Rússia vai apoiar Síria em caso de ataque estrangeiro, diz Putin
08.09.2013
Obama e Putin tiveram uma reunião a portas fechadas em São Petersburgo, para discutir a crise na Síria (Agência EFE)
Ele se reuniu com Barack Obama; presidente norte-americano disse que preferiria resolver intervenção via ONU, mas "não pode"
O presidente russo, Vladmir Putin, afirmou nesta sexta-feira (06/09) que o país vai "apoiar" a Síria em caso de "ataque militar estrangeiro". A declaração foi dada em entrevista coletiva à imprensa em São Petersburgo, onde acontece a reunião do G20.
Putin também foi categórico ao afirmar que o ataque químico na Síria foi "uma provocação dos rebeldes [oposição] para conseguir apoio internacional".
O presidente russo disse que as opiniões estão dividas no G20. EUA, França, Árabia Saudita, Canadá e Turquia defendem a intervenção militar. Putin lembrou que o primeiro-ministro britânico, James Cameron, também apoia a ação militar, mas o parlamento do Reino Unido foi contra. A chanceler alemã, Angela Merkel, é cautelosa e prefere não participar da possível intervenção.
Unindo-se à voz russa contra uma ação na Síria, Putin destaca a Índia, a China, o Brasil, a Indonésia, a Argentina, a África do Sul e a Itália. O líder russo lembrou ainda que o secretário-geral da ONU e o Papa Francisco são contra a intervenção militar.
Putin e o presidente norte-americano, Barack Obama, tiveram uma reunião a portas fechadas nesta sexta, marcada pela crescente tensão na escalada do conflito na Síria e da iminente intervenção americana. Durante a reunião, o assunto foi debatido, mas os líderes não chegaram a um consenso, explicou o conselheiro para política externa de Putin, Yuri Ushakov.
Obama e Putin estavam planejando uma reunião bilateral em Moscou antes da Cúpula do G20, mas o presidente americano cancelou depois de Moscou ter concedido asilo a Edward Snowden, que revelou ao mundo as espionagens americanas. Com jornalistas, o norte-americano brincou com a situação, ao dizer que conversou com Putin sobre Snowden, mas, que esse último "não veio [à Cúpula]".
Preferia, mas não posso resolver o problema via ONU, diz Obama
Após a entrevista de Vladimir Putin, foi a vez de Barack Obama falar às centenas de jornalistas que desde cedo esperavam na porta do salão destinado para o líder americano. O conflito da Síria foi mais uma vez o assunto principal. Obama disse que preferiria resolver o problema através das Nações Unidas, mas que não "podia". Para ele, é necessária uma resposta internacional que não virá do Conselho de Segurança da ONU.
Opera Mundi
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