sábado, 25 de janeiro de 2014

Irã repudia linguagem da Casa Branca sobre acordo nuclear

Irã repudia linguagem da Casa Branca sobre acordo nuclear

25.01.2014
Irã repudia linguagem da Casa Branca sobre acordo nuclear

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"Não concordamos com 'desmantelar' nada, não estamos 'desmantelando' nada, não 'desmantelaremos' coisa alguma" - isso, precisamente, é o que diz o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, ao jornalista Jim Sciutto, correspondente-chefe de segurança nacional da rede CNN que o entrevista. Sciutto é, praticamente, um Waack da GloboNews, só que da CNN e com salário muito maior que o do tal de Waack. 

Lê-se a matéria em http://edition.cnn.com/2014/01/22/politics/iran-us-nuclear/, mas da matéria nada se aproveita: é toda construída para que o público conheça a 'opinião' do jornalista entrevistador, muito mais que do entrevistado. O vídeo com fragmentos da fala do ministro Zarif está em http://i2.cdn.turner.com/cnn/dam/assets/140123091611-iran-minister-tease-javad-zarif-story-top.jpg (ing.). Além dos fragmentos da fala de Zarif, ouvem-se toneladas de bobajol de opiniões dos jornalistas.[1] E a quem interessa opinão de jornalista da CNN, mais do que aos próprios jornalistas da CNN?! 

"A versão da Casa Branca, simultaneamente desqualifica as concessões e exagera os compromissos do Irã", disse Zarif em Davos, Suíça, onde está para participar do Fórum Econômico Mundial.

"A Casa Branca tenta pintar o acordo como se não passasse de um 'desmantelamento' do programa nuclear iraniano. Usam sempre a mesma palavra, repetidas e repetidas vezes. Por que não leem o texto do acordo? Se os senhores encontrarem lá uma única palavra que, mesmo remotamente, sugira 'desmantelamento' ou que possa ser definida como 'desmantelamento' de alguma coisa, naquele texto inteiro, volto aqui e peço desculpas pelo que lhe estou dizendo." 
Comentando o que Kerry dissera antes, na 4ª-feira em Montreux, que "de nenhum modo" al-Assad será parte de um governo de transição buscado nas conversações de Genebra-2, o ministro Zarif perguntou: 

"Por que jamais conversamos sobre isso? E, mais: por que os sírios não são consultados sobre como farão eleições limpas, livres e justas? Por que há quem tente fixar sua própria agenda e impô-la ao povo sírio?" 

Sciutto pergunta então a Zarif sobre a visita que fez, semana passada, ao túmulo do líder do Hezbollah, Imad Mugniyah, no Líbano, onde depositou uma coroa de flores. 

Zarif respondeu que sua visita tem de ser vista no mesmo contexto da delegação dos EUA que foi ao recente funeral de Ariel Sharon. "É decisão baseada nas percepções nacionais e em crenças nacionais. Mugniyah é figura reverenciada pela resistência à ocupação israelense e sempre chamou de "massacres" o ataque comandado por Sharon a palestinos e libaneses nos campos de Sabra e Shatila. Os iranianos entendemos que os massacres de Sabra e Shatila foram crimes contra a humanidade." ********

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[1] No Brasil, a revista (não)Veja, não satisfeita com desmantelar o que mais a interesse desmantelar, detona logo tudo: "Netanyahu defende desmantelamento da capacidade nuclear dos aiatolás" (em http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/israel-enviara-equipe-aos-eua-para-discutir-acordo-com-ira). E em setembro, antes de serem ambos desmantelados, O Globo e Netanyahu pontificavam: "Irã deve desmantelar seu programa nuclear militar" (em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/09/netanyahu-ira-deve-desmantelar-seu-programa-nuclear-militar.html [NTs].

Belo Sun - Ouro do Brasil vai para o Canadá

Belo Sun - Ouro do Brasil vai para o Canadá

05.01.2014
 
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Belo Sun - Ouro do Brasil vai para o Canadá

Exploração de minério: o surgimento de um novo Carajazão
Entrevista especial com Rogério Almeida. "É o maior empreendimento de mineração de ouro a céu aberto do país e deverá retirar 50 toneladas de ouro no prazo de 12 anos. Um prazo curtíssimo", constata o pesquisador
O projeto Belo Sun, a ser executado no estado do Pará, "é o maior empreendimento de mineração de ouro a céu aberto do país e deverá retirar 50 toneladas de ouro no prazo de 12 anos", informa Rogério Almeida, em entrevista à IHU On-Line, concedida por e-mail.
Segundo ele, a empresa Belo Sun "tomou posse dos antigos garimpos Grota Seca, Galo e Ouro Verde, que existem desde os anos 1940. Isso já provoca estranheza num cenário marcado pela desordem fundiária, onde a maioria das terras é tutelada pela União. Ali vivem os povos indígenas Juruna e Arara e outros povos isolados, além de lavradores, extrativistas e pescadores que sofrem com a espoliação e a expropriação promovidas pela Belo Monte".
Almeida relata que há seis meses os garimpeiros estão "impedidos de operar nas antigas áreas", e a empresa prometeu reassentar mais de mil famílias. No entanto, ressalta, "na Ressaca e na Ilha da Fazenda, que ficam bem próximas, o clima é de incerteza e insegurança. As populações já socializam a desordem que a usina de Belo Monte provoca. É ali que o Xingu terá a sua vazão reduzida em perto de 80%. É um impacto absurdo e tem implicações no deslocamento das pessoas, nas fontes de recursos que a natureza possibilita. As pessoas não sabem informar sobre o reassentamento. Parte da Ressaca é de projeto de assentamento da reforma agrária".
Rogério Almeida é graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão e mestre em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pela Universidade Federal do Pará, com a dissertação intitulada Territorialização do campesinato no sudeste do Pará, a qual foi laureada com o Prêmio NAEA/2008. Atualmente leciona na Faculdade de Tecnologia da Amazônia.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Em que consiste a atividade da Belo Sun e desde quando a empresa atua no Brasil?
Rogério Almeida - Tomei conhecimento da existência da Belo Sun no Brasil agora, em visita às comunidades da Vila da Ressaca e da Ilha da Fazenda, que serão impactadas pelo projeto da hidrelétrica de Belo Monte, na Volta Grande do Xingu, no território do município de Senador José Porfírio.
Conforme o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA apresentado à Secretaria de Meio Ambiente do Pará - SEMA, trata-se de uma subsidiária brasileira da Belo Sun Mining Corporation, pertencente ao grupo Forbes & Manhattan Inc., um banco mercantil de capital privado que desenvolve projetos de mineração em todo o mundo.
A Belo Sun passa a integrar a aquarela de grandes corporações de mineração que operam no estado do Pará, competindo com a Vale, a estadunidense Alcoa, a suíça Xstrata, a francesa Imerys, a Reinarda, subsidiária da australiana Troy Resourses, a norueguesa Norsk Hydro e a chilena Codelco.
IHU On-Line - O que é o projeto Belo Sun?
Rogério Almeida - É o maior empreendimento de mineração de ouro a céu aberto do país e deverá retirar 50 toneladas de ouro no prazo de 12 anos. Um prazo curtíssimo. Localiza-se numa região que será profundamente impactada pela usina de Belo Monte. A Belo Sun tomou posse dos antigos garimpos Grota Seca, Galo e Ouro Verde, que existem desde os anos 1940. Isso já provoca estranheza num cenário marcado pela desordem fundiária, onde a maioria das terras é tutelada pela União. Ali vivem os povos indígenas Juruna e Arara e outros povos isolados, além de lavradores, extrativistas e pescadores que sofrem com a espoliação e a expropriação promovidas pela Belo Monte. O futuro das pessoas que moram na Volta Grande do Xingu é incerto pelo conjunto de impactos que os dois projetos irão produzir. A mineração do ouro usa cianeto, dragas e dinamite, e deixará uma montanha de resíduos ali. Externalidades negativas é uma matriz da mineração. O projeto aprofunda ainda mais a condição econômica da Amazônia como uma grande província exportadora de recursos naturais. Uma colônia baseada em commodities. Há perto de 500 pedidos de prospecção protocolados junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM somente na Volta Grande do Xingu, e, desse total, 228 possuem foco no ouro.
IHU On-Line - Como está ocorrendo a exploração de minério no Pará?
Rogério Almeida - O minério é o principal item da balança comercial do estado, responde por quase 100% do Produto Interno Bruto - PIB. Em todo o território existe minério, de seixo a ouro. O ferro da província de Carajás, explorada desde a década de 1980, continua sendo o principal. O estado é duplamente saqueado, por conta da renúncia fiscal da Lei Kandir (lei complementar federal nº 87, de 13 de setembro de 1996). Ela desobriga as empresas de recolher o Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço - ICMS dos produtos primários e semielaborados. Literalmente fica somente o buraco.
Ao longo dos anos da mineração em Carajás, os péssimos indicadores socioeconômicos não sofreram alteração. A fronteira agromineral consolidou o sul e o sudeste do Pará como os que mais desmatam, mais assassinam camponeses na luta pela terra no Brasil, e com municípios nos primeiros lugares entre os mais violentos do país e de vulnerabilidade para a população jovem. Nenhum município tem renda per capita que alcance um salário mínimo por mês. O município vizinho da mina de Carajás, Curionópolis, tem a renda per capita de R$ 108,15, quase a mesma da pequena Palestina do Pará, R$ 106,64.
IHU On-Line - Quem são os garimpeiros da Vila da Ressaca? Como eles atuavam antes da entrada da Belo Sun no Pará?
Rogério Almeida - Conforme informações da cooperativa dos garimpos da Vila Ressaca, são perto de 600 garimpeiros. Eles trabalham em condições marcadas pela precariedade, sem vínculo empregatício. Ficavam somente com 20% do ouro encontrado. O "patrão", o dono do local da exploração, bancava com máquinas e combustível o processo, e ficava com 80%.
IHU On-Line - Em que consiste o conflito deles com a Belo Sun?
Rogério Almeida - Há seis meses os garimpeiros estão impedidos de operar nas antigas áreas. Eles explicitam que perderam a principal fonte de renda. A vila, hoje, tem um aspecto de cidade fantasma. As áreas foram negociadas com a Belo Sun, como falei antes, num ambiente marcado pela ilegalidade fundiária.
IHU On-Line - Qual é a proposta de reassentamento das famílias da Vila Ressaca, Galo e Ouro Verde, feita pela Belo Sun?
Rogério Almeida - Em documento formal a empresa afirma que promoverá o reassentamento de mil famílias. No entanto, na Ressaca e na Ilha da Fazenda, que ficam bem próximas, o clima é de incerteza e insegurança. As populações já socializam a desordem que a usina de Belo Monte provoca. É ali que o Xingu terá a sua vazão reduzida em perto de 80%. É um impacto absurdo e tem implicações no deslocamento das pessoas, nas fontes de recursos que a natureza possibilita.
As pessoas não sabem informar sobre o reassentamento. Parte da Ressaca é de projeto de assentamento da reforma agrária.
IHU On-Line - Qual a atual situação da exploração mineral em Carajás?
Rogério Almeida - Carajás vivencia uma grande inflexão com o desenvolvimento do maior projeto de mineração da Vale ao longo dos seus 40 anos de vida, o Projeto de Mineração da Serra Sul (S11D), localizado no município de Canaã dos Carajás, e que vai explorar ferro. O S11D desponta no cenário atual como uma representação do Grande Carajás no século XXI.
Um novo Carajazão, como o foi a primeira versão da década de 1980. O mesmo consiste em profundas alterações nos cenários econômicos, sociais e políticos em Carajás, que compreende desde a mina até o porto, em São Luís, no Maranhão, pressionando reservas ambientais, vilas, territórios ancestrais e projetos de assentamentos rurais. O S11D encontra-se nos limites dos municípios a sudeste do Pará, Canaã dos Carajás e Parauapebas.
Com o projeto, a mineradora vai incrementar a produção de ferro em 90 milhões de toneladas por ano, mas com capacidade de dobrar a produção. O mercado asiático tem sido o destino do minério de ferro de excelente teor das terras dos Carajás, em particular a China e o Japão. A previsão é que a usina inicie as operações até 2016. A iniciativa, que inclui mina, duplicação da Estrada de Ferro de Carajás - EFC, ramal ferroviário de 100 km e porto, está orçada em US$ 19,5 bilhões.
Os recursos estão distribuídos da seguinte forma: a logística consumirá US$ 14,1 bilhões; US$ 8,1 bilhões serão usados na mina e na usina; enquanto US$ 2 bilhões serão usados durante o ano.
Como em outros empreendimentos na Amazônia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES é o responsável por parte dos recursos, ao lado do banco japonês Japan Bank International Cooperation - JBIC. O projeto é maior ou equivalente à primeira versão do Programa Grande Carajás - PGC, iniciado há quase 30 anos.
O minério que sairá da Serra Sul é considerado ainda de melhor teor que o extraído da Serra Norte, avaliado como excelente. O teor da S11D é de 65%. A Vale é, atualmente, a líder mundial no mercado de ferro, responsável por 310 milhões de toneladas por ano. Como em outros casos registrados na região, o início do projeto mobiliza uma série de alterações na cidade que abriga a mina e em municípios do entorno.
IHU On-Line - Fala-se de um possível aumento de conflitos no Pará por conta da exploração de ouro. O senhor vislumbra algo nesse sentido?
Rogério Almeida - Faz-se necessário uma leitura sobre o contexto dos grandes projetos na Amazônia, em consonância com obras de infraestrutura do estado para que os mesmos possam ser viabilizados. Esse conjunto coloca em oposição populações locais e as grandes corporações. É uma luta desigual, marcada pela derrota dos primeiros, que ao longo dos séculos são os penalizados com todo tipo de desrespeito, expropriação, espoliação e morte. Não tem ocorrido nenhuma alteração.
IHU On-Line - Como o estado do Pará se manifesta diante da atuação da empresa na região?
Rogério Almeida - Ele garante as condições para o empreendedor detentor de capital, ou que se capitaliza com os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, que se constitui como o principal financiador das grandes corporações na Pan-Amazônia.
Soma-se a isso um xadrez no campo jurídico que busca fragilizar algumas garantias das populações consideradas tradicionais, como indígenas e quilombolas, entre outras. Para não falar nos bastidores das negociatas típicas de vésperas de pleitos eleitorais
 Autorizada a reprodução, citando-se a fonte.
 Fonte: IHU On-Line/EcoAgência

