Blog do Lobbo - Mirian Leitão, a Sra. como jornalista conceituada,
deveria ter mais cautela quando escreve assunto deste nível, para não cometer estes deslizes.
O General Francisco Batista, lhe propiciou uma verdadeira aula de
jornalismo, não é mesmo?
À Senhora Jornalista Miriam Leitão
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE MARÇO DE 2012
Li o seu artigo "ENQUANTO ISSO", com todo
cuidado possível. Senti, em suas linhas, que a senhora procura mostrar que os MILITARES BRASILEIROS de HOJE, são bem diferentes dos MILITARES BRASILEIROS de ONTEM. Penso
que esse é o ponto central de sua tese. Para criar credibilidade nas suas
afirmativas, a senhora escreveu: "houve um tempo em que a
interpretação dos militares brasileiros sobre LEI
E ORDEM era rasgar as leis e ferir a ordem.
Hoje em dia, eles demonstram com convicção terem aprendido o que não
podem fazer". Permita-me discordar dessa afirmativa de vez que vejo nela
uma injustiça, pois fiz parte dos MILITARES DE ONTEM e nunca vi os meus
camaradas militares rasgarem leis e ferir a ordem. Nem ontem nem hoje. Vou
demonstrar a minha tese.
No Império, as LEIS E A ORDEM foram rasgadas no Pará, Ceará, Minas, Rio,
São Paulo e Rio Grande do Sul pelas paixões políticas da época. AS LEIS E A ORDEM
foram restabelecidas pelo Grande Pacificador do Império, um Militar de
Ontem, o Duque de Caxias, que com sua ação manteve a Unidade Nacional. Não
rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Pelo contrário.
Vem a queda do Império e a República. Pelo que sei, e
a História registra, foram políticos que acabaram envolvendo os
velhos Marechais Deodoro e Floriano nas lides políticas. A política dos
governadores criando as oligarquias regionais, não foi obra dos Militares de
Ontem, quando as leis e a ordem foram rasgadas e feridas pelos donos do
Poder, razão maior das revoltas dos tenentes da década de 20, que sonhavam
com um Brasil mais democrático e justo. Os Militares de ontem ficaram ao
lado da lei e da Ordem. Lembro à nobre jornalista que foram os civis
políticos que fizeram a revolução de 30, apoiados, contudo, pelos tenentes
revolucionários, menos Prestes, que abraçou o comunismo russo.
Veio a época getuliana, que, aos poucos, foi afastando os tenentes das
decisões políticas. A revolução Paulista não foi feita pelos Militares de Ontem e sim
pelos políticos paulistas que não aceitavam a ditadura de Vargas. Não foram os Militares de Ontem
que fizeram a revolução de 35 (senão alguns, levados por civis a se converterem para a
ideologia vermelha, mas logo combatidos e derrotados pelos verdadeiros
Militares de Ontem); nem fizeram a revolta de 38; nem deram o golpe
de 37. Penso que a senhora, dentro de seu espírito de justiça, há
de concordar comigo que foram as velhas raposas GETÚLIO - CHICO CAMPOS -
OSWALDO ARANHA e os chefetes que estavam nos governos dos Estados, que
aceitaram o golpe de 37. Não coloque a culpa nos Militares de Ontem.
Veio a segunda guerra mundial. O Nazismo e o Fascismo
tentam dominar o mundo. Assistimos ao primeiro choque da hipocrisia da esquerda. A senhora deve
ter lido - pois àquela época não seria nascida -, sobre o acordo da
Alemanha e a URSS para dividirem a pobre Polônia e os sindicatos
comunistas do mundo ocidental fazendo greves contra os seus próprios países
a favor da Alemanha por imposição da URSS e a mudança de posição quando a
"Santa URSS" foi invadida por Hitler. O Brasil ficou em cima de
muro até que nossos navios (35) foram afundados. Era a guerra, a FEB e seu
término. Getúlio - o ditador - caiu e vieram as eleições. As
Forças Armadas foram chamadas a intervir para evitar o pior. Foram
os políticos que pressionaram os Militares de Ontem para manter a ordem.
Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Chamou-se o Presidente do
Supremo Tribunal Federal para, como Presidente, governar a transição. Não
se impôs MILITAR algum.
O mundo dividiu-se em dois. O lado democrático,
chamado pelos comunistas de imperialistas, e o lado comunista com as suas
ditaduras cruéis e seus celebres julgamentos
"democráticos". Prefiro o primeiro e tenho certeza de que a
senhora, também. No lado ocidental não se tinham os GULAGs.
O período Dutra (ESCOLHIDO PELOS CIVIS E ELEITO PELO
VOTO DIRETO DO POVO) teve seus erros - NUNCA CONTRA A LEI E A ORDEM - e
virtudes como toda obra humana.
A colocação do Partido Comunista na ilegalidade foi uma obra do
Congresso Nacional por inabilidade do
próprio Carlos Prestes, que declarou ficar ao lado da URSS e não do
Brasil em caso de guerra entre os dois países. Dutra vivia com o
"livrinho" (a Constituição) na mão, pois os políticos, nas
suas ambições, queriam intervenções em alguns Estados, inclusive em São
Paulo. A senhora deve ter lido isso, pois há vasta literatura sobre a
História daqueles idos.
Novo período de Getúlio Vargas. Ele já não tinha mais o vigor dos anos
trinta. Quem leu CHATÔ, SAMUEL WEINER (a senhora leu?) sente que os
falsos amigos de Getúlio o levaram à desgraça. Os Militares de Ontem não
se envolveram no caso, senão para investigar os crimes que vinham sendo
cometidos sem apuração pela Polícia; nem rasgaram leis nem feriram
a ordem.
Eram os políticos que se digladiavam e
procuravam nos colocar como fiéis da balança. O seu suicídio foi uma tragédia nacional, mas não foram os Militares de
Ontem os responsáveis pela grande desgraça.
A senhora permita-me ir resumindo para não ficar
longo. Veio Juscelino e as Forças Armadas garantiram a posse, mesmo com pequenas divergências. Eram os
políticos que queriam rasgar as leis e ferir a ordem e não os Militares de
Ontem. Nessa época, há o segundo grande choque da esquerda. No XX
Congresso do Partido Comunista da URSS (1956) Kruchov coloca a nu a desgraça
do stalinismo na URSS. Os intelectuais esquerdistas ficam sem rumo. Juscelino chega ao
fim e seu candidato perde para o senhor Jânio Quadros. Esperança
da vassoura. Desastre total. Não foram os Militares de Ontem que rasgaram
a lei e feriram a ordem. Quem declarou vago o cargo de Presidente foi o
Congresso Nacional. A Nação ficou ao Deus dará. Ameaça de guerra civil e
os políticos tocando fogo no País e as Forças Armadas divididas pelas
paixões políticas, disseminadas pelas "vivandeiras dos quartéis" como
muito bem alcunhou Castello.
Parlamentarismo, volta ao presidencialismo, aumento
das paixões políticas, Prestes indo até Moscou afirmando que já estavam no
governo, faltando-lhes apenas o Poder. Os militares calados e o chefe do
Estado Maior do Exército (Castello) recomendando que a cadeia de comando
deveria ser mantida de qualquer maneira. A indisciplina chegando e
incentivada dentro dos Quartéis, não pelos Militares de Ontem e sim pelos
políticos de esquerda; e as vivandeiras tentando colocar o Exército na luta
política.
Revoltas de Polícias Militares, revolta de sargentos em Brasília,
indisciplina na Marinha, comícios da Central e do Automóvel Clube
representavam a desordem e o caos contra a LEI e a ORDEM. Lacerda, Ademar
de Barros, Magalhães Pinto e outros governadores e políticos (todos
civis)incentivavam o povo à revolta. As marchas com Deus, pela Família e
pela Liberdade (promovidas por mulheres) representavam a angústia do País.
