domingo, 7 de dezembro de 2014

Guerra contra Rússia foi erro fatal de Napoleão

Por Mikhail Aristov
1
24 Junho 2012, 17:48

Guerra contra Rússia foi erro fatal de Napoleão

Guerra contra Rússia foi erro fatal de Napoleão

Há 200 anos atrás, em 24 de junho de 1812, o exército de Napoleão de 600 mil homens invadiu o Império Russo. Começou uma guerra que mais tarde o imperador francês iria considerar como o seu erro fatal.

Na Rússia, esta guerra originou uma onda de patriotismo sem precedentes, tendo recebido a designação de Guerra Patriótica. Ao iniciar a invasão, o conquistador da Europa nem imaginava que, passados 6 meses de uma luta feroz ,o seu exército seria derrotado por completo.
Para o Imperador francês, a Rússia foi uma espécie de “pedra no sapato” na direcção ao domínio mundial. Alguns anos antes da tomada da decisão fatídica, Napoleão fez tentativas para obrigar a Rússia fazer uma união. Até, por duas vezes sem sucesso, tentou conquistar as irmãs do imperador russo Alexander I.
O pretexto formal da agressão foi a recusa da Rússia de aderir ao bloqueio continental económico da Grã-Bretanha, no qual ela devia participar face ao cumprimento do Acordo de Tilzit. O Napoleão partiu para esta campanha militar com as suas melhores tropas, sendo o seu núcleo o exército regular. Eram as mesmas tropas que haviam vencido nas batalhas de Marengo, Austerlitz, Jena e na batalha de Auerstedt, eram soldados de velha guarda, encabeçados por grandes chefes militares franceses, tais como o Marechal Ney, Murat, Davout entre outros. Mas as fileiras do exército de Napoleão também contavam com muitos soldados dos dezasseis países europeus que foram conquistados à data deste evento histórico.
Pelo número de militares, o exército russo era vezes mais pequeno que o francês. Para mais, as suas principais unidades estavam espalhadas a grandes distâncias entre si, sublinha o especialista principal da Secção da informação científica do Museu-Panorama Borodinskaia Bitva Alexei Monakhov.
“Isto foi a principal causa que obrigou as tropas russas a desistir de operações rápidas no início da campanha. Era evidente que a batalha principal com esta correlação de forças seria um perigo mortal.”
Napoleão queria derrotar as tropas russas por unidades, mas elas sempre conseguiam passar para o interior do país com tendência de se unificarem. O que não significa que não tivesse havido grandes batalhas no início da guerra. Por exemplo, os cossacos do ataman Plakhov e os hussardos do general Kulnev várias vezes atacaram o inimigo causando-lhe grandes perdas. No início do agosto, dois grandes exércitos russos liderados por Bagration e Barclay de Tolly conseguiram unir-se. Logo a seguir, foi nomeado para o cargo do comandante-chefe das tropas russas um grande chefe militar, Golenichtchev-Kutuzov. Passado pouco tempo, no dia 7 de setembro, houve a grande Batalha de Borodino.
Mais tarde, o imperador francês reconheceu que entre 50 batalhas por ele conduzidas, “a batalha nos acessos a Moscou foi a prova de maior bravura e de menor sucesso. Os franceses demonstraram que mereciam vencer e os russos conquistaram o direito de serem considerados invencíveis”. No dia 19 de setembro, o exército desgastado de Napoleão entrou em Moscou onde ficou durante um mês à espera da capitulação.
Nos últimos tempos tem crescido o interesse dos historiadores europeus em relação à campanha militar de Napoleão contra a Rússia, afirma o chefe principal do arquivo do Museu-Panorama Borodinskaia Bitva Lidia Ivtchenko.
“Uma das monografias mais conceituadas sobre a Guerra Patriótica de 1812 nasceu em França. O seu autor é uma senhora, Marie-Pierre Rey. Antes ela tinha publicado uma monografia sobre o Alexander I. Mas, provavelmente, uma das obras mais brilhantes sobre o tema pertence ao investigador britânico Dominic Lieven. Também não esqueçamos que só estamos falando de historiadores que dominam a língua russa, o que significa que as suas histórias não são fantasias, até porque eles trabalhavam nos arquivos russos”.
No seu livro “Napoleão contra a Rússia”, Dominic Lieven contradiz a opinião de que a derrota do Napoleão foi provocada por um inverno prolongado, as grandes dimensões do território russo e pelo próprio acaso. Na opinião do historiador da escola londrina, o exército russo era um dos melhores na Europa, os seus chefes militares demonstraram sucesso porque a sua estratégia de contraposição foi escrupulosamente planeada.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_24/napoleao-russia-grande-guerra-patriotica-1812-batalha/

Nenhum comentário:

Postar um comentário