Após legalizar maconha, Uruguai pretende regular álcool e mídia em 2014

Após legalizar maconha, Uruguai pretende regular álcool e mídia em 2014

23.01.2014 | Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
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Após legalizar maconha, Uruguai pretende regular álcool e mídia em 2014

Em seu último ano de governo, Mujica espera aprovar novos projetos polêmicos, como a proibição dos "happy hour" (Agência Efe)
Até o final de seu mandato, governo Mujica também quer limitar compra de terras por empresas estrangeiras.


Opera Mundi*
Depois de atrair a atenção da opinião pública mundial em 2013 com a legalização da maconha, o governo do Uruguai pretende dar continuidade à sua agenda de reformas sobre temas polêmicos. As duas principais prioridades da coalizão de José Mujica neste ano são a regulação da mídia e da venda de bebidas alcoólicas.
Entre as propostas da Frente Ampla estão o aumento do controle sobre a publicidade e os pontos de venda de álcool. Os legisladores governistas querem proibir, por exemplo, a realização dos "happy hour", situações em que as bebidas são comercializadas com preços mais baixos.
"O Uruguai precisa de regulação porque o álcool é a droga lícita que mais causa acidentes. Seus vendedores querem nos convencer de que é uma bebida refrescante e está associada a mulheres lindas", argumentou o senador Ernesto Agazzi.
"Alguns interesses serão afetados, mas é um problema crescente. Há enormes quantidades de jovens que bebem ocasional ou frequentemente. Com essa medida, completaríamos a tríade de regulações, pois já fizemos isso com a maconha e o tabaco", afirmou o senador Luis Gallo.
Assim como ocorreu no ano passado com a questão da maconha, a regulação da mídia e das bebidas alcoólicas contam com forte repúdio da oposição. No entanto, o governo Mujica dispõe de número suficiente de parlamentares para impulsionar tais medidas.
Outros projetos governistas que devem ser discutidos em 2014 são a limitação da compra de terras por empresas estrangeiras e a lei de responsabilidade penal do empregador.
Ainda em 2014, no mês de outubro, o Uruguai viverá as eleições que definirão o sucessor de Mujica. O favorito no pleito é justamente o antecessor do atual presidente, Tabaré Vázquez, também da Frente Ampla.
De acordo com alguns parlamentares e especialistas, o fato de ser um ano eleitoral pode dificultar a aprovação de todos esses projetos, mas a coalizão governista espera conseguir agilizar ao menos a regulação da mídia e das bebidas.
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=e6c4449bcfd592112d927f85d4d44e60&cod=13119
(*) com El País

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Historia do "TIGRE DA MALÁSIA"

A Historia do "TIGRE DA MALÁSIA"

A Historia do "TIGRE DA MALÁSIA" um dos generais mais ilustres da segunda guerra mundial. A historia Tomoyuki Yamashita e grande, porem vale muito pena ler, par...a entender que os aliados também cometeram crimes de guerras e injustiças! Tomoyuki Yamashita nasceu em 8 de novembro de 1885 , na ilha de Shikoku . Seu pai, um médico local, matriculou seu filho em uma escola militar, o Kainan Middle School. Ao s 15 anos, Yamashita ingressou na academia militar em Hiroshima. Em 1913 Yamashita passou nos exames necessários para levá-lo para o Staff College Geral. Aqui, ele ocupou o posto de capitão e se formou em 1916, em sexto lugar na sua classe. Yamashita tornou-se um membro do grupo de Koda -ha (Grupo Imperador ), que tentou um golpe de Estado que fracassou. Yamashita não estava diretamente envolvido nesta tentativa de golpe , que tinha sido levada a cabo por oficiais mais jovens do 1 º regimento , mas ele descobriu que o seu nome, como resultado de sua participação de Koda -ha, foi removido da lista de promoção do exército. Entre 1938 e 1940, Yamashita foi atribuído ao norte da China , onde ele comandou a 4 ª Divisão do Exército japonês. No final de 1940, Yamashita visitou a Europa à frente de uma missão militar e conheceu Hitler e Mussolini. Enquanto ele tinha caído em desgraça com os gostos do Imperador Hirohito , havia aqueles que se reconhecer a sua capacidade militar e empurrou para a sua promoção. Nisso eles foram bem sucedidos. No dia 6 de novembro de 1941, Yamashita ficou com o comando do 25 º Exército . Ele tinha um mês para se preparar a si mesmo e seu exército para o ataque em Malaya , prevista para 8 de dezembro. O ataque a forças britânicas e da Commonwealth na Malásia e Cingapura foi tão bem sucedida que Yamashita ganhou o apelido de "Tigre da Malásia " . Sua contagem total de prisioneiros de guerra na campanha, foi 130 mil homens , foi o maior da história militar britânico e da Commonwealth Em outubro de 1944 , quando ficou claro para alguns que o enorme poder militar dos Estados Unidos poderia superação do Japão , Yamashita foi nomeado chefe do 14 º Exército Área que foi criado para defender as Filipinas. Embora tivesse mais de 250.000 soldados à sua disposição, o abastecimento desses homens foi quase impossível por causa da supremacia dos EUA no mar - seu submarino e as forças aéreas impiedosamente caçava navios de abastecimento japoneses com enorme sucesso. Yamashita foi forçado a sair de Manila pelos americanos que avançavam, e restabeleceu seu quartel-general nas montanhas do norte de Luzon. Entre fevereiro e março 1945 soldados japoneses e em torno de Manila matou mais de 100.000 civis filipinos. Usando de táticas de despistamento e contenção limitada, Yamashita manteve suas tropas em combate nas selvas e montanhas do interior das Filipinas até 2 de setembro de 1945, data da rendição oficial do Japão. Suas forças, então limitadas a 55.000 homens, se renderam aos generais Aliados Arthur Percival – derrotado por ele em Singapura três anos antes – e Jonathan Wainwright – derrotado em Corregidor, na ocupação das Filipinas pelos japoneses em 1942, até então prisioneiros de guerra do Japão. Questionado por que não cometeu suicídio – à moda da tradição japonesa para guerreiros derrotados – respondeu que, se o tivesse feito, alguém mais, inferior à sua patente, teria que assumir as responsabilidades perante os vencedores. Entre 29 de outubro de 7 de dezembro de 1945, Yamashita foi julgado por crimes de guerra cometidos por tropas japonesas em Singapura e Manila e sentenciado à morte. A legitimidade do julgamento e da sentença foi muito questionada e coberta de controvérsias, já que muitas evidências apontavam para sua inocência nos casos, já que em Singapura o massacre de civis e feridos à baioneta no hospital foi feito sem seu conhecimento e após as atrocidades ele mandou executar o oficial responsável; em Manila ele não comandava as tropas navais que lutaram com os americanos e massacraram os civis. Alguns observadores concluíram que o desejo de vingança do general Douglas MacArthur contra os japoneses que ocuparam as Filipinas durante a guerra, tenha sido a causa deste julgamento rápido e da sentença capital, mesma tática usada contra o general Masaharu Homma, conquistador das Filipinas em 1942, quando MacArthur foi obrigado a fugir do país. Seus advogados, militares americanos, que desafiaram as acusações do tribunal levando o pedido de clemência à Suprema Corte e ao Presidente Harry Truman, todos negados, foram presenteados com suas imponentes botas com esporas de ouro, antes de sua execução, em 23 de fevereiro de 1946 na prisão de Los Baños, 50 km ao sul de Manila.. Suas últimas palavras foram: "Eu acredito que eu tenha feito o meu dever para com o melhor de minha capacidade ao longo de toda a guerra. Agora , no momento da minha morte e diante de Deus eu não tenho nada do que me envergonhar . Lembre-se de mim para os oficiais norte-americanos que me defenderam ". Curta e compartilhe, e muito importante, isso nós motiva a pesquisar e criar mais matérias para você! Curta>>>. Revivendo A História Mundial















quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

E volta à cena a Al-Qaida...

E volta à cena a Al-Qaida...

15.01.2014
 
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Como é possível que um microscópico grupo anticomunista no Afeganistão, que não tinha mais que 200 membros ativos em 2001, tenha-se tornado suposta ameaça planetária?

