Ferrovias S/A
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão
Em tempos de vacas magras e com o aumento do custo Brasil por todos os setores, seria lógico e racional pensarmos no transporte público a partir de um reengenharia ligada à construção de ferrovias, e o sonho acalentado do trem bala.
De dimensão continental o Brasil sofre forte e intensamente por causa da falta de ferrovias. Recente decisão liberou pedágio de eixos suspensos dos caminhões, transferindo para o consumidor final o importe dessa despesa.
Incrivelmente os projetos não saem do papel, em pleno século XXI e sem razão aparente, depois da forte crise da maior estatal do País, já passou da vanguarda termos linhas férreas eficientes, e que possam interligar
os principais eixos do País,no transporte de cargas e de passageiros.
Os países adiantados podem se dar ao luxo de trens rápidos, velozes, ligando as principais cidades do arcabouço arquitetônico e mais do que isso ampliando a fatia para outras Nações. No Brasil sequer conseguimos desenvolver malhas ao alcance dos carros importados e suas velocidades. No trem tanto pior: com bitola estreita e falta de projetos suficientes à megarevolução que se exige.
São obras caras e demoradas, sem dúvida, mas que terão o condão de transformar radicalmente o modelo multimodal e oferecer segurança, menor custo e rapidez, aliviando aeroportos, navios e notadamente as estradas sobrecarregadas que constantemente apresentam acidentes. Com essa metodologia seria possível escoar a safra por trens e sem a necessidade de caminhões que trafegam pelas cidades e estrangulam o transito quando não entalam em pontes e viaduto.
A agilidade dos trens modernos é uma concepção que existe em todo o continente, mas que, por motivos de pressão, não alcança êxito na esfera da construção de ferrovias e ligações que levem à população aos seus principais destinos.
O amanhã somente acontece quando tivermos a certeza de boas ferrovias construídas em sólidas situações que permitam planos e consórcios com investidores estrangeiros, ao longo de uma década, a fim de que não soframos mais a cada dia nos congestionamentos diários e que se multiplicam.
Não há bom senso em tanta demora também em linhas de metro. E todas essas obras devem ser feitas por meio de um seguro que garanta o término no prazo previsto, ou, caso contrário, a posição de outra empresa para a conclusão da obra.
Estamos engatinhando no transporte ferroviário e isso não é um bom sinal. Em breve teremos as olimpíadas, mas temos o viés de rodovias, estradas ruins e aeroportos lotados. Quando nos conscientizarmos do relevo que assume o papel das ferrovias iremos em busca do tempo perdido.
Não na velocidade desejada mas naquela imprescindível para uma reestilização de todo o setor componente da malha brasileira.
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
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