quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Mercenários de Obama atacam Síria

Mercenários de Obama atacam Síria

26.11.2014
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Segundo o Washington Post, o governo dos EUA está discutindo um aumento no número de mercenários treinados pela CIA, na Síria:
O governo Obama analisa planos para ampliar o papel da CIA para armar e treinar mercenários para lutarem na Síria, movimento que visa a acelerar o apoio clandestino que os EUA continuam a dar a facções rebeldes, enquanto o Pentágono prepara-se para estabelecer suas próprias bases de treinamento, disseram funcionários do governo Obama.
A avançada da CIA será ampliação de missão clandestina que cresceu substancialmente ao longo do ano passado, disse um funcionário. A Agência agora seleciona e treina cerca de 400 mercenários por mês – a mesma quantidade de mercenários que o Pentágono espera poder treinar, quando seu programa alcançar capacidade máxima, no próximo ano.
A matéria fala de campos de treinamento na Jordânia e no Qatar.
Hurriyet noticia que o treinamento será iniciado também na Turquia:
Oficiais do Comando Europeu dos EUA [orig. United States European Command (EUCOM)] e do Comando Central dos EUA [orig. U.S. Central Command (CENTCOM)] e oficiais militares turcos de alta patente acertaram vários detalhes sobre o treinamento a ser oferecido na Turquia, a mercenários a serviço da oposição síria.
Membros do Exército Sírio Livre, inclusive turcomenos sírios, serão treinado no centro de treinamento do quartel de Hirfanlı em Kırşehir, informaram as fontes ao diário Hürriyet Daily News. Oficiais militares dos EUA também participarão do treinamento.
Basicamente, os EUA fornecerão armas e munição para a oposição síria, e os custos do treinamento, pelo que se espera, serão pagos por Washington. 
Estima-se que cerca de 2 mil combatentes sírios receberão treinamento militar, que deve começar no final de dezembro.
Nenhum jornalista, até agora, parece ter-se interessado por perguntar ao governo Obama qual a base legal para que os EUA insistam em treinar e infiltrar esses mercenários em território sírio, para lutarem contra o governo sírio. O que diz a lei internacional ou, mesmo, a lei norte-americana, sobre presidente dos EUA que, sem declaração de guerra, manda um exército de mercenários lutar contra o estado sírio, ou qualquer outro estado?! 
O governo Obama sabe muito bem que a base legal sobre a qual tenta manter-se empoleirado é muito, muito frágil. O pessoal que está sendo treinado são criminosos e não estão sendo treinados para respeitar as leis que regem as guerras nem, sequer, os direitos humanos. A solução que o governo dos EUA encontrou, para continuar a desrespeitar a lei é... tentar mudar a lei:
O governo Obama pediu repetidas vezes ao Congresso que seus esforços militares contra o Estado Islâmico sejam excluídos de uma lei que há muito tempo proíbe que os EUA deem assistência a torturadores e criminosos de guerra (...)
Dois pedidos de isenção semelhantes foram discretamente rejeitados no Congresso, numa lei da Defesa aprovada em setembro, informou um auxiliar do Senado. Aquela lei garantiu $500 milhões para treinar mercenários para lutar na Síria, e um fundo antiterrorismo de $1 bilhão destinado ao Oriente Médio. 
Nos dois casos, o governo Obama tentou excluir os beneficiados pelos financiamentos da obrigação de prestar contas a inspetores de direitos humanos e de respeitar limitações nesse campo – como mostra o histórico da tramitação.
Até agora, o Congresso continua a rejeitar qualquer alteração ou exceção nos termos da Emenda:
A Lei Leahy de 1997, que recebeu o nome do senador Democrata por Vermont Patrick Leahy, impede que os EUA financiem unidades suspeitas de “violações graves de direitos humanos” (assassinato, tortura e aprisionamento extrajudicial).
Todos os grupos do Exército Sírio Livre que CIA e Pentágono estão treinando cometeram esses crimes e atualmente colaboram com grupos terroristas.
Recentemente, a Reuters elogiou o sucesso do Exército Sírio Livre no sul, onde, como noticiamos há dois meses, mercenários do Exército Sírio Livre treinados pela CIA vieram da Jordânia e, protegidos pela artilharia israelense, capturaram a colina de Golan para, dali, avançar em direção a Damasco. Visando a enganar, não a informar, a Reuters escreve que:
As forças de Assad controlam Damasco, a costa mediterrânea e grande parte da área entre esses dois pontos. O Estado Islâmico, braço recém brotado da al Qaeda, controla o leste, e a al-Nusra controla boa parte do noroeste e está expandindo-se, ganhando território dos moderados.
As províncias do sul próximas da fronteira da Jordânia são exceção; ali, rebeldes que se se autodenominam “Frente Sul” ainda controlam território e estão conseguindo resistir a Assad, ao mesmo tempo em que têm evitado confrontos diretos com al-Nusra.
A CIA/ESL no sul não apenas evitaram “confrontos diretos com a al-Nusra”: eles cooperaram intensamente com a Frente al-Nusra. Os terroristas de al-Nusra são os atacantes da linha de frente em todas as batalhas no sul. (O Exército Aírio iniciou ampla contraofensiva contra esses ataques no sul, e logo conseguirão detê-los completamente, antes que cheguem a ameaçar Damasco.)
Violações extensivas de direitos humanos documentadas desde o início de 2012 e forte cooperação com grupos terroristas são a marca dos mercenários anti-Síria que CIA e Pentágono estão treinando. Esse treinamento é, portanto, ilegal, nos termos da lei norte-americana. Obama sabe disso, motivo pelo qual insiste, até agora sem sucesso, em que seja modificada a lei que rege o financiamento, pelo governo dos EUA, de grupos terroristas.
A atitude de Obama, reincidente nesse tipo de infração à lei, não seria boa base para um processo de impeachment contra o presidente?
A lei internacional proíbe ataques contra o estado soberano sírio. Obama só faz reincidir no mesmo crime, cada vez que manda mercenários para lutar contra o estado sírio. O próprio Obama, ontem mesmo, disse o seguinte:
Acreditamos que nações e povos têm o direito de viver em segurança e em paz; que uma ordem segura efetiva (...) deve ser baseada – não em esferas de influência cou coerção ou intimidação nas quais grandes nações violentam as menores – mas em alianças para segurança mútua, lei internacional e normas internacionais que têm de ser respeitadas, e na resolução pacífica das disputas.
Só as platitudes de sempre, típicas de Obama, é claro. Mas a questão é: Por que nenhum jornalista da imprensa-empresa dominante, para começar, não questionou o presidente? Afinal o governo dos EUA faz exata e precisamente o contrário do que o presidente proclama... *****
15/11/2014, Moon of Alabama – http://goo.gl/Pk8s9c

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