Como pode a al-Qaida estar em todo o Oriente Médio, Norte da África e em grande parte da África negra? E, isso, depois de os EUA terem consumido mais de $1 trilhão para acabar com a al-Qaida no Afeganistão e no Paquistão?

11/1/2014, Eric Margolis, Information Clearing House
http://www.informationclearinghouse.info/article37350.htm

A resposta é simples. Como organização e ameaça, a al-Qaida é quase nada. Mas como nome, "al-Qaida" e "terrorismo" tornaram-se palavras universalmente sempre à mão, para designar  grupos que combatem a influência ocidental, a corrupção ou a repressão na Ásia e na África. A al-Qaida está em lugar algum - mas em todos os lugares.

Se você for um grupo rebelde à procura de publicidade, o caminho mais fácil e declarar-se aliado da fugaz, impalpável, inexistente al-Qaida.

Tome-se o Iraque, onde a luta avança sem trégua entre governo xiita e milícias sunitas na Província Anbar. Interessante: o levante sunita está centrado em Fallujah, que foi destruída, posta no chão, reduzida a escombros pelos Marines dos EUA e arruinada para sempre por bombas de urânio e munição ilegal de fósforo branco, como 'aviso' aos iraquianos que ousassem resistir.

Depois que os EUA invadiram o Iraque em 2003, mais de uma dúzia de grupos iraquianos de resistência surgiram, para lutar contra os norte-americanos e seus recém aparecidos novos aliados xiitas. O principal desses grupos era o Partido Ba'ath de Saddam Hussein e militares veteranos iraquianos. Como já disse várias vezes em grandes redes de TV dos EUA, nunca houve nem al-Qaida nem armas nucleares no Iraque. Agradeçam a George W. Bush pela chamada al-Qaida do Iraque.

Graças à mágica da manipulação pela imprensa-empresa de massa, Washington conseguiu desviar a atenção, fazendo que todos deixassem de ver os grupos da resistência sunita - "terroristas", como foram rotulados -, para só verem um único grupo de doidos degoladores liderados por um jordaniano, renegado, misterioso, Abu Musab al-Zarqawi. Todos os demais grupos da resistência sumiram de vista.

Alguns reaparecem agora, no oeste do Iraque, dentre eles, mais falado, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Síria) [orig. Islamic State of Iraq and the Levant (Syria), ISIS). Sempre é dito "ligado à al-Qaida", quando a imprensa-empresa ocidental fala dele, mas provar alguma ligação, ninguém jamais provou. E o governo cada dia mais brutal do Iraque também alardeia que estaria lutando contra a al-Qaida na Província Anbar.

A simples menção da palavra 'de trabalho' al-Qaida bastou para lançar os Republicanos e neoconservadores norte-americanos em estado de frenesi. Exigem que o governo Obama "faça algo". Talvez... reinvadir o Iraque? Há 10 mil soldados dos EUA bem ali perto, no Kuwait.

Forças especiais, aviões tripulados 'presencialmente' e tripulados à distância, os drones, dos EUA, e mercenários da CIA já estão em ação em torno de Fallujah e Ramadi. Como em outras vezes, a CIA está pagando milhões a tribos sunitas para que combatam forças antigoverno.
Por loucura que pareça, os EUA consideram a possibilidade de comprar helicópteros de ataque da Rússia para dá-los ao regime de Bagdá, como estão fazendo atualmente no Afeganistão com o regime de Cabul.

Por falar de Afeganistão, o ex-diretor do Pentágono Leon Panetta admitiu que não havia mais que de 25 a 50 membros da al-Qaida no Afeganistão. Mas agora já há al-Qaida no Paquistão, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, pelo Norte da África, Nigéria, Mali, República Centro-Africana e por aí vai. O grupo Shebab da Somália, de resistência anti-ocidente, também já é apresentado como "ligado à al-Qaida". 

Nos tempos da Guerra Fria, praticamente todos os grupos que se opunham à dominação ocidental eram chamados comunistas. Hoje, a al-Qaida substituiu o comunismo como nome a usar em todas as 'emergências'. A ideia generalizada - mas provavelmente errada - segundo a qual a al-Qaida de Osama bin Laden teria sido responsável pelos ataques do 11/9 converte qualquer coisa "ligada à al-Qaida" em candidato nato à liquidação sumária.

Rotular seus inimigos como "terroristas" é ótimo modo de deslegitimá-los e negar-lhes qualquer direito político ou humanitário. Foi o que fez Israel, com muita eficácia, contra palestinos desesperados.

Contudo, o problema óbvio aqui é que, ao fazer isso, cria-se suprimento infinito de "terroristas", o que leva a pressões a favor de guerras contra eles. Isso, e o petróleo, já meteram forças especiais dos EUA África adentro, por toda a África negra. Essa é a "guerra longa", infinita, que os círculos militaristas e neoconservadores nos EUA desejam, e contra a qual o presidente Dwight Eisenhower tão prescientemente alertou, nos idos dos anos 1950s.

O Egito é mais um trágico exemplo de propaganda distribuída pela imprensa-empresa, que vira 'fato'. A maioria do povo egípcio, que votou e elegeu democraticamente um governo, em eleições limpas, e o governo que os egípcios elegeram, já são hoje universalmente condenados como "terroristas" pelos generais bandidos que derrubaram o governo eleito no Cairo. Qualquer um que se oponha à junta militar apoiada pelos EUA e pela Arábia Saudita é "terrorista". Provavelmente dirigem carros terroristas, comem comida terrorista e têm filhinhos terroristazinhos.

O primeiro-ministro que revelou documentos top secret

O primeiro-ministro que revelou documentos top secret

15.01.2014
 
O primeiro-ministro que revelou documentos top secret. 19601.jpeg
O primeiro-ministro que revelou documentos top secret depois de morto
Em entrevista à rede de televisão reacionária de direita Fox News, o ex-diretor da CIA James Woolsey disse[1] que o alertador-vazador [orig. whistleblower] de documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA, Edward Snowden, "deve ser processado por traição. Se condenado por tribunal de seus pares, deve ser enforcado, pendurado pelo pescoço até morrer."

Woolsey, notório conservador linha dura foi demitido do posto de diretor da CIA, pelo presidente Bill Clinton, em 1995. Clinton achava que Woolsey não fora suficientemente agressivo no trabalho de controlar os altos funcionários da CIA, no caso em que se descobriu que um alto funcionário da CIA, Aldrich Ames, trabalhara durante anos como agente da inteligência soviética. Muita gente dentro da CIA acredita que Woolsey temia que, se a CIA embarcasse em caçada massiva a possíveis 'infiltrados', outros agentes, particularmente os leais a Israel, país com o qual Woolsey mantinha relações suspeitamente próximas, seriam descobertos. Woolsey, é claro, é a última pessoa do mundo cuja opinião sobre o destino de Snowden mereça qualquer credibilidade.

Mas, sim, o destino de Snowden está sendo analisado nos mais altos escalões do governo dos EUA... Alguns, dentro da ASN-EUA entendem que o presidente Obama deva anistiar Snowden, se o autoexilado alertador-vazador concordar em não revelar mais segredos da ASN-EUA. Muitos especialistas em lei e direito entendem que tal anistia seria questionável em termos legais; e que pode não passar de armadilha, uma espécie de cenoura para atrair Snowden aos EUA, armadilha que pode resultar em prisão perpétua; ou, se Woolsey e seus amigos neoliberais encontrarem caminho desimpedido, pode levá-lo à pena de morte.

Apoiadores da ASN-EUA argumentam que Snowden teria causado dano irreparável à segurança nacional dos EUA e aliados, por ter fugido com, diz a imprensa, 50 a 60 mil documentos secretos da ASN-EUA. Seja como for, até agora nem 2% desse número estimado de documentos foram distribuídos para empresas de imprensa.

Em 2006, outro indivíduo que tinha autorização de acesso a apenas uma pequena porção das operações de vigilância da ASN-EUA e de seus "Cinco Olhos" - países parceiros de inteligência dos EUA - revelou, postumamente, informação secreta. Mas, no caso desse indivíduo, David Lange, ele era ex-primeiro ministro de um dos países "Cinco Olhos", a Nova Zelândia. E morrera um ano antes, em 2005.

Dia 15/1/2006, o jornal Sunday Star Times da Nova Zelândia noticiou que, entre os documentos arquivados do falecido primeiro-ministro Lange, havia um relatório de 31 páginas, "TOP SECRET UMBRA HANDLE VIA COMINT CHANNELS ONLY New Zealand Government Communications Security Bureau (GCSB)" [TOP SECRET, para ser lido exclusivamente pelo Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia], de comunicações que aquele gabinete interceptara para a ASN-EUA.

As comunicações haviam sido capturadas em duas grandes estações-alvos no Pacífico Sul e da Antártica. O governo da Nova Zelândia manteve as duas grandes estações de interceptação de comunicações em Waihopai e Tangimoana.

Waihopai, codinome IRONSAND, intercepta comunicações via satélite, de outros países da região trans-pacífico. O relatório anual 1985/86 do Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia registrava que, dentre outros alvos da vigilância havia telegramas diplomáticos da ONU. O relatório dizia também que, dentre as principais tarefas do Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia estava traduzir e analisar "a maior parte do tráfego bruto [recebido] de fontes do GCHQ/Agência de Segurança Nacional dos EUA".

GCHQ é a a sigla de Government Communications Headquarters [Quartel-general das Comunicações do Governo] da Grã-Bretanha, a agência encarregada pela ASN-EUA para fazer "avançadas" [orig. surge] de bisbilhotagem-espionagem contra delegações de países do Conselho de Segurança da ONU antes de os EUA invadirem o Iraque. O comunicado no qual a ASN-EUA passou a tarefa aos britânicos foi vazado por uma analista da agência britânica, Katharine Gun, para empresas de imprensa britânicas. Adiante, as acusações contra Gun foram retiradas.

Depois que o sistema UMBRA foi divulgado por várias fontes, a ASN-EUA deixou de usá-lo. Foi substituído por classificações de grau de sigilo e segredo como TOP SECRET/COMINT [Top Secret/Comunicação Interna]/NOFORN [Not Foreigners (leitura proibida para estrangeiros)] e TOP SECRET/COMINT/X1.

O relatório da Nova Zelândia também diz que a tarefa do Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia incluía "reportar sobre itens de inteligência derivados de mensagens de telex do Pacífico Sul em links de comunicação por satélite". Acrescentava que "o trabalho de reportar foi acelerado durante o ano (...) Um total de 171 notificações foram reportadas, cobrindo as Ilhas Solomons, Fiji, Tonga e organizações internacionais que operavam no Pacífico. O tráfego bruto para o trabalho era fornecido pela ASN-EUA."

O relatório também informava que o trabalho sobre 238 relatórios de inteligência do Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia, sobre telegramas diplomáticos japoneses interceptados" a partir do "tráfego bruto recebido das fontes GCHQ [britânica]/ASN-EUA", estava sendo muito dificultado por causa de um novo sistema japonês de encriptação. "O governo japonês implementou um novo sistema de encriptação de alto nível [orig. a new high grade cypher system], que reduziu seriamente a produção final do Gabinete" - diz o relatório. O Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia "dependeu pesadamente do material do satélite França-Pacífico obtido e passado adiante", para traduzir e analisar. Tráfego da diplomacia chinesa interceptado pela ASN-EUA e pelaGCHQ [britânicos] era também enviado ao Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia para análise e tradução.

