sexta-feira, 16 de março de 2012

O Mineirinho e o Tio Sam


Brasília (DF), 15 de março de 2012

O Mineirinho e o Tio Sam

-  Tome sua rapadura e me dê o meu dólar.

Uma hora mais tarde, ou seja, mais trocentos zilhões de dólares impressos, sob a prensa da patroa, o mineirinho engole a lobeira. Engolir lobeira, em mineirês é fazer uso do direito ao arrependimento do negócio.

-  Seu Ari (Harry) pelo amor de deus, me devolve a rapadura! Eu não sabia que era a derradeira!

-  Você tem dois dólares?

-  Não era um dólar ainda agorinha?

-  Era, para eu comprar a rapadura. Para eu vender são dois. But that one I ate with natural yogurt, ok? Pois é, aquela, já comi. Agora eu quero é outra. Pago três dólares!

-  Eu prefiro com coalhada. Mas quanto vale mesmo esse tal de dólar?

-  Depende. Para eu comprar vale um tanto e para eu vender vale outro tanto. E de acordo com outras circunstancias posso até pagar mais, vai do interesse e de quem vai receber.

Sem entender lhufas, o mineirinho se recolheu à sua insignificância (para ele sapiência), botou o rabo entre as pernas, nada mais disse e saiu de fininho resmungando.

No caminho ia matutando: Uai, não sabia que vender rapadura era tão complicado! Agora como vou explicar para a patroa? Além de apanhar vamos ter que tomar café amarguento amanhã cedo!

Peraí, peraí, peraí, uai, uai... ponderava.

Desde que mundo é mundo rapadura é rapadura! Não tem nada de complicado com rapadura! O problema está nesse tal de dólar. Ele não sabe quanto vale, se é uma rapadura, meia rapadura ou rapadura e meia! Eu é que não negocio mais com esse tal...

Moral da estória: bastou um negócio, e somente um, para o mineirinho descobrir a farsa do dólar. O que nenhum economista, desde Bretton Woods até hoje, conseguiu vislumbrar.

.o0O0o.

O dólar chega assim melancolicamente ao seu fim.

Sem sobressalto nem surpresa. É a ordem natural esperada, pois já foi cumprida a sua função.

Mas qual mesmo a função do dólar?

Grassar pelo mundo inteiro, trazendo para dentro dos EUA bens e serviços na mesma proporção e valor.

Agora que o mundo saturou de dólares, a mamata acabou. Agora é hora do plano B: criar nova moeda e dar o cano aos portadores de verdinhas.

O costume de viver à custa do resto do mundo fez dos americanos o povo mais perdulário do mundo. O consumo de um americano satisfaria as necessidades básicas de cinqüenta famintos que sofrem pelo planeta.

Chocante? Não. Este expediente também já era longamente esperado. Só que, evidentemente, não se encontra esta informação nas propagandas americanas. E os economistas de nada desconfiam. Porque será que não aprendem com o mineirinho matuto?

Ainda existe quem dá ouro em troca de dólares. Em Fort Knox existe um dos depósitos de ouro americano onde se mede a quantidade em quilômetros cúbicos. Viu como foram espertos! E, acredite nobre leitor, enquanto algum desavisado - como o governo brasileiro, por exemplo - comprar dólares para enxugar o mercado e manter o seu valor, o que fará o Tio Sam? Claro e evidente que imprimirá mais. Uma vez cessadas estas compras - em eventual rasgo de lucidez - o processo de refluxo da divisa se desencadeará qual tsunami. Passará a valer menos do que capim, uma vez que não servirá nem para engorda de bodes.

A pergunta é: o (i)responsável pelo dólar é o império do norte ou o governo tupiniquim? Heim? Heim?

O uso do ouro de Fort Knox é a bala de prata. Só será usado em último caso. Em caso de fome ou falta de petróleo. Seu uso para honrar o refluxo iminente da moeda nem pensar. A conduta americana desde antanho dita outras regras. Guerras, matanças e até bombas atômicas. É a maneira que acha mais correta de honrar compromissos. Zilhões de mortos inocentes? Ora, ora, ora... Um detalhe, um pequeno efeito colateral...

Existe a idéia corrente que é imprescindível uma moeda padrão. Até aí, correto. Mas teria que ser o dólar? Errado.

Quer dizer, diante da derrocada do dólar, necessariamente, o mundo vai se acabar? Alguém aí já ouviu falar em bancor? A moeda universal negociada em Bretton Woods. Foi voto vencido.

