O Dia em que frei Damião chegou ao Céu
Poesia Política no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Valentim Martins Quaresma Neto
São Francisco perguntou:
- E o Brasil como está?
Frei Damião respondeu:
- Dá vergonha até falar,
Tem desmantelo demais,
Só o Pai pode salvar.
Lá a partilha dos bens
É uma bagunça danada,
Poucos com quase tudo
E o resto vive sem nada,
Por isso, a fome campeia,
A nação está acabada.
Justiça lá não existe,
Só mesmo quando Deus manda.
O povo só fala em festa
Em carnaval e em banda,
A novela e o futebol
Vão conquistando a demanda.
A violência campeia,
Fala-se pouco de paz,
Gasta-se muito com armas
E com drogas muito mais,
Por isso, a nação inteira
Está andando pra trás.
A política não é séria,
CPI, tem uma lista,
Escândalos, outro bocado
E os políticos são artistas
Roubam o dinheiro do povo
Não deixam nenhuma pista.
O São José Operário
Levantou logo a questão:
- Estão dizendo na Terra
Que o senhor deu proteção
A muitos desse políticos,
Isso é verdade ou não?
Frei Damião respondeu:
- O povo sabe quem sou,
Dediquei a vida inteira
Ao serviço do Senhor
Que foi pregado na cruz
E a todos não agradou.
Muitos homens da política
Se encostaram em mim
Pra ganhar as eleições.
Aceitei, achando ruim,
Não discriminei ninguém,
Pois, achei melhor assim.
- E o Brasil como está?
Frei Damião respondeu:
- Dá vergonha até falar,
Tem desmantelo demais,
Só o Pai pode salvar.
Lá a partilha dos bens
É uma bagunça danada,
Poucos com quase tudo
E o resto vive sem nada,
Por isso, a fome campeia,
A nação está acabada.
Justiça lá não existe,
Só mesmo quando Deus manda.
O povo só fala em festa
Em carnaval e em banda,
A novela e o futebol
Vão conquistando a demanda.
A violência campeia,
Fala-se pouco de paz,
Gasta-se muito com armas
E com drogas muito mais,
Por isso, a nação inteira
Está andando pra trás.
A política não é séria,
CPI, tem uma lista,
Escândalos, outro bocado
E os políticos são artistas
Roubam o dinheiro do povo
Não deixam nenhuma pista.
O São José Operário
Levantou logo a questão:
- Estão dizendo na Terra
Que o senhor deu proteção
A muitos desse políticos,
Isso é verdade ou não?
Frei Damião respondeu:
- O povo sabe quem sou,
Dediquei a vida inteira
Ao serviço do Senhor
Que foi pregado na cruz
E a todos não agradou.
Muitos homens da política
Se encostaram em mim
Pra ganhar as eleições.
Aceitei, achando ruim,
Não discriminei ninguém,
Pois, achei melhor assim.
Mostravam-se meus amigos
Pondo as mãos no meu pescoço.
Com palavras tão bonitas
Que só de ouvir dava gosto,
Porém, depois de eleitos,
Davam-me grandes desgostos.
Um até me prometeu:
- "Frei Damião, se eu ganhar
Dou camisa a quem não tem
E terra pra trabalhar,
Prometo que no Brasil
Não fica um só marajá".
Como qualquer cidadão,
Dei um voto de confiança.
Depois que ele ganhou,
Acabou minha esperança,
Fez pior do que os outros
Fez uma grande lambança...
Mas, toda a minha jornada
Dediquei à pregação,
Enquanto estive na Terra
De alma e de coração,
Sempre ao lado dos pobres
Cumprindo a minha missão.
E do povo nordestino
Conquistei o coração
Fui bem aceito e querido
Do litoral ao sertão,
Por isso, alguns políticos
Buscaram aproximação.
Padre Cícero falou
Com o microfone na mão:
- Sei que já faz muito tempo
Que eu deixei o sertão.
Já falavam num projeto,
Chamado "irrigação".
E agora eu pergunto:
Se o projeto já chegou,
Se a miséria foi embora
E a fome, já acabou?
Ou se o sertão ainda sofre
Com a seca, aquele pavor?!
E Frei Damião ficou
Quase sem poder falar...
Disse: - "A seca ainda existe
E ainda mata por lá".
O céu ficou em silêncio
Sem querer acreditar.
Nenhum governo fez nada
Pra sequer amenizar
A fome do nordestino
Quando a chuva faltar.
Só dão mesmo as esmolas
Quando tem seca por lá.
Só em tempo de eleição
A região é lembrada
Para ouvir as promessas
Enganosas, deslavadas.
Quando os políticos ganham,
Somem e não fazem nada.
Cada ano um projeto
E muitas reuniões:
Falam, falam e nada fazem,
Ficam faltando as ações.
Enquanto isso, o pobre
Perde suas plantações.
Perde também a coragem
E a vontade de viver
Naquele lugar sofrido
E foge pra não morrer,
Vai para as grandes cidades,
Continua a padecer...
Pondo as mãos no meu pescoço.
Com palavras tão bonitas
Que só de ouvir dava gosto,
Porém, depois de eleitos,
Davam-me grandes desgostos.
Um até me prometeu:
- "Frei Damião, se eu ganhar
Dou camisa a quem não tem
E terra pra trabalhar,
Prometo que no Brasil
Não fica um só marajá".
Como qualquer cidadão,
Dei um voto de confiança.
Depois que ele ganhou,
Acabou minha esperança,
Fez pior do que os outros
Fez uma grande lambança...
Mas, toda a minha jornada
Dediquei à pregação,
Enquanto estive na Terra
De alma e de coração,
Sempre ao lado dos pobres
Cumprindo a minha missão.
E do povo nordestino
Conquistei o coração
Fui bem aceito e querido
Do litoral ao sertão,
Por isso, alguns políticos
Buscaram aproximação.
Padre Cícero falou
Com o microfone na mão:
- Sei que já faz muito tempo
Que eu deixei o sertão.
Já falavam num projeto,
Chamado "irrigação".
E agora eu pergunto:
Se o projeto já chegou,
Se a miséria foi embora
E a fome, já acabou?
Ou se o sertão ainda sofre
Com a seca, aquele pavor?!
E Frei Damião ficou
Quase sem poder falar...
Disse: - "A seca ainda existe
E ainda mata por lá".
O céu ficou em silêncio
Sem querer acreditar.
Nenhum governo fez nada
Pra sequer amenizar
A fome do nordestino
Quando a chuva faltar.
Só dão mesmo as esmolas
Quando tem seca por lá.
Só em tempo de eleição
A região é lembrada
Para ouvir as promessas
Enganosas, deslavadas.
Quando os políticos ganham,
Somem e não fazem nada.
Cada ano um projeto
E muitas reuniões:
Falam, falam e nada fazem,
Ficam faltando as ações.
Enquanto isso, o pobre
Perde suas plantações.
Perde também a coragem
E a vontade de viver
Naquele lugar sofrido
E foge pra não morrer,
Vai para as grandes cidades,
Continua a padecer...
Trecho do cordel A CHEGADA DE FREI DAMIÃO AO CÉU, de Valentim Martins Quaresma Neto.
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