O relatório encontrado entre os documentos do falecido primeiro-ministro Lange da Nova Zelândia dizia que os alvos de Tangimoana em 1985 e 1986 eram "civis, navais e militares do Pacífico Sul francês; civis da Antártica francesa; diplomatas do Vietnã; diplomatas da Coreia do Norte; diplomatas do Egito; embarques da marinha mercante e pesquisa científica soviética; civis da Antártica soviética; pesqueiros soviéticos; marinha argentina; civis da Antártica não soviética (incluindo comunicações indianas e polonesas); diplomatas da Alemanha Oriental; diplomatas japoneses; diplomatas filipinos; Forças Armadas da África do Sul; diplomatas do Laos [e] diplomatas da ONU". No geral, a estação de espionagem 'deslocalizada' neozelandesa de Tangimoana interceptara 165.174 mensagens dos alvos a ela atribuídos, o que representava "um aumento de aproximadamente 37 mil mensagens, em comparação com os números de 84/85". E o relatório acrescentava: "O trabalho sobre o alvo soviético aumentou 20% em relação ao ano anterior".

O Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia era também responsável pela escuta das comunicações da Nova Caledônia e da Polinésia Francesa (ambos territórios franceses), Vanuatu, Kiribati, Nauru e Tuvalu. Dado que Waihopai interceptava a maior parte do tráfego Intelsat do Pacífico, as comunicações de Samoa norte-americana (cujos habitantes são cidadãos norte-americanos) estavam acessíveis para a ASN-EUA e os outros Cinco Olhos. Mas, por causa do papel da ASN-EUA como líder operacional da rede dos Cinco Olhos, a Nova Zelândia e, quase nos mesmos termos, Austrália, Grã-Bretanha e Canadá não tem acesso a inteligência da ASN-EU ou recebe de Waihopai/IRONSAND.

A inteligência inclui interceptar comunicações que partem de Niue e das Ilhas Cook (territórios da Nova Zelândia), Ilha Norfolk (território da Austrália) e Samoa (Samoa Ocidental).

Lange sempre acreditou que sua própria agência SIGINT,  por ordens da ASN-EUA e dos norte-americanos não era clara com ele, sobre a extensão da vigilância sobre comunicações em seu país. Seus medos coincidiam com os do primeiro-ministro australiano Gough Whitlam, que exigiu que os norte-americanos o informasse exatamente sobre a natureza das bases dos EUA na Austrália, incluindo a gigantesca base em Alice Springs. Lange e Whitlam foram ambos expelidos de seus respectivos gabinetes mediante "golpes constitucionais" nos quais se veem impressões digitais da CIA e da ASN-EUA.

O documento de Lange sobre a atividade de espionagem do Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo da Nova Zelândia é muito parecido com o documento do Quartel-general de Comunicações de Governo britânico (GCHQ) vazado por Snowden e intitulado "Bude Sigint Development Reports"[2].

O documento do GCHQ britânico delineia as interceptações pelo GCHQ/ASN-EUA na base de Bude, Cornwall, codinome CARBOY, e na base TIMBERLINE da  ASN-EUA em Sugar Grove, West Virginia, das comunicações de: Mohamed Ibn Chambas, funcionário da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental [orig.Economic Community of West African States (ECOWAS)]; várias empresas em Pequim; da ONG Medecins du Monde; da UNICEF com base em Genebra e do Instituto de Pesquisa para o Desarmamento, da ONU; das empresas francesas Thales e Total; da embaixada alemã em Rwanda; de uma equipe estoniana de segurança da empresa Skype; de um embaixador francês; do Comissário Antitruste da União Europeia Joaquin Almunia; do primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert; do Instituto de Física da Universidade Hebraica em Jerusalém; do ministro da Defesa de Israel Ehud Barak; de ministérios alemães em Berlin; de links de comunicação alemã com Turquia e Georgia; e do Programa de Desenvolvimento da ONU (presidido por Helen Clark, do Partido Trabalhista do primeiro-ministro Lange).

Sejam as revelações-vazamentos de Lange em 2006, ou as revelações-vazamentos de Snowden em 2013, os documentos vazados que mostram a aliança de vigilância anglo-norte-americana só provam uma coisa: indivíduos, grandes e pequenos são 'grampeados', bisbilhotados, espionados, exclusivamente porque comunicam algo que os arapongas-bisbilhoteiros-espiões de agências de inteligência querem ouvir. Nada há aí que interesse ao contraterrorismo nem, sequer, à contrainteligência. É vigilância em nome da vigilância, pela obsessão de vigiar.

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 [1] Em http://www.foxnews.com/politics/2013/12/17/ex-cia-director-snowden-should-be-hanged-if-convicted-for-treason/. Essa matéria, da FoxNews, foi IMEDIATAMENTE repetida, em português, no portal Terra, em http://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/ex-chefe-da-cia-diz-que-snowden-deveria-ser-condenado-a-forca,ba2962742bf03410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html (matéria não assinada). Na Folha de S.Paulo,  em matéria assinada por Fábio Zanini ("editor de 'Mundo'" \o/ \o/ \o/) inventa-se a 'notícia' de que Snowden 'quer' pedir asilo ao Brasil (emhttp://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/12/1386546-por-asilo-snowden-promete-ajudar-brasil.shtml. E na revista Exame, do Grupo Abril, em matéria assinada por Beatriz Souza (em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/edward-snowden-vai-pedir-asilo-politico-ao-brasil) já se 'noticia' que Snowden "vai pedir asilo ao Brasil". Pior jornalismo, IMPOSSÍVEL! [NTs].

Organizações apelam contra novas sanções dos EUA ao Irã

Organizações apelam contra novas sanções dos EUA ao Irã

16.01.2014 | Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Organizações apelam contra novas sanções dos EUA ao Irã. 19613.jpeg

Organizações apelam contra novas sanções dos EUA ao Irã

Ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, encontra-se com representantes do Grupo 5+1 na Alemanha, em 26 de setembro, para as conversações sobre o programa nuclear persa.(AFP)

Enquanto a medida para a imposição de mais sanções contra o Irã está ganhando mais apoio no Senado dos Estados Unidos, mais de 60 organizações já entregaram uma carta conjunta para instando os senadores a oporem-se à nova legislação proposta, nesta quarta-feira (15).
A carta foi enviada apenas dois dias depois de o Irã, os Estados Unidos e outros membros do Grupo 5+1 terem concordado sobre os termos de implementação do Plano de Ação Conjunta formulado em novembro, em Genebra (Suíça), e que previa inclusive o alívio das sanções já impostas contra os persas.
As 62 organizações advertiram o Senado contra a aprovação de um novo pacote de sanções, que arriscariam criticamente a possibilidade de uma solução diplomática às tensões que já duram uma década, sobre o programa nuclear do Irã.
Elas também ressaltaram que novas sanções poderiam aumentar a probabilidade de uma nova e cara guerra no Oriente Médio, e desencorajaram firmemente a consideração de um novo plano coercivo enquanto as negociações entre o Irã e o G5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha) ainda estão avançando.
A carta foi elaborada em conjunto pelo Conselho Nacional Iraniano-Americano, o Comitê de Amigos sobre a Legislação Nacional e pela associação Vencer sem Guerra, e foi assinada, entre outros, pela Credo e pela MoveOn.org ("Seguir Adiante").
A proposta de novas sanções foi introduzida pelos senadores Robert Menendez e Mark Kirk, e tem atualmente o apoio de quase 60 parlamentares, tanto republicanos quanto democratas.
O líder da maioria no Senado, Harry Raid, impediu a votação na segunda-feira (13), devido à oposição do presidente Barack Obama.
Obama tem ameaçado vetar qualquer legislação sobre o avanço de mais sanções, dizendo que isso prejudicaria as conversações ainda em vigor com o Irã, enquanto o governo persa também afirmou que o acordo alcançado em Genebra estaria enterrado caso a proposta seja aprovada pelo Congresso estadunidense.
De acordo com o Plano de Ação Conjunta anunciado em novembro, após meses de negociações entre o G5+1 e o Irã, algumas das sanções existentes seriam "aliviadas" em troca das medidas de "construção da confiança" pelo Irã, em um período de seis meses.
Exemplos são a redução do enriquecimento de urânio e a permissão de acesso de inspetores internacionais a suas instalações nucleares, medidas já iniciadas pelo Irã, enquanto nenhuma sanção relacionada com o programa nuclear persa seria renovada ou imposta.
Fonte: PressTV
Tradução da redação do Vermelho

