Comandante do Irã: "Para os EUA, acabou o tempo das tentativas e erros"
07.09.2013
"Estamos no limiar de mudança estratégica radical, no destino dessa região e, mais em geral, para o futuro do mundo islâmico" - disse o brigadeiro-general Hossein Salami, vice-comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica [orig. Islamic Revolution Guards Corps (IRGC)].
Al-Manar TV, Líbano
http://www.almanar.com.lb/english/adetails.php?eid=109019&frid=19&cid=19&fromval=1&seccatid=32
"O que estamos testemunhando hoje é o efeito de repetidas derrotas que os EUA e seus aliados ocidentais e regionais vêm sofrendo ao longo dos últimos 30 anos." - Salami observou que os EUA, o regime israelense e seus aliados regionais não conseguiram alcançar seus objetivos de longo prazo no Oriente Médio e agora já consumiram todas as estratégias que tinham.
"Aquelas derrotas forçaram os EUA a situação em que se vêm hoje, de ter de tentar invadir o centro de gravidade da frente de resistência islâmica e anti-Israel, que é a Síria" - continuou o general.
Salami alertou que fazer guerra contra a Síria será "jogo muito perigoso". Disse que não há solução militar possível para o conflito sírio, e que Israel melhor faria se reconsiderasse suas estratégias de segurança.
Falando do Oriente Médio como o "mundo de dominós políticos", o comandante iraniano disse que "Se alguma potência mundial fala de guerra limitada, erra muito gravemente e comete o maior dos seus muitos erros históricos."
Salami disse que acabou o tempo para os experimentos de tentativa e erro, para os EUA. E que se os EUA atacarem a Síria, as forças dos EUA entrarão num "poço sem fundo de tempo e espaço".
"Quem pode assegurar que um ataque militar à Síria fique confinado às fronteiras regionais sírias?" - perguntou. - "Quem pode garantir que se intervierem na Síria, conforme os parâmetros estratégicos dos EUA, a volta do chicote não alcance a própria segurança nacional dos EUA? Que planos traçados em papel conseguem conter incêndio que alguém inicie num paiol de pólvora?"
"A Síria é país que, como principal pilar da resistência, vem sofrendo assaltos de segurança, políticos e militares. Mas a resistência do povo, do exército e do governo sírios não cedeu ao longo de três anos e é motivo de orgulho para todos os povos árabes" - disse Salami.
Elogiando a Síria, como um dos países que faz frente a Israel já há mais de 50 anos, Salami alertou os EUA e seus aliados contra ação militar em Damasco.
"Se os EUA não tivessem cometidos tantos erros no passado, talvez não fosse tão imperioso alertá-los, mas o comportamento e as ações dos EUA nessa região são uma longa história de erros. Por isso é preciso alertá-los, antes de que cometam mais um erro" - disse o comandante iraniano.
Sobre o fato de a Síria ter decidido defender-se, Salami respondeu: "A história mostra que todos os assaltantes e agressores que agridam povo que se defende com honra, encontram também o seu próprio cemitério."
Tradução: Vila Vudu
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