segunda-feira, 11 de junho de 2012

Hugo Chávez ignora saúde frágil e oficializa candidatura na Venezuela


Hugo Chávez ignora saúde frágil e oficializa candidatura na Venezuela

Publicação: 11/06/2012 21:56 Atualização:
Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, inscreveu nesta segunda-feira sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - acompanhado por simpatizantes e em meio a dúvidas envolvendo sua saúde -, para buscar o terceiro mandato, que lhe permitiria completar 20 anos no poder.

"Como participante do jogo político, comprometo-me a reconhecer, ante a Venezuela e o mundo, o resultado das eleições presidenciais", disse Chávez às autoridades do CNE enquanto oficializava sua candidatura e entregava seu programa de governo para 2013-2019, com o qual medirá forças com o candidato de oposição Henrique Capriles Radonski.

Chávez, 57, no poder desde 1999, percorreu do alto de um caminhão as poucas quadras do centro de Caracas que separam o Palácio de Miraflores - sua residência oficial - da sede eleitoral, em meio a uma "maré vermelha" de simpatizantes.

Vestindo sua tradicional boina vermelha, Chávez, que se classifica como "candidato da pátria", estava acompanhado de suas filhas e de colaboradores mais próximos. Ele foi saudando seus seguidores até a chegada ao CNE.

O governante faz tratamento contra um câncer, cujo tipo não foi divulgado, desde junho de 2011. Embora ele tenha confirmado o "sucesso" dos últimos exames, realizados após o fim da radioterapia contra uma reincidência diagnosticada em fevereiro, persistem as dúvidas sobre seu estado de saúde.

Segundo o CNE, os candidatos podem ser substituídos "até 10 dias antes das eleições, e, em caso de não haver tempo para mudar as cédulas, os votos irão automaticamente para o candidato substituto".

O ex-governador do estado de Miranda Henrique Capriles caminhou neste domingo do leste de Caracas até o CNE (cerca de 10km), também acompanhado de uma multidão, para oficializar sua candidatura.

Capriles, 43, foi eleito candidato único da oposição em fevereiro, em primárias inéditas organizadas pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Para muitos, ele representa a tentativa mais sólida de tirar o poder de Chávez, após 13 anos. Mas pesquisas de opinião dão ao presidente uma vantagem de 7% a 30% nas intenções de voto.

Durante o dia, o centro de Caracas foi tomado por dezenas de milhares de chavistas, que encheram praças, onde prédios oficiais foram decorados com cartazes e bonecos infláveis representando o presidente.

"Cada um de nós é um soldado de Chávez, vamos buscar votos para o presidente", disse Ana Luzardo, 48, trabalhadora social do estado de Zulia (oeste), que chegou à concentração às 7h e pediu ao governante que continuasse descansando, para que se recuperasse do câncer.

"Viemos dar apoio ao nosso presidente, estamos com ele até a vitória", acrescentou Ana, dizendo-se muito agradecida a Chávez por ter dado "aos pobres todos os benefícios, saúde, educação e liberdade".

Sua companheira de marcha, Yudith Iriarte, 46, que veio do interior do país, afirmou, emocionada: "Daremos a vida pelo nosso presidente, se for necessário. Em cada um de nós há um Chávez. O que conquistamos não iremos perder".

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