Um economista também afirmou que o mundo jamais ficaria sem uma nação hegemônica. Também aceitável. Agora daí a impor sua moeda como padrão e, conseqüentemente - e quase que automaticamente como ocorreu com o dólar - se transformar em moeda corrente é uma aberração. Disse ainda o economista preferir mil vezes ficar sob o jugo americano do que do Iran, por exemplo. No ato, decidi nunca mais lhe dirigir a palavra. Intolerável um raciocínio destes. Ainda com americanos! Como pode tal animal jactar-se de economista?

Deu no que deu. Ou a moeda é universal ou de um país. Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Vislumbre-se hoje o tamanho do mal que tal expediente trouxe ao mundo. Guerras, guerras e mais guerras. Valeram até bombas atômicas e pilhagem de petróleo. E agora o Brasil que se cuide. O olho é grande demais em cima do nosso pré-sal. E espiões traidores aqui dentro não faltam. Vejam o que vazou no Weak Leaks: William Waak, da Globo e o ministro da defesa Tom Jobim (pasme, da defesa!) estão entre eles. Resta saber defesa de quem. Só para citar dois.

Excelentíssimo Senhor Guido Mantega. Venda todos os dólares entesourados enquanto ainda valem alguma coisa. Se necessário, peça dólares emprestados.

O melhor negócio do mundo é tomar dólares emprestados.

O pior negócio do mundo é comprar dólares.

Ainda sobre a hegemonia, ressalte-se, não seria crível que se o Brasil, afortunadamente, se tornasse o mais rico país do mundo saísse por aí invadindo seus pares, por mais débeis que fossem.

Enquanto eles – americanos – vivem super alimentados com todas as rapaduras, obesos até, entesouramos dólares que desvalorizam todos os dias e que, brevemente se transformarão em pó. Se não temos mais rapaduras o problema é nosso e não deles. Assim eles pensam, e assim eles o querem.

Também corrente é a idéia de que se o dólar cai piora para os exportadores brasileiros.

Só que essa afirmação não resiste à menor crítica. Vamos por partes, como diria o canibal: Essa assertiva é válida somente para os EUA. Ora, se o dólar cai 1% isso é válido para todo o mundo. O bem exportado para o Chile, por exemplo, teria o seu preço incrementado em 1% (em dólares) tanto aqui quanto lá. Em nada alteraria.

Para os EUA ficaria mais onerosa sua importação sim. Mas como a moeda americana que é usada como padrão não é uma moeda e muito menos um padrão – é uma aberração – seria caso de um estudo à parte. Mas esta já é outra história.

Quanto mais se analisa o dólar mais se descobre quão monstro ele é. Por exemplo: todas as moedas do mundo são emitidas. Ele é impresso. Moeda faz par com os bens do seu país; o dólar faz jus à ignorância de quem se dispõe a comprá-lo. Ao traçar um paralelo entre energia e moeda, também todas passam no teste – exceto o dólar. O padrão ouro (lastro) caiu há muito. Virou moeda fiduciária, baseada somente na credibilidade. Agora vem o mais bonito: quanto mais os EUA quebram, mais a moeda sobe. Felizmente o povo começou a acordar começou a reverter essa tendência. Agora é de queda. E definitiva.

Quando da desculpa chamada bolha imobiliária, o Obama jogou alguns bilhões de dólares no mercado para ajudar. Coitado! Tentou apagar fogo com gasolina e combateu a enchente jogando água. Sob excesso de moeda em circulação no mundo nem uma palavra. Que morra com o próprio veneno. A humanidade agradece.
Outro calcanhar de Aquiles para o tio Sam chama-se China. Ela já põe as manguinhas de fora e começa a dar pitacos nos assuntos americanos. Teria ela 50% + 1 ação (dólares) do capital americano? Para o mundo não deixa de ser bom: e agora Sr. Obama, cadê a coragem de acabar com o dólar tendo trocentos zilhões nas mãos da China? ...Ela tem a bomba!

O brasileiro exportador fica danado com a valorização do Real. Porque não direciona suas vendas para o mercado interno e começa a aplaudir o Brasil? Se o Real está se valorizando diante do mundo, ótimo, ótimo, ótimo. Isto nada mais é do que o reflexo da saúde financeira do país.

Senhor exportador, não é qualquer país – principalmente na atual conjuntura – que pode afirmar que tem uma moeda em franca valorização. E creia, o governo tem como manipular isto sim. Maquia superficialmente, porque definitivamente quem dita o valor da moeda diante do mundo é o poder econômico do país e mais nada.

Vale lembrar, a propósito, que consta que um importante árabe, em antanho, desembarcou nos EUA em um jato repleto de dólares para fazer compras. Fez as compras e se foi. Só que foi advertido: se voltar a tentar isso de novo será abatido em pleno ar. Leia-se: dólares foram feitos para SAIREM dos EUA; Jamais para ENTRAR. Ficou claro, senhor habitante da casa de Saud? Consta, ainda, que jamais ele pensou em visitar aquele império. Não vai demorar muito obrigarão as visitas ingressarem com uma cesta de moedas – excetuando o dólar; já não o fizeram para não denunciar que não é bem-vindo o filho pródigo que ao lar retorna.

