A opção golpista da oposição
Faltando menos de sete meses para as eleições presidenciais do dia 7 de outubro, o palco político venezuelano está marcado pelo impressionante e crescente apoio das grandes maiorias populares ao presidente Hugo Chávez.
Os resultados de todas as pesquisas realizadas nos últimos seis meses outorgam ao atual mandatário e candidato à reeleição uma cômoda vantagem nessas eleições, que deve crescer ou pelo menos manter-se na medida em que a população menos favorecida, que é a maioria, adquira mais consciência das vantagens de um projeto político concebido para melhorar suas condições de vida.
Em fevereiro passado, as organizaçõoes políticas opositoras elegeram em eleições internas como candidato único para enfrentar Chávez a Henrique Capriles Radonski, um genuíno representante de poderosos grupos econômicos nacionais estreitamente vinculados a multinacionais estrangeiras.
A eleição de Capriles Radonski evidencia que a oligarquia venezuelana decidiu tomar diretamente em suas mãos a direção da campanha eleitoral para voltar ao governo, deixando de lado intermediários tradicionais que compartilharam a condução do Estado durante décadas, como os partidos Ação Democrática e Copei, segundo critério de numerosos analistas.
Ainda que a campanha eleitoral só comece oficialmente em agosto, desde muito cedo a oposição começou a promover seu candidato, mas, sobretudo, a realizar ações dirigidas a criar intranquilidade e temor na população, como parte de uma muito orquestada estratégia de instabilidade na qual os meios de difusão privados desempenham um papel de primeira ordem.
Ocasionalmente aparece, de maneira pública, a mão de Washington - que não esconde sua aversão ao governo de Chávez - intermediada por especialistas da subversão como Róger Noriega, entre outros.
Novo golpe?
Mas frente à certeza de uma quase inevitável reeleição do governante atual, alguns analistas caraquenhos começaram a considerar outros caminhos que a oposição pode seguir. Afirma-se, por exemplo, que a oligarquia venezuelana, conivente com os Estados Unidos, desenvolve uma estratégia golpista para voltar ao governo.
Esta é a tese exposta em um artigo publicado em 15 de março pelo jornal caraquenho Vea, na coluna Un grano de maíz (Um Grão de Milho), do jornalista Toby Valderrama, com o título Estranha Campanha.
"Os gringos e seus agentes nacionais estão desenvolvendo uma estranha campanha eleitoral. Se um observador analisa os passos que dão, não teria dúvidas em concluir que a campanha não procura votos, pelo contrário, se trata de uma estratégia golpista", diz o artigo em seu primeiro parágrafo.
O autor apoia essa tese descrevendo cinco componentes da estratégia opositora nessa direção, começando pelas ações dirigidas a criar "a imagem de um Chávez tirânico que ameaça a paz dos países do norte e faz alianças com o narcoterrorismo internacional".
"O mesmo fizeram com Saddam e Kadaffi, e agora estão fazendo com a Síria. Precisam justificativa para conseguir apoio na opinião pública gringa e europeia para o golpe. A inteligência israelense é muito ativa nessa tarefa", escreve.
De acordo com Valderrama, o segundo exposto é que "magnificam a doença do Comandante, tirando o presidente da contenda política, 'se continuasse seria um mártir', constroem o célebre 'vazio de poder', agora devido à doença".
"Por isso as declarações de médicos e jornalistas prognosticando desfechos. Desta maneira preparam a justificativa do golpe, que já não seria contra Chávez".
No terceiro componente, o artigo expõe que "dada a suposta situação de vazio, midiaticamente criada, inventam que uns generais bolivarianos darão um golpe para resguardar seus interesses".
Isto se une ao exposto por Valderrama mais adiante, no quinto componente, no qual destaca a estratégia opositora de ataque aos altos comandos e oficiais superiores das Forças Armadas, em uma tentativa de "enfraquecê-las, plantar dúvidas, abrir caminho e acalmar a vergonha da traição".
Destaca no artigo a descrição de outra linha de ação opositora dentro dessa estratégia, dirigida ao setor petroleiro, a mais importante indústria do país e fonte da maior parte dos ingressos da Venezuela. "O candidato gringo, Capriles, e o resto da oposição, concentram sua campanha contra a Pdvsa (a empresa estatal Petróleos de Venezuela, S.A,) e de seu presidente. Surge uma pergunta: por que esse empenho contra a petroleira, se estão em campanha eleitoral, se ali não estão os votos", diz o artigo.
"A resposta - explica - é singela: tratam de desmoralizar os trabalhadores petroleiros, isolá-los de seus líderes, de garantir-lhes uma estabilidade enganosa, porque desativar os petroleiros é uma peça fundamental do golpe".
E agrega depois: "Os gringos analisaram que a descomunal agressão contra a pátria, a sabotagem petroleira (2002-2003), a paralisação total do país, falhou devido à resistência heroica dos trabalhadores petroleiros, seus líderes, o povo e os militares. Usam a confusão eleitoral para fazer seu trabalho de sapa".
"Os passos estão claros, estamos submersos em uma batalha dirigida por escritórios de inteligência europeus, gringos e israelenses. Tratam de enforcar o exemplo da Revolução Bolivariana", conclui o autor do artigo.
