Na véspera das eleições, 20 pessoas morrem em confrontos no Cairo
Candidatos islamitas, apontados como favoritos na disputa, suspenderam campanhas em protesto aos distúrbios
02 de maio de 2012 | 10h 16
CAIRO - Vinte pessoas foram mortas perto da sede do Ministério da Defesa do Egito nesta quarta-feira, 2, quando homens armados atacaram manifestantes islamistas que exigiam o fim do regime militar pelo fato de os candidatos deles terem sido impedidos de disputar a eleição presidencial egípcia, marcada para começar nos dias 23 e 24 de maio.
Khaled Desouki/AFP
Pessoas usaram pedras e paus durante confronto
Segundo a agência estatal de notícias Mena, "criminosos", alguns deles armados, atacaram centenas de manifestantes, na maioria salafistas (uma ala mais fundamentalista do islamismo). Muitos deles estavam acampados perto do Ministério há seis dias.
O Ministério da Saúde informou que mais de cem pessoas ficaram feridas no confronto, no qual foram usados paus, pedras, cassetetes e balas.
Protesto
Os candidatos islamitas Abdelmoneim Abul Futuh e Mohammed Mursi, apontados como favoritos nas eleições presidenciais do Egito, suspenderam suas campanhas em protesto aos distúrbios.
Um coordenador da campanha de Futuh, Abdullah Wagih, disse à Agência Efe que o candidato está reunido com sua equipe para estudar a situação e decidir até quando manterá a suspensão.
As eleições serão realizadas daqui a três semanas.
Fontes da campanha de Mursi, presidente do braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), afirmaram à Agência Efe que o candidato suspendeu a campanha por dois dias.
Os distúrbios de hoje explodiram dois dias depois do início da campanha eleitoral. O restante dos candidatos ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
Segundo a última pesquisa do Centro "Al-Ahram" para Estudos Políticos e Estratégicos, publicada há dois dias, Abul Futuh (27,3%) está em segundo lugar nas intenções de voto, atrás do ex-secretário geral da Liga Árabe Amre Moussa (41,1%). Embora seja apontado como um dos favoritos, Mursi teve somente 3,6% das intenções de voto.
Com Efe, Reuters e AFP
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