "desvinculação da obrigação de um gasto social - que aparece também na PEC 241 - já tinha antecedentes no governo Dilma. Então, a polarização, que em tempo de eleições e também no processo de impeachment ficou em primeiro plano, esconde um consenso e uma transversalidade entre os governos, porque, evidentemente, a prioridade do (PT) não foi colocar um antagonismo entre trabalho e capital no primeiro plano".
Para ele, uma alternativa à política atual não será encontrada "dentro do sistema político" e também "não está entre os intelectuais à esquerda ou no progressismo de classe média". Para encontrar uma saída, frisa, "é preciso que os setores e as maiorias que hoje não estão participando da política, participem; essa é a possibilidade". E comenta: "Hoje eu vejo que encontramos potência e vida nessas lutas urbanas e nas lutas que não são divulgadas, como a luta contra o desenvolvimento nos territórios, a luta dos povos indígenas que estão resistindo à ocupação de territórios pelo agronegócio".
Salvador Schavelzon é argentino e atualmente leciona na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Sociologia e Antropologia pela (UFRJ) e graduado em Ciências Antropológicas pela Universidad de Buenos Aires (UBA). Sua tese de doutorado, intitulada A Assembleia Constituinte da Bolívia: Etnografia de um Estado Plurinacional, foi publicada como livro na Bolívia em 2012, com nova versão editada em 2013, pela Clacso Coediciones. Este livro e outro, sobre Bem Viver e Plurinacionalidade na Bolívia e Equador, estão disponíveis aqui. 
Schavelzon esteve no Instituto Humanitas Unisinos (IHU), no dia 31-10-2016, participando da quarta edição do Ciclos de Estudos Metrópoles, Políticas Públicas e Tecnologias de Governo. Territórios, governamento da vida e o comum, oportunidade em que proferiu a palestra Cosmopolítica indígena, estados plurinacionais e partidos movimento. Assista à palestra, na íntegra, ao final da entrevista.
Confira a entrevista.
Como interpreta o resultado das eleições municipais no país como um todo? Qual é o significado e o impacto político dessas eleições para a esquerda em geral?
 Salvador Schavelzon - O resultado geral das eleições confirma um avanço conservador e uma fraqueza da esquerda, uma crise de todas as esquerdas. Junto com o avanço conservador, existem disputas das quais a esquerda não participa mais, além disso na esquerda ainda está se decidindo quem irá comandar essa nova fase de administração do capitalismo brasileiro. Nesse cenário, tudo pode acontecer, desde uma força nova aparecer, até forças antigas se reorganizarem. Vemos uma disputa muito forte, por exemplo, dentro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), entre Aécio, Serra e Alckmin. Lamentavelmente, hoje, essas são as disputas que dizem respeito a quem irá comandar o poder.
A esquerda na sua bolha
Na esquerda há uma situação de "bolha". As discussões giram em torno de quem comandará a esquerda: se haverá uma renovação dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), se será criado um novo partido, ou se o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vai crescer. Mas todas essas discussões dão a impressão de serem cada vez mais marginalizadas, feitas em uma "bolha", sem conexão com a classe trabalhadora.
As maiorias e as classes populares subalternas ou votam na direita ou não votam; esse é um fenômeno importante dessas eleições. Cada vez mais a esquerda é uma expressão da classe média progressista. Sem dúvida, em algum momento, a esquerda recebeu o voto da classe trabalhadora, mas hoje esse voto está reduzido. E nesse sentido a esquerda como um todo está reduzida também em termos de linguagem, imaginário, discurso e projeto. É também nesse sentido que existe uma bolha: não é apenas que os pobres não votam mais na esquerda; a esquerda fala para si mesma.
 Por que a classe trabalhadora mudou seu voto e passou a votar na direita? Isso se deve ao fato de a esquerda somente falar para si mesma ou há outros fatores envolvidos?
Há várias questões. Ao analisarmos os 10 anos de governo do PT, não podemos dizer, simplesmente, que os trabalhadores estão votando na esquerda, porque votar no PT era votar em uma identidade política de esquerda, mas não em políticas à esquerda. De alguma forma, o voto conservador já pode ser constatado em discursos conservadores que apareciam dentro do progressismo; isso aconteceu em toda a América Latina. 
O PT foi um voto conservador e não progressista?
 Sim. Quando o discurso do PT, por exemplo, não falava de desigualdade, mas do sucesso do consumo, da ampliação da classe média, ou quando o discurso defendia posições nacionalistas e era contra qualquer tentativa de mudança mais radical, ou quando não se discutia o problema tributário, de quem paga imposto no país, quando se possibilitou que os ricos, os setores bancários e os empresários fossem mais beneficiados do que nunca, não estava se fazendo um governo de fato de esquerda. Além disso, políticas progressistas que, na verdade, são políticas sociais, que em outros lugares do mundo fazem parte de um horizonte de bem-são -estar, não é a marca da esquerda, mas de um senso comum do básico do que tem que ter uma sociedade. Então, quando o eleitor deixa de votar no PT e vota em outro candidato porque esse fez uma campanha que o seduziu mais, ele não está fazendo uma opção que mudará transcendentalmente alguma coisa em relação ao voto anterior; esse eleitor já estava votando com base no marketing político. E o PT decidiu jogar o jogo do marketing político e não o jogo que envolvesse a mobilização da sociedade.
A esquerda e o jogo de palavras vazias 
A sociedade confirmou, depois de 2014, que a eleição da Dilma foi apenas um jogo de palavras vazias, apenas discursos, porque na sequência da sua posse ela adotou o caminho das políticas de austeridade, dos ajustes e dos cortes, que é o que continuamos vendo hoje. Infelizmente não conseguimos falar de 2015 como um momento totalmente diferente do que o momento que estamos vivendo agora. Então, seria injusto criticar a opção dos mais pobres, dizendo que eles "viraram a casaca" e foram convencidos, só agora, pela grande mídia. Alguns explicam que a derrota do Freixo no Rio de Janeiroestá relacionada à ignorância dos pobres, à colonização dos pastores, como se um ano atrás essas mentes tivessem sido a da emancipação e a da construção de um projeto alternativo.
Para entender as políticas conservadoras atuais, não podemos começar a discutir 2016 como a chegada de um momento totalmente novo. É interessante nos perguntarmos por que a esquerda fez as escolhas que fez e chegou a esse momento.
 O PT teve oportunidade de adotar outro programa? Muitos defensores do PT alegam que o partido não conseguiu governar de fato.
Sim. O PTpoderia ter tido outras opções na década de 1990, outras opções em 2003 e outras opções em 2014/2015. É verdade que o presidencialismo de coalizão exige alianças; isso é um fato. Esse tipo de aliança exige comprar parlamentares - como foi o Mensalão - ou fazer um pacto. Não sei se essas duas escolhas se excluem, mas se a esquerda pensa que não existem mais possibilidades, ela pode voltar para casa. Essa proximidade e essa abertura para os lobbiesempresariais e para os mercados liberais é uma escolha deliberada que priorizou a estabilidade econômica e a própria manutenção da esquerda na máquina do poder. Veja que quase metade do gabinete do Temer é composta por ministros que participaram do governo Dilma ou do governo Lula ou da base parlamentar.
Na questão das alianças, sem dúvida, poderia ter havido outro caminho. O lugar do empresariado no projeto de país também poderia ter sido outro. Além disso, na questão econômica o PT poderia ter agido de modo diferente. Mas por ser de esquerda, parece que esses governos acham que têm que fazer políticas mais à direita, senão haverá instabilidade em relação aos juros e ao setor bancário. Não apenas o governo Lula, mas quando Dilma ganhou a eleição com apoio da população, era possível, sim, fazer ajustes direcionados ao setor que mais ganha, e não aos setores que atingem os trabalhadores, a saúde e a educação.
 Os governos do PT avançaram na questão do acesso à educação e ao sistema previdenciário?
A Reforma da Previdência sugerida no governo Lula foi o que criou o afastamento de parte da esquerda e que deu origem ao PSOL, por conta justamente do que o PT entregava aos mercados para mostrar que conseguia ser um administrador que não entrava em conflito com o capital. A proposta de uma Reforma da Previdência que sugere, inclusive, aumentar a idade para a aposentadoria, é do governo Dilma. A desvinculação da obrigação de um gasto social - que aparece também na PEC 241 - já tinha antecedentes no governo Dilma, e o próprio Meirelles, que é ministro do Temer, foi uma escolha do Lula. Então, a polarização, que em tempos de eleições e também no processo de impeachment ficou em primeiro plano, esconde um consenso e uma transversalidade entre os governos, porque, evidentemente, a prioridade do PT não foi colocar um antagonismo entre trabalho e capital no primeiro plano.
As políticas do progressismo
A educação é a área na qual o PT avançou e são as políticas desenvolvidas na área da educação que hoje o sustentam como um progressismo, porque de fato houve expansão universitária, políticas de cotas etc. No Brasil esse tipo de política é considerado um programa de esquerda, mas se analisarmos essas políticas em relação ao resto do mundo, isso é o que qualquer capitalismo faz. No Brasil é como se tudo estivesse sido invertido: os liberais são escravocratas racistas e a esquerda é socialdemocrata e promotora do estado de bem-estar social. Mas, de todo modo, esse progressismo em relação à educação não significa que houve uma revolução educativa. Analisando o detalhe das políticas, por exemplo, vemos que houve uma forma de financiamento para a educação, sem mudar a estrutura.
Eu sou argentino e sempre pensei se não seria possível, no Brasil - que tem um orçamento em educação maior do que o da Argentina e universidades com menos alunos -, garantir o acesso à universidade sem vestibular. Mas essa é uma questão que não é discutida pela esquerda brasileira. Em São Paulo, e imagino que nas grandes cidades em geral, a educação básica oferecida pela educação pública não é de boa qualidade, se comparada com a de outros países. Por conta disso, parte do salário da classe média é gasto em serviços de educação e saúde. E, também, quando pensamos nas prioridades, no salário dos professores, por exemplo, não temos um momento anterior, o qual podemos olhar com nostalgia. De todo modo, também seria injusto criticar o PT por conta disso, porque esse é um problema estrutural do país.
Podemos dizer que o PT não fez o suficiente e não teve a educação como uma prioridade de governo. Ao contrário, a lógica principal foi a de que a economia e o capitalismo têm que funcionar bem e que depois isso chegará aos outros setores.
Junho de 2013 : um alerta
Nesse ponto é importante falar em junho de 2013 como um alerta. Junho poderia ter sido um momento de ouvir as ruas, de pensar quais são as prioridades. À época houve uma reação rápida do governo em dizer que seria feito um novo pacto, que iriam mudar a política, a educação, que os recursos do petróleo iriam para educação, mas isso não aconteceu. Alguns criticam junho como causa do impeachment, mas eu vejo junho como um momento que poderia ter sido de rearticulação. No entanto, não sei se o PT teria capacidade de se rearticular; provavelmente não. Provavelmente estamos assistindo a um final inexorável, de alguma forma.
Na política brasileira, junho de 2013 é um momento em que foi dito de forma clara: as pessoas não querem estádios de 800 milhões de reais; não precisam de estádio em quase todas as capitais; não precisam de Belo Monte, que inclusive agora está se evidenciando como um cálculo totalmente equivocado e direcionado ao lucro de alguns setores beneficiados. Mas quais são as prioridades? Educação não foi uma prioridade. O Bolsa Família, que podemos ver como um dos maiores programas sociais do mundo, não representa nem 10% do que custou Belo Monte.
 Em que você vislumbra que possa estar uma potência de mudança no atual contexto?
 Não está dentro do sistema político atual, não está entre os intelectuais à esquerda ou no progressismo de classe média. Eu não pensaria como parte da esquerda pensa - e está fazendo isso bem rápido -, em quem será o candidato em 2018, ou em como rearticular e renovar os partidos, por exemplo, como se a direção do PT mudasse e com isso seria possível mudar a situação. Ao contrário, é preciso que os setores e as maiorias que hoje não estão participando da política, participem; essa é a possibilidade. As formas da esquerda de pensar a politização, a conscientização e a direção das classes trabalhadoras não são mais ferramentas que servem para pensar esse problema.
A crise de Imaginário
A esquerda, sem dúvida, está em uma crise de imaginário. Mas não se trata de resolver a crise do imaginário e, com isso, pensar que a classe trabalhadora virá atrás. Ao contrário, é um problema de como os que não estão participando possam passar a participar. Então, no que se refere ao sistema político, eu olharia para baixo e não para cima, olharia para as lutas nas cidades: secundaristas ocuparam mais escolas no Brasil do que no Chile à época da revolta e das mobilizações estudantis que circularam o mundo. No entanto, no Chile, elegeram estudantes como deputados, geraram uma reforma educativa. Mesmo que criticável, essa foi uma resposta a essa mobilização. No Brasil, as ocupações não são divulgadas na grande imprensa, nem na imprensa conservadora ou de centro e centro-direita, nem, por exemplo, nos blogs progressistas.
Os secundaristas
É verdade que a esquerda que saiu do poder pode até se aproximar discursivamente dos secundaristas, porque as estruturas estudantis também são vinculadas à esquerdamais tradicional. Mas essas novas gerações têm uma visão - pela idade - de como a esquerda tradicional também acabou sendo engolida pelo sistema. E eles têm uma composição social mais transversal do que, por exemplo, setores que saíram às ruas contra o impeachment. Então, a força da mobilização espontânea da ocupação de escolascontrasta com essa rigidez da política e das estruturas de esquerda.
Hoje eu vejo vida nos secundaristas, não no sentido de que eles vão nos salvar e vão criar partidos, se candidatar e ser eleitos. Ao contrário, existem outras formas de participar politicamente, formas de contrapoder, de autogestão, inclusive porque nos partidos também existe uma crise. Hoje eu vejo que encontramos potência e vida nessas lutas urbanas e nas lutas que não são divulgadas, como a luta contra o desenvolvimento nos territórios, a luta dos povos indígenas que estão resistindo à ocupação de territórios pelo agronegócio. Isso é um front importante para pensar como um país se reorganiza sem precisar optar pelo caminho do desenvolvimento capitalista tradicional. Mas é muito difícil, nos territórios, pensar uma resistência, porque todos os poderes - político, empresarial e judiciário - estão criando uma situação para que o petróleo, a energia e o agronegócio se expandam contra outras formas de vida, contra as populações tradicionais.
 Então você diverge da opinião de que é preciso haver uma rearticulação dos partidos de esquerda com os movimentos? O que seria necessário, no seu entendimento, é um avanço de mobilizações sociais e de outras formas de fazer política, sem depender dos partidos?
Partidos e movimentos podem se rearticular, mas o que vejo é que alguns partidos estão desesperados para voltar a ocupar espaços sociais, por isso se aproximam de movimentos. E existem movimentos que também buscam uma saída institucional, mas isso acontece dentro do microcosmo da esquerda, sem uma real conexão com a sociedade. Então, não é que eu seja contra qualquer rearticulação, ao contrário, é possível que em algum momento a sociedade mobilizada decida participar das instituições, mas hoje partidos e movimentos estão desconectados. A prioridade é como reativar essa conexão, ou seja, como as lutas se conectam com a realidade das pessoas.
A pauta da educação, por exemplo, levantada pelos secundaristas, é amplamente apoiada pelo discurso da esquerda, mas a pauta dos povos tradicionais não é unanimidade entre os setores de esquerda. Como você analisa esses conflitos internos dentro da própria esquerda em relação ao que é considerado relevante ou não no seu escopo de atuação?
 Sim, a esquerda brasileira, em grande parte, é desenvolvimentista também, ou reconhece que tem que ter um cuidado com a ecologia, como se fosse possível, ao mesmo tempo, optar pelo desenvolvimento e manter o cuidado da natureza. Mas isso é feito só na enunciação, porque quando a esquerda governa, só tem como prioridade a economia, e não o cuidado.
 A perspectiva indígena do bem-viver seria uma saída ao modelo desenvolvimentista? Como você imagina que esse modelo poderia ser aplicado à nossa sociedade hoje?
 Só faz sentido o bem-viver se ele, antes de ser um modelo e uma solução, circula e faz sentido para quem ele foi pensado, para quem está trabalhando no campo, para quem está sendo "atropelado" pelo desenvolvimento. O bem-viver foi o caminho adotado na região dos Andes. Nos Andes, sociedades, comunidades e povoados que assistiram ao fracasso dos projetos de desenvolvimento da cooperação internacional e do Estado pensaram em uma alternativa, que depois entrou nas novas constituições da Bolívia e do Equador. Mais tarde, os Estados da Bolívia e do Equador também trabalharam o bem-viver como uma possibilidade. No entanto, já ocorreram curtos-circuitos em relação ao modo como o Estado possibilita o bem-viver quando, ao mesmo tempo, quer industrializar e explorar petróleo.
Então, se o bem-viver for uma proposta para o Estado adotar, para ser votada no parlamento, não funcionaria, como aconteceu na Venezuela, onde algumas políticas levam o nome do bem-viver, são inspiradas nos países andinos, mas, por exemplo, é dado um cartão de crédito para as pessoas poderem fazer compras no supermercado com preços mais baixos. Às vezes, a política fica muito na enunciação, tem uma renovação que é feita apenas no discurso, e não há uma mudança de projeto político, de horizonte. Mas o bem-viver discutido nas dezenas de milhares de famílias assentadas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que tem uma predisposição para pensar alternativas ao agronegócio a partir da agroecologia e da produção familiar, faria sentido, sim - não sei se com essa palavra, mas algo que fosse pensado de baixo e não de cima.
Essa é uma discussão que não precisa ser feita apenas pelos povos indígenas, por exemplo. Na Bolívia e no Equador, essa é uma discussão que entrou nas cidades, pois o bem-viver não é uma questão apenas do campo e da sociedade tradicional; é um conceito que pode servir para nossas vidas também. Se pensarmos outros tipos de lutas urbanas, da organização da cidade, das áreas comuns das cidades, tem muito para ser trabalhado.
A partir das lutas urbanas e do surgimento de novos movimentos, como você vê a experiência dos partidos-movimentos como, por exemplo, o Podemos, na Espanha?
De fato, o que aconteceu na Espanha surge a partir de um olhar para a América Latina, e depois realimenta processos na América Latina. No Chile, parte do autonomismo já está participando das eleições municipais e ganhou a eleição em Val Paraíso, e no Peru existe a Frente Ampla.
É interessante pensar o municipalismo como uma discussão interna desses processos, no sentido de que na hora de criar uma ferramenta política nova, se abrem duas possibilidades. A ideia de partido-movimento faz sentido como política que se conecta com o território, seja a partir de círculos de vizinhos ou de movimentos territoriais e organizações sociais. É de lá que pode ser pensada uma forma de partido que não seja totalmente um partido, com quadros verticais, mas que seja uma ferramenta de expressão de outras políticas - políticas pela vida, políticas que possam gerir o território a partir da ideia do bem comum -, e de lá é possível chegar às instituições e repensá-las. O outro caminho, que alguns veem como atalho, mas que na Espanha se mostrou como um caminho para que surgisse uma alternativa com muita energia social vinda das ruas, com o 15M de 2011, são os partidos-movimentos. Eles passam a se incorporar ao sistema, como se fossem "o pé esquerdo" sempre necessário para que o sistema não seja tão exageradamente e tão evidentemente "do mal". Essa possibilidade de energia pode mobilizar o surgimento de novos gestores, que talvez tenham um discurso novo, porque são mais jovens. As pessoas e principalmente os jovens têm uma empatia por esses novos líderes porque eles são culturalmente diferentes, gostam de outros tipos de filmes, não usam gravatas etc.
Mas mesmo assim houve um esvaziamento do Podemos, tanto que eles não venceram a última eleição. Como você explica e entende esse esvaziamento?
 Nesse movimento, o que importa é essa transformação da energia em um aparelho de abstração política profissional. Necessariamente, ele funciona esvaziando, funciona como um partido com votantes. O desafio é que os partidos, mesmo pensando os desafios de governo, mantenham essa vida. O que tem ocorrido, mesmo com tensões, é que esses novos movimentos se esvaziam quando a energia é apenas direcionada para um discurso, ou para a figura de um líder, ou para a participação no parlamento, e, com isso tudo, o corpo do movimento desaparece.
Mas mesmo em lugares como a Bolívia, onde a chegada ao Estado se dá a partir de estruturas de movimentos sociais, que são camponeses, os mais pobres de fato, acontece um processo parecido. O progressismo latino-americano funcionou em uma chave muito vertical e muito dependente de uma cúpula fechada, de uma liderança. Por exemplo, o Evo Morales era uma pessoa do povo, era um dos milhões - "todos somos Evo", falavam os indígenas que votavam no Movimento para o Socialismo (MAS). No entanto, hoje Evo é diferente da maioria dos indígenas. Mas, sem que isso vire uma crítica à pessoa do Evo, o desafio seria pensar um partido com milhares de Evos também, porque agora, inclusive, ganhou o voto do "não" à reeleição do presidente. Na Bolívia, por exemplo, existe uma crise, a qual os movimentos do MAS falam que darão um jeito, porque eles precisam do Evo.
De fato, vemos também na Venezuela a dificuldade de pensar uma sucessão. Esse é um desafio, mas é um desafio dessa esquerda que prioriza muito o Estado e as formas verticais. Mas essa mesma esquerda tem um problema depois para dar continuidade a esse modelo. Esse é o problema de Dilma não ser o Lula, e de Maduro não ser o Chávez.

