É falso o áudio do conchavo de Lula com Cunha, para Dilma e Temer renunciarem, em troca de salvação
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Fala serio!? Luiz Inácio Lula da Silva estaria costurando um grande acordo para que não seja, preso. Uma das moedas de troca seria o compromisso do ex-Presidente não ser candidato a mais nada. A outra é que Dilma Rousseff renuncie, sendo acompanhada por Michel Temer, seu indesejado vice. Assim, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha assumiria a Presidência da República, "arrumaria a casa" e faria novas eleições em 90 dias. Dá para acreditar em um negócio desses?
Melhor não acreditar inteiramente. Em tempos de crise e de guerra, circulam mentiras por ar e terra. A revelação deste "acordo" é uma delas, apesar do alto teor de verossimilhança (parecer que possa ser verdade). O inimaginável conchavo, que seria a bomba atômica política do ano, foi denunciado por um suposto áudio, feito segunda-feira passada, pelo senador Magno Malta (PR-ES). Se alguém estava negociando esta temerária manobra de bastidores, deve ter respirado, aliviado, com o desmentido da versão que ajudou a alimentar a desgraça de Dilma
Pelo menos a gravação (e não necessariamente seu teor bombástico) é inteiramente mentirosa, conforme o parlamentar e cantor capixaba desmentiu ontem. Magno Malta denunciou ter sido vítima de um fake que imitou sua voz: “Neste dia estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com princípio de Trombose, Estou de licença médica e tudo que foi falado é mentira. Este áudio não é meu. O Brasil virou uma bagunça e esta conversa está na boca do povo, mas eu não falei dessa reunião da qual não participei”.
O que não tem mais salvação é o desgoverno Dilma Rousseff. A circulação da gravação fake, indicando aquilo que seria uma solução perfeita para a classe política, uma renúncia, evitando um impeachment, para que tudo possa ser resolvido, como de costume, na base do conchavo, foi apenas mais uma comprovação do alto teor de desgaste e desmoralização da Presidenta. Para piorar, a reprovação de Dilma, medida por pesquisa do Datafolha, chegou a 71%. Ela superou a negatividade recorde de Fernando Collor de Mello, na proximidade de sua renúncia-impeachment, em 1992. Dilma só teria 8% de aprovação. Collor chegou a ter 9% de aprovação e 68% de reprovação.
Uma prova de que a coisa está mais feia nos bastidores políticos que o demonstrado publicamente foi o apelo dramático feito ontem pelo vice-Presidente Michel Temer, após reunião com líderes do Senado e da Câmara, no Palácio do Jaburu: "Estamos pleitando exata e precisamente que todos se dediquem a resolver o problema do país. Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave. Não tenho dúvida que é grave. É grave porque há uma crise política se ensaiando, há uma crise econômica que está precisando ser ajustada, mas para tanto é preciso contar com o Congresso Nacional, é preciso contar com os vários setores da sociedade brasileira".
Como articulador político do governo, função que Dilma lhe "terceirizou", Temer insistiu: Vocês sabem que ao longo do tempo nós tivemos sucesso na articulação política, mas hoje, quando exatamente se inaugura o segundo semestre, agrava-se uma possível crise. Há uma certa preocupação, não posso negar isso. Daí a razão desta espécie de convocação no sentido de que todos trabalhemos juntos. Não há como trabalhar separadamente porque a separação envolve prejuízos para o país. Eu tenho pregado com frequência, vocês sabem, a ideia da tranquilidade, da moderação, da harmonia. Especialmente da harmonia entre os órgãos do Poder. E hoje, mais do que nunca, se faz necessária essa harmonia que nós tanto temos alardeado. Nós temos que ter uma atuação aqui no Brasil que repercuta positivamente no exterior. E se nós não tomarmos cuidado nossa atuação no Brasil pode repercutir negativamente no exterior".
Tão ou mais dramático que Michel Temer foi o "pedido de penico" feito pelo ministro-chefe da Casa Civil. Aloísio Mercadante apelou a parlamentares do PSDB para que ajudem no esforço suprapartidário em prol da responsabilidade fiscal. Mercadante praticamente suplicou: "Vivemos um momento politizado, com erros que cometemos, e se comete quando se governa. Vocês têm experiências importantes na administração de estados e do Brasil e precisamos ter pactos de política de estado que vão além do governo. Existem questões de responsabilidade fiscal, como controle da inflação que vocês fizeram e foi importante para o país. Tem que ter um acordo suprapartidário".
Mercadante só faltou pedir os primos tucanos em casamento: "Eu senti uma oposição fiscalizando, cobrando, exigindo, mas muito elegante no debate, tratando de políticas públicas, e fiz questão de tratar com a mesma elegância, reconhecendo a importância histórica que eles tiveram no governo do país, especialmente na contribuição da estabilidade econômica do país, e que esse passado, esse programa, essa história, não pode se transformar agora nesse debate de simplesmente de confrontação, de intransigência e de radicalização. o Brasil precisa de bom-senso, de equilíbrio, de estabilidade".
A pronta resposta aos apelos dramáticos de Temer e Mercadante não poderia ter sido mais drástica. PDT e PTB anunciaram que estavam deixando a base aliada do governo. Pelo teor fortemente oposicionista da propaganda gratuita no rádio e na televisão, os dois partidos já vinham "costeando o alambrado" (como diria o velho Leonel Brizola, tão amado pela Dilma). Os deputados federais das duas agremiações agora prometem uma postura de "independência". André Figueiredo, do Ceará, resumiu bem o sentimento das bancadas: "Não vamos mais participar das reuniões dos líderes aliados. Estamos sendo de forma recorrente desrespeitados, chamados de traiçoeiros e infiéis, quando somos o único partido que avisa antes como irá votar".