Nesse sentido, chama a enfrentar a agressão: "O primeiro - diz - é unidade ao redor do Comandante, as palavras de ordem "Com Chávez tudo, sem Chávez nada!" e "Com Chávez resteados!" (incondicionalmente, gíria popular venezuelana) devem guiar as mobilizações, e cada mobilização deve ser um alerta ao gringo e também uma ação formadora e informadora".
Fonte: Prensa Latina
Em fevereiro passado, as organizaçõoes políticas opositoras elegeram em eleições internas como candidato único para enfrentar Chávez a Henrique Capriles Radonski, um genuíno representante de poderosos grupos econômicos nacionais estreitamente vinculados a multinacionais estrangeiras.
A eleição de Capriles Radonski evidencia que a oligarquia venezuelana decidiu tomar diretamente em suas mãos a direção da campanha eleitoral para voltar ao governo, deixando de lado intermediários tradicionais que compartilharam a condução do Estado durante décadas, como os partidos Ação Democrática e Copei, segundo critério de numerosos analistas.
Ainda que a campanha eleitoral só comece oficialmente em agosto, desde muito cedo a oposição começou a promover seu candidato, mas, sobretudo, a realizar ações dirigidas a criar intranquilidade e temor na população, como parte de uma muito orquestada estratégia de instabilidade na qual os meios de difusão privados desempenham um papel de primeira ordem.
Ocasionalmente aparece, de maneira pública, a mão de Washington - que não esconde sua aversão ao governo de Chávez - intermediada por especialistas da subversão como Róger Noriega, entre outros.
Novo golpe?
Mas frente à certeza de uma quase inevitável reeleição do governante atual, alguns analistas caraquenhos começaram a considerar outros caminhos que a oposição pode seguir. Afirma-se, por exemplo, que a oligarquia venezuelana, conivente com os Estados Unidos, desenvolve uma estratégia golpista para voltar ao governo.
Esta é a tese exposta em um artigo publicado em 15 de março pelo jornal caraquenho Vea, na coluna Un grano de maíz (Um Grão de Milho), do jornalista Toby Valderrama, com o título Estranha Campanha.
"Os gringos e seus agentes nacionais estão desenvolvendo uma estranha campanha eleitoral. Se um observador analisa os passos que dão, não teria dúvidas em concluir que a campanha não procura votos, pelo contrário, se trata de uma estratégia golpista", diz o artigo em seu primeiro parágrafo.
O autor apoia essa tese descrevendo cinco componentes da estratégia opositora nessa direção, começando pelas ações dirigidas a criar "a imagem de um Chávez tirânico que ameaça a paz dos países do norte e faz alianças com o narcoterrorismo internacional".
"O mesmo fizeram com Saddam e Kadaffi, e agora estão fazendo com a Síria. Precisam justificativa para conseguir apoio na opinião pública gringa e europeia para o golpe. A inteligência israelense é muito ativa nessa tarefa", escreve.
De acordo com Valderrama, o segundo exposto é que "magnificam a doença do Comandante, tirando o presidente da contenda política, 'se continuasse seria um mártir', constroem o célebre 'vazio de poder', agora devido à doença".
"Por isso as declarações de médicos e jornalistas prognosticando desfechos. Desta maneira preparam a justificativa do golpe, que já não seria contra Chávez".
No terceiro componente, o artigo expõe que "dada a suposta situação de vazio, midiaticamente criada, inventam que uns generais bolivarianos darão um golpe para resguardar seus interesses".
Isto se une ao exposto por Valderrama mais adiante, no quinto componente, no qual destaca a estratégia opositora de ataque aos altos comandos e oficiais superiores das Forças Armadas, em uma tentativa de "enfraquecê-las, plantar dúvidas, abrir caminho e acalmar a vergonha da traição".
Destaca no artigo a descrição de outra linha de ação opositora dentro dessa estratégia, dirigida ao setor petroleiro, a mais importante indústria do país e fonte da maior parte dos ingressos da Venezuela. "O candidato gringo, Capriles, e o resto da oposição, concentram sua campanha contra a Pdvsa (a empresa estatal Petróleos de Venezuela, S.A,) e de seu presidente. Surge uma pergunta: por que esse empenho contra a petroleira, se estão em campanha eleitoral, se ali não estão os votos", diz o artigo.
"A resposta - explica - é singela: tratam de desmoralizar os trabalhadores petroleiros, isolá-los de seus líderes, de garantir-lhes uma estabilidade enganosa, porque desativar os petroleiros é uma peça fundamental do golpe".
E agrega depois: "Os gringos analisaram que a descomunal agressão contra a pátria, a sabotagem petroleira (2002-2003), a paralisação total do país, falhou devido à resistência heroica dos trabalhadores petroleiros, seus líderes, o povo e os militares. Usam a confusão eleitoral para fazer seu trabalho de sapa".
"Os passos estão claros, estamos submersos em uma batalha dirigida por escritórios de inteligência europeus, gringos e israelenses. Tratam de enforcar o exemplo da Revolução Bolivariana", conclui o autor do artigo.
Nesse sentido, chama a enfrentar a agressão: "O primeiro - diz - é unidade ao redor do Comandante, as palavras de ordem "Com Chávez tudo, sem Chávez nada!" e "Com Chávez resteados!" (incondicionalmente, gíria popular venezuelana) devem guiar as mobilizações, e cada mobilização deve ser um alerta ao gringo e também uma ação formadora e informadora".
Fonte: Prensa Latina
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