Você acompanha a situação da Venezuela? Como se chegou à situação em que está?
 Na Venezuela existem mobilizações a favor e contra o governo. O país vive uma crise econômica vinculada ao preço do petróleo, portanto, trata-se de uma crise que qualquer presidente teria. Mas no caso da Venezuela, todos têm muito claro que a economia focada apenas no petróleo é muito arriscada e abre as portas para crises desse tipo. Além disso, existem os casos de corrupção e outras questões que a esquerda não têm discutido muito bem. É verdade que a corrupção é o que a direitausa contra a esquerda, e há assimetrias no tratamento da corrupção envolvendo a esquerda e no tratamento da corrupção envolvendo a direita, mas isso não pode fazer com que a esquerda não discuta a corrupção como uma bandeira que é de esquerda; essa era uma bandeira do progressismo e virou uma bandeira da direita.
Um Estado pai sem dinheiro
O modelo político da Venezuela tem a ver com uma ideia de "Estado pai". Um "Estado pai", sem dinheiro para ser pai, entra em crise. Nesse sentido, o interessante da Venezuela e do processo venezuelano é a tentativa de criar um poder de baixo também, como as Comunas, mas eu não acompanhei de perto até que ponto dali pode surgir algo pós-Maduro. O governo Maduro é muito frágil e ninguém espera que dele saia uma alternativa. Nas Comunas é possível pensar em um projeto que, mesmo fora do poder, consiga ir além do que era a visão do próprio Chávez, de um estado de bem-estarfinanciado pelo petróleo.
Também assustam, às vezes, reações militaristas que surgem de dentro do chavismo, em uma combinação de coronéis, de poder real do Estado, e uma visão muito fechada a reconhecer que existem problemas que estão para além do ataque do imperialismo, por exemplo. Claro que a direita venezuelana já está lutando para dizer quem que vai comandar as próximas eleições - parece que existem cinco possíveis candidatos. Da direita é certo que não virá uma solução pensando no bem comum.
Ouve-se muito, nesses tempos, em todos os países, que frente à restauração da direita tradicional ou de presidentes conservadores é necessário fazer uma frente e, de alguma forma, postergar as discussões do que aconteceu nos últimos 10 anos. Ouvi mais de uma vez esta pergunta: "Qual é o sentido hoje de criticar a esquerda?". Mas é importante o que falávamos no começo da entrevista: a esquerda ou a direita não pode ser apenas uma identidade partidária ou ideológica. Se a esquerda faz Belo Monte, se o modelo de desenvolvimento da esquerda e da direita é parecido, se a repressão contra manifestantes - como a Lei Antiterrorista - ou contra povos indígenas é igual no Peru, na Colômbia, no México e na Bolívia, discutir o progressismo é discutir a direita também, ou seja, é discutir como a direita nasceu das experiências do progressismo no poder.
Como você vê o avanço do que muitos têm denominado de a "nova direita" no Brasil, que defende pautas identitárias, as quais parte da esquerda também tem apoiado? Considerando que direita e esquerda, ao menos no Brasil, parecem ter pautas parecidas em alguns campos, o que é distintivo na esquerda hoje? Ainda faz sentido falar em pautas à direita e pautas à esquerda? Não seria mais produtivo falar em pautas da sociedade civil em geral?
 Às vezes desaparece a distinção entre direita e esquerda, e vimos isso nos governos. Por exemplo, Rafael Correa defende pautas da direita conservadora religiosa em relação a direitos reprodutivos, ecologia e vários assuntos. No Brasil, a esquerda não deixou de governar com os pastores mais homofóbicos. Mas, de um lado, eu não descartaria totalmente a distinção porque em alguns assuntos, às vezes, ainda fica claro uma esquerda possível, por exemplo, nas discussões pontuais sobre o papel do Estado, sobre direitos, sobre a relação entre o capital e o trabalho, a relação entre uma cidade inclusiva, entre o coletivo e o individual.
É verdade que a esquerda moderna, iluminista, também abandonou várias pautas que, por vezes, são lembradas e retomadas pela direita. Por outro lado, para falarmos do surgimento de uma nova direita, temos que analisar caso a caso, porque o governo Temer, por exemplo, não é uma nova direita e não sei se o Movimento Brasil Livre (MBL) é uma nova direita.
Também é verdade que essas pautas identitárias podem ser tomadas à esquerda e à direita, mas no Brasil elas são tomadas à esquerda, se pensarmos em um contexto de racismo, de patriarcado e de homofobia. Mas o liberalismo sabe lidar muito bem com isso, com as diferenças transformadas em identidades. Na minha avaliação, essa direita ou essa nova direita não assume as pautas do que seria um multiculturalismo inclusivo. Mas também o multiculturalismo não resolve as diferenças das sociedades, porque ele não encara o problema da constituição colonial da sociedade.
Discursos identitários 
Hoje a luta das mulheres é uma energia que, no contexto das nossas sociedades, é de esquerda e de possível
 