Ou seja, além dos rombos políticos e econômicos gerados pelos escândalos de magnitude (do Mensalão que nunca acabou ao petrolão longe de terminar e de um Eletrolão prestes a vir á tona, abriu-se mais um gigantesco rombo um casco no PTicanic. Dilma segue na proa, vendo tudo afundar. O comandante Lula, apavorado na cabine, nem pode fugir do navio, porque também já sabe que seu naufrágio é inevitável. E nem adianta apelar ao Espírito Santo, porque o falido banco português onde ele teria gordas contas (segundo revela a imprensa lusitana) está levando gente muito poderosa para o banco dos réus, com grande chance de condenação e cadeia.
Por isso, na frieza do cárcere curitibano, José Dirceu de Oliveira e Silva deve estar com a cabeça mais quente que nunca, certamente rogando a praga de que, desta vez, não deseja puxar cadeia sozinho. O ex-capitão do time do PTitanic aguarda, ansiosamente, por seus queridos companheiros de negócios. Quando eles serão mandados para lá pelo juiz Sérgio Fernando Moro? A resposta ainda não está clara. Mas a impressão geral é que o momento do acerto de contas nunca esteve tão próximo, apesar das tentativas de conchavos (verdadeiras ou falsas).
Dilma cabisbaixa
Uma legenda perfeita para esta foto de Alexandre Cassiano, da Agência Globo, feita ontem durante a cerimônia de contagem regressiva para a Olimpíada (ou seria olim-piada) Rio 2016:
"Dilma olha para sua impopularidade"...
Time formado em 2003
O Alerta Total repete por 13 x 13: Só o cinismo da impunidade tupiniquim pode justificar uma blindagem para Dilma Rousseff no escândalo da Lava Jato. Até Lula, que tira onda de Presidentro indireto do Brasil, teria mais chances que a Presidenta de ficar blindado. Dilma não, porque a maioria das irregularidades ou crimes cometidos na e contra a Petrobras ocorreram, coincidentemente, nos tempos em que ela foi Ministra das Minas e Energia de Lula e "presidente" (sic) do Conselho de Administração da estatal de economia mista. Se Dilma não for responsabilizada aqui no Brasil, assim que sair do poder, o será lá fora, nos EUA, em ações movidas por investidores lesados.
O Alerta Total repete por 13 x 13: Só o cinismo da impunidade tupiniquim pode justificar uma blindagem para Dilma Rousseff no escândalo da Lava Jato. Até Lula, que tira onda de Presidentro indireto do Brasil, teria mais chances que a Presidenta de ficar blindado. Dilma não, porque a maioria das irregularidades ou crimes cometidos na e contra a Petrobras ocorreram, coincidentemente, nos tempos em que ela foi Ministra das Minas e Energia de Lula e "presidente" (sic) do Conselho de Administração da estatal de economia mista. Se Dilma não for responsabilizada aqui no Brasil, assim que sair do poder, o será lá fora, nos EUA, em ações movidas por investidores lesados.
Uma das provas usadas por investidores para confirmar que a Petrobras vem sendo vítima, desde 2003, dos agora suspeitos e acusados na Lava Jato, é a ata da Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia 02 de janeiro de 2003, às 15 horas, no auditório do Edifício-Sede da Petrobras, na avenida República do Chile nº. 65 - 1º andar, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), que deliberou e aprovou o seguinte:
"I- Na forma prevista no inciso II do art. 122 da Lei das Sociedades por Ações, sobre a eleição dos seguintes membros do Conselho de Administração da Companhia: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Representantes do Acionista Controlador Srª. Dilma Vana Rousseff para Membro do Conselho de Administração. Sr. José Dirceu de Oliveira e Silva para Membro do Conselho de Administração. Sr. Antonio Palocci Filho para Membro do Conselho de Administração. Sr. José Eduardo de Barros Dutra para Membro do Conselho de Administração. Sr. Gleuber Vieira para Membro do Conselho de Administração. Representantes dos Acionistas Minoritários Detentores de Ações Ordinárias Sr. Fabio Colletti Barbosa para Membro do Conselho de Administração II- Eleição do Presidente do Conselho de Administração da Companhia na forma do art. 18 do Estatuto Social da Companhia CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Srª. Dilma Vana Rousseff para Presidente do Conselho de Administração. Rio de Janeiro, 02 de janeiro de 2003. PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. – PETROBRAS. Assina: João P. Nogueira Batista Diretor Financeiro e de Relações com Investidores".
Raiz Podre
Encontrão marcado
O famoso Exame Fórum, marcado para o dia 31 de agosto, em São Paulo, reserva uma ironia do destino.
O vice-Presidente Michel Temer palestrará sobre "O equilíbrio político necessário para a recuperação".
Nesse mesmo encontro, quem vai falar sobre corrupção é o juiz Sérgio Fernando Moro, aquele mesmo que julga os ilustres envolvidos nos processos das operações da Lava-Jato.
Bem que os organizadores do fórum, que é promovido por uma publicação da editora Abril, poderia convidar Luiz Inácio Lula da Silva para uma palestra sobre "como transformar uma crise em marolinha para salvar o Ptitanic do afundamento".
Vai que é tua, Tafarel
Apelo petralha
Abraço de tamanduá
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 6 de Agosto de 2015.
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