segunda-feira, 30 de julho de 2012

Por que o Brasil se atrasa

Por que o Brasil se atrasa

26.07.2012
 
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Resultados da social-democracia lulista
Por que o Brasil se atrasa
por Adriano Benayon [*]
1. A desindustrialização do Brasil não tem sido explicada adequadamente, sequer pelos economistas menos vinculados à ideologia das corporações transnacionais. 

2. Em entrevista à BBC (13/07/2012), Gabriel Palma, professor da Universidade de Cambridge, Inglaterra, lembrou que, em 1980, a produção industrial no Brasil superava a do conjunto formado por China, Índia, Coreia do Sul, Malásia e Tailândia e que, em 2010, já não representava senão 10% do total produzido nesses países. 

3. O economista Leonardo Guimarães Neto, publicou artigo no portal do Centro Celso Furtado, Ano 6 - Edição 8, Recife, 13/04/2012, intitulado "A retomada da indústria brasileira: o recado de Antônio Barros de Castro" . 

4. Nele aprecia o pacote estímulos, de R$ 60 mil milhões [€158 mil milhões], à indústria brasileira (sic),incluindo: desoneração fiscal, ampliação e barateamento do crédito; redução de até 30% do imposto sobre produtos industrializados para o setor automobilístico; redirecionamento de compras governamentais para bens produzidos internamente; redução de impostos na tecnologia da informação. 

5. Deixa de denunciar mais esse absurdo presente à predadora indústria automobilística estrangeira, que não cessa de descapitalizar o País, enviando ao exterior os ganhos oligopolistas arrancados dos consumidores nacionais. 

6. Omite também que, sob a presente estrutura industrial, dominada pelas transnacionais, os investimentos e subsídios aos centros de pesquisa tecnológica significam desperdício de recursos públicos, porquanto, não havendo empresas nacionais viáveis no mercado, só ínfima fração do resultado das pesquisas resultará em inovação tecnológica. 

7. Observa Guimarães, que, embora bem recebido, o pacote foi considerado insuficiente por sindicatos patronais e de trabalhadores. Esses reclamam: (i) desvalorização cambial, (ii) redução dos juros e dos spreads bancários e (iii) redução do preço de insumos fundamentais para a atividade industrial, como a energia elétrica. 

8. Segundo Guimarães, a perda de competitividade da indústria nacional [sic] não se deve só ao custo Brasil: enorme carga tributária; juros e spreads bancários altos; elevados preços da energia elétrica; enormes déficits de infra-estrutura de transporte e logística. 

9. A perda estaria associada à reduzida capacidade de inovação da grande maioria dos segmentos produtivos da indústria nacional (sic), em contexto de acelerado avanço tecnológico nos países competidores, tais como a China. 

10. Precisamos, porém, ir mais fundo. Entender por que essa capacidade é reduzida. Daí, inseri três vezes o advérbio latino "sic" , após "indústria brasileira ou nacional, porque a questão básica, intocada nas discussões correntes, é a desnacionalização, o fato de a produção realizada no Brasil não ser nacional, mas subordinada às matrizes das transnacionais estrangeiras que a controlam. 

11. É ridículo falar em inovação tecnológica com a indústria desnacionalizada e com os seus centros das decisões sobre produção e mercados, situados no exterior. 

12. Se não há inovação tecnológica no Brasil é porque as transnacionais se apropriaram de tecnologias no exterior, amortizaram-nas com as vendas em outros mercados e as utilizam aqui a custo real zero, tal como acontece com as máquinas e equipamentos importados a preços superfaturados. 

13. Por que, então, tais indústrias não são competitivas, se seus custos reais de produção são extremamente baixos, ademais de as transnacionais receberem colossais subsídios prodigalizados pelos governos federal, estaduais e municipais? 

14. Porque o valor contábil das despesas das subsidiárias no Brasil é levado às alturas, através dos preços que estas pagam às matrizes nas importações dos bens de produção (inclusive o da tecnologia, jamais transferida): os bens de capital e os insumos, tudo é superfaturado, além de serviços sobrefaturados e até fictícios. 

15. Em suma, as políticas de favorecimento às transnacionais, inauguradas em 1954, e intensificadas desde então, fazem que os brasileiros paguem para se tornarem pobres. Os fabulosos lucros reais obtidos pelas transnacionais são transferidos ao exterior, não apenas como tal, mas também através desses superfaturamentos e do subfaturamento de exportações. 

