quarta-feira, 15 de abril de 2015

Um País estruturado por criminosos

Um País estruturado por criminosos



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Márcio Accioly

Quando se observa o posicionamento de nossos homens públicos, e são ouvidas as suas opiniões com relação às instituições, sente-se medo do caminho trilhado pelo país. Não é possível que não se enxergue a extensão do roubo praticado contra o Estado brasileiro. Que não se percebam quadrilhas organizadas, disfarçadas de partidos políticos, saqueando todo o patrimônio nacional. E, principalmente, que fique impune tanta bandalheira.

Dia desses, o ministro Marco Aurélio (STF), afirmou que causa “pasmo” o “prolongamento” de prisões efetuadas na Operação Lava Jato, pois entende que o longo período de detenção (para ele), transmite a impressão de “antecipação” de pena. Vejam só: bandidos disfarçados de empresários carregam quase todo o patrimônio nacional, acumpliciam-se com o ex-presidente Lula da Silva, o Lularápio e com a presidente, Dilma Roussef, esvaziam os cofres públicos e o ministro quer limitar investigações!

Não satisfeito, Marco Aurélio declarou, dias depois, que “cadeia não conserta ninguém!” Ninguém em sã consciência entendeu as declarações de sua excelência, como se estivesse liberando a bandalheira. Afinal, para que servem os tribunais? Se o ministro acredita mesmo que “cadeia não conserta ninguém”, e faz profissão de fé em tal princípio, está explicado o porquê de haver concedido habeas corpus ao banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, no ano 2000.

Cacciola, cidadão italiano, foi condenado a 13 anos de prisão por peculato, em 2005, e voltou ao Brasil em 2008, preso pela Interpol, para cumprir pena de três anos dos 13 anos a que fora condenado, encontrando-se, desde 2011, livre como um passarinho e pronto para outras (se for o caso). As leis no nosso país são lenientes, pois elaboradas por congressistas quase sempre envolvidos em todo tipo de falcatrua. Boa parte de nossos parlamentares legisla em causa própria.



Marco Aurélio Mello não revela o que o leva a gostar tanto de tribunais, a ponto de se esforçar o quanto pode para conseguir a nomeação da filha, Letícia Mello, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A nomeação foi assinada pela presidente Dilma Roussef no dia 19 de março do ano passado. Muita gente ficou “pasma”, para utilizar expressão do ministro, pois a filha de 37 anos, tida como jovem, passou à frente de nomes experientes e de maior expressão curricular.

Agora, outra coisa que deixa a todos de boca aberta é a constatação de que a máquina estatal do país se encontra direcionada unicamente para o favorecimento de roubalheira sem fim. O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), já condenado no episódio do mensalão, foi preso novamente, pois envolvido na Lava Jato. Ele se encontrava no município pernambucano de Canhotinho (PE), em regime de prisão semiaberto e, de repente, viu-se transferido para uma cela da Polícia Federal de Curitiba (PR).

Em Curitiba, vai tomar banho frio, a cela é coletiva e o sanitário é um buraco no chão! Não terá qualquer privacidade e ninguém sabe quanto tempo irão durar as investigações e depoimentos, pois ali se encontram ladrões empresários detidos desde o último ano. Pois sabem o que “sugeriu” o advogado e primo, Clóvis Corrêa Filho? Que ele faça delação premiada, “contribuindo para o aperfeiçoamento do processo democrático, pois sabe de muita coisa”.

Os sites noticiosos estão divulgando que se Pedro Corrêa falar o ex-presidente Lula da Silva corre o risco de ser preso. O ex-deputado pode contar, segundo seu primo, “como foi a nomeação de Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) junto ao Lula”. Pedro Corrêa é diabético, tem 66 anos e sabe que a cana vai ser brava! Não tem por que ficar calado e livrar o ex-presidente. Este é o Estado brasileiro: a expressão do crime.


Márcio Accioly é Jornalista.
Postado por Jorge Serrão às 08:34:00

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