quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mais de 1.300 pessoas morreram no ataque químico na periferia de Damasco

Mais de 1.300 pessoas morreram no ataque químico na periferia de DamascoUm dirigente da oposição síria, afirmou que a chacina representa um golpe de misericórdia nas esperanças de achar uma solução política para o conflito na Síria

Publicação: 21/08/2013 10:18 Atualização: 21/08/2013 11:14

Beirute - A oposição síria acusou a comunidade internacional de ser cúmplice, pelo silêncio, do ataque com armas químicas realizado pelo regime sírio na periferia de Damasco, o que teria causado a morte de mais de 1.300 pessoas. O regime de Damasco e o exército negaram categoricamente o uso de armas químicas nesta região, evocando alegações "infundadas".

Homem afetado por gás químico respira por máscara de oxigênio em Damasco (Fadi al-Dirani/Shaam News Network/Reuters)
Homem afetado por gás químico respira por máscara de oxigênio em Damasco

O ataque ocorre poucos dias após uma equipe de inspetores de armas químicas da ONU iniciar seus trabalhos na Síria para investigar o uso de tais armas no conflito que já causou mais de 100 mil mortos desde março de 2011."O que nos mata e mata nossas crianças não é apenas o regime. A indecisão americana nos mata. O silêncio de nossos amigos nos mata. O abandono da comunidade internacional nos mata, a indiferença dos árabes e muçulmanos, a hipocrisia do mundo que se acredita livre nos mata", declarou em uma coletiva de imprensa em Istambul George Sabra, líder da Coalizão Nacional de oposição.

"O regime tripudia da ONU e das grandes potências quando ataca perto de Damasco com armas químicas, no momento em que a comissão de investigação internacional se encontra a poucos passos de distância", acrescentou Sabra. "Onde está a comunidade internacional. Onde está a honra?", insistiu, falando dos 1.300 mortos no ataque desta quarta-feira (21).

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"Todo discurso sobre a conferência de Genebra 2 e as propostas políticas são nulas com o prosseguimento desses massacres. O que tem acontecido destroi qualquer esforço político pacífico e torna absurdo todo discurso a este respeito", completou. Sabra fez referência à conferência de paz internacional sobre a Síria - Genebra 2 - planejada por Moscou e Washington, mas cuja organização se arrasta há meses. Representantes da Rússia e dos Estados Unidos devem se reunir novamente na próxima semana para prepará-la.

O Reino Unido afirmou que vai levar ao Conselho de Segurança da ONU as alegações da oposição síria sobre o uso de armas químicas por parte do regime.O ministro das Relações Exteriores, William Hague, disse estar profundamente preocupado com as informações da oposição sobre a morte de centenas de pessoas. O presidente francês, François Hollande, também vai pedir que a ONU envie seus inspetores à área do ataque para verificar se houve uso de neurotóxicos contra a população síria, segundo a porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem.

O chefe da oposição síria igualmente exigiu uma reunião urgente do Conselho. "Peço ao Conselho de Segurança da ONU que realize uma reunião urgente para assumir suas responsabilidades ante esta matança", afirmou Ahmad Jarba ao canal Al-Arabiya.

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