segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Dispositivo criado na Unicamp indica a concentração de chumbo na água

Dispositivo criado na Unicamp indica a concentração de chumbo na água

O novo aparelho chama atenção pelo tamanho e pela praticidade

Reuters


A preocupação com a água que assola o país inquieta cientistas há tempos. Nos laboratórios, buscam soluções que variam do controle do desperdício à despoluição. É o caso de um dispositivo criado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante o mestrado, Rodrigo Reigota César desenvolveu um aparelho portátil capaz de identificar a quantidade de chumbo na água, um dos grandes problemas ambientais da modernidade e um risco à saúde humana.

“O chumbo foi amplamente utilizado na construção de canos de esgoto, para a fabricação de baterias, cabos elétricos e blindagem na indústria nuclear. Com o passar dos anos, esse metal pesado foi substituído e descartado; muitas vezes, de maneira incorreta, contaminando o solo, e, consequentemente, lagos e rios”, explica Reigota.

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O cientista chama atenção para o fato de o equipamento poder ser usado em lugares distantes, facilitando a identificação de impurezas da água mesmo em regiões de acesso dificultado. “A grande vantagem desse dispositivo é que ele poderá ir a campo, na área da possível contaminação, lago, mar, rio ou solo. Dessa maneira, teríamos um resultado imediato”, completa Reigota, que, agora, no doutorado, trabalho no aperfeiçoamento desse transistor de efeito de campo sensível a íon (Isfet, pela sigla em inglês)

Os Isfet são usados nas áreas química e biológica para, por exemplo, a realização de diagnósticos médicos. A partir de um Isfet capaz de identificar cátions e ânions em água, Reigota criou uma versão seletiva para chumbo. “Realizei um estudo do estado da arte e do funcionamento desse dispositivo, detalhando todo o processo de fabricação, bem como a caracterização estrutural e elétrica. Ele pode ser aplicado para detecção de pH (indicador de acidez, neutralidade ou alcalinidade) e concentrações de chumbo na água”, detalhou, em entrevista ao Jornal da Unicamp. 

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