16. Estando a economia concentrada por empresas transnacionais e bancos, na maioria desnacionalizados, e os "nacionais" associados aos estrangeiros e com eles ideologicamente alinhados, é esse sistema imperial que elege os "governantes" nos poderes do Estado brasileiro, pois as eleições dependem dos dinheiros para as campanhas e do acesso às redes de TV comerciais, vinculadas aos mesmos interesses. 

17. Em tais condições, tornam-se inócuos os votos piedosos dos economistas, quando recomendam reformular a infra-estrutura de transportes e logística, baixar os juros até o patamar internacional (o que viabilizaria reduzir a carga tributária), desvalorizar a taxa cambial etc. 

18. Mantendo-se a atual estrutura de poder, essas medidas seriam irrealizáveis, além de que, para funcionarem, acarretariam a necessidade do controle de capitais e da estatização dos principais bancos, ou seja, políticas ainda menos toleráveis para os aproveitadores dessa estrutura. 

19. Assim, o governo que empreendesse tais políticas, seria desestabilizado e derrubado antes de promover a indispensável passagem do controle da indústria para capitais nacionais, privados e públicos.

20. Se a indústria não for realmente nacional, jamais terá chance de ser competitiva. O mesmo se aplica à infra-estrutura econômica (energia, transportes e comunicações) e à social (saúde, educação e cultura). Há que desmercadorizar os serviços públicos e eliminar as agências "reguladoras", devolvendo o poder delas ao Estado. 

21. Também importante para o Estado recuperar funções perdidas com o modelo do "consenso de Washington" é a total reformulação da administração pública, generalizando-se os concursos públicos, a formação de técnicos e administradores, e instituindo a aferição de desempenho, com possibilidade de demissão, seleção de quadros desde a escola primária etc. 

22. Voltando a Guimarães: "Segundo Antônio Barros de Castro ...não se trata hoje de superar um hiato em relação a concorrentes que evoluíam lentamente em termos tecnológicos e de produtividade. Para ele, esta premissa não existe mais, e os concorrentes do Brasil, notadamente a China, 'ainda estão alcançando novos patamares de produtividade e aumentando o esforço tecnológico para acelerar sua eficiência.' A China teria superado a fase de "made in China" para outra de "created in China". 

23. Ora, como assinalei no artigo "Tecnologia e Desenvolvimento" , publicado em maio, é incrível que até os economistas que não se restringem a discutir política macroeconômica, conclamem para a necessidade de inovação tecnológica sem reconhecerem a impossibilidade dela num país cujos mercados estão sob controle praticamente total de empresas transnacionais. 

24. Em artigo próximo tentarei resumir a avassaladora ocupação da economia brasileira, a qual prossegue em tal velocidade, que a empresa nacional é, cada vez mais, espécie em extinção. 

25. De novo, Guimarães: "Castro acredita que o Brasil, de início, deve ganhar tempo até induzir as grandes transformações, garantindo superávits no balanço de pagamento por 10 ou 15 anos com petróleo e matérias-primas agrícolas, além da expansão do mercado interno 'colocando areia para limitar a ocupação do mercado interno por importações ...'." 

26. Isso seria, na realidade, perder tempo. E o Brasil já se atrasou demasiado nos últimos 58 anos! Proteção para a indústria, na atual estrutura, só favorece as transnacionais e eleva os incalculáveis prejuízos que vêm causando ao País. 

27. De resto, enquanto se dilapidam os recursos naturais através das exportações primárias, as receitas são usadas para pagar por serviços superfaturados e fictícios, às matrizes das transnacionais, e para importar bens de alto valor agregado e insumos grandemente superfaturados. Nem se fica sabendo o que valem as matérias-primas exportadas, nem o balanço de pagamentos se equilibra sem endividamento. 

28. Isso implica fomentar a estrutura econômica atrasada, como a da Venezuela, por mais de um século, antes de Chávez:   exportar quantidades fabulosas de petróleo e ficar com a estrutura econômica mais primitiva da América do Sul, para gáudio do império anglo-americano. 

