Youssef presta depoimento no TRE sobre dinheiro recebido por senador
O doleiro Alberto Youssef esteve no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), em Curitiba, na tarde desta quarta-feira (5), para prestar depoimento sobre suposto recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras pela campanha de 2010 do senador Delcídio Amaral (PT-MS). A Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul enviou uma carta precatória ao TRE do Paraná para que o depoimento fosse colhido em Curitiba e, assim, evitar o deslocamento do doleiro para outro estado.
Youssef, pivô do escândalo da Petrobrás, preso desde março de 2014 pela Operação Lava Jato, foi ao TRE escoltado pela Polícia Federal. Um dos advogados do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, confirmou o depoimento, mas não quis dar detalhes. “Ele esteve lá (no TRE) hoje à tarde. O objetivo é sigiloso e eu não posso falar sobre o assunto”, disse ao Paraná Portal.
A candidatura ao Senado de 2010 de Delcídio Amaral (PT-MS) registrou três doações eleitorais legais, no total de R$ 200 mil, de duas empresas do lobista Julio Camargo. O dado consta do laudo pericial da Polícia Federal que cruzou doações feitas pela empreiteira com valores recebidos em contratos da Petrobrás e os pagamentos por consultorias e serviços, a partir de 2006.
Carta Precatória
SADP3 – Acompanhamento Processual – Cart Nº 81-65.2015.6.16.0002
Situação
Localização atual
002 ZONA ELEITORAL
Situação Fase
Tramitando Autuado Zona
Autuação 1ª instância
Classe Processual Número do Processo Número Único
Cart – CARTAS 8165 8165.2015.616.0002
Variação da classe Data da Autuação
Cart – CARTAS 20/07/2015 às 13h 29min
Volumes Apensos Anexos
Juiz Eleições
ANTONIO FRANCO FERREIRA DA COSTA NETO
Resumo
CARTA PRECATÓRIA EXPEDIDA PELO TRE/MS, DEPRECANDO O JUIZO DA 002ª ZE/PR PARA OITIVA DA TESTEMUNHA ALBERTO YOUSSEF NOS AUTOS DE AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL 1944-10.2014.6.12.0000
Partes
DEPRECANTE: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MATO GROSSO DO SUL
DEPRECADO: 002 ZONA ELEITORAL DE CURITIBA-PR
Registro do Documento
Protocolo Data do Protocolo Área Protocolo origem
46.591/2015 17/07/2015 às 12h 42min Zona Eleitoral
Município Zona Eleitoral
CAMPO GRANDE-MS
Órgão de Procedência Documento de Origem Espécie
TREDIV-MS – MS CARTA Data: 09/07/2015 CARTA PRECATORIA
Volumes Folhas Apensos Anexos
225
Quantidade Volume Apenso
Forma de remessa Número registrado Hora Rec. Fax
BALCÃO
Observação
CARTA PRECATÓRIA DEPRECANDO A OITIVA DA TESTEMUNHA DE ALBERTO YOUSSEF.AUTOS DE AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL 1944-10.2014.6.12.0000
Interessados do Documento
TRE-MS
Despacho
Despacho em 23/07/2015 – Cartas Nº 81-65.2015.6.16.0002
JUIZ ANTONIO FRANCO FERREIRA DA COSTA NETO
AUTOS 81-65.2015.6.16.0002 – CARTA PRECATÓRIA
I – Para a oitiva da testemunha ALBERTO YOUSSEF, designo o dia 05/08/2015, às 04h:00min no Fórum Eleitoral, 55 – Cartório da 2ª Zona Eleitoral – Prado Velho;
II – Expeça-se o Mandado de Intimação;
III – Tendo em vista que o Sr Alberto Youssef encontra-se atualmente custodiado na Polícia Federal de Curitiba, oficie-se requisitando a apresentação da referida testemunha neste Juízo com a devida escolta policial.
IV – Intimações necessárias, com as cautelas de praxe;
V – Cientifique-se o Ministério Público;
VI – Comunique-se a data designada ao Juízo Deprecante;
VII – Após, devolva-se ao Juízo Deprecante, com nossas homenagens e cautelas de estilo.
Curitiba, 23 de julho de 2015
Despacho em 17/07/2015 – Protocolo 46.591/2015
JUIZ ANTONIO FRANCO FERREIRA DA COSTA NETO
I – R.A;
II – Após, voltem conclusos.
Beto Richa
A presença de Youssef na Justiça Eleitoral levantou a suspeita de que ele poderia ter prestado depoimento sobredenúncias de caixa 2 em campanha eleitoral do governador Beto Richa (PSDB). O doleiro já foi ouvido no mês passado pela Procuradoria Geral da República sobre o esquema de desvios investigado no Paraná que podem ter relação com a campanha de reeleição do governador.
Há pelo menos dois meses, Yousseff é sondado por promotores de Justiça do Estado e por equipes federais para saber se ele poderia colaborar com informações sobre o escândalo de desvios no Paraná.
O Ministério Público investiga a ligação entre fraudes na Receita do Estado, dentro da Operação Publicano, e a campanha à reeleição do governador Beto Richa em 2014. O auditor fiscal suspeito de integrar o esquema que atuava no fisco paranaense, Luiz Antônio de Souza, afirmou em delação premiada que ele e seus colegas arrecadaram até R$ 2 milhões para a reeleição do tucano no ano passado, via caixa 2.
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