AOS ESQUERDOPATAS DE PLANTÃO - A TERRORISTA JA FOI AVISADA



AOS ESQUERDOPATAS DE PLANTÃO - A TERRORISTA JA FOI AVISADA,E INSITE EM PAGAR PRA VER,É UMA DECLARAÇÃO DE GUERRA,E ASSIM A TERA... O Comandante Militar do Sul, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, deixou claro... Não bastasse a gravíssima crise na Petrobras – cujos desdobramentos têm grande chance de levar o governo a nocaute, em curto prazo -, a Presidenta Dilma Rousseff já começa a sentir as primeiras manifestações públicas de um descontentamento, literalmente, “Generalizado”. Militares da ativa rompem o silêncio obsequioso. Em gestos simbólicos e em discursos cirúrgicos, Generais já começam a impor limites aos ataques assimétricos da turma do Foro de São Paulo que infesta o poder no Brasil. Por trás da bronca, os oficias de quatro estrelas exigem mais verbas, rotatividade nos comandos das forças e, sobretudo, respeito pelas Forças Armadas como instituição garantidora da Pátria. A Comandanta em chefe das FFAA já foi informada, claramente, por assessores próximos que “a insatisfação militar começa a crescer e fugir do controle”. Acontece que Dilma, na costumeira arrogância e autossuficiência, já avisou que prefere “pagar para ver” e não acredita que os “militares percam a linha”. Ontem, em São Borja, no Rio Grande do Sul, foi emitido o primeiro sinal de que a paciência da caserna está se esgotando. O Comandante Militar do Sul, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, deixou claro, publicamente, que a recepção aos restos mortais do ex-Presidente João Goulart, com honras militares, represente uma retratação histórica do EB com Jango (conforme sugere o governo). O Oficial de quatro estrelas e membro do Alto Comando do Exército foi direto: “Nenhum erro histórico. A História não comete erro. A História é a História. As instituições não mudam na história. Não há nenhuma modificação em relação ao Exército”. O General Bolivar aproveitou para desmentir outra mentira repetida pela reformada historiografia do governo petralha, segundo a qual Jango fora enterrado em dezembro de 1976, às pressas, sem honra de chefes de Estado a que teria direito como ex-Presidente da República. Bolivar foi claro, novamente: “Ele não foi enterrado como cidadão comum. Ele nunca deixou de ser presidente. Estamos prestando as honras regulamentares, nada mais do que isso. Não tem nenhuma outra ilação além disso, nem a favor nem contra”. Nos bastidores do poder, a declaração pública do General Bolivar pode ser interpretada como um recado. Nos bastidores, ele é citado como o favorito a substituir o General Enzo Peri no posto de Comandante do Exército. A Presidenta Dilma, no entanto, nada fala sobre troca dos três oficiais generais que comandam o EB, a Marinha e a FAB desde o governo Lula – em uma incomum falta de rotatividade que desrespeita a carreira militar. Nem nos tempos da “dita-dura” se descumpriu o princípio da alternância de comandos – e os chefes militares tinham status de ministros, até que Fernando Henrique Cardoso instituiu o Ministério da Defesa. O breve recado do General Bolivar pode até lhe custar o futuro comando do EB. Mas deixou clara que a insatisfação dos militares com a guerra irregular promovida pela petralhada contra as Forças Armadas tem um limite. O Alerta Total de ontem continua valendo. O desgoverno petralha nunca esteve sob tanta pressão. Qualquer erro – e eles cometem muitos – pode ser fatal para o projeto de perpetuação no poder. Por isso, releia: Oligarquia Financeira Transnacional jádecidiu que PT deve ser tirado do Palácio do Planalto em 2014 Atenção! Não existe “golpe em marcha” – como podem supor alguns que sonham com uma reedição de 1964. Mas tudo pode acontecer quando um governo perde sua base de sustentação na geopolítica globalitária. O desgoverno petralha está órfão. Por isso, será substituído. O problema é se a troca atenderá aos verdadeiros interesses do Brasil. O cenário mais provável é uma mudança para substituir apenas as marionetes titulares. É a sina de um país subdesenvolvido, sem soberania e projeto de Nação... Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net — com Mario Sergio Menezes Garcia.,E INSITE EM PAGAR PRA VER,É UMA DECLARAÇÃO DE GUERRA,E ASSIM A TERA... O Comandante Militar do Sul, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, deixou claro... Não bastasse a gravíssima crise na Petrobras – cujos desdobramentos têm grande chance de levar o governo a nocaute, em curto prazo -, a Presidenta Dilma Rousseff já começa a sentir as primeiras manifestações públicas de um descontentamento, literalmente, “Generalizado”. Militares da ativa rompem o silêncio obsequioso. Em gestos simbólicos e em discursos cirúrgicos, Generais já começam a impor limites aos ataques assimétricos da turma do Foro de São Paulo que infesta o poder no Brasil. Por trás da bronca, os oficias de quatro estrelas exigem mais verbas, rotatividade nos comandos das forças e, sobretudo, respeito pelas Forças Armadas como instituição garantidora da Pátria. A Comandanta em chefe das FFAA já foi informada, claramente, por assessores próximos que “a insatisfação militar começa a crescer e fugir do controle”. Acontece que Dilma, na costumeira arrogância e autossuficiência, já avisou que prefere “pagar para ver” e não acredita que os “militares percam a linha”. Ontem, em São Borja, no Rio Grande do Sul, foi emitido o primeiro sinal de que a paciência da caserna está se esgotando. O Comandante Militar do Sul, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, deixou claro, publicamente, que a recepção aos restos mortais do ex-Presidente João Goulart, com honras militares, represente uma retratação histórica do EB com Jango (conforme sugere o governo). O Oficial de quatro estrelas e membro do Alto Comando do Exército foi direto: “Nenhum erro histórico. A História não comete erro. A História é a História. As instituições não mudam na história. Não há nenhuma modificação em relação ao Exército”. O General Bolivar aproveitou para desmentir outra mentira repetida pela reformada historiografia do governo petralha, segundo a qual Jango fora enterrado em dezembro de 1976, às pressas, sem honra de chefes de Estado a que teria direito como ex-Presidente da República. Bolivar foi claro, novamente: “Ele não foi enterrado como cidadão comum. Ele nunca deixou de ser presidente. Estamos prestando as honras regulamentares, nada mais do que isso. Não tem nenhuma outra ilação além disso, nem a favor nem contra”. Nos bastidores do poder, a declaração pública do General Bolivar pode ser interpretada como um recado. Nos bastidores, ele é citado como o favorito a substituir o General Enzo Peri no posto de Comandante do Exército. A Presidenta Dilma, no entanto, nada fala sobre troca dos três oficiais generais que comandam o EB, a Marinha e a FAB desde o governo Lula – em uma incomum falta de rotatividade que desrespeita a carreira militar. Nem nos tempos da “dita-dura” se descumpriu o princípio da alternância de comandos – e os chefes militares tinham status de ministros, até que Fernando Henrique Cardoso instituiu o Ministério da Defesa. O breve recado do General Bolivar pode até lhe custar o futuro comando do EB. Mas deixou clara que a insatisfação dos militares com a guerra irregular promovida pela petralhada contra as Forças Armadas tem um limite. O Alerta Total de ontem continua valendo. O desgoverno petralha nunca esteve sob tanta pressão. Qualquer erro – e eles cometem muitos – pode ser fatal para o projeto de perpetuação no poder. Por isso, releia: Oligarquia Financeira Transnacional jádecidiu que PT deve ser tirado do Palácio do Planalto em 2014 Atenção! Não existe “golpe em marcha” – como podem supor alguns que sonham com uma reedição de 1964. Mas tudo pode acontecer quando um governo perde sua base de sustentação na geopolítica globalitária. O desgoverno petralha está órfão. Por isso, será substituído. O problema é se a troca atenderá aos verdadeiros interesses do Brasil. O cenário mais provável é uma mudança para substituir apenas as marionetes titulares. É a sina de um país subdesenvolvido, sem soberania e projeto de Nação... Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net — com Mario Sergio Menezes Garcia.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

[Robert] Gates sobre guerras

[Robert] Gates sobre guerras

10.01.2014
 
[Robert] Gates sobre guerras. 19561.jpeg
É muito mais fácil entrar, que sair de guerras. Os que perguntam sobre estratégias de retirada ou querem saber o que acontecerá se os pressupostos estiverem errados raramente são bem-vindos à mesa de negociações, quando os cospe-fogo clamam que ataquemos e ataquemos - como fizeram pregando a invasão do Iraque, a intervenção na Líbia e na Síria, o bombardeio de instalações nucleares do Irã.
Dois interessantes parágrafos do livro de memórias do ex-Secretário de Defesa Robert Gates,[1] lançado essa semana:
"É muito mais fácil entrar, que sair de guerras. Os que perguntam sobre estratégias de retirada ou querem saber o que acontecerá se os pressupostos estiverem errados raramente são bem-vindos à mesa de negociações, quando os cospe-fogo clamam que ataquemos e ataquemos - como fizeram pregando a invasão do Iraque, a intervenção na Líbia e na Síria, o bombardeio de instalações nucleares do Irã.
Mas em décadas recentes, os presidentes confrontados com problemas duros, difíceis, no exterior, têm sido rápidos demais em levar a mão ao coldre. Nossa política de segurança nacional e externa tornou-se por demais militarizada; o uso da força, fácil demais para os presidentes.

Hoje, excesso de ideólogos convocam a força norte-americana como primeira opção, não como um último recurso. Na esquerda, ouve-se falar da "responsabilidade de proteger" civis, para justificar intervenção militar na Líbia, na Síria, no Sudão, noutras pontos. Na direita, não atacar a Síria ou o Irã é apresentado como abdicar da liderança norte-americana.
E assim, o resto do mundo vê os EUA como país militarista, rápido no lançar aviões, mísseis cruzadores e drones bem entrados além fronteiras de países soberanos ou em espaços não governados. Há limites para o que possa fazer mesmo a mais forte e maior nação da Terra - e não é verdade que qualquer ofensa, qualquer ato de agressão, de opressão ou qualquer crise deva gerar resposta militar dos EUA.
Gates tem razão. Pesquisas de opinião, em todo o mundo, mostram que os EUA são vistos como - com ampla vantagem sobre o segundo colocado - a maior ameaça[2] à paz global. Dominação é vício muito caro.[3]

Mas, a menos que as consequências disso tudo se tornem óbvias para todos os eleitores nos EUA, não há sinais de que esse fato leve a mudança na direção geral das políticas nos EUA. *******


[1] 7/1/2014, Robert M. Gates, Wall Street Journal, excerto de Duty: Memoirs of a Secretary at War [Dever: Memórias de um Secretário em Guerra], lançado pela editora Knopf, nessa 3ª-feira (emhttp://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304617404579306851526222552
8/1/2014, The Moon of Alabama http://www.moonofalabama.org/

Fallujah: a nova dor de cabeça de Obama

Fallujah: a nova dor de cabeça de Obama

11.01.2014
 
Fallujah: a nova dor de cabeça de Obama. 19574.jpeg
Guernica na Guerra Civil Espanhola, My Lai na Guerra do Vietnã, Baía de Guantánamo na guerra ao terror - todos esses foram símbolos poderosos. O sítio de Fallujah em maio de 2004 destaca-se na Guerra do Iraque como a mais sangrenta batalha que os EUA combateram desde a Guerra do Vietnã. Morreram 40Marines norte-americanos naquele ataque; houve centenas de baixas entre civis iraquianos. Foi divulgado que as forças dos EUA usaram jatos F-16 para despejar bombas de fragmentação sobre áreas residenciais em Fallujah. A maioria dos prisioneiros foram executados...

Quando o Marine Corps dos EUA anunciou o cessar-fogo e a retirada em maio de 2004, as mesquitas proclamaram a vitória dos insurgentes; e começou a conversão de Fallujah numa espécie de miniestado islâmico regido pela lei da Xaria. Assim, no outono daquele ano, no final de outubro, os militares norte-americanos voltaram, numa ofensiva aérea gigantesca, e mísseis teleguiados de precisão, seguida de assalto sangrento em solo, os Marines apoiados por artilharia e blindados no início de novembro - Operation Phantom Fury, Operação Fúria Fantasma.

Eis como Karl Penhaul, da CNN noticiou, dia 9/11/2004: "O céu parece explodir sobre Fallujah, enquanto os Marines dos EUA lançam o muito alardeado assalto em solo. Jatos de combate despejam bombas de fragmentação sobre as posições insurgentes, e baterias de artilharia lançam bombas de fumaça, de cobertura para o avanço dos Marines". Segundo o Washington Post, usaram-se granadas de fósforo branco e fogo de artilharia para gerar "muralhas de fogo" na cidade. Médicos, depois, relataram terem visto cadáveres derretidos . Ninguém sabe quantos morreram; dia 18/11, militares norte-americanos diziam ter matado 1.200 'insurgentes' e capturado 1.000...

Matéria do Guardian disse que mais de 70% das moradias da cidade foram destruídas, além de 60 escolas e 65 mesquitas e santuários. Há relatos informais de forte aumento no número de casos de câncer, nos índices de mortalidade infantil, etc. entre os sobreviventes, o que disparou especulações de que tenha sido empregado urânio empobrecido, que provocou contaminação ambiental.

É extremamente importante recolher a horrenda memória viva de Fallujah, para compreender o que houve semana passada, quando o centro da cidade caiu sob ataque de combatentes do grupo ISIL (Islamic State in Iraq and Levant, Estado Islâmico no Iraque e Levante [Síria]), ligado à al-Qaeda. Fallujah, bem como a capital da província de Anbar, Ramadi, foi fortaleza dos insurgentes sunitas durante a ocupação do Iraque pelos EUA; semana passada, militantes da al-Qaeda tomaram as duas cidades, praticamente inteiras. Centenas de milicianos do ISIL entraram em Fallujah.