Todo esse clima não foi produzido pelos MILITARES DE ONTEM. Eles, contudo,
sempre à escuta dos apelos do povo, pois ELES são o povo em armas, para
garantir as Leis e a Ordem.
Minas desce. Liderança primeira de civil; era
Magalhães Pinto. Era a contra-revolução que se impunha para evitar que o Brasil soçobrasse ao comunismo. O
governador Miguel Arraes declarava em Recife, nas vésperas de 31 de março: haverá golpe.
Não sabemos se deles ou nosso. Não vamos ser hipócritas. A senhora, inteligente como é,
deve ter lido muitos livros que
reportam a luta política daquela época (exemplos: A Revolução Impossível
de Luis Mir - Combates nas Trevas de Jacob Gorender - Camaradas de
William Waack - etc) sabe que a esquerda desejava implantar uma ditadura
de esquerda. Quem afirma é Jacob Gorender. Diz ele no seu livro:
"a luta armada começou a ser tentada pela esquerda em 1965 e desfechada
em definitiva a partir de 1968". Na há, em nenhuma parte do
mundo, luta armada em que se vão plantar rosas e é por essa razão que GORENDER afirma: "se
quiser compreendê-la na perspectiva da sua história, A ESQUERDA deve
assumir a violência que praticou". Violência gera violência.
Castello, Costa e Silva, Médici, Geisel e João
Figueiredo com seus erros e virtudes desenvolveram o País. Não vamos
perder tempo com isso. A senhora é uma economista e sabe bem disso. Veio a ANISTIA. João
Figueiredo dando murro na mesa e clamando que era para todos; e
Ulisses não desejando que Brizolla, Arraes e outros pudessem tomar parte no novo processo eleitoral, para não lhe
disputarem as chances de Poder. João bateu o pé e todos tiveram direito,
pois "lugar de Brasileiro é no Brasil", como dizia. Não
esquecer o terceiro choque sofrido pela a esquerda: Queda do
Muro de Berlim, que até hoje a nossa esquerda não sabe desse fato
histórico.
Diretas já. Sarney, Collor com seu desastre, Itamar,
FHC, LULA e chegamos aos dias atuais. Os Militares de Hoje, silentes, que não são responsáveis pelas desgraças
que vivemos agora, mas sempre aguardando a voz do Povo. Não houve
no passado, nem há, nos dias de hoje, nenhum militar metido em roubo,
compra de voto, CPI, dólar em cueca, mensalões ou mensalinhos. Não há
nenhum Delúbio, Zé Dirceu, José Genoíno, e que tais. O que já se ouve, o que se
escuta é o povo dizendo: SÓ OS
MILITARES PODERÃO SALVAR A NAÇÃO. Pois àquela época da "ditadura"
era que se era feliz e não se sabia...Mas os Militares de Hoje, como os de
Ontem, não querem ditadura, pois são formados democratas. E irão
garantir a Lei e a Ordem, sempre que preciso.
Os militares não irão às ruas sem o povo ao seu lado.
OS MILITARES DE HOJE SÃO OS MESMOS QUE OS MILITARES DE ONTEM. A nossa
desgraça é que políticos de hoje (olhe os PICARETAS do Lula!) - as
exceções justificando a regra - são ainda piores do que os de ontem. São
sem ética e sem moral, mas também despudorados. E o Brasil sofrendo, não por
conta dos MILITARES, mas de ALGUNS POLÍTICOS - uma corja de
canalhas, que rasgam as leis e criam as desordens.
Como sei que a senhora é uma democrata, espero que
publique esta carta no local onde a senhora escreve os seus artigos, que
os leio atenta e religiosamente, como se fossem uma Bíblia. Perfeitos no campo econômico, mas não muitos católicos ou
evangélicos no campo político por uma
razão muito simples: quando parece que a senhora tem o vírus de uma reacionária
de esquerda.
Atenciosa e respeitosamente,
GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES
DE MELO
Nenhum comentário:
Postar um comentário