[Robert] Gates sobre guerras
10.01.2014
É muito mais fácil entrar, que sair de guerras. Os que perguntam sobre estratégias de retirada ou querem saber o que acontecerá se os pressupostos estiverem errados raramente são bem-vindos à mesa de negociações, quando os cospe-fogo clamam que ataquemos e ataquemos - como fizeram pregando a invasão do Iraque, a intervenção na Líbia e na Síria, o bombardeio de instalações nucleares do Irã.
Dois interessantes parágrafos do livro de memórias do ex-Secretário de Defesa Robert Gates,[1] lançado essa semana:
"É muito mais fácil entrar, que sair de guerras. Os que perguntam sobre estratégias de retirada ou querem saber o que acontecerá se os pressupostos estiverem errados raramente são bem-vindos à mesa de negociações, quando os cospe-fogo clamam que ataquemos e ataquemos - como fizeram pregando a invasão do Iraque, a intervenção na Líbia e na Síria, o bombardeio de instalações nucleares do Irã.
Mas em décadas recentes, os presidentes confrontados com problemas duros, difíceis, no exterior, têm sido rápidos demais em levar a mão ao coldre. Nossa política de segurança nacional e externa tornou-se por demais militarizada; o uso da força, fácil demais para os presidentes.
Hoje, excesso de ideólogos convocam a força norte-americana como primeira opção, não como um último recurso. Na esquerda, ouve-se falar da "responsabilidade de proteger" civis, para justificar intervenção militar na Líbia, na Síria, no Sudão, noutras pontos. Na direita, não atacar a Síria ou o Irã é apresentado como abdicar da liderança norte-americana.
Hoje, excesso de ideólogos convocam a força norte-americana como primeira opção, não como um último recurso. Na esquerda, ouve-se falar da "responsabilidade de proteger" civis, para justificar intervenção militar na Líbia, na Síria, no Sudão, noutras pontos. Na direita, não atacar a Síria ou o Irã é apresentado como abdicar da liderança norte-americana.
E assim, o resto do mundo vê os EUA como país militarista, rápido no lançar aviões, mísseis cruzadores e drones bem entrados além fronteiras de países soberanos ou em espaços não governados. Há limites para o que possa fazer mesmo a mais forte e maior nação da Terra - e não é verdade que qualquer ofensa, qualquer ato de agressão, de opressão ou qualquer crise deva gerar resposta militar dos EUA.
Gates tem razão. Pesquisas de opinião, em todo o mundo, mostram que os EUA são vistos como - com ampla vantagem sobre o segundo colocado - a maior ameaça[2] à paz global. Dominação é vício muito caro.[3]
Mas, a menos que as consequências disso tudo se tornem óbvias para todos os eleitores nos EUA, não há sinais de que esse fato leve a mudança na direção geral das políticas nos EUA. *******
Mas, a menos que as consequências disso tudo se tornem óbvias para todos os eleitores nos EUA, não há sinais de que esse fato leve a mudança na direção geral das políticas nos EUA. *******
[1] 7/1/2014, Robert M. Gates, Wall Street Journal, excerto de Duty: Memoirs of a Secretary at War [Dever: Memórias de um Secretário em Guerra], lançado pela editora Knopf, nessa 3ª-feira (emhttp://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304617404579306851526222552
[2] http://cnsnews.com/news/article/patrick-goodenough/and-country-posing-greatest-threat-peace-2013-ends
[3] http://www.atimes.com/atimes/World/WOR-01-080114.html [em tradução].
8/1/2014, The Moon of Alabama - http://www.moonofalabama.org/
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