revitalização depois de tantas derrotas, mas ainda não vemos, a partir dessas lutas, uma alternativa. Vemos, ao contrário, uma falta de renovação, que facilmente incorpora um discurso de gênero, um discurso LGBT, um discurso da tolerância, mas sem realmente ser uma renovação. Essas agendas funcionam como parte de um reposicionamento discursivo na hora em que se está fora do poder, mas meses atrás, quando se estava no poder, o racismo e a violência policial contra os negros na periferia não eram uma pauta. Portanto, existe também uma hipocrisia e um cinismo na utilização de uma pauta com a qual até a direita razoável concorda. De todo modo, isso não pode ser o nosso horizonte de lutas.
Nessa necessidade de encontrarmos lugares para pensar, essas pautas podem servir como uma base para as lutas anti-homofobia, ecológica, antipatriarcal e anticapitalista. Mas também é preciso, quando nos organizamos e chegamos às instituições, que essas pautas não virem rapidamente questões secundárias. Hoje, a esquerda aceita abrir mão de pautas com as quais concorda e abandona no caminho as discussões sobre racismo, patriarcado e homofobia, porque primeiro considera que é importante fazer uma articulação no Congresso, possibilitando que a esquerda se sustente no poder.
Que leitura você faz da política argentina? A situação é parecida com a do Brasil, na qual, apesar da mudança de governo, há uma continuidade, como você mencionou antes, ou ao contrário, a situação é diferente?
É completamente diferente, mesmo quando se fala que existe uma continuidade, que de fato existe em algumas situações. Macri é a representação de setores empresariais sem nenhuma inserção popular. Eu explico sua chegada ao poder apenas pelo desmoronamento e destruição do kirchnerismo. Algumas pessoas preferem atribuir a vitória dele ao marketing político, ao modo como ele enganou a todos. No entanto, a perda do candidato da Cristina nos setores mais populares tem que nos levar a discutir o kirchnerismo também.
No governo da Cristina, em alguns assuntos, era possível encontrar soluções negociadas. Havia uma tentativa de não incomodar os poderosos, desde que o Estado pudesse usar parte da renda para políticas sociais. Isso foi mantido no governo Macri, até por uma questão estratégica, pois ele quer ganhar as eleições parlamentares do próximo ano.
Em alguns assuntos há diferenças, e eu concordo que a mobilização contra a direita tem que ser contundente, até porque a agenda é de acirramento e de uma radicalização conservadora profunda. É um cenário parecido de alguma forma, mas que ainda está em aberto, e isso tem mais a ver com as disputas dentro do poder e dentro da direita.