29. Com governos acomodados às imposições do império, até por carecerem de consciência nacional, as transnacionais estão ocupando até os espaços recomendados por Barros de Castro e seguidores, como a agro-indústria do etanol e a química baseada na energia vegetal. Note-se que nem falam dos óleos vegetais, como o dendê , capaz de produzir mais óleo - melhor que o de petróleo - do que a Arábia Saudita.
16/Julho/2012
[*] Doutor em Economia, autor de "Globalização versus Desenvolvimento", abenayon.df@gmail.com 

O original encontra-se em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/07/por-que-o-brasil-se-atrasa.html


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Hipocrisia imperativa

Hipocrisia imperativa

25.07.2012
 
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HELDER CALDEIRA*
Mais um processo eleitoral está em curso e, novamente, a ordem dos caciques políticos é uma só: evitar temas polêmicos. O imperativo é a hipocrisia. Esta talvez seja a única e maior nota consonante a servir de exemplo às causas apartidárias. Em uníssono, os pleiteantes majoritários estão convictos: o povão prefere uma mentira descarada a uma realidade difícil, mas necessária. E, assim, vamos aniquilando a possibilidade de discutir temas de relevância nacional e encontrar soluções prementes para questões seculares da sociedade brasileira.
Protagonista na lista das hipocrisias imperativas está a legalização dos jogos no Brasil. O tema é pauta diária nacional desde fevereiro, quando eclodiu o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira e seus vastos tentáculos na política, nos órgãos públicos e na iniciativa privada. Os métodos do contraventor goiano são exemplos clássicos das consequências primárias do tratamento propositalmente equivocado que é dado ao setor pelas autoridades do país.
A realidade nua e crua é: Carlinhos Cachoeira, assim como 99% dos contraventores brasileiros, deseja a manutenção da ilegalidade dos jogos para que possa seguir alimentando os infindáveis vertedouros de corrupção. São eles que beneficiam diretamente a malha bandida instalada no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Na teia dos ilegais, escoam bilhões de reais em propinodutos que bancam, a peso de ouro, seus títeres institucionais.
Ainda mais alarmante é a constatação de que criminosos da envergadura do bicheiro de Goiás e seus congêneres espalhados por todo Brasil, são notórios patrocinadores dos grandes veículos de imprensa do país. Vide o carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo. O maior espetáculo a céu aberto do planeta, além de receber maciços subsídios governamentais, ganha patrocínios milionários de grandes marcas do mercado e fatura alto com a venda da exclusividade na cobertura da festa. Não seria essa uma forma supostamente legal de lavagem de dinheiro sujo, já que, por óbvio e notório, a ampla maioria das escolas de samba tem como patrono os contraventores mais temidos dessas cidades?
Não por acaso, como parte desse esquema mafioso, conceituadas emissoras de televisão e rádio e os jornais e portais de notícias mais lidos do Brasil se esmeram ao longo do ano para produzir matérias jornalísticas demonizando os bingos, os cassinos, o jogo do bicho e toda seara da jogatina. A pretexto de dogmas religiosos, falsos moralismos e na hipocrisia sedimentada por estatísticas inexistentes oficialmente, a "mídia-média" brasileira garante seu quinhão na divisão dos lucros da corrupção institucionalizada.
Fosse apenas um trailer pornográfico, com astros institucionais e empresas se prostituindo em troca de gordas cifras nauseabundas, talvez, um dia, o trágico poderia dar lugar ao cômico e as interjeições político-sexuais passariam aos anais da história como um período lamentável da chanchada brasileira. Mas o roteiro desse filme caminha, a passos largos, para as temáticas de terror, escorado pela bandeira da impunidade absoluta e insolúvel no maior país da América do Sul.
Vejamos os episódios mais recentes e sombrios do Caso Cachoeira: após contratar um ex-ministro da Justiça para atuar como seu advogado de defesa, o bicheiro conseguiu sua transferência do presídio de segurança máxima, em Mossoró/RN, para a porta do galinheiro, na penitenciária da Papuda, em Brasília/DF; nos dias seguintes, deputados e senadores da CPMI, instalada para investigar o caso, jantam em Paris com um dos envolvidos e a Comissão ganhou "novo foco", excluindo os principais suspeitos.
Um mês depois, o jovem juiz federal que autorizou os grampos contra a quadrilha e acabou prendendo Cachoeira, abandona o caso e é obrigado a sair do país, alegando ameaças de morte contra ele e sua família; na mesma linha de tiro, a procuradora do Ministério Público de Goiás que acompanha a ação pede proteção ao Conselho Nacional de Justiça por também ser alvo de ameaças de morte; o delegado da Polícia Civil que aparece várias vezes nas gravações telefônicas do caso está desaparecido há mais de uma semana; com diferença de três dias, dois agentes da Polícia Federal que atuaram na Operação Monte Carlo foram encontrados mortos em Brasília.
Tudo isso pode ser uma triste coincidência, mas ela cheira mal. Muito mal. Faz parte do universo sombrio produzido pela hipocrisia imperativa no que tange a pauta da legalização dos jogos no Brasil. E a imprensa "marronzista" (na melhor das expressões do antológico Odorico Paraguaçu), como meio formador de opinião, é um dos filhotes alimentados pela excrescência da manutenção dos jogos ilegais e, portanto, clandestinos e sem qualquer fiscalização de proa.
Quando você assistir ou ler uma matéria demonizando a jogatina, pode apostar: tem dinheiro sujo financiando esse marketing tergiverso. Até porque, legalizar os jogos no Brasil pode significar a redução drástica dos bilhões de reais que vertem impunes dos propinodutos financiados com o dinheiro dos nossos impostos. Não sejamos hipócritas, como eles desejam. Façamos uma reflexão profunda acerca do tema. Isso basta.
Escritor, Jornalista a Apresentador de TV

