General Jeffrey Sinclair é acusado de diversos crimes sexuais nos Estados Unidos. (Associated Press)
O general estadunidense Jeffrey Sinclair, acusado de crimes sexuais graves, teve a continuação, nesta sexta (16), do processo preparatório de seu julgamento, por uma corte marcial, depois que o Pentágono (Departamento de Defesa) anunciou novas medidas para combater estas condutas nas fileiras militares.
O militar enfrenta acusações de sodomia forçada, conduta sexual ilegal, adultério, relações inapropriadas com várias mulheres, fraude, desobediência a seus superiores, posse de pornografia, consumo de bebidas alcoólicas em seu posto de trabalho, e outras contravenções do código de justiça militar.
Sinclair declarou-se inocente de todas as acusações, e seu caso constitui uma prova da forma em que o comando militar estadunidense maneja as alegações de ataques sexuais, delitos que são uma epidemia dentro das forças armadas, divulgou o jornal The Washington Post.
O júri é composto por cinco generais, todos homens, que foram designados pela chefia desse serviço armado, após a entrevista de 40 oficiais dessa patente, a maioria dos quais não foram aceitos por terem vínculos de algum tipo com o acusado.
O julgamento contra Sinclair, ex-vice chefe da 82 Divisão Aerotransportada, unidade do Exército com sede em Fort Bragg, Carolina do Norte, começará no próximo 30 de setembro, ainda que nas próximas semanas sejam realizadas audiências prévias.
Os preparativos do processo acontecem em meio a uma crescente preocupação no Pentágono pelo incremento inusitado deste tipo de delitos dentro das forças armadas estadunidenses, inclusive entre oficiais de alta graduação.
Um total de 18 generais e almirantes foram exonerados recentemente, 10 deles perderam seus trabalhos devido a indisciplinas relacionadas com sua conduta sexual, e outros por corrupção e problemas de vício em bebidas alcoólicas.
O secretário de Defesa, Charles Hagel, anunciou novas medidas para enfrentar esta situação, diante da pressão do Congresso, onde se discute um projeto de lei para eliminar da rede de comando militar a faculdade para decidir se se processam ou não os acusados de condutas desse tipo.
A senadora democrata Kirsten Gillibrand, uma das organizadoras da legislação, disse que as medidas anunciadas por Hagel não resolvem o sério problema que se enfrenta nas forças armadas, onde existe uma falta de confiança no sistema de confronto aos delitos sexuais.
Gillibrand, que conta com o apoio de 46 de seus colegas, acrescentou que as vítimas não denunciam seus agressores por temor a represálias, pelo que se precisa de um sistema de justiça militar independente e objetivo, que não esteja manipulado como o atual.
Um relatório recente do Pentágono reconheceu que em 2012 foram divulgados mais de 26 mil delitos desse tipo nas instituições militares, o que significou um crescimento de mais de um 30 por cento em relação com 2010.
Fonte: Prensa Latina
Nenhum comentário:
Postar um comentário