Na Argentina, por exemplo, vários governadores conservadores faziam parte do governo anterior. No entanto, no mundo, vemos uma direita que é até mais radical do que a direita do governo Temer ou do governo Macri. Portanto, para a esquerda, a resistência a esses governos tem que ser clara, mas não sem abrir uma discussão de horizontes e de imaginários que tenha como objetivo principal a necessidade de que a esquerda seja a posição das maiorias, e não somente um discurso que chega aos mais pobres.
Que leitura você faz da obra de Antonio Negri e dos conceitos metrópole, multidão e comum para pensar alternativas políticas e sociais à esquerda?
 A obra do Negri tem elementos importantes na hora de pensar a sociedade e a atualidade do capitalismo, e também ajuda a pensar como nos organizamos, nos agregamos e saímos da "bolha" a partir das diferenças, e para além das estruturas que são parte do regime de dominação - as estruturas do Estado nação e do mundo do trabalho.
Negri apresenta elementos para ir além do trabalho, para encontrar uma política da diferença, que foge desse mundo capitalista e moderno, com ferramentas, por exemplo, bem mais interessantes do que os nacionalismos oferecem como solução contra os liberalismos. Entre liberalismo e estatismo nacionalista, tem outro caminho, que é o caminho da autonomia, e Negri é um dos autores que ajuda a pensar esse lugar político de criação.
Você dialoga com grupos que estudam a obra de Negri nessa perspectiva?
Sim. Na verdade tem uma rede global de pessoas que estão pensando a política na América Latina a partir da autonomia, da qual as leituras do Negri fazem parte, mas também não só. Negri é uma pessoa com leituras políticas que, às vezes, podemos estar de acordo e outras, não. A visão que ele tem dos governos progressistas é diferente da minha.
Em que aspectos?
 Acredito que todos reconhecem que os governos progressistas são cada vez mais uma questão do passado, mas talvez na hora de pensar por onde nós nos reconstruímos ou encontramos caminhos, Negri é menos duro com o que foi a esquerda governista nos últimos anos. São discussões em movimento e, nesse espaço do que é o autonomismo, em cada país há leituras próprias sobre o que foram os governos de esquerda ou o progressismo de governo. Nesse aspecto vejo o Negri mais como um militante, um comunista que está tentando pensar, como tantos outros, como encontrar caminhos para entender o neoliberalismo, que é biopolítico, que não se exerce, necessariamente, a partir de uma presidência ou de outra, mas que é uma realidade de fato, com qualquer governo.
As tensões do autonomismo
O autonomismo está passando por um momento interessante de discutir qual é o papel da esquerda em relação aos setores populares, e está passando por uma transformação de linguagem política também. Temos posições mais contra o Estado e outras mais a favor do Estado, mas sempre a partir do autonomismo como tensão, diferente de outras tradições políticas que têm esse aspecto já resolvido de alguma forma. Outras tradições políticas não discutem esse lugar comum da esquerda de procurar quem é o sujeito que está aí. O autonomismo tem uma visão mais complexa e mais atual em relação ao que é a sociedade e a vida hoje.
E, nesse sentido, há uma abertura na América Latina para se sair da civilização moderna do liberalismo individualista. Na América Latina temos linhas de fuga, de alguma forma, em direção à diferença, à possibilidade de outros projetos civilizatórios mais complexos ou que pensem para além da forma República, partido e sindicato. As lutas da Bolívia, as lutas do campo e da cidade, nesses movimentos novos, horizontais e com uma ideia de organização diferente, criam uma situação de experimentação com várias possibilidades que são interessantes e que estão em curso, onde o zapatismo, por exemplo, é importante, com diferentes caminhos.
Portanto, temos uma situação difícil, desesperadora, temos um consenso de direitas desenvolvimentistas bem consolidadas, mas, do outro lado, temos ferramentas para pensar a construção do comum, a construção de uma sociedade mais justa


