Comentário de Eros José Alonso
EUA e Grã-Bretanha mudam estratégia de retirada da Otan
A operação de combate dará lugar, em 2013, à retirada gradual das tropas e à entrega da segurança a Cabul
14 de março de 2012 | 21h 31
Denise Chrispim Marin / CORRESPONDENTE / WASHINGTON
WASHINGTON - Os EUA e a Grã-Bretanha concordaram nesta quarta-feira, 14, em mudar a estratégia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. A operação de combate dará lugar, em 2013, à fase de transição, com a retirada gradual das tropas e a transferência da responsabilidade pela segurança do país para o governo afegão. Mas a conclusão da saída das tropas americanas e de seus aliados do Afeganistão foi mantida para o final de 2014.
Alex Wong/Efe
Cameron e Obama antes de jantar oficial na noite desta quarta-feira
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As decisões foram afinadas durante conversações entre o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na Casa Branca. O consenso entre os dois mais fortes aliados do Ocidente e na guerra do Afeganistão será levado à reunião de cúpula da Otan, em maio. O calendário e o ritmo de retirada das tropas serão confirmados ao final da reunião.
"Na cúpula da Otan, na minha cidade de Chicago, nós determinaremos a próxima fase de transição. Isso inclui mudar para uma posição de apoio no ano que vem, avançado para o Afeganistão assumir a completa responsabilidade por sua segurança em 2014", afirmou Obama, ao lado de Cameron, nos jardins da Casa Branca. "Vamos completar essa missão e vamos fazer isso de maneira responsável", disse o presidente.
Obama reconheceu que os "trágicos acontecimentos" recentes deixaram claro o grau de dificuldade da missão no Afeganistão. Cuidadoso, não chegou a mencionar, explicitamente, o massacre de domingo de 16 civis (entre eles 9 crianças) cometido por um sargento americano em um vilarejo próximo a Kandahar, no sul do país.
Respaldado por uma pesquisa de opinião da Reuters/Ipsos divulgada na quarta, Obama afirmou que o povo americano está "exausto" dos dez anos dessa guerra. Dos consultados, 61% defenderam o retorno imediato dos soldados americanos do Afeganistão.
Cameron também se manteve calado sobre o episódio. Mas insistiu ter melhorado a condição de segurança no Afeganistão desde o envio, pelos EUA, de cerca de 30 mil soldados em 2009. "A situação melhorou consideravelmente", afirmou, ao assinalar que o Afeganistão deixará de vez de ser o "paraíso dos terroristas" até final de 2014.
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