Especialistas de jornal e televisão começaram a analisar 'fatores' por trás dos eventos. A narrativa dominante é que o governo do Iraque comandado pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki fracassou ao não procurar os sunitas e ao aliená-los, depois da saída dos soldados norte-americanos em 2011. De fato, o mais recente confronto aconteceu depois que Maliki mandou soldados, semana passada, para pôr fim a protestos de sunitas que já duravam um ano em Ramadi e exigiam que fossem ouvidos seus reclamos contra a exclusão política. Quase todos os sunitas voltaram-se contra o governo e opõem-se à ação das forças de segurança do Iraque, embora nem todos se tenham aliado ao ISIL.

Entrementes, o torvelinho na Síria, no qual o mesmo grupo ISIL desempenha papel protagonista, contribuiu para agravar a situação no Iraque. O grupo ISIL várias vezes atacou xiitas, o que imediatamente dá sobretons sectários ao conflito em Anbar. O Iraque aproxima-se também de eleições parlamentares em abril, e teorias conspiracionais dizem que Maliki estaria calibrando um confronto com os sunitas e fazendo crescer o espectro da ameaça da al-Qaeda, o que poderia ajudá-lo a mobilizar a opinião pública a favor da própria re-eleição.

Mas as decisões de Maliki também são movidas pelo medo real de que seu governo liderado por xiitas fique sitiado e sucumba à ameaça de ser derrubado por sunitas. Pretender que ele teria 'arranjado' a tomada de Fallujah pela al-Qaeda é absolutamente inverossímil. O movimento ISIL inclui combatentes muito experientes, que estão chegando da Síria, onde aliados regionais dos EUA no Golfo Persa, especialmente a Arábia Saudita, estão arregimentando combatentes estrangeiros, garantindo-lhes apoio em dinheiro e armas. Deve-se considerar também o movimento chamado Sahwa ["Despertar"], criado pelos EUA, como seu preposto local, para combater contra a al-Qaeda, e que foi abandonado quando os soldados norte-americanos retiraram-se, em 2011. A maioria dos líderes do movimento Sahwa foram assassinados.

Tudo isso considerado, em termos de moralidade política ou estratégica, o governo de Barack Obama não pode lavar as mãos e 'esquecer' a situação que se vai criando em Fallujah. A culpa pelo desmoronamento do Iraque como nação tem de ser atribuída ao governo de George W. Bush. A encenação de Bush ("Missão cumprida") e a arrogância do general David Petraeus, com elogios ao movimento Despertar, soam absolutamente ocas, hoje.

Verdade é que o modo como Obama responda à situação em Fallujah tem implicações amplas para as estratégias regionais dos EUA. O secretário de Estado John Kerry disse que "Não estamos pensando em pôr coturnos em solo. Essa é luta deles [dos iraquianos], mas vamos ajudá-los em sua luta."[1]

O porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que Washington está "acelerando" a entrega de equipamento militar ao Iraque e "cuidando de prover embarque adicional de mísseis Hellfire"[2] nos próximos meses, além de dez drones de vigilância nas próximas semanas e outros 48 adiante, ainda esse ano. Carney acrescentou que Washington está "trabalhando próximo dos iraquianos para desenvolver estratégia holística para isolar os grupos afiliados à al-Qaeda", mas que, de fato, o Iraque tem de enfrentar o seu próprio conflito.

O caso é que os EUA lutaram ferozmente em 2004 para manter a al-Qaeda longe de Fallujah, e agora a al-Qaeda voltou e pode criar ali uma base, e essa é, até o tutano, luta dos EUA; o governo de Maliki é um quase-aliado de Washington. Os interesses dos EUA na região sofrerão duro revés se a al-Qaeda implantar-se com outra base na região. E, claro: toda a região conta com que Washington assuma a luta contra a al-Qaeda.

Os falcões Republicanos, como os senadores John McCain e Lindsey Graham culpam Obama pela situação até aqui, porque ele não teria insistido suficientemente para arrancar de Maliki um acordo para manter soldado dos EUA no Iraque depois da retirada em 2011. Mas a crítica não prosperará, porque as atitudes domésticas nos EUA favorecem a ideia de que, apesar do levante no Oriente Médio, os EUA bem farão se buscarem compromisso diplomático e político com a região, em vez de um arranjo militar.

As escolhas ainda acessíveis para Obama podem ser vistas de três perspectivas. Primeira, a situação em Fallujah aparece exposta muito rapidamente - no momento em que o governo Obama propõe manter algo entre 10 e 12 mil soldados norte-americanos no Afeganistão. Esse plano não encontra apoio dentro dos EUA e a situação em Fallujah é oportuno sinal de alerta sobre os perigos de manter grande força residual no Afeganistão.

Segunda, Fallujah demonstra que as guerras na Síria e no Iraque e o perigoso deslizamento que se vê no Líbano passam por uma mutação. Ao mesmo tempo, Fallujah não é só o problema da al-Qaeda. É cidade que se alienou irreconciliavelmente, na violência brutal da ocupação norte-americana, e já não sente que seja parte do Iraque. Assim sendo, exige atenção para questão muito mais fundamental, que tem a ver com o próprio futuro do Iraque. Isso guarda, também, importantes lições quanto ao Afeganistão, onde, também, a ocupação norte-americana acelerou a fragmentação que seguiu linhas étnicas e religiosas. Responder à crise com aceleração nas entregas de armas ao governo iraquiano não resolverá o problema e pode, mesmo, agravá-lo.

Um terceiro aspecto, surpreendente, é que a situação em Fallujah encontra os EUA e o Irã do mesmo lado. Os respectivos interesses no Iraque diferem, mas os dois países partilham a profunda preocupação de que um movimento internacional de combatentes sunitas, incendiado pela ideologia wahhabista, esteja assumindo a bandeira negra da al-Qaeda acompanhando frágeis linhas de ruptura. Nem Irã nem EUA estão dispostos a intervir, e Teerã também promete ajuda militar, mas reluta em pôr 'coturnos no solo'.

O governo Obama pode estar-se aproximando de reconhecer a influência do Irã em questões regionais - Iraque, Síria, Afeganistão, Iêmen - e isso apressa realinhamentos regionais. A Arábia Saudita acusa o governo Obama de estar fortalecendo o Irã na região, à custa de tradicionais aliados de Washington; e também alega que Teerã está operando estratégia esperta para minar a aliança EUA-sauditas.

De fato, o ministro de Relações Exteriores do Irã Mohammad Javad Zarif disse, em reunião com delegação visitante de deputados italianos no domingo, em Teerã, que a disseminação do radicalismo no Oriente Médio geraria imprevisíveis ameaças também a outras partes do mundo, a menos que fosse contida por efetiva cooperação internacional. O ministro da Inteligência, Seyed Mahmoud Alavi, disse que as potências ocidentais já percebem que a cooperação internacional é necessária para conter "a ameaça de terrorismo que vem de grupos takfiri".

Significativamente, um grupo bipartidário de figuras influentes no establishment da política exterior dos EUA enviou carta ao Senado dos EUA, na 2ª-feira, em que pedem que não se aprovem novas sanções contra o Irã; e alertam que essa ação estaria, potencialmente, empurrando os EUA para mais perto da guerra. Ryan Crocker, que foi embaixador dos EUA no Iraque, comandou a iniciativa.

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O tabu do 11 de Setembro à beira do abismo

O tabu do 11 de Setembro à beira do abismo

14.01.2014
 
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"Encontramo-nos diante da possibilidade de ser modificada radicalmente a narrativa oficial do 11/Set"

por dedefensa.org
Primeiro ponto indubitável e incontornável, como é costume dizer-se: nós próprios, como muitos outros, deixámos passar o caso. Com efeito, o relato aqui feito remonta, no que se refere à primeira fonte (cronologicamente) conhecida, a 11 de Dezembro e a uma semana antes desse 11 de Dezembro quanto ao facto propriamente dito. Deixámos passar o caso e o facto de não termos sido os únicos não nos consola; pelo contrário, essa discrição bastante generalizada ou essa indiferença bastante alargada, eis o que consubstancia e até justifica plenamente o comentário abaixo.

Reparem: há cinco, sete, dez anos, a mera hipótese totalmente vergonhosa implicada pela evocação da possibilidade da proposta de uma resolução de urgência pondo em causa a integridade da narrativa oficial do ataque de 11/Set feita por dois parlamentares de Washington, um democrata e um republicano, teria provocado desmaios em série nos salões. As nossas belas penas afogar-se-iam de raiva na sua tinta negra. Os editoriais levantariam voo como drones vingadores embora civilizados... O quê? imaginar que o 11/Set não foi exatamente o que a imprensa-Sistema, os dirigentes-Sistema, os comunicados-Sistema disseram? Depressa, os meus sais, chegaram os "conspiradores"...

Não só isso... Muito mais do que aquilo que se evoca, o facto da "resolução de urgência" dos dois parlamentares não é uma "mera hipótese", uma "evocação da possibilidade" propriamente dita, mas apenas o que é. Trata-se da afirmação explícita e oficial de que uma parte de um documento guardado com o carimbo da classificação "secreto" sobre a intervenção documentada do presidente Bush contém revelações "chocantes" sobre a implicação de "um ou vários" serviço(s) de informações de países estrangeiros no ataque do11/Set. Esta "afirmação explícita e oficial" constitui uma hipótese muito sólida, próxima da afirmação de que houve uma "conspiração" para além da única maquinação aceite dos 18 ou 19 terroristas da versão oficial... (O documento evocado engloba as 28 páginas duma parte intitulada " Fontes Específicas de Apoio Externo " do relatório de 800 páginas do Congresso, feito em 2002 sob o título oficial de Relatório de Investigação do Congresso sobre o 11/Set - Inquérito Conjunto sobre Atividades da Comunidade de Informações Antes e Depois dos Ataques Terroristas de Setembro, 2011 , - não confundir com o relatório do inquérito oficial da Comissão especial formada para investigar o 11/Set).
O terrível objeto do delito monstruoso
Portanto, pela nossa parte, que certamente não é a do conhecimento sem falha dos arcanos desta questão sem fim, trata-se de um acontecimento extraordinário esta iniciativa dos dois parlamentares da Câmara dos Representantes, o democrata Stephen F. Lynch de Massachusetts e o republicano Walter B. Jones, da Carolina do Norte. De notar que esse famoso 11 de Dezembro de 2013 foi objeto de um artigo do sítio Examiner.com. A resolução, que fala em lançar a luz, ou mesmo de descobrir a verdade sobre o 11/Set, pede à administração que liberte do segredo as 28 paginas atualmente classificadas.

"Por detrás duma resolução, apresentada na semana passada, instando Obama a libertar 28 páginas do Inquérito Conjunto sobre Actividades da Comunidade de Informações Antes e Depois dos Ataques Terroristas de Setembro, 2011, estão dois membros do Congresso". Os documentos, segundo noticiado, foram retidos da Comissão do 11/Set, juntamente com milhões de outros documentos e peças de evidência que, alegadamente, revelariam informações que podiam levar a uma melhor compreensão do que esteve de facto por detrás dos ataques terroristas do 11/Set em Lower-Manhattan, acima e para além dos piratas de nacionalidade saudita. Uma alternativa ao que o establishment e os seus meios de comunicação têm querido fazer que o povo acredite há mais de 12 anos.