Qual será a origem do mal brasileiro?

Qual será a origem do mal brasileiro?

30.07.2012
 
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A origem seria o mau brasileiro, desde o mais reles morador de rua até o presidente da República? Assim tenho ouvido dizerem em desabafos e em falas emocionais ou apenas emissões em que alguns apenas querem ouvir o som da própria voz. O que nos escapa é que jamais tivemos uma real defesa para as ações vindas de fora, isso desde a chegada de Cabral. Sempre estivemos atrás, sempre estivemos aquém de nossa capacidade como povo e como país vivo. Mas o que mais intriga é vermos que os que realmente indigitaram o verdadeiro inimigo foram sempre varridos de cena.
Papos de esquerda sempre foram empolados e assemelhados a um idioma alienígena. Os que se diziam marxistas e que recebiam dos conservadores a pecha de comunas pareciam ter a chave para fazer abrir-se o sésamo, mas sempre foram uma ínfima, irrisória minoria, e jamais poderiam chegar a tornar comunista um país católico ou revolucionária uma gente de índole pacífica. Hoje não se ouvem esses leros barrocos e reveladores de uma obediência a um poder intangível ou simplesmente ininteligível para o brasileiro comum.
Acrescente-se a isso a megalomania dos vermelhos tupiniquins, capazes de se considerar salvadores do mundo, quando jamais passaram de seguidores de uma doutrina cuja essência muitos deles nem sonhavam alcançar ou decifrar. E o desvario dos adeptos da guerrilha montada para peitar os milicos, se até apresentou um cariz heróico e um desapego à vida e desprezo ao medo jamais vistos, acabou sendo apenas um exercício de grupos isolados. Que, se um dia, ao toque de uma vara de condão, chegassem ao poder conduzidos pelo povo sublevado, o que fariam? Seguramente entregariam a nefanda Brasília ao Politburo, "e teríamos triunfado contra o capitalismo perversor".
Gozado. Aí se formaria outra guerrilha, esta nacionalista, para peitar o soviético invasor. E aí poderia rolar outra confa, porque os EUA seguramente tratariam de "ajudar", mesmo que em oculto, para recuperar seu magnífico e imperdível quintal ao sul do Equador. Enfim, jamais fomos, jamais seremos nós. Simplesmente porque fomos de início colonizados por gente que não tinha qualquer interesse aqui senão extrativismo e outras coisas nada edificantes em termos de construir um país de verdade. Isso acabou ficando para um futuro e virou até hino do tipo ufanismo bobagem.
DESNACIONALIZAÇÃO
Mas tem o pior, e isso ninguém traz à tona. A desnacionalização desde JK - que terá trazido a indústria automobilística responsável pelo monopólio de nossa circulação de riquezas - ocorre de forma de devastação sem freio. O Brasil não tem mais nenhum projeto que não seja atender aos interesses das empresas multinacionais - todas sob um só comando - e nossa identidade foi desmantelada a ponto de estarmos sucateados como País em todos os sentidos e servindo de banquete para a sanha colonizadora multinacional.
Até nossa música foi esmagada pelas formas estrangeiras, e hoje o samba, outrora nossa identidade maior, é apenas um rio que passou em nossas vidas. Fomos o país de Tom Jobim, hoje somos o país de Michel Teló. A distância é de anos luz de retrocesso! E a quem vamos atribuir à causa dessa desgraça? Aos "governos"?
Que o horror começou em 1964, bem, pode. Mas por que não houve, quando da entrega do poder aos civis em 1985, uma retomada radical daqueles anos perdidos em que floresceram as "carreiras" citadas pelo articulista? Não tínhamos mais, àquela altura, uma possibilidade de reorganização?
Não, não tínhamos. A Rede Globo e quejandos, que vieram através da ditadura, fizeram o serviço. Desde a primeira telenovela a Globo tomou o poder. Depois foi Xuxa, Faustão, Chico Anísio - sim, ele mesmo: a Escolinha do Prof. Raimundo foi o maior achincalhe para com nossa Educação, sem contar que levou às profundezas a prática de deseducar, de avacalhar conteúdos, de concretizar a descrença nas instituições, tudo em nome de um deboche como "postura filosófica" - e conteúdos patogênicos que tais.
De fundo musical, os asiáticos Chitãozinho e Xororó puxando um retrocesso que jogou todo o País na sua pré-história cultural. A indigência e a miséria assumiram a dianteira de nossa vida social, e isso é um efeito, não uma causa.
OS REVOLUCIONÁRIOS
E os marxistas-leninistas, que certamente não sabem quem é Issachar Zederblum, não deram mais as caras para peitar os civis. Estão aí em empregos públicos ou mesmo posando de ministros e altos funcionários nessa pocilga a que fomos reduzidos e condenados. E não se fala mais nisso. "O revolucionário de hoje é o reacionário de amanhã"...
Gozado é eles agora quererem, de dentro do poder, dizer o que devem os pais fazer para educar os próprios filhos ou classificar de "preconceito lingüístico" a não aceitação do desmantelamento das concordâncias. Chegamos à era do "Nós vai" através de livro distribuído pelo Ministério da Educação - que também se preocupa em ensinar, em cartilha oficial distribuída em escolas, como fazer sexo anal.
Se há efeito, há causa. O diabo é que todos ficam rodando em círculos e rebostejando nos efeitos. E as causas, exercendo um autoritarismo devastador, estão operando sem qualquer olhar de dúvida para elas. Mas tem "Ah! se eu te pego"... Vamo bailá, gente?
Artigo publicado no site Tribuna da Internet

sábado, 28 de julho de 2012

Por que os Estados Unidos fracassaram

Por que os Estados Unidos fracassaram

28.07.2012
 
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Por Paulo Nogueira, em seu blog
Morris Berman, 67 anos, é um acadêmico americano que vale a pena conhecer.
Acabo de ler "Por Que os Estados Unidos Fracassaram", dele. A primeira coisa que me ocorre é: tomara que alguma editora brasileira se interesse por este pequeno - 196 páginas - grande livro.
A questão do título é respondida amplamente. Você fecha o livro com uma compreensão clara sobre o que levou os americanos a um declínio tão dramático.
O argumento inicial de Berman diz tudo. Uma sociedade em que os fundamentos são a busca de status e a aquisição de objetos não pode funcionar.
Berman cita um episódio que viu na televisão. Uma mulher desabou com o rosto no chão em um hospital em Nova York. Ela ficou tal como caiu por uma hora inteira, sob indiferença geral, até que finalmente alguém se movimentou. A mulher já estava morta.
"O psicoterapeuta Douglas LaBier, de Washington, tem um nome para esse tipo de comportamento, que ele afirma ser comuníssimo nos Estados Unidos: síndrome da falta de solidariedade", diz Berman. "Basicamente, é um termo elegante para designar quem não dá a mínima para ninguém senão para si próprio. LaBier sustenta que solidariedade é uma emoção natural, mas logo cedo perdida pelos americanos porque nossa sociedade dá foco nas coisas materiais e evita reflexão interior."
Berman afirma que você sente no ar um "autismo hostil" nas relações entre as pessoas nos Estados Unidos. "Isso se manifesta numa espécie de ausência de alma, algo de que a capital Washington é um exemplo perfeito. Se você quer ter um amigo na cidade, como Harry Truman disse, então compre um cachorro."
O americano médio, diz ele, acredita no "mito" da mobilidade social. Berman nota que as estatísticas mostram que a imensa maioria das pessoas nos Estados Unidos morrem na classe em que nasceram. Ainda assim, elas acham que um dia vão ser Bill Gates. Têm essa "alucinação", em vez de achar um absurdo que alguém possa ter mais de 60 bilhões de dólares, como Bill Gates.
"Estamos assistindo ao suicídio de uma nação", diz Berman. "Um país cujo propósito é encorajar seus cidadãos a acumular mercadorias no maior volume possível, ou exportar 'democracia' à base de bombas, é um navio prestes a afundar. Nossa política externa gerou o 11 de Setembro, obra de pessoas que detestavam o que os Estados Unidos estavam fazendo com os países delas. A nossa política (econômica) interna criou a crise mundial de 2008."
A soberba americana é sublinhada por Berman  em várias situações. Ele cita, por exemplo, uma declaração de George W Bush de 1988: "Nunca peço desculpas por algo que os Estados Unidos tenham feito. Não me importam os fatos." Essa fala foi feita pouco depois que um navio de guerra americano derrubou por alegado engano um avião iraniano com 290 pessoas a bordo, 66 delas crianças. Não houve sobreviventes.
Berman evoca também a Guerra do Vietnã. "Como entender que, depois de termos matado 3 milhões de camponeses vietnamitas e torturado dezenas de milhares, o povo americano ficasse mais incomodado com os protestos antiguerra do que com aquilo que nosso exército estava fazendo? É uma ironia que, depois de tudo, os reais selvagens sejamos - nós."
Você pode perguntar: como alguém que tem uma visão tão crítica - e tão justificada - de seu país pode viver nele?
A resposta é que Berman desistiu dos Estados Unidos. Ele vive hoje no México, que segundo ele é visceralmente diferente do paraíso do narcotráfico pintado pela mídia americana - pela qual ele não tem a menor admiração. "Mudei para o México porque acreditava que ainda encontraria lá elementos de uma cultura tradicional, e acertei", diz ele. "Só lamento não ter feito isso há vinte anos. Há uma decência humana no México que não existe nos Estados Unidos.
Tradução: Vila Vudu

