Dilma avisa que não renuncia, e parte para ação midiática que neutralize pressão popular nas ruas
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A grande manifestação de rua, marcada para o domingão de 16 de agosto, será crucial para o futuro do Brasil? Tem gente no mundo político acreditando em tal ingenuidade. Por maior que seja o "evento" (manifestação pré-agendada merece tal definição), a oligarquia que infesta o Brasil continuará operando no mesmo ritmo de cinismo, locupletando-se no modelo capimunista. A politicagem só teme, de verdade, ações judiciais, estas sim somadas com pressão direta da opinião pública e midiática. O detalhe que a classe política sabe que tais processos sempre demoram, os crimes prescrevem e a impunidade resultante, no final das contas, acaba compensando...
Até a Presidenta Dilma Rousseff, acuada e desgovernada, consegue partir para uma ofensiva capaz de neutralizar a pressão popular contra a esgotada imagem dela, seu partido e sua base aliada. Vide a declaração dela à primeira de uma série de entrevistas arranjadas na mídia amestrada. Ao "Jornal do SBT", Dilma já avisou ontem: "Por que eu jamais cogito renunciar? Porque não é possível que alguém, discordando de um processo ou de alguma política, pretenda tirar um representante, no caso, a presidente, legitimamente eleito pelo voto popular. Nós temos (que) aprender que democracia exige respeito à instituição. Esse respeito à instituição é fundamental, não para mim, não para o meu cargo, é para todos os presidentes que virão depois de mim".
Na entrevista, Dilma até conseguiu minimizar, antecipadamente, o impacto das manifestações de domingo: "Não somos mais uma democracia infantilizada. Portanto, manifestações são coisas normais em uma democracia. Agora, o que temos de evitar é intolerância, porque a intolerância leva a conflitos que não têm solução. Ela divide um país e transforma algumas manifestações até em processos que levam à violência. Acho que tem um processo de intolerância como não visto antes no Brasil, a não ser nos períodos passados, quando se rompeu a democracia. Não acredito em um Brasil fascista, porque este país é composto de diferentes etnias: índios, negros e brancos de diversas origens".
No mesmo discurso ao "Jornal do SBT", Dilma consegue até fingir uma autocrítica, cometendo a falha de nem conseguir apontar onde de fato errou. Abusando de sua retórica costumeiramente confusa, Dilma tentou sair pela tangente: "Eu não acho que não errei, não. Eu sou completa e totalmente humano, eu posso ter cometido vários erros. O que eu quero dizer é que os erros não são justamente esses que falam".
Pelo menos 26 dos 81 senadores avaliam que a presidente Dilma Rousseff não lidera um “projeto” para o país e que a Agenda Brasil, articulada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem poucas medidas que podem ajudar a sair da crise e é, portanto, insuficiente. Por isso, a conclusão que se chega é que, independentemente do tamanho do mega evento cívico de domingo, a classe política continuará atuando em suas frentes. Primeiro, fazendo de tudo para manter seu status quo. Segundo, mantendo o desgoverno sob pressão, para extorquir o erário público, com mais e mais vantagens.
Em síntese, a crise institucional tupiniquim, que projeta uma ruptura em futuro não muito distante, vai perdurar e tende a se agravar. Dilma, Lula e o PT já sinalizaram, claramente, que não vão largar o rico osso do poder, sem antes reagirem com sua máquina de "movimentos sociais" ou "exércitos do Stédile". A grande ameaça ao plano de Lula, Dilma & Cia é a crise econômica. Só este fenômeno, quando sai de controle, derruba presidentes incompetentes ou corruptos.
A positiva pressão da cidadania - uma novidade necessária - ainda é insuficiente para destronar o governo do crime institucionalizado. Os protestos crescentes ainda miram nas consequências - e não nas causas dos problemas históricos. Na hora em que começar, de fato, uma pressão focada em mudanças estruturais, bem definidas, o jogo começará a mudar. Estamos caminhando para esta fase. O problema é que os inimigos do Brasil continuam infestando a máquina pública - que tem alto poder de reação contra mudanças, radicais ou não.
Em síntese, domingo é fundamental sair à rua para exercer a cidadania. Só não dá para alimentar uma ilusão de que, a partir de segunda-feira, tudo vai mudar para melhor no Brasil, como um passe de mágica. Os ilusionistas continuam dando as cartas. A Elite Moral, com cara de povo de verdade, terá de tomar o baralho e redefinir a tal "regra do jogo". Essa novela está apenas começando... Babilônia está longe de terminar no imaginário, na cultura e nas práticas de poder de Bruzundanga...
Não são mega-eventos de rua, como o previsto para domingo, que mudarão, de fato, o Brasil. A mudança vai começar a partir de ações focadas, nos municípios, regiões, até atingir os governos estaduais. Movimentos virtuais têm grande visibilidade, mas as profundas transformações acontecem a partir de pequenas mudanças de atitude locais. Esta é a dinâmica da História. Por isso, a melhor receita para os brasileiros é multiplicar, por 5.700 vezes, o exemplo dos cidadãos de Jacarezinho, no Paraná. Eles foram no alvo!
Político só muda com pressão próxima, direta e focada em pontos específicos. O resto é evento, para diversão ou catarse de indivíduos que se reúnem em massa... Ou o povo exerce seu poder instituinte, que funda e reorganiza os Estados, ou nada de novo vai mudar de verdade no Brasil Capimunista.
200 juristas contra Dilma
200 juristas contra Dilma
O jurista e ex-ministro do STM (Supremo Tribunal Militar) Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, é o porta-voz de um grupo de 200 juristas que resolveu pedir a renúncia da Presidenta Dilma Rousseff.
Bierrenbach prega que "o Brasil não pode ser hipotecado à corrupção":
"O povo brasileiro não suporta mais o estigma de legatário da herança maldita das felonias de seus governos. Governos cujo espólio inclui escândalos que se sucedem como pragas bíblicas, dentre os quais o desmanche da Petrobras é o mais revoltante".
Esperando quem?
Do Desembargador paulista Laercio Laurelli, em seu Facebook, uma perguntinha pertinente ao Procurador Geral da República, reconduzido ao cargo:
“Então Senhor Rodrigo Janot, está “Esperando Godot” para investigar o Lula e o governo Dilma???”
Caiado para os militares
Cadeia politizada
Recente sátira de nossa tragicômica realidade bruzundanguense, no programa "Zorra", da Rede Globo.
Falsa solução para crise cabeluda
Espumando
Nova pergunta do Papa a uma brasileira
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 13 de Agosto de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário