Protestos contra filme que satiriza Maomé se intensificam no mundo islâmico
Manifestações chegaram ao Iraque, Paquistão, Jordânia, Indonésia, Catar, Sudão, Turquia e Palestina
Opera Mundi
Os protestos contra um filme norte-americano que denigre e satiriza a religião islâmica se intensificaram nesta sexta-feira (14/09) e chegaram a outros países do mundo muçulmano. Centenas de pessoas ocuparam as ruas das cidades do Iraque, Paquistão, Jordânia, Indonésia, Catar, Sudão, Turquia, Afeganistão, Tunísia, Líbano e Palestina em marchas pacíficas.
Jornais internacionais relataram que diversos imãs criticaram o filme durante as orações desta sexta, dia considerado sagrado pelo islamismo. Em diversos países, os protestos desta sexta (14/09) foram marcados por confrontos entre os manifestantes e a polícia.
As manifestações contra a produção cinematográfica A Inocência dos Muçulmanos já ocorreram no Egito, no Iêmen e na Líbia, onde um embaixador e três funcionários norte-americanos acabaram mortos na terça (11/09), o que deflagrou uma crise internacional.
Na capital iemenita, onde quatro pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas por conta da repressão policial nesta quinta-feira (13/09), os protestos continuam em frente à Embaixada dos Estados Unidos. Em Teerã, capital iraniana, centenas de pessoas voltaram a ocupar às ruas.
A Praça Tahrir, na capital egípcia, também foi ocupada por centenas de manifestantes nesta sexta (14/09) que enfrentam bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha disparadas pela polícia.
Centenas de pessoas invadiram a Embaixada da Alemanha em Cartum, capital sudanesa, como parte do protesto contra o filme anti-islã, informaram agências internacionais. Existem relatos de que o edifício foi incendiado e que a polícia está tentando dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.
No Líbano, o protesto na cidade de Tripoli também terminou com confronto entre manifestantes e policiais. O jornal britânico Guardian informou que pelo menos uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas por conta da repressão.
Em Túnis, capital tuniasiana, centenas de manifestantes que tentavam invadir a Embaixada dos EUA foram dispersados pela polícia, que disparou bombas de gás lacrimogêneo.
Em Islamabad, capital paquistanesa, a polícia reprimiu centenas de manifestantes que marchavam em direção à embaixada norte-americana. Já em Amã, capital da Jordânia, dezenas de pessoas se reuniram em uma mesquita próxima a sede diplomática dos EUA. O policiamento foi reforçado no local, mas os manifestantes ainda não começaram a marchar.
Em Jacarta, capital da Indonésia, cerca de 200 pessoas protestam pacificamente em frente à Embaixada dos EUA, cercada por dezenas de seguranças. Os manifestantes carregam bandeiras pretas e cartazes escritos "EUA devem se responsabilizar pela islamofobia ao redor do mundo".
As autoridades palestinas da Faixa de Gaza convocaram os moradores da Cidade de Gaza a um protesto pacífico nesta sexta (14/09) contra a produção cinematográfica. Segundo a Agência Efe, organizações internacionais fecharam seus escritórios por precaução.
Em Doha, capital do Catar, centenas de pessoas tomaram às ruas depois das orações do meio-dia. O protesto está sendo acompanhado por carros e oficiais da polícia.
No Iraque, as manifestações contra o filme anti-Islã acontecem em diversas cidades ao redor do país. De acordo com a agência Iraqi News, os manifestantes pedem que os responsáveis pela produção cinematográfica sejam responsabilizados pelas ofensas.
A Inocência dos Muçulmanos
As manifestações ao redor do mundo árabe e islâmico tiveram início nesta semana depois que o trailer do filme A Inocência dos Muçulmanos ganhou legendas em árabe em conta no YouTube. Desde então, milhares de pessoas assistiram à versão, aprovada pelo diretor, e uma emissora egípcia chegou a reproduzi-la.
O filme mostra muçulmanos atacando uma cidade e todos aqueles que possuem religião diferente, incluindo uma bela garota com uma cruz no peito que é morta. Em outras cenas, o profeta Maomé é chamado de "bastardo", briga por um pedaço de carne com uma de suas esposas, aparece sem cuecas e faz sexo oral em uma mulher.
Para Sam Bacile, o diretor da produção milionária, "O Islã é um câncer e ponto final". O norte-americano, que prefere se identificar como um israelense judeu, acredita que o filme vai ajudar o Estado judeu a dominar o território da Palestina por mostrar as falhas do Islã ao mundo.
"É um filme político", disse ele ao descrever a sátira islamofóbica, que foi financiada por mais de 100 doadores judeus e custou 5 milhões de dólares.