Edu Montesanti
edumontesanti.skyrock.com 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

ESPECIALISTA FRANCÊS DIZ QUE RÚSSIA DESTRUIRIA OS EUA EM CASO DE UMA GUERRA NUCLEAR



ESPECIALISTA FRANCÊS DIZ QUE RÚSSIA DESTRUIRIA OS EUA EM CASO DE UMA GUERRA NUCLEAR


BY : J G  OUT 16- 2016  1 COMMENT
O editor do portal francês Europesolidaire, Jean-Paul Baquiast, afirmou que uma potencial guerra nuclear entre EUA e a Rússia teria consequências fatais para os norte-americanos, cujo território, segundo ele, seria completamente destruído em caso de uma troca de mísseis.


Seu comentário veio na sequência da recente especulação na internet sobre uma possível intenção dos EUA de realizar um ataque nuclear preventivo contra a Rússia. As preocupações aumentaram depois que Robin Geral Rand foi apontado como chefe do Comando de Ataque Global da Força Aérea norte-americano.

Há hipóteses de que ele poderia ter como exemplo o General Curtis LeMay, que se tornou famoso em 1949 por criar um plano dos EUA para um ataque nuclear maciço sobre a União Soviética. “Não é possível subjugar a Rússia por métodos convencionais. Washington se prepara para destruí-la com as suas forças armadas”, escreveu Jean-Paul Baquiast. Em caso de um conflito armado, os norte-americanos podem realizar um ataque nuclear preventivo. “As chances dos EUA destruir a Rússia sem consequências para si são pequenas”, disse o editor. © FOTO: BRAHMOS AEROSPACE Mídia: no mundo não há concorrentes para mísseis russos antinavio “No entanto, mesmo o altamente eficiente sistema de mísseis S-500, que a Rússia está desenvolvendo atualmente, seria incapaz de proteger o país contra um lançamento massivo de mísseis balísticos de submarinos norte-americanos”, observou. “Por sua vez, a Rússia iria lançar seus mísseis a partir de seus submarinos ao largo da costa dos EUA. E se os norte-americanos conseguem atingir apenas uma parte do território russo, devido ao seu grande tamanho. Os EUA vão ser destruídos completamente”, o escreveu Baquiast.

Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/defesa/20150417790401/

Rusia está Oficialmente Lista para la III Guerra Mundial y puede Destruir Nueva York en 18 minutos


Rusia está Oficialmente Lista para la III Guerra Mundial y puede Destruir Nueva York en 18 minutos
Detalles
Noticias y Política 11 Octubre 2016

Con los informes de que Rusia está desplegando sus armas más mortíferas en Siria, hay muchas posibilidades de que la 3ª Guerra Mundial se acerque y Rusia es uno de los pocos que en realidad está preparada para ella.























La política exterior de Estados Unidos se centra en una sola cosa: para evitar la aparición de un poder o poderes capaces de desafiar la dominación unilateral en todo el mundo, de acuerdo con el periodista brasileño Pepe Escobar, que escribió una pieza para Sputnik Noticias.

 En su artículo publicado el martes, Escobar sostiene que los EE.UU. está perdiendo su "Full Spectrum Dominance", debido a los recientes acontecimientos en Siria, en particular - la participación militar de Rusia en la crisis de Siria.

Washington está elaborando actualmente un importante escalada estilo Vietnam de botas en el suelo a través de Siria e Irak, con 50 comandos que ya están en el terreno en el norte de Siria asesorando a los kurdos sirios YPG, así como un número de suníes moderados.

Pero el autor no lo interpreta como "asesoramiento", sino más bien como diciéndoles lo que los EE.UU. quiere que hagan.

Por otra parte, otros 200 de las fuerzas especiales Cuando van a enviar a Irak para "entrar en combate directo" supuestamente contra ISIS (también conocido como Daesh, ISIL, IS, Estado islámico), Escobar recuerda.

"Estos acontecimientos, considerado como el" esfuerzos "para" parcialmente volver a comprometerse en Irak y Siria "están conduciendo estudios estadounidense Tankland a los informes hilarante pluma en busca de" el equilibrio perfecto entre la invasión a gran escala y la retirada completa "- cuando todo el mundo sabe que Washington hnunca se desengancha de la riqueza petrolera estratégica de Medio Oriente ", el autor del artículo observaba.

Las ganancias de EEUU
procedentes de las tensiones entre Turquía vs Rusia

Al día de hoy, hay por lo menos cuatro coaliciones en Siria, según el autor:

el "4 + 1" (Russia, Siria, Irán, Irak, más Hezbolá) - la coalición que en realidad está luchando contra ISIS; la coalición liderada por Estados Unidos que participan 34 países; la colaboración militar directa entre Rusia y Francia; y la farsa "islámica" de la nueva creación llevada por Arabia.Y estas cuatro coaliciones encuentran constantemente un gran número de coaliciones y alianzas de conveniencia salafista-jhadi que duran desde unas pocas horas hasta unos pocos meses, de acuerdo con Escobar.

"Y luego está Turquía, que bajo el sultán Erdogan juega un doble juego vicioso", el autor de las notas del artículo, diciendo que no hay señales de que las tensiones que aumentaron entre Rusia y Turquía vayan disminuir.

Las tensiones se producen después de que Turquía - un estado miembro de la OTAN - derribó un avión de combate ruso en el espacio aéreo de Turquía el mes pasado.

El incidente ya ha sido nombrado el encuentro militar más alarmante entre la OTAN y las fuerzas de Rusia en más de 50 años.

"El Imperio del Caos se beneficia de ella profusamente como espectador privilegiado; el tiempo que dura la tensión, las perspectivas de la integración de Eurasia se ven obstaculizados ", señala Escobar, refiriéndose a los Estados Unidos como a" el Imperio del Caos ".

Rusia usará armas nucleares si es necesario

Sin embargo, Rusia se prepara para la 3 Guerra Mundial, en el caso de que Turquía provoque una: el presidente ruso, Vladimir Putin ya ha desplegado barcos y submarinos capaces de lanzar misiles nucleares en caso de Turquía decide atacar posiciones rusas bajo la cobertura de la OTAN y quinto artículo de la Alianza, según a Escobar.

Pero "El presidente Putin ha sido claro; Rusia va a usar armas nucleares si es necesario, si se ven amenazados por fuerzas convencionales ", el autor recuerda, advirtiendo que si cualquier estado miembro de la OTAN decide destruir otra Su-24 o Su-34, Moscú" simplemente despejará el espacio aéreo en toda la frontera a través de los S-400 ".

Y Turquía también podría llamar la OTAN en la guerra contra Rusia no sólo en Siria, sino también en Europa, ordenando las posiciones rusas ataque del ejército turco, escribió Escobar, advirtiendo que Rusia respondería con armas nucleares para mantener el uso estratégico de Rusia del Bósforo abierta.