"O congressista Democrata, Stephen F. Lynch, de Massachusetts e o congressista Republicano, Walter B. Jones, da Carolina do Norte, apresentaram a resolução "bipartidária", H.Res. 428, com uma declaração de Lynch no sítio web do Congresso, que inclui um pedido ao presidente para as vítimas, suas famílias e povo americano. Que, segundo o congressista, ainda têm que conhecer a verdade sobre o que realmente aconteceu naquele dia e quem foi de fato responsável.

"Enquanto co-presidente do Grupo de Trabalho  para o Terrorismo e Financiamento da sua Proliferação, Lynch tem acesso aos documentos classificados e o que leu nesses documentos deve tê-lo perturbado o suficiente para pedir que fossem divulgados, para que o povo americano possa tomar conhecimento do que eles dizem e para que ele possa discutir publicamente o seu conteúdo... [...]
Na realidade, não é nenhuma surpresa que vários congressistas estejam preocupados, se é que o estão realmente, quanto à razão por que têm sido escondidas do público tantas informações relativas aos ataques terroristas de 11/Set, incluindo essas 28 páginas em especial. Considerando mesmo a presidência e a vice-presidência da comissão do 11/Set, Thomas H. Kean e Lee H. Hamilton reconheceram ambos o fracasso premeditado da comissão e a necessidade explícita de uma nova investigação, realmente independente, sobre os acontecimentos. [...]

Segundo o congressista Lynch, "Doze anos depois dos terríveis ataques de 11 de Setembro, mantêm-se perguntas por responder. Estas páginas contêm informações que são vitais para uma plena compreensão dos acontecimentos e circunstâncias que rodearam esta tragédia.
As famílias das vítimas e o povo americano merecem melhor; merecem respostas, merecem um relato total, e isso ainda não aconteceu". "Estou muito satisfeito por estar a trabalhar com o meu amigo e colega congressista Jones para garantir que estas páginas vejam a luz do dia. Encorajo profundamente os meus colegas para analisar esta secção classificada do Inquérito, e para trabalhar comigo e com o congressista Jones para conseguir que seja divulgada".

Encobrimento para a Arábia e para o Principe Bandar
Os ardentes polemistas e críticos da versão oficial em torno do ataque de 11/Set e das múltiplas contestações que nasceram a este propósito, apoderaram-se finalmente da questão; dizemos "finalmente" porque é preciso reconhecer que também eles levaram tempo em acordar para a nova noticia vinda da Câmara dos Representantes. Encontramos manifestações dessas, nomeadamente do lado do grupo Veterans Today , acusado de todos os males pelo habitual concerto-Sistema, com partição-AIPAC garantida, - acusação de "anti-semitismo" em todas as suas variantes, até às insinuações fatais mas correntes de quase-nazismo.

Muito curiosamente, o que atraiu a atenção dos polemistas e críticos é um (primeiro) artigo de Paul Sperry, especialista do Instituto Hudson, no site Family Security Matters , de tendência Tea Party , mas que, segundo se diz, está próximo da AIPAC e é pró-israelense. O artigo de 16 de Dezembro de 2013 cita fontes próximas dos dois parlamentares (Lynch-Jones), de quem se diz que ficaram "muito chocados" com as revelações contidas nessas famosas 28 páginas, e revelações relativas essencial ou mesmo exclusivamente quanto à implicação da Arábia no ataque, e em especial quanto ao Príncipe Bandar como organizador do ataque. (" Outros financiamentos à al Qaeda foram ligados a Bandar e à sua embaixada - tanto mais que em 2004 o Riggs Bank de Washington deixou de ter os sauditas como clientes.
No ano seguinte, quando apareceram em incidentes terroristas uma série de empregados da embaixada, Riyadh recordou Bandar... "). As 28 páginas retiradas do relatório do Congresso constituiriam assim um verdadeiro encobrimento das responsabilidades do ataque, em benefício da Arábia.

Da Arábia a Israel, passando pela AIPAC
... De resto e de facto, - da Arábia apenas? Calma, diz Gordon Duff, dos Veterans Today , que escreve um artigo incluído pela PressTV.ir , a cadeia de TV iraniana, a 18 de Dezembro de 2013 . A 23 de Dezembro de 2013 , Duff confirma isso, sempre na PressTV.it . A sua tese é que não se trata da Arábia, ou antes, não apenas da Arábia , mas sem dúvida da Arábia e de Israel trabalhando em conjunto e, em todo o caso, certamente de Israel. O papel de Sperry, pensa Duff, é afastar Israel e o Mossad, implicando a Arábia e Bandar. Seja como for, observa, os dois estão sem dúvida implicados nas 28 páginas classificadas...

"Recentes revelações ligadas aos acontecimentos na Síria e no Egipto denunciaram um nível impensável de cooperação entre os serviços de informações de Israel e da Arábia Saudita. Durante anos, Israel tem citado a Arábia Saudita como a maior ameaça para a sua segurança, muito maior do Iraque do tempo de Saddam ou as suas queixas de um "Irão nuclear". Isto e muito mais do que Israel tem afirmado publicamente como parte da sua "mitologia de vitimização" é hoje reconhecido como uma falsidade.
Embora tanto Israel como a Arábia Saudita sejam conhecidos como aliados dos EU, as suas parcerias com a América têm sido com grupos específicos, extremistas no seio do governo e a vontade militar de apoiar as conspirações estão hoje à vista de todos mesmo quando os interesses dos EU são sacrificados ou mesmo quando se perdem vidas americanas.

"Revelador, hoje, é a relação entre Al-Nusra e outros "franchisings" al-Qaeda e a aliança Israel/Saudita, uma relação que tem fornecido apoio financeiro e armas, usadas contra a Síria, o Líbano e o Iraque. As secções do relatório do 11/Set que foram censuradas pelo presidente Bush bem podem incluir referências a esse nexo al-Qaeda/Israel/Saudita. O que é claro é que, não só a administração Bush culpou erradamente bin Laden ou a "al-Qaeda", um grupo espúrio e ilusório quando muito, mas que os citados, Israel, a Arábia Saudita ou ambos, embora referidos por financiar e apoiar o ataque de 11/Set, estiveram sempre no total controlo da administração Bush".

Portanto, a 23 de Dezembro de 2013, Gordon Duff publica um novo artigo na PressTV.ir , onde explicita o seu entendimento da questão Lynch-Jones e da intervenção de Sperry, - e nomeadamente, e ainda mais precisamente, à luz de um novo artigo de Sperry, a 23 de Dezembro de 2013, desta vez no New York Post . (Este quotidiano pertence a Rupert Murdoch que é, com a Lockheed Martin, um dos principais doadores de fundos dos neoconservadores- neocons , de resto muito próximos de Israel e, portanto, da AIPAC. Duff considera assim evidente a ligação entre Sperry, a sua vontade de distanciar Israel à custa da Arábia, a atividade da AIPAC, Murdoch e os neocons , etc).

Eis então Duff, neste dia 23 de Dezembro de 2013 (fala do New York Daily News , quando a verdade é que se trata do New York Post , que pertence a Murdoch e que publicou o artigo de Sperry): " Mais assustador, os artigos pulicados esta semana no New York Daily News de Rupert Murdoch, escritos pelo associado do Instituto Hoover e membro da AIPAC, Paul Sperry, culpam agora o príncipe Bandar da Arábia Saudita como o cérebro do 11/Set mas também envolvem Bush (43). Na verdade, todo o aparelho da AIPAC, a maior organização de lobbying em Washington, está actualmente empenhado numa 'grande operação de imprensa' para impedir o Congresso de pressionar a divulgação do verdadeiro relatório ..."

No mesmo dia, 23 de Dezembro de 2013 , Kevin Barrett desenvolve o mesmo tema, no site Veterans Today.com , pondo em causa a ação da AIPAC para bloquear a legislação Lynch-Jones na Câmara. Bastante à vontade, Barrett denuncia a hipótese que, através duma ação que pretenderia fazer crer numa "defesa da Arábia" (implicada nas 28 páginas), acabaria por ser antes uma "defesa de Israel", confirmando implicitamente que o que se encontraria seria a implicação da Arábia ... Com efeito, as manobras que ele descreve não consistem em rejeitar o conteúdo provável das 28 páginas, que começa a ser conhecido, e que implicaria pelo menos a Arábia, mas mais simplesmente em fazer aquilo em que a AIPAC se tornou especialista: influenciar o Congresso para que ele não aprove a resolução de Lynch-Jones.

"O que levanta outra questão escaldante: Porque é que a AIPAC quer proteger os sauditas? As muitas "fugas" propagandeadas (ou deveríamos dizer Bandareadas) nos meios de comunicação predominantes apontam todas para os sauditas como os culpados que atacaram a América em 11/Set, segundo as páginas retiradas do Relatório Conjunto do Congresso.
Mas Israel está a pressionar o Congresso para encobrir isso. [...] Vejam de onde vêm as fugas que "culpam os sauditas". Paul Sperry, autor do artigo do New York Post sobre o pedido de Lynch e Jones, trabalha para o Instituto Hoover, um grupo de reflexão neocon, afiliado de Israel... [...] Sperry afirma que "fontes anónimas da CIA" lhe disseram que as páginas retiradas do Relatório Conjunto implicam os sauditas. Essas "fontes da CIA" pensam mesmo que os sauditas têm capacidade para operações secretas, peso político e motivo para atacar os EU e safar-se? Ou será Sperry e as suas fontes, imaginárias ou reais, que estão a fazer o que o Instituto Hoover e o New York Post fazem sempre: encobrir Israel?"

A Arábia já pode ser processada
Como por acaso, que de resto seria muito extraordinário, ou sem ser por acaso - nenhuma destas duas explicações no entanto é evidente - o que acontece é que a Lei que, desde há dez anos, proibia que possíveis queixosos atacassem judicialmente a Arábia, alegando que ela teria participado no ataque de 11/Set, agora já permite essa iniciativa. Isto é tanto mais interessante quanto efetivamente várias pessoas próximas de outras que morreram no ataque têm manifestado de facto essa intenção já há muitos anos. Alguns verão pois nesta decisão jurídica uma espécie de acordo com o Céu, outras um sinal do Céu, outras uma circunstância próxima do que alguns chamam de "conspiracionismo" - mas na verdade não por parte daqueles que é hábito associar a esta tara terrível...
Seja como for, o site BrowardBulldog.org pormenoriza esta notícia a 24 de Dezembro de 2013 :

"Com um reconhecimento pouco vulgar de um erro num caso de alto nível, um tribunal federal de recurso na cidade de Nova Iorque voltou a considerar a Arábia Saudita como réu num processo apresentado por milhares de vítimas do 11/Set, suas famílias e outros. Durante dez anos, os queixosos do 11/Set afirmaram que o reino do deserto financiara a al-Qaeda antes dos ataques terroristas de 2001 a Nova Iorque e Washington. Agora, podem novamente apresentar a sua queixa em tribunal. [...]

"O antigo senador da Florida, Bob Graham, que foi co-presidente do Inquérito Conjunto do Congresso sobre os ataques, elogiou a decisão de quinta-feira do Tribunal de Apelos da Segunda Vara em Manhattan. "Isto é um avanço muito significativo que fará cair a barragem de encobrimento que tem escondido do povo americano informações sobre o envolvimento dos sauditas", disse Graham à BrowardBulldog.org, numa entrevista exclusiva. A Arábia Saudita, que tem negado as acusações do processo como "categoricamente falsas", foi desligada do processo em 2005 com base na imunidade soberana, apesar das exceções a essa proteção no que se refere a atos de terrorismo.