Dez fatos chocantes sobre os Estados Unidos da América

Dez fatos chocantes sobre os Estados Unidos da América

07.07.2012
 
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Apesar de se apresentarem ao mundo como defensores dos direitos humanos no seu país e em nível internacional, os Estados Unidos cometem uma série de violações que representam o desrespeito a milhares de estadunidenses, especialmente aos mais pobres e aos negros. Neste artigo, Antônio Santos, comenta dez fatos nesse sentido.
Antônio Santos,
do Diário da Liberdade, Portugal.
 1 - Os Estados Unidos têm a maior população carcerária do mundo. Apesar de compor menos de 5% da humanidade , tem mais de 25% da comunidade presa. Em cada 100 americanos, um está preso.
Desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controlo social: à medida que o negócio das prisões privadas se alastra como gangrena, uma nova categoria de milionários consolida o seu poder político. Os donos destes cárceres são também na prática donos de escravos, que trabalham nas fábricas no interior da prisão por salários inferiores a 50 centavos de dólar por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar uma pastilha elástica. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas sobretudo os negros, que representando apenas 13% da população americana, compõem 40% da população prisional do país.
 2 - Cerca de 22% das crianças americanas vivem abaixo do limiar da pobreza
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças americanas vivam sem "segurança alimentar", ou seja, em famílias sem capacidade econômica de satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam pioresempregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.
 3 - Entre 1890 e 2012 os EUA invadiram ou bombardearam 149 países
É maior a quantidade dos países do mundo em que os EUA intervieram militarmente do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de 8 milhões de mortes causadas pelos EUA só no século XX. E por detrás desta lista escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado (como no caso do Brasil em 1964 ) e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, que conquistou o Nobel da Paz, os EUA têm neste momento mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, batendo de longe George W. Bush.
 4 - Os EUA são o único país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos pela empresa, é prática corrente que as mulheres americanas não tenham direito a nenhum dia pagonem antes nem depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença de maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia com zero semanas.
 5 - 125 americanos morrem a cada dia por não poderem pagar qualquer tipo de plano privado de saúde
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de americanos não têm), então, tem boas razões para recear mais a ambulância e os cuidados de saúde que lhe vão prestar, que um inocente ataquezinho cardíaco. As viagens de ambulância custam em média 500 euros, a estadia num hospital público mais de 200 euros por noite, e a maioria das operações cirúrgicas situadas nas dezenas de milhares, é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e como o nome indicam, terá a oportunidade de se endividar até às orelhas e também a oportunidade de ficar em casa, fazer figas e esperar não morrer desta vez.
 6 - Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres que viviam em reservas índigenas, foram esterilizadas, contra sua vontade pelo governo americano
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças, com índios e colonos a partilhar placidamente o mesmo peru à volta da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmo imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA puseram em marcha um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito numa língua que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem o ato ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo a levar a cabo esterilizações forçadas ao abrigo de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e mais tarde contra negros e índios.
 7 - Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA
Para além de ter que jurar que não é um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão-lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do "Partido Comunista", se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada "terrorista". Se responder que sim a qualquer destas perguntas, ser-lhe-á automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por "prova de fraco carácter moral".
 8 - O preço médio de um curso superior  numa universidade pública é 80 000 dólares
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que acrescidas de juros, levarão em média 15 anos a pagar. Durante esse período os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e ainda assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel-prazer, sem o consentimento ou sequer a informação do devedor. Num dia deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juro e no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes americanos ascendeu a 1,5 trilhões de dólares, subindo assustadores 500%.
9 - Os EUA são o país do mundo com mais armas de fogo por habitante: para cada 10 americanos, há 9 armas
Não é de espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com o resto do mundo: no resto do planeta, há 1 arma para cada 10 pessoas. Nos Estados Unidos, 9 para cada 10. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, qualquer coisa como 275 milhões. E esta estatística tende a se extremar, já que os americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.
10 - Há mais  americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin
A maioria dos americanos são cépticos; pelo menos no que toca à teoria da evolução, em que apenas 40% dos norte-americanos acredita. Já a existência de Satanás e do inferno, soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos americanos. Esta radicalidade religiosa explica as "conversas diárias" do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-candidato Rick Santorum, que acusou os acadêmicos americanos de serem controlados por Satã.