Rusia puede destruir Nueva York en 18 minutos

Sin embargo, la OTAN y el Pentágono son realmente aterrado para luchar contra Rusia, ya que son conscientes del "metal pesado tremenda Rusia podría desencadenar" si es provocado Putin, según Escobar.

Entonces, ¿qué es tan aterrador sobre las capacidades militares de Rusia?

Hablemos del SS-18 de Rusia, para empezar.

El Pentágono ya le ha llamado el misil 'Satanás', ya que es capaz de destruir un área del tamaño del estado de Nueva York.

El misil SS-18 lleva 10 cabezas, cada una con una fuerza que varían entre 750 y 1000 kilotones, mientras que algunos de estos misiles tienen una sola cabeza nuclear mortal "secreta" de 20.000 kilotones.

Y eso es 1.333 veces Hiroshima.

El Topol M ICBM de Rusia de misiles es más rápida del mundo a los 21 Mach (16.000 millas por hora), y la OTAN no tiene ninguna defensa contra ella.

Lanzado desde Moscú, el misil golpearía la ciudad de Nueva York en 18 minutos, y Los Angeles en 22.8 minutos, de acuerdo con Escobar.

Mientras tanto, el sistema antimisiles de Rusia S-500

es capaz de no dejar que los misiles balísticos intercontinentales de enemigos y misiles de crucero ataque a las fuerzas de Rusia.

Mientras que Rusia admite oficialmente que los S-500s se pondrá en marcha en 2016, Escobar sospecha que los sistemas anti-misiles pueden estar ya en funcionamiento, debido al hecho de que los S-400 se fijan para ser entregado a China pronto.

"El S-500 hace que el misil Patriot sea como un V-2 de la Segunda Guerra Mundial", según Escobar.
OTAN, ¿todavía quiere ir a la guerra con Rusia?

Y luego está la flota de bombarderos supersónicos de Rusia del Tupolev Tu-160, que puede ser desplegado desde cualquier parte de Rusia, sobrevolar el Polo Norte, disparar misiles nucleares de crucero equipado de distancias de seguridad sobre el Atlántico, volver a Rusia y ver lo hecho en la televisión.

Escobar afirma que Rusia puede paralizar prácticamente cada base de la OTAN hacia adelante con armas nucleares de pequeña rendimiento táctico y el campo de batalla.

Y teniendo en cuenta el hecho de que Rusia ha puesto a prueba los tiempos de respuesta de la OTAN en múltiples ocasiones durante los últimos meses, Moscú está completamente preparado para este escenario.

Sin embargo, con el fin de llegar a los S-400s - o, peor aún, los S-500s - la OTAN primero habría tenido que destruir los misiles Iskander de Rusia, que viajan a siete veces la velocidad del sonido con un rango de 400 km, señala el autor, la alerta es que Rusia es capaz de organizar zonas de defensa en "casi todos los teatros concebible de guerra."

Y el posicionamiento de los S-400 - por no hablar de los S-500s - en Kaliningrado, enclave ruso entre Lituania y Polonia, sería paralizar todas las operaciones aéreas de la OTAN en el interior de Europa.

Escobar concluye el artículo preguntando al presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, y a la OTAN:

" De verdad...  ¿Todavía quieren ir a la guerra"
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terça-feira, 11 de outubro de 2016

O ultimatum de Putin aos EUA

O ultimatum de Putin aos EUA

08.10.2016

Rússia exige, além de desculpas, que EUA mudem toda sua política 

Depois do decreto do presidente Vladimir Putin, pelo qual a Rússia suspendeu a implementação do acordo com os EUA sobre o descarte de plutônio enriquecido para ser usado em armas, e depois de Putin enviar à Duma o correspondente projeto de lei, veículos das mídia-empresas puseram-se a questionar se o movimento estaria relacionado à ruptura da cooperação na Síria.

A segunda pergunta era a razão pela qual a Rússia, sabendo que os EUA já não estavam cumprindo a parte deles do acordo, só reagiu vários anos depois.

Alguns peritos nucleares dizem que o acordo beneficiava a Rússia. É possível; não sou especialista e não sei dizer se estariam sendo objetivos. Além disso, o que é lucrativo para a indústria nuclear pode ser prejudicial para a segurança.

Embora acredite que a Rússia não tem problemas especiais de segurança, o país tem suficiente poder nuclear para aplicar golpe mortal aos EUA, e Washington já admitiu isso. Há suficiente material para fabricar novas ogivas. No caso de ataque mútuo simultâneo, de nada serviria produzir outra fornada de ogivas, à parte a evidência de que seria impossível. O problema seria preservar o que tenha restado da civilização depois de o planeta ser devolvido fisicamente à Idade da Pedra.

Quanto à questão síria, não é a primeira vez que os EUA assinam acordos e, em seguida, os quebram. A resposta da Rússia não podia claramente ser comparada a os EUA recusarem-se a manter a cooperação.

Embora Putin tenha retirado a Rússia do acordo de reprocessamento, ele anunciou que a associação poderia ser reiniciada, se atendidas algumas condições, dentre as quais o cancelamento de todas as sanções contra a Rússia; Moscou ser compensada por perdas resultantes não só daquelas sanções, mas também das contrassanções russas; o cancelamento da Lei Magnitsky; a redução da presença militar americana em países da OTAN próximos da fronteira da Rússia; e o fim da política de confrontação com Moscou.

As exigências de Putin só podem ser definidas como um ultimato.

Coisa semelhante só aconteceu uma vez, em 1861, quando a Grã-Bretanha apresentou um ultimato a Washington em relação ao Trent Affair, durante a Guerra Civil Americana. Naquele momento, embora enfrentasse severas dificuldades, os EUA só atenderam parcialmente às demandas britânicas, embora nada houvesse nelas de humilhante. Os EUA haviam violado o Direito Internacional ao prenderem pessoas em navios (britânicos) neutros, agredindo a soberania da Grã-Bretanha, quase provocando uma guerra. Depois de desautorizar o capitão e libertar as pessoas presas, os EUA recusaram-se a pedir desculpas. 

Agora Putin exige não só pedido de desculpas e a libertação de um par de prisioneiros, mas, como se isso não fosse muito, e além de uma compensação, também uma mudança de toda a política dos EUA. É demanda insultante e sem praticidade alguma, de rendição incondicional, numa guerra híbrida que Washington ainda não considera irreparavelmente perdida.

Antes, só a Grã-Bretanha exigira algo semelhante dos aos EUA, antes do fim da Revolução Americana, quando ainda era súdito rebelde. Nos últimos cem anos, ninguém jamais pôde sequer imaginar que falaria a Washington desse modo.

Putin humilhou claramente intencionalmente os EUA: mostrou ao mundo que, sim, há quem possa falar e fale aos EUA, no mesmo tom com que os EUA falam ao resto do mundo.

Putin estava reagindo a quê? Respondendo a quê? Será que algum dia supôs que os EUA cumpririam o acordo entre Kerry e Lavrov sobre a Síria? Estaria realmente gravemente desapontado? A Rússia sempre soube há vários anos que  Washington já não respeitava o Pacto do Plutônio, mas havia aí algum benefício para a própria indústria nuclear russa, que praticamente se tornou monopólio global; e o país pouco se importava com as limitações técnicas que impediam os EUA de se desfazerem do seu plutônio enriquecido para uso em armamento militar, como determinada o acordo.

A resposta dura e quase imediata da Rússia surgiu depois de o Departamento de Estado dos EUA ter-se posto a dizer que a Rússia logo estaria despachando da Síria sacos de cadáveres russos, vendo explodir seus aviões e que as cidades russas começariam a ser atacadas por terroristas.

Imediatamente depois dessa declaração, o Pentágono anunciou estado de prontidão para um ataque nuclear preventivo contra a Rússia. E o ministro russo das Relações Exteriores disse que Moscou sabe da intenção dos EUA de começar guerra aérea contra tropas sírias e contra os russos legalmente presentes na Síria.