"A ordem de 16 páginas feita por um painel de três juízes do tribunal de apelos é um labirinto de argumentos legais. Mas a sua essência é que as normas conflituosas do tribunal sobre como aplicar a lei em diferentes processos do 11/Set levaram a um "erro da lei" feito por um juiz de um tribunal federal de menor instância em Nova Iorque, George B. Daniels, que erradamente livrou de apuros os sauditas em relação a possíveis milhares de milhões de dólares em indemnizações civis. O processo rejuvenescido volta agora ao juiz Daniels para continuação dos trabalhos, dizia a ordem.

"Estamos muito satisfeitos com as notícias e prudentemente optimistas", disse a sobrevivente do 11/Set, Sharon Premoli, que foi resgatada dos destroços da Torre Norte. "A decisão do tribunal de apelos é uma coisa que eu receava nunca vir a ver na minha vida", disse Terry Strada, cujo marido, Tom, morreu na Torre Norte em 11/Set.
"O nosso grupo, Famílias do 9/Set Unidas para a Justiça Contra o Terrorismo, mantém-se empenhado na nossa luta pela verdade e pela justiça. Só assim poderemos proteger-nos de futuros ataques terroristas e deter os responsáveis pela morte, destruição, dor e sofrimento que nos foi infligido há 13 anos".

A NSA contra a narrativa oficial do 11/Set
Um outro ponto interessante a esclarecer é o de saber porque é que esta questão aparece efetivamente neste momento e, mais precisamente, porque é que os dois parlamentares Lynch-Jones, e em especial Lynch, que é um dos co-presidentes duma comissão da Câmara interessada nas questões do terrorismo, puderam ter acesso, aqui e agora, ao texto classificado das 28 páginas retiradas do relatório de 800 páginas, com data de 2002.
Falamos de encontrar uma explicação técnica, e de forma alguma de uma suposição política ligada com as relações dos EUA com um ou outro dos dois países envolvidos (a Arábia e Israel), e aí retemos uma indicação, talvez involuntária, para a apreciação geral dada por Duff no seu artigo de 23 de Dezembro...

"O 11/Set foi um golpe contra a constituição. Relatórios adicionais divulgados esta manhã tornam claras algumas das razões por que Bush mentiu ao povo americano, ao congresso, aos nossos militares e aos nossos aliados. O diretor de Obama para a National Intelligence, James Clapper, divulgou novos documentos que revelam como a NSA foi a primeira a ter luz verde para começar a reunir dados de comunicação por grosso na caça aos terroristas da Al-Qaeda depois de 11/Set. A administração do presidente Barack Obama confirmou publicamente pela primeira vez 'a existência de atividades de pesquisa autorizadas pelo presidente George W. Bush', tais como metadados por grosso na Internet e telefone, ao abrigo do 'Programa de Vigilância Terrorista'.
As divulgações fazem parte da campanha de Washington para justificar as atividades de vigilância da NSA, na sequência de fugas maciças aos meios de comunicação sobre os programas classificados do anterior colaborador da NSA, Edward Snowden. Clapper explicou no sábado que o presidente George W. Bush autorizou pela primeira vez a espionagem em Outubro de 2001, poucas semanas depois dos ataques de 11 de Setembro".

Estas indicações são, quanto a nós, muito mais do que acessórias. Pelo contrário, desempenham um papel que não está longe de ser essencial. Primeiro, são reforçadas por apreciações divulgadas em Washington, segundo as quais a NSA, oficialmente com Clapper mas oficiosamente de modo muito mais amplo, se lançou numa operação desesperada de relações públicas para promover a sua indescritível eficácia e a sua impalpável necessidade, nomeada e particularmente apoiando-se no seu papel que seria central no período imediatamente depois do 11/Set.
Isso levaria a pôr a tónica de todas as formas possíveis em todas as informações relativas à implicação de agentes exteriores, nomeadamente dos serviços de informações e da ação de países estrangeiros e, em especial, da Arábia, visto que desse modo só a NSA poderia provar a sua utilidade e a sua situação excepcional.

Evidentemente, a NSA está particularmente interessada em tentar fazer aceitar a ideia da sua muito grande utilidade na luta contra o terrorismo, enquanto o presidente Obama, embora bem informado e com uma disposição favorável para com a agência, foi incapaz de citar, aquando duma recente conferência de imprensa, um único caso em que a mesma NSA tenha impedido um ataque terrorista.
O paradoxo é então que a NSA, para provar que é realmente muito útil e excepcional, tem todo o interesse em mostrar que a narrativa oficial sobre o 11/Set é incompleta ou falsa, visto que ela, a NSA, tem que procurar mostrar que conseguiu, graças aos seus meios e à sua finura proverbial, encontrar elementos "úteis e excepcionais" de grande importância e que eram desconhecidos e que alteram portanto essa narrativa.

Neste caso, a NSA tenta zelosamente demonstrar que recolheu muitos elementos sobre o ataque, pelo menos imediatamente depois do ataque, para determinar os seus autores. Se isso levar a agência a contradizer a versão oficial, ou o que foi tornado público, isso acontecerá porque a NSA está encostada à parede.
Assim, pode avançar-se que a hipótese tem uma certa solidez, segundo a qual, pelo menos em parte, são as indicações suplementares da NSA que conduziram certas comissões parlamentares e/ou certos parlamentares a ter conhecimento, neste caso, das 28 páginas retiradas do relatório pela administração G.W. Bush. O atalho é interessante.

Uma "conspiração" contra a conspiração
Vamos parar aqui com a lista e as citações das diversas indicações, comentários e actos efetivos em torno de uma questão que constitui de facto pôr em causa, oficial e juridicamente considerada como tal (qualquer que seja o resultado da resolução Lynch-Jones, já que esta resolução existiu sob a forma de um texto oficial), a versão oficial do ataque de 11 de Setembro de 2001. Assim, a versão oficial do ataque passa a ser também, oficialmente, uma narrativa.
A implicação "oficial" de um ator exterior, como mostram sem dúvida alguma as 28 páginas que estão no centro da controvérsia, é uma indicação formal e jurídica que há uma "conspiração" fora da versão oficial que só aceita a "conspiração" da al-Qaeda sob a forma dos terroristas implicados no ataque; portanto, "conspiração" subversiva contra "conspiração"-Sistema politicamente correto. Tudo se passa, para fazer uma analogia, como se fosse efetivamente colocada uma abertura oficial aceitando a hipótese de um segundo, ou mesmo de um terceiro atirador no assassínio de Kennedy.

Assim, o mais extraordinário não é que uma tal possibilidade apareça à superfície até chegar a uma posição oficial da coisa, mas que isso se faça sem qualquer eco, sem despertar nenhuma paixão. Não podemos considerar que haja "abafamento" duma questão que está duplamente oficializada, principalmente por essa "feliz circunstância" duma nova atitude da justiça em relação a queixas eventuais contra a Arábia Saudita perante tribunais americanos. Devemos apenas constatar que este facto de pôr em causa "oficialmente" a versão "oficial" ocorre sem despertar uma polémica particular, nem sequer observações apaixonadas.
Há cinco anos, repetimos, pôr em causa a narrativa oficial era considerado um ato politicamente incorreto, passível das piores condenações, um ato próximo do negacionismo, no entendimento que temos quando pensamos nas pessoas que, segundo os acusadores da coisa, negam a existência dos campos de extermínio nazis. Hoje, seja por que razão for, este facto de pôr em causa ocorre sem mais remorsos do que uma notícia entre outras.

Cada um por si
É este fenómeno que nos interessa especialmente. Bem entendido, podemos ligar esta questão à querela entre os EUA e a Arábia e afirmar que existe aqui uma manobra contra a Arábia realizada em vários meios de Washington. Nesse caso, a atitude israelense, tal como pode aparecer segundo o comentário deste ou daquele, encontra-se estranhamente em contradição com os numerosos boatos que circularam nestes últimos meses quanto a uma aliança objetiva entre Israel e a Arábia. Mas este último ponto, segundo nós, tem pouca importância, porque falta demonstrar essa "aliança e de qualquer modo, não implica qualquer lealdade mútua entre esses dois "parceiros" tão destituídos de escrúpulos tanto um como o outro.
Neste caso, somos antes levados a dar ainda mais crédito aos que julgam que as 28 páginas guardadas sob segredo são objetivamente, sem referência à atualidade, extremamente embaraçosas, quer para um (a Arábia), quer para o outro (Israel), quer para os dois.

E depois, ao lado destas hipóteses relativas a manobras ou outras iniciativas político-conspiratórias, entre Washington, a Arábia e Israel, também há a indicação a que todos nós nos agarrámos há muito tempo, segundo a qual a NSA desempenhou e desempenha um papel nesta sequência, porque, totalmente encostada à parede pela crise Snowden/NSA, tenta a todo o custo mostrar a sua utilidade, ou seja, a sua necessidade. Neste caso, a prudência, e a narrativa construída pelo Sistema (a do ataque de 11/Set por terroristas isolados) deixam de ter importância.
Ficamos assim colocados perante mais uma indicação de que hoje, a superpoderosa NSA julga estar numa posição em que, pressionada por todos os lados, tem em jogo o seu poderio, o seu crédito, a sua influência, etc. - em resumo, uma posição em que joga literalmente a sua cabeça. Assim, é cada um por si e tanto pior para a narrativa ; tanto pior para os sauditas, para Bandar, tanto pior talvez para os israelenses, etc. - e, finalmente, tanto pior para o Sistema e para a sua coesão, cuja narrativa oficial do 11/Set, imutável, virtuosa, unânime e elogiada como um princípio divino, é uma das traves mestras na sequência actual.

O efeito "discórdia em casa do inimigo"
Este último ponto da NSA e do "tanto pior para a narrativa do Sistema", juntamente com a ausência de remorsos que até agora tem marcado esta questão, leva-nos ao que constitui a nossa observação central. Esta circunstância em que nos encontramos diante da possibilidade de ser modificada radicalmente a narrativa oficial do 11/Set, esse texto quase sagrado com tudo o que isso acarreta de peso político e de força simbólica no quadro do sistema da comunicação, é uma indicação notável da situação difícil que o Sistema enfrenta.

Efetivamente, o Sistema é mais superpoderoso do que nunca, sem verdadeira oposição que se possa levantar contra ele em parte alguma. Assim, usa o seu superpoder para se devorar a si mesmo. A constatação é que esta dinâmica irresistível de superpoder acarreta cada vez mais situações de confrontação entre muitos dos seus membros mais importantes ( dito , "discórdia em casa do inimigo"), à medida que aparecem à luz do dia, justamente por causa dos efeitos desse superpoder, as contradições internas e as querelas daí decorrentes. É mais um sinal da mesma lógica sempiterna na nossa análise geral, que é esse elo entre superpoder e autodestruição. Que esta lógica toque hoje o santo dos santos, o texto sagrado do Sistema que é a narrativa oficial do 11/Set devia ser um motivo de grande preocupação para os que se inquietam com o equilíbrio da coisa. Para os outros, para nós que observamos, trata-se de um espetáculo simultaneamente edificante e distrativo.

O original encontra-se em www.dedefensa.org/article-
notes_sur_un_tabou_en_perdition_26_12_2013.html .
Tradução de Margarida Ferreira
Este artigo encontra-se em http://resistir.info

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=13062