Os Estupradores da Política Brasileira e os boatos sobre Teori jogar Lula no colo do Sérgio Moro
Edição do Alerta Total
Em tempos de guerra de todos contra todos, rolam grampos e boatos por ar e por terra em Brasília (que tem um amplo mar de lama). No feriado de Corpus Christi, o mais intenso burburinho dava conta de que o ministro Teori Zavascki já teria mandado para o juiz Sérgio Moro o inquérito sobre Lula na Lava Jato. Especulava-se sobre uma "prisão" do $talinácio...Quem poderia imaginar que a divulgação pública de gravações de indiscretas conversas, nada republicanas, entre políticos seriam capazes de expor como funciona o que os alemães classificam de "Governo de Gangsters" no Brasil?
A "grampolândia" (interceptações telefônicas legais ou meras gravações ocultas, que devem ser questionadas nos tribunais) revelou o modus operandi e desnudou como e o que pensa a cúpula do desgoverno do crime organizado. Eles são os "estupradores" da Política, da Economia e da Pátria.
Podemos tirar várias impressões e conclusões das várias conversas do mantidas pelo "Gravador-Geral da República da Lava Jato", Sérgio Machado, com seus principais aliados (por enquanto apenas do PMDB, mas outros dirigentes de partidos mais ou menos votados já devem ter entrado na dança).
O inaugurador da "Nova República" que já nasceu caduca e esclerosada, o imortal, senador aposentado e ex-Presidente da República José Sarney, nos proporcionou as mais duras constatações acerca da gravíssima crise institucional brasileira, em claro ritmo de ruptura, apesar do cínico discurso oficial em contrário.
Vale como registro histórico a transcrição de dois trechos do papo nada reto entre Sarney e o "amigo" Sérgio Machado. Os dois começam batendo em Sérgio Moro:
MACHADO – Não teve um jurista que se manifestasse. E a mídia tá parcial assim. Eu nunca vi uma coisa tão parcial. Gente, eu vivi a revolução [...]. Não tinha esse terror que tem hoje, não. A ditatura da toga tá f***.
SARNEY – A ditadura da Justiça tá implantada, é a pior de todas!
MACHADO – E eles vão querer tomar o poder. Pra poder acabar o trabalho.
Ainda na ofensiva contra o juiz da Lava Jato, Machado e Sarney aproveitam para falar mal das nomeações que a Presidenta Dilma Rousseff fez para o Supremo Tribunal Federal:
SARNEY – E com esse Moro perseguindo por besteira.
MACHADO – Presidente, esse homem tomou conta do Brasil. Inclusive, o Supremo fez porque é pedido dele. Como é que o Toffolil e o Gilmar fazerm uma p*** dessa? Se os dois tivessem votado contra, não dava. Nomeou uns ministro de m*** com aquele modelo.
SARNEY – Todos.
Ao reclamar da "ditadura da Justiça", que classificou como "a pior de todas", José Sarney forçou a cúpula do judiciário a partir para uma pragmática ofensiva contra o crime organizado. Falas como a de Sarney tiraram a cúpula de magistrados da zona de conforto. As togas foram rasgadas e arrancadas simbolicamente.
O dilema desfeito pelas hediondas conversas entre a turma da Lava Jato, na tentativa de obstruir a ação da "Justiça", foi: ou os magistrados combatem o crime, ou serão destruídos por ele. Parece que o judiciário começa a funcionar a forceps, por pressão legítima daquela tal de "opinião pública".
O Supremo Tribunal Federal parece que demorou um pouco, mas entendeu que se tornou maior que eles a força simbólica popular do juiz Sérgio Fernando Moro. Mesmo não sendo uma unanimidade entre alguns colegas togados - que fazem muxoxos e questionam a atuação do titular da vara 13 de Curitiba -, a maioria no judiciário acabou forçada a se convencer que o Brasil da impunidade não aceita mais que tenhamos "apenas um Moro" cumprindo seu dever de servidor público da magistratura.
Apesar do avanço, é preciso intensificar a vigilância cívica. Embora divulgado apenas agora, a conta-gotas, o teor das gravações do Machado é conhecido, há muito tempo, pela cúpula do judiciário. Agora, quando as duras palavras vêm a público, ocorre o teatro da indignação que, por motivos óbvios, se transforma em reação.
A maioria dos brasileiros mobilizados nas redes sociais ficou chocada com o hediondo estupro de uma adolescente de 16 anos por 33 marginais no Rio de Janeiro. Será que a maioria compreendeu que tal crime é consequência da impunidade em uma sociedade ainda conivente com o crime e leniente com um judiciário que não funciona Direito (sem trocadilho infame)?
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