Rússia aposta na modernização das Forças Armadas

Rússia aposta na modernização das Forças Armadas

25.07.2012
 
Rússia aposta na modernização das Forças Armadas. 16959.jpeg
A Rússia gastará 1.200 milhões de dólares para modernizar as instalações industriais a produzirem os sistemas Iskander-M, uma arma capaz de desativar a defesa antimíssil norte-americana na Europa.

"O Iskander-M é, sem dúvida, a arma mais eficaz na sua classe e em nossa opinião bate a como de outros países. Devem formar o núcleo de tropas de mísseis as forças terrestres ", disse o primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev na terça-feira (24) em uma reunião dedicada ao desenvolvimento da indústria militar russa até 2020. Uma parte deste montante, 16.000 milhões de rublos (cerca de US $ 495 milhões) será investida pelos fabricantes de armas, o resto — pelo Estado.
A reunião teve lugar na cidade de Kolomna (80 quilômetros de Moscou), onde num instituto tem sido desenvolvido o sistema Iskander-M adotado oficialmente pelo Exército russo em 2006.

Hoje, o sistema vem em duas versões: Iskander-M, para uso doméstico e Iskander-E para exportar. De acordo com o diário russo Kommersant, a modernização das empresas (hoje em dia 17) realiza para garantir o fornecimento regular de arma e também aumentar o potencial de exportação do sistema. "A demanda para o Iskander-E no mundo é bastante elevada, mas hoje o mercado interno é uma prioridade ", disse um funcionário não identificado da Comissão da Indústria ao Kommersant.
"O novo equipamento começará fabricação em 2014, e na medida que a maioria dos contratos com o Ministério da Defesa sejam cumpridas vai intensificar a exportação do sistema devido à modernização das plantas", disse .

Os mísseis Iskander-M táticas tornaram-se o "argumento" russo contra a implantação do escudo norte-americano antimísseis na Europa, que a Rússia considera uma ameaça às suas forças de dissuasão nuclear(mísseis intercontinentais Topol-M). Em novembro de 2011, Dmitry Medvedev, então o presidente, anunciou uma série de medidas contra o sistema de defesa antimísseis. Entre elas: a implantação dos sistemas Iskander e a construção de radar Voronej DM no enclave russo de Kaliningrado, na fronteira ocidental do país. Para protegê-los na região já foi estabelecida o sistema de mísseis antiaéreos, uma nova geração de S-400.
O Iskander-M é um míssil tático de trajetória semi-balística. Possui uma ogiva convencional e CEP de 5 a 7 metros. Pode transportar uma ogiva nuclear e se deslocar com facilidade pelo campo de batalha, estradas e cidades, tanto quanto se esconder dentro de prédios, debaixo de pontes ou em estacionamentos subterrâneos. O Iskander-M tem a capacidade de destruir batalhões de sistemas MIM-104F Patriot a 480 km de distância. O míssil de cruzeiro moderno R-500 é invisível ao radar inimigo, poder de manobrabilidade, hipervelocidade e trajetória com pouca curva, evitando assim que os mísseis Iskander sejam abatidos tanto por sistemas anti-míssil como por aeronaves de interceptação.
Putin-  governo aposta na modernização
A crescente tensão no mundo, exige a melhoria da estratégia de segurança nacional,  disse o presidente russo, Vladimir Putin.