E Cuba? Inominável o que o império inflige a aquele povo. Não há nada que explique. As justificativas alegadas são simplesmente risíveis. Um lindo espetáculo: um lutador de sumô espancando uma criança de dois anos.

Ainda, no caso do mineirinho, quando o americano nem sabe afirmar o valor do dólar, fica patente o seu desprezo à qualidade da moeda. Ou faz do adquirente da divisa um parvo. O que o fato de recebê-la já prova sua parvoíce. Mesmo porque os tolos dificilmente sabem que são tolos; e se o descobrem já não são tão tolos. (De algum filósofo desconhecido – Tivera eu o poder de criar tão profunda e linda frase!).

                                                                                                                                      José Sabino
                                                                                                                                          O pueril

16 comentários:

  1. O pueril ou o lamaçal ? Esse papo e velho

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    1. Sr. Anônimo,

      Como discutir com quem não tem coragem nem de se identificar?

      Claro que o papo é velho. Remonta-se 1945 - Tratado de Bretton Woods - para você que não tem a menor idéia do que vem a ser história. Se se esclarecesse melhor - estudando um pouquinho de história (com h) - descobriria que o bancor estaria no lugar do dólar, com todas as vantagens possíveis e com nenhum dos vícios e mazelas das verdinhas.

      Estamos às ordens para apredermos juntos.

      Abraços

      José Sabino
      O pueril

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  2. ôo da puera, bancor e coisa do fmi! nunca deu em nada e nem vai da nao adianta ispirnia.

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    1. Sr. Anônimo,

      Então entesoure dólares. Ou compre e incinere. O tio sam (em minúscula), agradece.

      Quanto ao seu português está ótimo. Agora em economia pode estudar um pouquinho mais, OK?

      Cordiais Saudações

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    2. A razão não se impõe

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  3. Sim mas nao se trata de metir ou nao mas sim de saber o que ta falando, podem ate se especular do fim do dolar mas quem aqui vivera pra ver talvez nossos tatatatranetos porque nada e para sempre ate mesmo o dolar. agora eu falo pra vcs que o fim do cartao de credito sim esta muito procimo dois ou tres anos no macimo e ninguem mais no mundo vai ta usando o plastico pra pagar e e algo que vamos todos estar aqui pra ver ou nao?

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    1. Bom,então o que e que vai acabar? Ou sera que aqui so tem vidente barato? Eu acho que vai acabar o petrolio!

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  4. Alguem conhece aquela frase do meu pai? quem viver vera!

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  5. ah que se dane, eu quero é ganhar mais de R$ 10 mil e curtir muito, que se dane tudo isso...

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  6. Srs.,

    Pobres mentes...

    Sugiro que releiam o texto. Pelo visto não leram e não gostaram. Ou leram e não entenderam.

    Mas, tentem entender como é que se emite uma moeda. Se o conseguir me darão razão. Se não entenderem estamos aqui para quaisquer esclarecimentos adicionais. Ou melhor, estudos adicionais, porque procuramos fazer de cada dia uma nova lição de aprendizagem.

    Abraços

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    1. parece que ta dano errado esse trem de quere faser o dolar bacha pa compra baratinho

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  7. E se, tem o sempre o danado do - "e ee" o ouro baixar o seu valor e virar pó? Como é que fica?

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  8. Sr. vermiforme anônimo,

    O ouro pode até abaixar, acontece.

    Mas se uma moeda (papel) for abandonada pelo seu emissor - e garantidor - seu valor se resumirá ao de um pedaço de papel pintado. Seu valor fiduciário será zero. No caso de moeda resta o seu valor intrínseco - o valor apenas do metal.

    Observado isso, temos que o ouro é composto de 100% de valor intrínseco e de 0% de valor fiduciário.

    Será que agora me fiz entender?

    Aliás, senhor vermiforme, se V.Sa. começar a estudar com uma rotina de 8h/dia, ao cabo de 5 anos estará apto a ler um texto e entendê-lo. Se continuar com o mesmo afinco, em mais 5 anos poderá até aprender a escrever. Quanto à economia esqueça. Está fora do alcance de vermes.

    Abraços
    José Sabino
    O pueril

    P.S.: Aproveite e consulte o dicionário o significado de pueril. Uma palavra a mais no seu vocabulário não fará mal algum aos seus dois neurônios. Nerônios são... deixa pra lá. Você jamais ia entender...

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