Que outras razões haverá para o ultimato de Putin?

Há seis meses, foi realizado na Rússia um Exercício de Defesa Civil, treinamento para defesa aérea e das Forças de Mísseis Estratégicos para repelir ataque nuclear contra a Rússia, incluindo um lançamento sob ataque. Exercícios do Ministério Russo para Situações de Emergência (envolvendo até 40 milhões de civis) estão anunciados para os próximos dias, a fim de verificar a prontidão dos aparelhos de defesa civil em caso de ataque nuclear e informar a população das medidas que devem tomar em caso de emergência nuclear.

Se colocarmos tudo isto junto, vemos que os EUA há muito tempo dedicam-se a tentar intimidar os russos com a ameaça do conflito nuclear. E Moscou sempre fez saber que estava pronta e não recuaria.

Agora, os falcões de Washington decidiram elevar a aposta durante os últimos meses da presidência Obama, incertos quanto à vitória de Clinton. Chegaram a ponto extremamente perigoso, quando o conflito começa a desenvolver-se por suas próprias forças internas, independentemente. Nesta etapa, o Armagedon nuclear poderia ocorrer a qualquer momento, sobretudo se se considera a baixa qualificação técnica e a inadequação funcional do pessoal do Pentágono e da Casa Branca.

Moscou tomou a iniciativa e elevou a aposta, transformando a própria natureza do conflito.

Diferente dos EUA, Moscou não ameaça com guerra; dá, isso sim, uma resposta política e econômica duríssima, que, em vez de tornar realidade o sonho de Obama, ameaça arruinar a economia dos EUA, caso a "nação excepcional" comporte-se mal.

A ação da Rússia minou gravemente o prestígio internacional dos EUA, mostrando que os norte-americanos podem ser derrotados com as próprias armas deles: assim como EUA batem, assim os EUA apanham. Se se mantém essa sequência de eventos, logo o Tribunal de Haia estará lotado com centenas de representantes das elites norte-americanas, não só ainda em vida de nossa geração, mas, sim, antes do final do primeiro mandato do próximo presidente dos EUA.

Os EUA que escolham: ou que façam o que ameaçam e disparam o primeiro tiro da guerra nuclear, ou que deem jeito de conviver com o fato de que já não há mundo unipolar, e agir conforme a realidade o dite.

Não sabemos o que Washington escolherá. Há gente estúpida, ideologicamente motivada, em número suficiente no establishment político norte-americano, pronta a imolar-se num incêndio nuclear, levando consigo toda a humanidade, apenas porque se recusa a aceitar o fim da hegemonia dos EUA. 

Agora, eles terão de escolher, porque quanto mais Washington continuar a fingir que nada aconteceu, mais os seus vassalos (chamados de aliados, mas efetivamente subalternos) aprenderão a ignorar as ambições norte-americanas e desertarão rumo ao novo poder multipolar.

Não só africanos, asiáticos e latino-americanos, mas também europeus vingar-se-ão do antigo poder hegemônico, por tantas humilhações passadas. E esses não são tão atenciosos quanto a Rússia de Putin.

Finalmente, o ultimato de Putin foi resposta a todos que perguntavam, indignados, por que tanques russos não haviam capturado Kiev, Lvov - e Varsóvia e Paris - ainda em 2014, e especulavam sobre qual seria o plano de Putin.

Escrevi então que se se está obrigado a confrontar o poder hegemônico, é indispensável ter certeza de que se poderá responder a qualquer coisa que ele faça. A economia, os militares, o governo, toda a sociedade tem de estar preparados. Se não se está preparado logo à primeira provocação, então é necessário tentar ganhar tempo e trabalhar muito.

Mas agora, sim, está tudo pronto. As cartas estão sobre a mesa. Veremos como os EUA respondem.

De qualquer modo, o quadro geopolítico nunca mais será o mesmo. O mundo já mudou. Rússia lançou a luva e os EUA até agora não tiveram coragem de apanhá-la.*****

17/10/2016, Rostislav Ishchenko, (RIA Novosti, ru.), trad. ru.-ing. Julia Rakhmetova em Russia Insiderhttp://port.pravda.ru/


domingo, 9 de outubro de 2016

Tributo Mênfis

Tributo
Mênfis

Tributo
Mênfis

" Em teu berço
Maldições que perambulam
por entre as areias escaldantes
Deixaste de receber dos céus
os sagrados estrangeiros
                                         

Em teu berço
Fortaleza dos teus dogmas
guardiã dos grandes segredos
Se fez a rainha dos rios
com a clava da sabedoria

Em teu berço
Tudo de magnífico
esteve aqui em teus braços
Vieste do desejo de um coração
aventureiro que todos seguiram

Em teu berço
Agora és um farol esquecido
perdida, mas ainda encantada
Foste designada a morte
Olhe o que resta a ti senão
a imortalidade diante dos homens."
                                                   HorakjI Sun

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O xeque-mate que Sérgio Moro deu no ministro Ricardo Lewandowski

O xeque-mate que Sérgio Moro deu no ministro Ricardo Lewandowski

O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, tentou arranjar um modo para constranger o juiz federal Sérgio Moro e deu com os burros n’água

(Patrícia Carvalho para o Diário do Brasil)
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Na última quarta (6) um despacho do presidente do STF deu a Sérgio Moro um prazo de 48 horas para esclarecer a decisão de ter autorizado a divulgação de conversas gravadas envolvendo o ex-presidente Lula.
A decisão atende a defesa de Lula que tenta suspender as investigações da Lava Jato em primeira instância.
O ‘pixuleco’ quer se dar ao luxo de ser julgado pelo STF, mesmo não possuindo foro para tal.
O doutor Lewandowski caiu do cavalo!
Mesmo que as interceptações telefônicas feitas na investigação sejam derrubadas (o que fatalmente acabará acontecendo), isso não terá efeito diante das denúncias que o MPF tem contra o petista.
Em momento algum os grampos telefônicos foram utilizados para instruir os processos da Lava Jato.
As conversas inadequadas e criminosas de Lula tiveram a consequência que Moro pretendia: Mostrar para os brasileiros como Luís Inácio, Dilma e cia agiam no submundo da política.
Nada foi feito com base nas gravações.
Lula pode até conseguir anular as interceptações, mas não poderá usar essa estratégia para escapar da República de Curitiba.
Sérgio Moro é um fenômeno em termos de estratégia […] já Lewandowski … deixa pra lá!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Justiça x Justiça

Justiça x Justiça


Por Gilberto Pimentel

Com uma canetada (dicionário informal), um ministro da mais Alta Corte, ordenou, em nome da justiça, que fosse posto em liberdade o ex-ministro do Planejamento do governo petista, Paulo Bernardo, sobre quem pesam gravíssimas acusações, ignorando os consistentes argumentos da JUSTIÇA de São Paulo, representada pelo Juiz da 6ª Vara Criminal, para prendê-lo provisoriamente.

Recordemos que depois de longas e meticulosas investigações, a Polícia Federal e a Procuradoria da República apuraram que ao tempo em que o acusado exerceu o cargo de ministro, no final de 2009, a empresa Consist Software, contratada para intermediar os empréstimos consignados feitos por bancos aos servidores da União, passou a destinar 70% do valor que ganhava com a taxa operacional dos empréstimos para o esquema de propina em favor de ladrões, incluído o próprio ex-titular do ministério.

Com isso, o valor daquela taxa, que deveria ser de cerca de 0,40 centavos por parcela paga pelo beneficiário do empréstimo, passou a ser de R$ 1,25. Milhões de reais foram surrupiados de modestos funcionários. Crime inominável praticado contra gente humilde e de poucos recursos.

O ministro do STF, sob o argumento, dentre outros, de “flagrante constrangimento ilegal”, quarenta e oito horas depois da prisão de Paulo Bernardo, determinou que ele fosse posto em liberdade.