"Devemos levar em consideração não só a evolução da situação ao longo das nossas fronteiras, mas também novos desenvolvimentos em outras regiões do mundo, como Oriente Médio, o chamado" arco de instabilidade "no Norte de África, e no Afeganistão,"  declarou  Putin em uma reunião com oficiais superiores do exército, por ocasião da sua promoção a postos mais altos.

Putin disse que a defesa da Rússia continua a ser nossa prioridade "incondicional" e que o governo moderniza as Forças Armadas e faz um grande contributo para a sua revisão. Putin mencionou o fato de que a parcela da nova geração de armas e equipamentos das Forças Armadas vai chegar a 30% em três anos e 70% em cinco anos.

"Estaremos prestando especial atenção à consolidação do corpo de oficiais, e implementação de novos métodos de comandantes de formação. Formação dos soldados continua a ser a principal tarefa para os oficiais ", disse o presidente.
Lyuba Lulko
Pravda.Ru

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Investimento em educação vai quebrar o Brasil", declara Guido Mantega

Blog do Lobbo - Quando vejo uma reportagem desta e o comentário de um imbecil da estirpe do Mântega, fico com náuseas.
É só diminuirem as cachoeiras, as malas e as cuecas que vai sobrar muito dinheiro!

"Investimento em educação vai quebrar o Brasil", declara Guido Mantega

26.07.2012
A Câmara Federal aprovou, em 26/06/2012, por unanimidade - e agora a matéria está sendo analisada no Senado - o Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê, entre outras metas educacionais, investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos. O texto aprovado determina que sejam ampliados os atuais recursos de 05,1% do PIB para 07% no prazo de cinco anos até atingir os 10% ao fim da vigência do plano.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto acima), criticou, dia 04, as medidas aprovadas pelo Congresso. "Isso coloca em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro", disse durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide, em São Paulo. Explicou o ministro que o país caminha em 2012 para um dos menores déficits fiscais de toda a série histórica, em torno de 1,4% do PIB, bem como que "É com solidez fiscal que se abre espaço para reduzir os juros. Nossa dívida líquida em 35% do PIB é a menor de todos os tempos. Nossa situação fiscal é bastante sólida".
Causa perplexidade a forma como o ministro Guido Mantega trata a educação no Brasil, quando deveria ser a primeira preocupação dos governos. Investimento em educação não se mede como gastos, senhor ministro. A preocupação com a educação deveria ser um projeto de curto, médio e longo prazo de qualquer governo nacional e a principal prioridade das plataformas governamentais. E o Congresso Nacional está muito certo em aprovar medidas positivas direcionadas ao fortalecimento de nossa educação.
Não se constrói nem se reedifica uma nação sem investimento maciço na educação e cultura de seu povo. O Brasil tem uma dívida com a sua educação que precisa ser purgada não com retóricas ou tergiversações, mas com medidas efetivas que possam responsabilizar qualquer governo.
Ora bolas, que risco poderá comprometer a nossa solidez fiscal com a canalização de recursos para o fortalecimento da escola que irá produzir os alicerces de nossa estrutura social, financeira, econômica etc.? O país poderá quebrar por outras razões, mas não por investimentos educacionais.
Quanto se gasta inutilmente com a manutenção ostentosa dos Três Poderes, em Brasília: salários fabulosos, mordomias, privilégios e tudo o mais? Não se vê do governo federal uma prestação de contas à sociedade do que é arrecadado e onde o dinheiro está sendo aplicado. Por exemplo, não existe no plano federal um índice único de reajuste salarial nos Três Poderes. Por quê? A Constituição Federal no Art.37-X determina uniformidade de índice de reajuste salarial. Agora mesmo os servidores sem concurso dos gabinetes de deputados federais foram reajustados em 30%.
Se o Congresso, acossado pelas críticas sociais, não fizer a sua parte tornando o Plano Nacional de Educação mais consentâneo com as necessidades educacionais, quando o governo tomaria medidas realistas, se ele está mais preocupado em vender a imagem de um Brasil robusto, de solidez fiscal, etc., enquanto graves problemas sociais e educacionais não são combatidos com a competência devida? Não adianta apresentar o doente todo maquiado de cor saudável se o seu organismo não está funcionando bem.
Texto publicado no Jornal Grito Cidadão
*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado e mora em Balneário Camboriú - SC - juliocmcardoso@hotmail.com