domingo, 12 de outubro de 2014

EUA querem a todo custo 'mudança de regime' no Brasil

EUA querem a todo custo 'mudança de regime' no Brasil

01.10.2014
 
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Para os EUA, tornou-se vitalmente importante impedir que se desenvolvam no Brasil e nos países da América Latina seus aliados, forças políticas suficientes para provocar uma reorganização estratégica global, da qual Washington seria excluída. Traçaremos um rápido paralelo com a aproximação entre China e Rússia, que expusemos em detalhes no artigo "O pesadelo de Washington vai tomando forma: amplia-se a parceria estratégica entre Rússia e China",[1] que publicamos hoje.

23/9/2014, Jean-Paul Baquiast, The French Saker - The French Saker -http://goo.gl/my1vpe
Em artigo anterior ["De Dilma Rousseff a Marina Silva: o Brasil em vias de reamericanização"],[2] indicamos que, por trás da candidatura de Marina Silva à presidência do Brasil para as eleições de outubro de 2014, os EUA empregarão todas as suas forças para provocar a queda da atual presidenta, Dilma Rousseff, e para repor o Brasil sob sua influência direta.

No plano imediato, tratar-se-á de impedir que se reforce, sob influência do Brasil e com certeza também da Argentina, uma zona de livre comércio e cooperação chamada Unasur (Unión de Naciones Suramericanas) semelhante às duas uniões aduaneiras já existentes, a Comunidade das Nações Andinas e o Mercosul (Mercado Comum do Sul, constituído de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela e cinco membros associados - Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). A Unasur se oporá de fato a OEA (Organização dos Estados Americanos), que Washington promove com o objetivo de reunir os governos sob sua influência.

No médio prazo, trata-se de enfraquecer a formação dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), privando o grupo do apoio de um Brasil já não colaborativo ou, mesmo, tornado hostil. Já expusemos várias vezes o papel essencial que os BRICS desempenharão para contestar o FMI, o Banco Mundial e, no limite, o dólar. Os BRICS podem funcionar sem o Brasil, mas o Brasil, sob a ação enérgica de Dilma Rousseff será ator maior, representativo de todos os países latino-americano que desejam emancipar-se de Washington, de suas intervenções políticas e econômicas permanentes, e da espionagem eletrônica eterna, da qual Dilma Rousseff declara-se adversária empenhada.

Ora, nessa guerra hoje declarada contra Dilma Rousseff, Washington está empenhando todas suas energias, oficiais e ocultas, para fazer diferença na balança. Trata-se de conseguir eleger uma Marina Silva apoiada pelos meios brasileiros mais retrógrados - notadamente algumas igrejas evangélicas. Mas trata-se, sobretudo, de obter mudança de regime no Brasil, operação na qual Washington é campeão em todo o mundo seja na América Latina, na África e, como agora, também na Eurásia. Para tanto, todos os meios são úteis, especialmente recorrer à CIA e a organizações constituídas ad hoc e que a CIA alimenta com dólares.

Nil Nikandrov, do blog Strategic Culture, oferece comentário detalhado dessas intervenções norte-americanas: "Marina Silva, parte de plano para desestabilizar o Brasil". Aquele blog e o autor do artigo esforçam-se para resistir contra a incessante propaganda das grandes empresas de imprensa ditas "ocidentais", o que em nada reduz, bem o contrário, a pertinência de suas análises.

Os otimistas apostam que o novo plano dos EUA fracassará, como outros, nos últimos tempos, em todo o mundo. Mas nada está decidido, se se leva em conta o muito que significaria, para os EUA, um Brasil novamente dócil.*****

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