Lava-Jato: conheça os nomes que ligavam os partidos às empreiteirasTrês nomes citados na operação que investiga denúncias de fraudes em contratos da Petrobras com empreiteiras preocupam o meio político. João Vaccari Neto, Fernando Baiano e Adarico Negromonte seriam o elo do cartel com o PT, o PMDB e o PP
Paulo de Tarso Lyra - Correio Braziliense
Publicação: 16/11/2014 08:09 Atualização:
Apesar de defendido pelo PT e mantido no cargo, o tesoureiro João Vaccari Neto já perdeu a vaga de conselheiro na Itaipu Binacional |
Os dois últimos tiveram mandados de prisão expedidos na última sexta-feira, mas são os únicos que se encontram foragidos. Vaccari, por enquanto, não tem nada, além das citações de Paulo Roberto Costa e de Youssef, ligando-o ao caso. A Polícia Federal emitiu um mandado de busca e apreensão na casa da cunhada de Vaccari, Marice Correia Lima. “Ela não tem nada a ver com o Vaccari. Ela trabalhou no PT há muito tempo, ainda nos tempos de Delúbio Soares. Desde que o Vaccari assumiu a tesouraria do PT, ela não trabalha mais lá”, afirmou o deputado Ricardo Zarattini (PT-SP). O tesoureiro disse que “repudia veementemente as acusações”.
Embora o PT reafirme em alto e bom som que não há necessidade de blindar o tesoureiro da legenda, pois não há nada concreto contra ele, Vaccari já foi pressionado a deixar o cargo de conselheiro da Itaipu Binacional, no último dia 31. Durante a reunião do Conselho de Administração da estatal, Vaccari disse estar “incomodado com as acusações sem fundamento”. Para Zarattini, a situação incomoda. Não apenas Vaccari, mas também o partido. “Mais uma vez, as atenções estão voltadas para nós. É claro que preocupa”, sintetizou.
A saída de Vaccari de Itaipu foi interpretada, à época, como uma pressão do Palácio do Planalto para tentar minimizar os efeitos da crise decorrente das denúncias de corrupção na Petrobras. Movimento semelhante foi feito na Transpetro que resultou no pedido de licença de 30 dias do presidente Sérgio Machado — para muitos, um caminho sem volta. Tanto no PT quanto no PMDB, o pedido de afastamento e de licença gerou atritos com o Palácio do Planalto.
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