Constrangimento ilegal foi também a expressão de que se valeu uma “indignada” senadora Gleisi Hoffmann no plenário do Senado para definir a prisão do marido. Coincidência? Não esquecer que o magistrado que determinou a revogação da prisão de Bernardo foi antigo servidor do petismo.

O ministro da Alta Corte desvaleu todos os relevantes motivos invocados pelo Juiz paulista para determinar a prisão do acusado, sobretudo os da possibilidade de ele obstar o prosseguimento das investigações comprobatórias do seu protagonismo criminoso.

Paulo Bernardo é visto como o Chefe do esquema. Há pouco tempo estava entre os 60 homens mais poderosos do país e junto com a mulher, senadora da República, respondem por desvio de dinheiro da Petrobras.

Vivemos tempos muito estranhos. Há um verdadeiro embate da JUSTIÇA X justiça. Não dá para compreender diferenças de interpretação tão acentuadas entre as instâncias judiciárias. A JUSTIÇA, não dá bom exemplo. Está aos nossos olhos agindo de forma politizada. Não é hora de condescender com a corrupção. O Brasil está sendo assaltado de todos os lados.

Por que, por exemplo, falar em perdão para um criminoso contumaz como José Dirceu, um dos principais envolvidos no Mensalão, justo no momento em que é denunciado por outros crimes praticados numa sequência que parece interminável? Há algo de muito podre nesse País.

Como admitir que um presidente de casa legislativa, envolvido até o pescoço com a JUSTIÇA, venha, da maneira mais cínica, propor mudanças nas regras que vigoram na Lava Jato, tentando destruir a única esperança que a sociedade tem hoje de colocar atrás das grades, ao menos, boa parte desses bandidos?

O que a justiça dos ministros do STF deve fazer de melhor neste momento é apoiar a ação da JUSTIÇA dos jovens juízes e promotores de Curitiba e de outros que os tenham como modelo e tratar de propor e aplicar penas que realmente “constranjam” a corja que se apossou de nosso País.

Não tem volta, a sociedade quer uma só JUSTIÇA. Exemplar e para todos.


Gilberto Pimentel, General, é Presidente do Clube Militar.

Quem punirá Lula pelos crimes simbólicos que cometeu?

Quem punirá Lula pelos crimes simbólicos que cometeu?


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A Guerra de todos contra todos assume tons apocalipticos no Brasil desgovernado pelo crime institucionalizado. Até então praticamente intocável, o Judiciário começa a sentir os efeitos do processo de depuração e da exigência de um comportamento republicano que já vinha forçando mudanças e aplicando punições nos poderes Executivo e Legislativo. O momento exige uma profunda autocrítica dos poderos de plantão. Quem não fizer e mudar vai dançar.

Continua bruto - sem tendência de trégua - o jogo de combate à corrupção. Desdobramentos da Lava Jato podem provocar, em breve, punições inéditas no âmbito do poder Militar - que jamais pode ser desmoralizado ideologicamente, como vem sendo, pelo bando do Foro de São Paulo. O Almirante Othon Luiz Pinheiro, em prisão domiciliar, é alvo de mais uma operação oriunda da Lava Jato. O ex-presidente da Eletronuclear voltará para a hospedagem forçada em Bangu 8. O ex-membro do Alto Comando da Marinha tem risco de condenação pela 7a Vara Federal no Rio de Janeiro.

O conselho útil de ligar o "desconfiômetro" vale, principalmente, para Luiz Inácio Lula da Silva. O homem que chegou a ser apontado pela propaganda de marketagem como um dos "Presidentes mais populares da História do Brasil" (superando ou se igualando a Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheh), Lula deveria fazer um autoexame de consciência para compreender por que se tornou uma das figuras mais impopulares da Nação.

Lula cometeu e foi conivente com crimes simbólicos, hediondos e imperdoáveis para um chefe de Estado eleito pelo voto direto popular: mentiu, estuprou a moral, violentou a ética pública, assassinou os sonhos e quase matou as esperanças da maioria dos brasileiros que agora promovem a Revolução Brasileira nas redes sociais e nas ruas. As ações e omissões de Lula contra o Brasil e os brasileiros são imperdoáveis.

Em atos de lesa-pátria, Lula foi o principal agente consciente da maior sabotagem promovida de fora para dentro contra a soberania, a política e a economia do Brasil. Por tudo de errado que fez, Lula não tem o direito a cometer a cara de pau de escalar advogados pagos a peso de ouro (de onde vem o dinheiro?) para tentar desmoralizar a Operação Lava Jato e seus desdobramentos.

Lula não tem moral para pedir que o juiz Sérgio Fernando Moro reconheça sua suspeição para julgá-lo. Lula não dispõe mais de legitimidade política para colocar em dúvida a imparcialidade de Moro. O cínico comportamento de $talinácio só agrada seus fanáticos seguidores. A maioria dos cidadãos conscientes não quer mais saber daquele que o tórrido humor do País da Olim-piada reduziu, simbolicamente, à figura do "Pixuleco" - um bonequinho de plástico com a roupinha de presidiário número 13-171.

Os advogados Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio - que defendem Lula - querem matar o Brasil de rir. Só pode ser piada eles escreverem que Lula “não teme ser investigado nem julgado por qualquer juiz: quer justiça e um julgamento imparcial, simplesmente”. Mais engraçado ainda (para as branquinhas do Lula) é insistirem com a tese de que atuam “em defesa do Estado Democrático de Direito e dos valores a ele inerentes, como o direito ao juiz natural e imparcial e à presunção de inocência”.

Dificilmente, o juiz titular da 13a Vara Federal em Curitiba vai se considerar impedido de julgar Lula. Certamente, a manobra protelatória dos defensores de Lula vai parar no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A tendência é que os desembargadores federais não mexam com Sérgio Moro. Assim, a reclamação deverá seguir para o Conselho Nacional de Justiça e terminar no Supremo Tribunal Federal - onde a maioria dos ministros foi nomeada pela dupla Lula da Silva e Dilma Rousseff. Atualmente, não há condições jurídicas, políticas e muito menos morais para que o STF tome uma decisão contra Moro, para salvar Lula. Os 11 deuses do Supremo sabem que o Brasil vem abaixo se isso ocorrer.


O Judiciário está na berlinda. O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, foi moral e eticamente obrigado a se declarar suspeito para atuar nos casos que envolvem o ex-diretor da Delta Fernando Cavendish. O membro do TRF-2 aceitou pedido feito pela procuradora regional da República, Monica Campos de Ré, que alegou laços de amizade entre o magistrado e o advogado Técio Lins e Silva - um dos defensores de Cavendish. O Tribunal decidirá, no próximo dia 13, se mantém ou reforma a decisão de Athié em manter a prisão domiciliar dos envolvidos na recente Operação Saqueador.

Tudo que acontece agora é resultado direto dos princípios de livre divulgação de informações processuais e da transparência adotada como procedimento-padrão pela Força Tarefa desde o começo da Operação Lava Jato. Trata-se de um exemplo inédito - até no dito "mundo civilizado". A sociedade brasileira passou a conhecer como não funcionam direito os poderes republicanos. As mudanças ocorrerão a partir de um amplo debate sobre o certo e o errado, o justo e o injusto, o moral e o imoral. O embate, em busca de democracia nunca achada por aqui, deve transformar o Brasil em um País muito melhor para as próximas gerações.

A cidadania consciente, em processo de construção para atingir hegemonia, é que vai punir Lula e outros mais ou menos votados pelos crimes simbólicos que cometeram contra o Brasil.

Laxante Toffoli


Humor do Boca Nervosa detona um ilustre ministro do Supremo Tribunal Federal...

Outra pancada


Marco Antonio Villa comenta passado do ministro que mandou soltar Paulo Bernardo.

Releia o artigo do desembargador Laercio Laurelli: Judiciário de ação entre amigos, não!  


Coitado do advogado


Culpa da Vaca


Tá tudo bloqueado


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