Brasil próximo do "Dia de Fúria"?
Vai muito abaixo da camada pré-sal o nível do mau (às vezes, mal) humor contra Lula, Dilma, o desgoverno e os políticos brasileiros nas redes sociais. O fenômeno é um reflexo direto da perigosa desmoralização daqueles desqualificados e desclassificados ocupantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Também é um retrato da inteira falta de legitimidade deles para exercer a atividade política na vida pública - que deveria ser republicana, se esta forma de governo ou de estrutura de Estado tivesse realmente sido implantada no Brasil.
Não interessa a qualidade do humor - muitas vezes genial, algumas outras bestial. O fato relevante é que o humorismo tem servido de válvula de escape para a maioria das pessoas à beira de um ataque de nervos, prontas para uma radical manifestação de insatisfação contra o estado das coisas no Brasil. O fenômeno é perigosíssimo! A desqualificada politicagem contribui para a desmoralização da legítima ação Política. Isto gera o desrespeito e a intolerância que descambam em violência.
A paciência do brasileiro já chega a limites extremos. Falta um triz para uma exacerbação violenta que pode ocorrer naquele estilo do retratado no famoso filme hollywoodiano "Dia de Fúria". Um indivíduo chuta o balde e arrasta a massa em sua ira. Revoltas populares começam assim, na forma de combustão espontânea em ondas de intolerância. A maioria não suporta mais ser conivente com o "status escatológico".
O pavio está prontinho para ser aceso a qualquer momento. O jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira, estrategista político com percepção aguda da realidade, acertou na veia, em recente artigo: "O momento é uma encruzilhada entre a ira popular e a enrolação institucional. Com todos os seus condenáveis excessos, a raiva nas ruas é que tem mais potencial transformador. A esquerda sempre soube disso. Agora, com o traseiro na reta, o PT descobre o amor".
Esgotou-se completamente o regime da Nova República, implantado no verdadeiro "golpe militar" de 1985, fazendo o Brasil engolir José Sarney em ilegítima substituição ao falecido Tancredo Neves - que não teve forças para assumir a Presidência. Da mesma forma, a Constituição de 1988 não consegue garantir a segurança do Direito no Brasil. Finalizada na correria pelo rasputin tupiniquim Nelson Jobim, por ordem de um Ulysses Guimarães mais preocupado com sua imagem que com o País, a Carta já nasceu com artigos demais, porém sem regulamentar as principais questões - não resolvidas até hoje.
A falência constitucional acirra e agrava ainda mais a desmoralização institucional quando o Supremo Tribunal Federal, o guardião natural da Carta Magna, sofre um aparelhamento político - vício natural da equivocada indicação e/ou nomeação de seus membros pelo Executivo, geralmente em conluio com o Legislativo. Os cidadãos se sentem vítimas de um sistema que não consegue coibir os mais evidentes abusos cometidos pelo poder público, pelas organizações criminosas ou por qualquer delinquente pé-de-chinelo.
O modelo tupiniquim, que favorece a governança do crime organizado, patrocina um Judiciário morfético, lerdo e caríssimo, que não consegue promover a Justiça. Perde a legitimidade um poder que funciona atrelado à politicagem e refém de um aparato legal exagerado, redundante, feito para não resolver conflitos, e que pune ou perdia na base do "rigor seletivo" (aos amigos tudo; aos inimigos, nem a lei ou a lei interpretada da maneira conveniente a quem pode mais).
A coisa piora quando o Ministério Público, que deveria ser o fiscal da lei e da cidadania, embarca na mesma canoa furada... Ou age na base do "rigor seletivo" ou peca pela omissão flagrantemente criminosa, claramente crime de peculato. O tal "foro privilegiado" para acobertar crimes dos políticos (que só existe em ditadura subdesenvolvida) facilita a impunidade. Além disso, temos o escândalo dos precatórios. O poder estatal é condenado, mas só paga as dívidas judiciais no Dia de São Nunca... Liberação de grana? Só para os amigos do alheio, na base de fraudes...
A maioria das pessoas não aguenta mais nosso autoritário Estado Capimunista (centralizador, cartorial, cartelizado, corrupto e canalha) abusa do cidadão e interfere, descaradamente, na atividade produtiva. A agressão ao cidadão se torna intolerável nas abusivas multas de trânsito, nos 92 impostos, taxas, contribuições e infindáveis instruções normativas da "burrocracia". Todos pagamos um alto preço para não ter as mínimas contrapartidas estatais previstas na letra morta da Constituição e demais leis e regulamentos.
O saco do brasileiro encheu! E não é só do vento que a geniosa Dilma Rousseff deseja estocar... A maioria das pessoas de bem está cheia de sofrer tanta injustiça sem reparação. Os injustiçados se preparam para "dar o troco". As consequências disto são imprevisíveis. Mudanças podem ocorrer para melhor ou para pior.
Tudo se torna perigosamente imprevisível. Ainda mais porque as elites brasileiras têm dificuldade em definir um rumo estratégico para o Brasil. As oligarquias prosseguem no velho comportamento de "zelites" - locupletando-se e sempre explorando, de forma predatória, as riquezas aparentemente infindáveis produzidas pelo Brasil. A crescente classe C vai aumentar sua pressão para não retroceder nos benefícios que ganhou ou conquistou. Ao mesmo tempo, em direção e sentido inversos, os gestores das organizações criminosas querem conquistar a efetiva hegemonia.
O jogo será muito bruto. Acontece que as mudanças são inevitáveis. Do jeito que está, já é um consenso de que o Brasil não pode mais ficar. A Revolução Brasileira está em andamento. Os políticos profissionais tentarão, como sempre, contê-la. Desta vez, podem não conseguir o intento. Os tradicionais conchavos não resolvem mais os graves problemas brasileiros. Multas e impostos abusivos, combinados com carestia, inflação, desemprego e endividamento descontrolado das famílias, são a pólvora do barril de pavio curtíssimo...
Na hora em que ocorrer o previsível "Dia de Fúria", o jogo, sem regras claras, será vencido por quem tiver mais capacidade de sobrevivência, articulação e organização para pensar, planejar, debater e agir corretamente. Neste momento, infelizmente, os bandidos profissionais levam boa vantagem sobre o resto dos cidadãos. Mas o jogo é jogado...
Enquanto isso, a Dilma já tomou no TCU, e o Eduardo está tomando no cunha dos banqueiros suíços... A fragilidade de ambos tende a desencadear a completa desestruturação dos falidos órgãos políticos, criando um vácuo de poder que tende a redundar em ruptura institucional. Neste momento, só uma intervenção instituinte poderá solucionar alguma coisa... O impasse é enigmático... A fúria previsível... Do caos talvez ressurja a ordem... Quem sabe?!
Star Trek x Dilma
Espetacular: Dilma agora encheu o saco da turma do Capitão Kirk e do Mr Spock, e virou viral no espaço sideral e no virtual...
Terrorismo da pesada
A desmoralização de Lula-Dilma é tão alta que o nível do humor chega a ser aterrorizante contra eles...
Hino do Face
Definição justa e perfeita do fenômeno do copia e cola nas redes sociais, de autoria do Cícero Cavalcanti, poeta e compositor de primeiríssima...
Premiê de Lula
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O jogo é jogado...
Desproporção?
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