O BRASIL ESTÁ DE LUTO! O Ladrão

O BRASIL ESTÁ DE LUTO!

O LADRÃO

Marcelo Rates Quaranta

Os dois policiais entram na delegacia, trazendo um homem algemado para apresentar ao delegado.

- É esse aqui o meliante, doutor! É ladrão de banco confesso! - diz um deles.

- Descobrimos porque por onde ele passava as pessoas gritavam: "Ladrão! Ladrão! Roubou o banco!" Perguntamos se ele era isso mesmo, e ele confirmou na maior cara de pau! - diz o outro.

O delegado olha o sujeito barbudo e mau encarado de cima a baixo e começa o interrogatório:

- Ahhh... então quer dizer que você é ladrão de banco não é? Logo vi! Nunca me enganei! Conheço um ladrão assim que vejo! Meliante! Vagabundo! Vai pegar uns vinte anos por isso!

O preso continua calado...

- Tem alguma coisa a dizer em sua defesa? - pergunta o delegado.

- Não senhor, doutor, eu só queria ligar para os meus advogados!

- Advogados? Quantos advogados?

- Seis. Quero ligar pra um por um.

O delegado pensa um pouco e disponibiliza o telefone. O preso liga pra um por um. Em pouco tempo o telefone toca e alguém fala com o delegado, que apenas balança a cabeça e vai ficando cada vez mais pálido. Desliga o telefone meio desconcertado e olha para o preso sem saber o que falar. O próprio preso quebra o silêncio:

- Mais alguma pergunta, delegado?

- Sim senhor.. Só uma! O senhor quer tomar leite com biscoitos antes dos meus dois estúpidos agentes deixarem o senhor em casa no meu carro particular?

Os agentes vão à loucura.

- Doutor, ficou doido? Esse aí é um ladrão de bancos!

O delegado chama os agentes no canto e responde baixinho:

- Suas bestas... Vocês prenderam um figurão do PT! Sabem que banco ele roubou? O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social! E sabe quem são os advogados dele? Seis dos ministros do Supremo! E não queiram nem saber com quem ele vai dividir a grana... Agora peçam desculpas de joelhos pelo mal entendido e levem o doutor em casa!

Não se faz mais policiais como antigamente. Como é que não reconheceram o "doutor"?